Welcome to my Life escrita por Calíope


Capítulo 10
New Feeling


Notas iniciais do capítulo

Oin geeeente, Avery aqui. Espero que gostem do capítulo, não tem Zoey mas teve mais de 1.000 palavras *o* É PRA GLORIFICAR DE PÉ, IGREJA!



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Desci as escadas de casa e me olhei no espelho. A camisa social estava bem alinhada, com o jeans escuro que dava um ar esporte e, quase por milagre, não calcei o all star surrado de sempre, e sim um tênis meio-termo. Ajeitei o cabelo, nervoso. Ainda não tinha me acostumado ao corte que Jane tinha me convencido a fazer. Senti uma repentina falta dos fios que caíam sobre meus ombros.
–Você tomou um banho de perfume ou o quê? – Disse Rosalie, franzindo o nariz.
–Vá brincar com as suas bonecas e me deixe em paz. – Respondi.
–Rose!– Minha mãe gritou da sala, rispidamente. – Pare de implicar com seu irmão!
A garota me mostrou a língua e subiu. Caminhei até a sala, esperando a avaliação de meus pais. Assim que pisei na sala, meu pai abriu um sorriso aprovador, enquanto minha mãe caminhava em minha direção com os olhos marejados.
–Querido, você está tão crescido! Ainda me lembro de assistir você brincar com Luke, ali mesmo, no jardim. Agora, em um piscar de olhos, me pego assistindo você ir conhecer o pai da namorada. – Minha mãe disse, com a voz falhando.
Ela estava tão emotiva ultimamente. Ouvi dizer que poderia ser a menopausa, mas não consegui imaginá-la tão velha a esse ponto. Era alta, magra e elegante, com seus longos cabelos ruivos, de quem eu herdara os meus, caindo sobre os ombros. Ela tinha rugas nos cantos dos olhos azuis, sinal de que sorria muito.
–Hm, mãe, ta tudo bem. Não é como se eu fosse te abandonar ou algo do tipo. – Falei, desconcertado.
–Sei que não, querido. Sei que não. – Ela disse, quase inaudível.
Acenei para os meus pais e me encaminhei até a porta de entrada. Senti o ar gélido da noite, atingir meu rosto quando a abri, e caminhei até o portão da garagem, onde estava me esperando a Street Triple que meu pai me dera no meu aniversário de 17 anos. Normalmente eu não a usava, mas não era legal aparecer para conhecer o pai da namorada todo suado de uma longa caminhada. Subi na moto e dei partida, ouvindo o incógnito barulho do motor. Assim que o vento começou a bater em meu rosto, me lembrei do capacete, esquecido em cima da cama. Corri, com o, agora agradável, barulho da moto se esforçando. Logo cheguei ao meu destino, tremendo, não por causa da viagem, mas por causa do que me esperava dentro do recinto. Forcei minhas pernas a andarem em direção a porta, mas era como se correntes amarradas a bolas de chumbo, estivessem presas a mim. Finalmente cheguei à porta, e suspirei antes de tocar a campainha. Poucos segundos depois uma figura elegante atendeu, e só essa imagem fez valer toda a viagem. Jane estava linda, com os cabelos presos em uma enorme trança lateral. Vestia uma regata preta longa e justa, realçando suas curvas, e uma legging xadrez vermelha e preta, mas estava descalça.
–Adam! – Vi o brilho passar por seus olhos antes de me abraçar e deixar um beijo delicado em meus lábios. – Chegou na hora, como sempre. – Disse ela, revirando os olhos com um sorriso encantador no rosto.
Ela me puxou para dentro e pude ver o interior da casa. Era luxuosa, sem sombra de dúvidas, mas nada aconchegante. Jane me levou ao que parecia ser a sala, e tive a certeza de que aquilo tinha sido planejado por um decorador, como toda a casa. Sentamos em um sofá branco e confortável que ocupava uma boa parte do cômodo.
–Meu pai ainda não chegou, fique tranqüilo. – Ela sorria, deliciada com o meu estado de nervosismo. – Fique aqui enquanto pego algo para beber.
