Ele chegou perto do meu pescoço, senti a sua respiração falhar.

Senti-me estranha e até um pouco mal pela proximidade, ele estava perto de mais de mim.

- Você cheira muito bem.

Meu rosto ficou rubro com tais palavras, era estranho escutar isso em certas ocasiões.

Ele levantou o seu rosto e olhou diretamente nos meus olhos.

- Esta vermelha.

  Ele sorriu e tocou meu rosto com a sua mão esquerda.

- Macbeth, você adora deixar damas envergonhadas, não?

- Caim meu caro, não seja assim tão perturbador...

- Pelo que observei desta cena o único perturbador neste local é você.

Macbeth me soltou e me posicionou ao seu lado, ele estava ficando irritado com as palavras do outro, todo o que ele dizia, esse menino chamado Caim era pra alterar o estado de Macbeth fazendo com que ele perca o controle, percebi isso, não disse nada, não direi, quanto menos me envolver será melhor

- Caim, eu acho melhor você parar de me afrontar, afinal estamos em um baile...

- Blá... Blá... Blá...  Será que é sempre a mesma coisa? Sempre com á historia do baile, sempre tenta as seduzir... Não? Ou estou errado?

Escutei Macbeth cerrar os dentes e o vi fechar os punhos sufocando a sua raiva.

Senti alguém tocar o meu ombro direito, me virei, então percebi que era o Marcus, ele estava sorrindo para mim, ele acariciou meu rosto lentamente.

- Garotos façam menos barulho... E acho que já dançou com ela por tempo de mais, Macbeth.

Marcus mantém um sorriso frio e um olhar devastador, o modo que os olhava era como se quisesse tortura-los de uma maneira bem doentia.

Macbeth limpou a garganta e depois olhou para mim, um olhar estranho, como se quisesse me dizer algo.

Marcus tocou a minha mão e me levou novamente até a cadeira que eu estava antes.

Olhei para certo canto, o mesmo canto que estavam às meninas, todas usavam vestidos longos coloridos muito refinados e de classe.

Respirei fundo.

- Marcus... Já batemos nosso recorde em ofertas.

- Isso é ótimo Lorenzo, realmente fico feliz com isso.

Ambos conversavam sobre algo que eu não entendia muito bem, olhei para o homem, ele tinha cabelos pretos e olhos castanhos claros, ele sorria de uma forma encantadora.

De repente ele começou a me fitar, me olhando com uma expressão séria, quando desviei o rosto ele riu e sorri de novo.

Fiquei vermelha.

Olhei para outro ponto e vi uma pilha com presentes, não entendi muito bem o que era, mas senti a curiosidade invadir a minha mente, desviei o olhar e olhei para frente, eu não estava com fome ou sono, eu queria saber o que faria de agora em diante, meus pensamentos se enchem de angustia, eu não sei o que eu devo fazer, eu quero chorar, mas não consigo. O que eu farei?

- Pensar de mais faz mal Sofhia.

Marcus sorriu para mim e colocou a mão em minha cabeça, ele começou a acariciar de forma lenta e sem pressa.

Foi então que vi que Lorenzo não estava mais ali, parecia que tinha ido a outro lugar e sumido da multidão que insistia em dançar de um lado pra outro em uma musica mais desconhecida que as anteriores.

- Desculpe incomodar, Marcus.

- O que foi Caim?

Era o mesmo menino de antes, senti minha respiração falhar, o que será que ele queria? Lembrei-me dos olhos de Marcus, e de como tensa a situação tinha ficado, será que ele queria ver aquilo de novo?

- Eu poderia dançar com a senhorita Sofhia? 

- O que te leva a acreditar que eu deixaria você encostar um dedo nela?

Caim foi suave em suas palavras, enquanto o Marcus foi ríspido e duro, o clima começou a ficar estranho, e afinal, o que este tal de Caim estava querendo comigo? Meus pensamentos não podem me responder isso.

- Vejamos... Acho que é porque eu sou o Caim?

Caim e Marcus sorriram juntos.

- Eu creio que poderá dançar com ela, com toda a certeza.

Marcus respondeu.

Olhei para o garoto, senti um frio descer pelo meu pescoço, seu olhar era diferente do de Macbeth, o olhar de Caim era mais doce...