Welcome to my Life escrita por Calíope


Capítulo 19
The Letter


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos! Quero fazer uma pergunta séria, e peço que me respondam com toda a sinceridade do mundo: A fic desaponta vocês? Em que aspecto?
Eu recebi apenas quatro comentários no último capítulo, e temo ter desapontado vocês. Por favor, não cobro comentários, eu só quero uma chance de fazer essa história encantar alguém, mas para isso eu preciso de críticas. Críticas sinceras e construtivas. Por favor, se tiverem alguma, me mandem por MP ou por review mesmo, e façam uma autora feliz!
Obrigada pela atenção.



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Caso você ainda não tenha entendido, ele se matou. Embora eu negue para todos que não fazia ideia de que esse ato passava por sua mente, eu sentia sim, que o perdia a cada dia mais. Depois de sua morte, eu chorei muito. Cara, você não faz ideia de quantas lágrimas foram derramadas. Tudo isso porque eu me sentia só. Eu me sinto só. Não me leve a mal, eu já tive outros namorados, que duraram até um ano, mas ele era diferente. Ele era meu. Depois de sua morte, não consegui mais chorar por nada. Não consigo até hoje, mesmo ao relembrar cada segundo do terrível dia em que eu cheguei da escola e encontrei uma tela na minha porta. – Após Zoey dizer isso, ela deu uma pausa para suspirar. Isso me deu tempo para pensar no quão machucado alguém tem de estar para nunca mais conseguir chorar. – Não me lembro de citar que Nick pintava. E o fazia maravilhosamente bem. A tela era encantadora, a minha favorita, na verdade. Nela continha um pássaro negro, preso em uma gaiola solitária, sem nada ao redor. Bom, e tinha uma carta presa atrás dela. Ele era um namorado romântico, então pensei que queria apenas me agradar, apesar de não tê-lo visto na escola aquele dia. Fui para o meu quarto, levando a tela em uma mão e a carta na outra. Fechei a porta e abri a carta, com um sorriso bobo no rosto. - Ela pegou um papel muito bem conservado, e começou a ler, embora sua voz falhasse algumas vezes. - “Querida, eu quero que, desde o começo até o final, continue me amando enquanto lê essa carta, independente dos sentimentos que tentem te desviar disso. Bom, eu desisti. Me perdoe, mas não sou forte o suficiente para aguentar todos os fatores que me fizeram clamar pela morte. Eu quero te dizer que os dias, semanas e meses que passamos juntos, me fizeram repensar toda a minha vida, e por incrível que pareça, adiaram o inevitável. Minha presença arruinava os sonhos das pessoas que eu mais amo. Minha mãe, que não suportava me olhar, apenas pelo fantasma de meu pai. Você, que, mesmo sem me dizer, sofria com meus vícios e dependências. Digo-lhe, que essas tormentas terão fim. Embora você possivelmente não entenda, será melhor assim. Eu amo você, pequena, e peço que não se sinta culpada por isso. Você é culpada apenas de meus sorrisos, mesmo que em meus últimos dias. Mas eu perdi. Fui fraco, e perdi. ‘Que aos teus olhos o sono baixe e ao peito. Fosse eu o sono e dormisse desse jeito! Vou procurar meu pai espiritual, para um conselho lhe pedir leal.’.” – Ela levantou os olhos e encarou a câmera. Pude ver a tristeza, que dominava aquela garota tão sombria. – Assim que li a carta, corri. Corri mais do que nunca, até alcançar a porta da velha casa vizinha. E foi aí que percebi a pequena multidão que cercava a residência. O corpo era retirado da casa, coberto por uma lona preta. Eu gritei, chorei, mas tudo o que senti foi o maior vazio de toda a minha vida. Ele levou meu coração e alma. Não voltei para casa naquela noite, mas não havia ninguém para ligar em meu celular e perguntar, preocupado, aonde é que eu estava. Ninguém para tocar em meu cabelo e dizer que tudo iria ficar bem. Não. O único alguém que poderia exercer alguma paz dentro de mim, estava morto. Morto por uma overdose intencional. – Ela se calou, provavelmente consumida pela dor. Foi aí que notei que chorava. Chorava como uma menininha ao assistir um filme romântico, mas chorava. Pensei em toda a minha história com a Jane, e como parecia ridículo em comparação ao que Zoey vivia. – Olha, o que eu vou pedir é contra os meus princípios iniciais, contra tudo aquilo que eu tinha planejado desde que comecei a te enviar esses DVD’s. Me escreva. Por favor. Me escreva e mostre que assistiu a isso tudo. Me escreva e mostre que me apoia e que eu não sou louca. Me escreva e me dê um motivo para sorrir. Por favor. Me escreva e me dê um amigo. O endereço está no envelope. Obrigada. – A tela escureceu.

Levantei da cama com dificuldade, e peguei o envelope. De lá, caiu um pedaço de papel pequeno. Uma letra bonita traçava o endereço da menina misteriosa que me enviava vídeos há... Fiz as contas, e constatei que eu a conhecia há dois meses, e provavelmente sabia mais sobre sua vida do que qualquer um. Quero dizer, com exceção de Nick, é claro. No começo, talvez eu tenha antipatizado com ele, mas acho que, sei lá, você só pode decidir se gosta ou não de uma pessoa se souber tudo o que ela passou. Mas aí você descobre, e não consegue simplesmente odiá-la. Fui para a cama, tentando decidir se eu respondia àquele apelo, mas devo ser muito egoísta, porque logo me lembrei da Jane, e o choro voltou com tamanha força, que a cada soluço, meu peito doía a ponto de explodir.


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