Senti algo assustador descer pela minha espinha.

O que minha mãe fazia em tal lugar desprezível?!

Minhas lagrimas rolaram pela minha face.

Eu não era burra.

- Filha! Esta bem?

Eu encarava minha mãe enquanto tenta mentir para mim mesma.

Eu não a respondi.

- Não adianta, você deveria conhecer mais a Sofhia, ela não é uma criança tola, ela já percebeu o que se passa e o que se passou.

Minha mãe abaixou a cabeça, eu estava certa, ela realmente fazia parte disto.

- Filha entenda, eu não...

Ela não pode completar, a porta da sala bateu bruscamente.

- Por favor, senhora Agatha, peço que não se exalte e perceba que ela não é mais sua filha. Na verdade, a partir do momento que assinastes o contrato ela não é mais nada sua.

- Contrato? Que contrato?...

Minha voz saiu tímida mais temerosa, o que se passava nesta sala, era perturbador e confuso.

- Quem deve explicar a situação para a senhorita Sofhia?

Olhei temerosa para os dois, minhas ideias estavam confusas, eu queria entender o mais rápido possível a historia, queria entender o porquê de tudo isso.

Minha mãe ficou em silencio.

- Bom, já que sua mãe não se pronunciou eu irei contar-te a historia. Faz algum tempo que sua família, eles são: sua mãe, seu padrasto e seu irmão mais novo. Deviam-me muito dinheiro e tinham incontáveis dividas.

Então quando fiquei sabendo sobre você, a filha cuja tantas alegrias foram trazidas para sua mãe, me interessei em trazê-las para mim também.

Então fiz um acordo com sua mãe, em troca de sanar as dividas e esquecer de todo o dinheiro que me devem.

Você se tornaria minha propriedade até que eu decida o contrario.

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Como isso poderia estar acontecendo?! Minha tão amada mãe havia me trocado por outra coisa. Ela havia trocado sua única filha mulher por esquecimento de dívidas.

Meu coração se encheu de magoa.

Meu peito doía, como se uma bala frustradora atravessa-se meu coração o rasgando e mutilando.

Minha mãe estava com os olhos cheios de lagrimas, estava a ponto de chorar, enquanto aquele homem esta com um semblante sereno.

- Sofhia... Não gostaria de saber meu nome?

Ele disse meu nome e depois pausou a frase, eu realmente não quero saber seu nome.

Não fará mínima diferença.

- Meu nome é Marcus.

Marcus, nome estranho, eu já mais ouvi falar em Marcus.

Ele sorriu para mim ao dizer seu nome.

Minha mãe permanecia em silencio, o silencio que tanto me torturava, o medo que tanto me entristecia, será que poderia tudo piorar? O que seria de mim daqui para frente?

O que poderia acontecer?

As perguntas sem respostas tomavam minha mente por alguns segundos, tudo isso era extremamente assustador.

   O dia amanhecera claro, eu estava deita em uma cama, todo o que havia acontecido, era tão diferente e estranho.

Lembro que ele me levou á este quarto de disse que ele seria meu a partir de agora, me disse que eu teria todos os cuidados e que minha educação continuaria.

Eu olhei envolta para reconhecer novamente o quarto que eu estava. Ele era enorme, com cortinas e o chão de madeira, a cama aparentava ser de casal com cobertas de um rosa claro, tudo extremamente combinando, talvez dando até um ar de melancolia no quarto.

Eu estava com um pijama que parecia ser de uma época muito antiga.

Na casa havia pessoas com mascaras excêntricas e estranhas, algumas com formatos de animas e outras com formato de rostos desfigurados, exatamente como se fosse um circo dos horrores, eu me sentia em um circo dos horrores.

Escutei alguém bater na porta.

Ele tocou suave mente, e virou a maçaneta cautelosamente.

Uma mulher não muito alta adentrou o quarto, ela também usava uma daquelas mascaras horríveis.

- Eu vim ajudá-la a se vestir e avisar que hoje teremos uma festa.