Welcome to my Life escrita por Calíope


Capítulo 20
Answer


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOI GENTEEE! Acataram ao meu pedido, que lindos ♥ Tentei melhorar tudo que me disseram, e espero que o resultado seja satisfatório. Quero agradecer à todos que elogiaram a fic, eu tenho os melhores leitores do mundo!
Esse, provavelmente, será o penúltimo capítulo. É, sim senhores. E o próximo reserva uma grande, grande, graaaande surpresa! c:
Espero que gostem, amores. Beijão :*



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No dia seguinte, passei o tempo todo na cama. Tentei me distrair com filmes, com os quais sou apaixonado, mas nem isso deu certo. Enquanto meu filme favorito – Moulin Rouge – rodava na televisão à minha frente, eu me lembrava dos momentos que Jane e eu passamos juntos. Desliguei o televisor e fui para o computador, à procura de entretenimento. Devo ter passado todo o dia lendo blogs, porque logo minha mãe me chamou para jantar. Desci, ainda meio nostálgico, mas melhor do que antes. Nada que o maravilhoso aroma da comida da minha mãe não resolvesse. Me sentei à mesa, ignorando os olhares preocupados que recebia dos demais presentes, e comecei a comer.

–Hm, filho? – Falou meu pai, um pouco mais baixo que o normal. – Você está bem? – Continuou.

–Claro que sim, por quê? – Respondi, tentando parecer despreocupado.

–Porque está segurando o garfo ao contrário. – Disse, com feições preocupadas.

Olhei para o meu prato, e notei que realmente tentava pegar a carne com o cabo do garfo. Dei uma risada falsa e arrumei o talher.

***

Alguns dias depois, enquanto estava sentado observando Rosalie brincar com suas bonecas no jardim, ouvi meu nome sendo chamado. Me virei, e encontrei Jack, o carteiro que sempre se encarregava do meu bairro. Sorri, e andei até ele.

–Tudo bem, garoto? – Falou, sorrindo.

–Tudo sim. Algo para mim? – Respondi.

Ele pegou um envelope da bolsa e me entregou. Sem remetente. E foi aí que várias coisas vieram à minha cabeça. A resposta que eu tinha de mandar à Zoey! Corri para casa sem agradecer, e me tranquei no quarto. Tremendo, coloquei o DVD no aparelho.

Eu nem sei o porquê de eu continuar a te enviar esses vídeos. Eu te pedi um favor, você não acatou. Talvez tenha esquecido, achado que não era importante, ou até não tido tempo. Ou talvez, não se importe comigo. – Ela suspirou, e me senti realmente mal. Zoey estava muito mais pálida do que o normal, e mais magra também. Escuras olheiras ainda enfeitavam seu rosto, e seus olhos sempre buscavam o chão. – Bom, depois da morte de Nick, eu ainda me sentia muito mal para fazer qualquer coisa. Sempre visitava o galpão em que ele passava a maior parte do tempo, já que, depois que saí do colégio, ele também abandonou os estudos. As telas que ele pintava ficavam espalhadas pelo local, e me faziam bem. Mas eu ainda estava sozinha. Meus pais sequer sabiam da existência dessa dor, mesmo estarem à par de tudo o que aconteceu. Eu tinha o quê para desabafar? Empregados que me olhavam com pena por onde eu passava? Não, eu não precisava disso. Eu precisava de um amigo, e o único que eu tinha estava morto. Eu ainda durmo com o exemplar surrado de “Romeu e Julieta” que ele me deu no meu aniversário. Ainda tenho a blusa que rachamos no show do AC/DC, embora ele tenha usado-a apenas uma vez, no percurso de volta para casa, depois me dado e nunca mais pedido de volta. O perfume amadeirado ainda estava ali. De vez em quando me permito a divagar para os momentos em que éramos felizes. – Ela suspirou novamente. – Talvez a verdade seja que eu nunca perdoei o Nick por ter partido e me deixado. Eu não conseguia, e ainda não consigo, acreditar que ele me abandonou. Já fazem quatro meses, e eu ainda não aceitei sua morte. Não voltei a estudar. Fico o dia todo trancada dentro de casa, vendo televisão e destruindo meu quarto. Isso é um ponto realmente bom de ter pais ausentes. Espero que, quando eu fugir e conseguir me livrar do inferno em que vivo, já tenha o destruído completamente. Bom, anônimo, espero que me mande a resposta. Como vê, não estou nada bem, e gostaria muito de algumas palavras suas, mesmo que você seja um ser repugnante, será bom ter alguém para conversar. Por favor, me ajude. – E a tela escureceu.

Fiquei parado um bom tempo, pensando em como iria responder. Logo tive uma ideia. Peguei a filmadora que ganhara quando fiz 15 anos e comecei a gravar.

Eu não sei realmente como fazer isso, mas vou tentar. Olá, Zoey. Eu sou Adam, o cara que vem recebendo os seus vídeos. Primeiramente gostaria de te pedir perdão pela falta da resposta. Eu vivo passando um momento difícil em minha vida e não sobrou espaço em minha mente para isso. Quero te dizer que venho me comovendo com a sua história, e desejo que você consiga superar tudo isso. Estou aqui para o que precisar, e espero que possamos nos tornar grandes amigos. Mandarei junto do DVD, meu telefone e endereço de e-mail para continuarmos nos comunicando. Um beijo, e melhoras.

Apesar de ter achado que ficou horrível, gravei em um disco virgem que achei no meu quarto e coloquei no envelope. Encobri-o com o costumeiro pano vermelho-sangue de Zoey, e, em uma folha de papel, escrevi meu telefone e e-mail. Minhas mãos ainda tremiam, mas estava ansioso pela reação da garota que vinha me mandando discos. Deixei o envelope em cima da mesa, com um bilhete para meu pai, pedindo para que deixasse no correio amanhã.


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