Welcome to my Life escrita por Calíope


Capítulo 9
Rust


Notas iniciais do capítulo

BOM DIA/ BOA TARDE/BOA NOITE -u-
Aqui é Flaky :v
Eu estava lendo uns comentários e vocês não parecem gostar da Jane, não é? Tadinha gente, ela é legal ;u;
E vi que a maioria de vocês estava desesperada por Zoey :v Bem, esse cap é pra vocês...
Boa leitura!



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Passei a tarde toda com Jane.

Primeiro, nós fomos em um restaurante a algumas ruas de sua casa, já que era hora do almoço. Depois passeamos por um parque mais para os lados movimentados da cidade. Jane me falou muitas coisas sobre ela; havia se mudado a um mês para cá, por causa do trabalho do pai. Não tinha irmãos e não morava com a mãe. Ela aprendera a se virar sozinha desde pequena, por causa do pai distante. Mas ela não se mostrava muito melancólica com a situação. Jane não parecia o tipo de pessoa que para e fica se lamentando por algo ruim que lhe aconteceu. Mais uma característica que eu podia admirar nela.

No meio da nossa caminhada, minha cabeça não parava de martelar que chegara a hora de seguir em frente com nosso relacionamento. Mas algo me empedia de fazer a pergunta decisiva. Toda vez que eu pensava nela, sentia um aperto estranho no peito. Ele sumia quando eu olhava nos olhos de Jane, ou escutava a voz dela, ou sentia seu cheiro... Mas assim que tinha uma oportunidade de fazer a mente vagar, o mal estar retornava.

Acabou que não consegui dizer nada.

Às quatro horas da tarde, deixei Jane em sua casa. Uma vozinha na minha cabeça dizia que eu era um idiota, que devia ter feito o que tem que ser feito, mas eu não podia deixar de sentir... Alívio. E eu não fazia ideia do porquê.

Enquanto voltava para casa, fechei os punhos e amaldiçoei minha indecisão. Peguei Rosalie na casa de Luke e segui em silêncio, apesar de suas perguntas repetitivas sobre meu encontro com Jane. Minha cabeça se revirava com pensamentos contraditórios quando me lembrei de algo que havia acontecido antes do encontro... De manhã... Eu havia recebido um DVD. Um DVD de Zoey. E eu havia o deixado sobre a mesa.

Peguei a mão de Rosalie e comecei a correr, enquanto a mesma gritava para que eu fosse mais devagar. Mas eu não parei. Se alguém assistisse aquele DVD... Se alguém assistisse... Eu não queria nem pensar nas explicações que eu teria que dar.
Ao chegar em casa, corri até a porta da frente e tentei abrí-la. Estava trancada. Suspirei de alívio. O carro dos meus pais também não estava em lugar algum. Arfando, peguei a chave em meu bolso e destranquei a porta.

– Por que você correu? - Perguntou Rosalie, tentando recuperar o ritmo normal da respiração.

– Porque sim - Não me preocupei em dar uma resposta concreta para ela, só estava preocupado com o DVD sobre a mesa.

Entramos e eu fui diretamente até a cozinha. Peguei o envelope com o DVD e subi para o quarto. Tranquei a porta, coloquei o disco para rodar. Zoey apareceu na tela da televisão.

Ela parecia mais pálida e magra. Eu podia notar olheiras escuras abaixo de seus olhos, que já não tinham um brilho tão intenso quanto antes. Meu estômago se revirou um pouco diante daquela visão mais "acabada" de Zoey.

– Olá novamente. Bem, vou continuar. Nos dias que se passaram, eu fiquei muito sozinha. Ninguém, absolutamente NINGUÉM chegava perto de mim. Era como se eu fosse um extraterrestre ou coisa assim... - Zoey tosse por alguns instantes. Desculpe. Então, eu comecei a me sentir muito solitária. Eu não estava acostumada a ficar só com meus pensamentos, sempre havia alguém com quem eu pudesse conversar. Depois a coisa começou a se agravar um pouco. As pessoas começaram a me chamar de esquisita. Colocaram apelidos em mim que não valem a pena serem citados. Espalhavam boatos. O pior deles foi que eu havia começado a fazer programas... Programas, em troca de drogas. Na visão dos outros alunos, eu era repugnante. Não havia ninguém ao meu lado. Às vezes, eu chorava diante daquilo, ou ficava com muita raiva... A verdade é que eu não queria voltar a ser o que eu era. Aquele "novo lado" que eu havia descoberto em mim era melhor. Muito melhor.
Depois disso tudo, chegou a um ponto que comecei a ser ignorada por todos. Como se eu não existisse. Fiquei completamente isolada. Então, num dia "comum", Nick veio falar comigo. Eu estava parada num canto isolado do pátio da escola. Confesso que quando o vi se aproximando, fiquei muito nervosa. Como uma idiota. Comecei a tremer e meu coração disparou. Mas tentei permanecer com aquela expressão fria que adotara ao longo dos dias. Nick disse algo que me deixou um pouco... surpresa. E levemente abalada. Nossa conversa não foi o que eu esperava; ele perguntou porque eu estava agindo daquele jeito, e eu respondi que só estava descobrindo um novo "eu". Ele riu diante daquilo, e me mandou voltar a ser a patricinha de sempre. Seus olhos estavam... Como posso dizer? Sem brilho? Não... Talvez... Calmos. Isso. Seus olhos estavam estranhamente calmos. - Zoey tosse de novo, e depois respira fundo. - Acho que já está bom. Até semana que vem.

Mesmo depois que Zoey parou de falar, mesmo depois que a tela ficou preta, e mesmo depois que o único barulho que eu podia escutar era dos desenhos animados de Rosalie no andar de baixo, não me mexi. E só o fiz depois que escutei o barulho de um carro sendo estacionado na garagem.


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Notas finais do capítulo

Eaí, o que acharam?
Queria falar sobre o título do cap :v Rust significa "Ferrugem", porque Zoey parece "enferrujada". De onde tirei a ideia? De um jogo. Se chama .Flow, para quem quiser saber.
Hasta, queridos 'u'