Welcome to my Life escrita por Calíope


Capítulo 18
And... Happened


Notas iniciais do capítulo

Perdão pela demora, galera. Viajei para o paraíso, vulgo Santa Catarina, mais especificamente Balneário Camboriú. (Sei que vocês não querem saber, mas eu quero falar hahahaha) E estou em um caso de amor com argentinos ♥
Bom, espero que gostem '3'



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Estava em um banco. Aquele banco. Olhei ao redor e me vi em uma praça conhecida, e havia uma garota ao meu lado. A lua iluminava seus cabelos loiros, tornando-os platinados, e seus olhos verdes pareciam sonhadores. Jane encarava a fonte que, majestosamente, se erguia no centro da praça. Encarei-a durante um tempo, até que ela se virou para mim e disparou em uma risada doce. Toquei sua mão com a minha, e ela ficou vermelha, mas nada disse. Aproximei meu rosto do seu e senti o calor que emanava da garota à minha frente. Colei meus lábios aos seus com suavidade, e senti seus dedos entrelaçando-se aos meus.

O barulho ensurdecedor do motor do avião me tirou de meus devaneios. Essa cena insistia em aparecer na minha mente nos momentos mais inoportunos. Fazia duas horas que ela havia se partido e me deixado para trás. Duas horas que eu permaneci no aeroporto encarando o portão de embarque onde eu a tinha visto pela última vez. E as lágrimas continuavam a rolar por meu rosto. Senti uma mão em meu ombro, mas não me virei para olhar de quem era. Se não fosse a Jane, não queria que fosse mais ninguém.

–Ei, cara. – Uma voz rouca e muito familiar falou, calmamente.

Me virei para encarar Luke ao meu lado. Ele fez uma careta e se sentou na cadeira à minha frente, apoiando os cotovelos na mesa.

–Eu sinto muito. – Começou, embora eu não o encarasse diretamente. – Mas, sabe, talvez tenha sido melhor assim. Quero dizer, ela era MUITA areia para o seu caminhão, e uma hora ou outra ela ia se tocar disso e sair em busca de outro cara.

Encarei meu amigo com um olhar espantado, e muito, muito furioso. Ele deve ter percebido que eu não fiquei nada feliz com seu comentário, e teve uma crise de tosse. Levantei-me de súbito e saí sem olhar para trás, embora ouvisse seus passos atrás de mim. A essa altura, as lágrimas já haviam cessado, e eu tinha os punhos cerrados. O sol escaldante me atingiu assim que saí, mas continuei meu caminho sem nem uma amostra da cegueira que tive momentaneamente. Pontos pretos dançavam à minha frente, mas ignorei-os e segui caminhando pela calçada de cabeça erguida. Durante alguns minutos, mantive essa postura, mas no meio do caminho tinha uma praça. Aquela praça. Pude ver-nos ali, banhados pela luz do luar, quando senti pela primeira vez a maciez dos lábios de Jane. Tive vontade de me jogar no chão em posição fetal e chorar até a morte. Apoiei-me na parede mais próxima e ignorei as lágrimas que rolavam por meu rosto novamente, como se jamais tivessem ido embora. Senti uma mão em minhas costas e vi Luke assentir com a cabeça. Continuamos a andar, até que ele parou em uma sorveteria. Pegou duas casquinhas e me entregou uma. Ergui uma sobrancelha para ele.

–O que foi? Quando eu chorava, minha mãe me comprava um sorvete. - Falou, dando de ombros.

–Sim, eu me lembro. Você esfregava amoras nos joelhos e dizia à sua mãe que tinha caído, apenas para receber sorvete. – Eu disse, dando um pequeno sorriso.

Luke gargalhou, e eu ri um pouco. Ele tinha uma risada contagiante. Aliás, tudo nele era contagiante. Acho que é por isso que as garotas o adoram. Ele se sentou próximo ao meio-fio, e eu o acompanhei. Por alguns instantes, esqueci de tudo. E foi ótimo, admito.

–Ok, meu sorvete acabou e meu dinheiro também. Portanto, vamos embora. – O moreno falou, se levantando.

Eu me levantei e continuei o caminho até minha casa. Assim que cheguei à porta, convidei Luke para entrar.

–Não posso cara. O papai aqui tem um encontro com aquelas gêmeas gostosas do 1º ano. É, as duas só para mim. – Ele foi embora gargalhando, e me deixou sozinho ali.

Fechei a porta e me deparei com minha mãe na sala. Ela tinha alguns envelopes na mão. O último estava em branco. Sem remetente.

–Oi Adam, querido. – Ela falou, folheando os envelopes. Faltava pouco para ela chegar ao último.

Alcancei-a em dois passos, e tomei os papeis de suas mãos. Ela pareceu assustada, me observando enquanto eu separava o DVD da Zoey dos demais.

–Este é para mim. – Falei, tentando esclarecer tudo.

Dei um beijo em sua bochecha e fui para o meu quarto. Tranquei a porta e coloquei o disco no aparelho.

Olá. – Preciso admitir, Zoey parecia pior do que eu. Havia olheiras escuras debaixo de seus olhos, contrastando com sua pele pálida. O cabelo parecia sem vida, e escuro demais. O canto de sua boca estava curvado para baixo. – Ao contrário do DVD anterior, esse talvez será o pior para mim. Espero que para você também. Bom, pulando vários beijos e amassos, eu e Nick começamos a namorar. Era o namoro perfeito. Quando ele tinha problemas com a mãe, eu o ajudava. Quando eu tinha problemas com a ausência de meus pais, ele me ajudava. Essa foi a época mais feliz da minha vida, talvez com exceção da minha infância. Eu finalmente estava em paz. Apenas uma coisa me incomodava: Nick não parou com seus vícios. E, pelo que percebi, eu não conseguia transmitir essa paz para ele, porque seus vícios evoluíram. Cada vez com coisas mais pesadas. Ele se tornou um grande escravo das drogas, e não tinha dinheiro o suficiente para bancar tudo aquilo. Claro que eu tinha, mas ele não gostava de pedir e nem eu de alimentar aquela prisão em que ele se trancava. Um dia tentei dialogar com ele, pedir para que parasse, mas ele não podia. Chorou. Ele chorou na minha frente. Disse que não conseguia. Eu me ofereci para pagar uma clínica, mas não consegui convencê-lo. Passamos exatos quatro meses assim. Até que ele desistiu. Desistiu de tudo. Me deixou uma carta. – Por mais triste que parecesse, Zoey não conseguia chorar, embora tivesse abaixado a cabeça. ­– Meu príncipe me deixou. Me deixou aqui, sozinha.


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