–Ok. – Falei, pronunciando minha primeira palavra naquela enorme casa, e vendo o quanto ela soou vazia na imensidão do imóvel sem muito calor humano.
Após alguns minutos, Jane voltou com dois copos de chá gelado. Colocou-os na mesa de centro sem se importar em apoiá-los no descanso de copo, o que faria minha mãe ter um ataque.
–Você está linda. – Disse, apreciando o som das palavras, que combinavam perfeitamente com a garota à minha frente.
–Você também, motoqueiro. – Ela disse, abrindo o sempre presente sorriso.
Deixei meus lábios descansarem sobre os seus, e logo começaram um movimento uniforme. Seus beijos eram doces e aquecedores. Era como uma droga. Causava vício, obsessão e era impossível parar. Tivemos de nos separar para buscar oxigênio, e Jane bebericou o chá.
–Calor, não? – Falei, causando risos da loira, que agora, por sorte, podia chamar de namorada.
–Conhecendo meu pai como conheço, digo que ele irá demorar. Quer assistir um filme enquanto esperamos? – Ela disse, entusiasmada.
Dei de ombros. Qualquer coisa perto de Jane se tornava divertido.
–Ótimo – Ela saltou do sofá, radiante, e caminhou até uma prateleira que batia em sua cintura, e se agachou, procurando um filme que a contentasse. Seria impróprio comentar sobre a visão que tive quando ela fez isso? – Gosta de terror? Ação? Suspense? Diga seu gênero, motoqueiro.
–Você escolhe, qualquer um me agrada. – Falei, dando de ombros.
–Ok. Terror então... O Exorcismo de Emily Rose! Meu filme favorito! – Seus olhos brilhavam de excitação ao encarar o DVD.
A imagem do CD me lembrou alguma coisa, mas não tive tempo de pensar no que era. Logo ela colocou o disco no aparelho e o filme começou. Jane se recostou em meu peito, e seu cheiro doce me inebriou, atingindo minhas narinas com tal facilidade que um sorriso inconsciente atingiu meu rosto.
Quando faltava em torno de 20 minutos para o filme acabar, o barulho da porta se abrindo fez com que a tranqüilidade que tinha se apossado de mim, sumisse. Jane se levantou, e eu fiz o mesmo. Ela pegou em minha mão e deu um sorriso tranqüilizador, o que resolveu, por ora.
O Sr. Ruschel conversava ao telefone, que me pareceu uma discussão. Ele se preparava para subir a escada quando Jane pigarreou. Ele se virou para nós e murmurou algo no telefone, guardando-o no bolso do paletó.
–Pai, esse é o Adam, meu namorado. – Ela disse.
–Muito prazer, Sr. Ruschel. – Estendi a mão para ele, que me cumprimentou sem fazer a análise que pensei que faria.
–Ótimo, ótimo. Escute, Jane, você viu o meu notebook de trabalho? Não o encontro em lugar nenhum. – Disse, de olho em seu smartphone.
–Em cima da sua cama. – A loira disse, mais desanimada do que jamais a vira.
–Obrigado querida. Boa noite, Adam. – Ele disse, apressado.
–Hm, pai? Não vai jantar conosco? – Jane falou, com uma ponta de esperança.
–Já jantei, querida. – Encerrando o assunto e atendendo a outro telefonema, que desencadeou outra discussão. O homem subiu as escadas e nos deixou sozinhos.
Me virei para encarar minha namorada, e vi uma lágrima a assombrar seu costumeiro sorriso.
–Me desculpe por isso. Achei que ele fosse levar a sério o jantar de hoje, mas nada que não envolva seu escritório tem sua atenção. – Falou, com a respiração entrecortada.
Envolvi a garota em meus braços, e senti suas lágrimas molharem minha camisa. Senti ódio de Ruschel. Algo que jamais havia sentido, mas sim, era ódio.v


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Notas finais do capítulo

Quem quer comentar põe o dedo aqui, que já vai fechar... NÃO GENTE, RELAXA, VAI FECHAR NÃO, PÕE O DEDO NESSÁPORRA