Welcome to my Life escrita por Calíope


Capítulo 16
Test if you are a perv


Notas iniciais do capítulo

Bom, o capítulo foi escrito pela Chelsy, novo nome da nossa amiga Flaky. Apenas o DVD da Zoey é de minha autoria.
Quem quiser acessar (por favor, acessem) a nova fic que estou fazendo, aqui está o link: http://fanfiction.com.br/historia/512602/Palavras_de_Papel/ (Tem um enredo bastante parecido com a WTML, perdoem-me)
Tá, vou parar de divulgação. Leiam logo!



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No dia seguinte, acompanhei Jane até o hospital. Ela parecia ter voltado a ser doce como sempre, sem nenhuma mudança repentina de humor. Mas, mesmo assim, eu ainda estava meio apreensivo.

Assim que entramos na sala do hospital, ela desabou em lágrimas novamente.

Seu pai estava horrível. O acidente parecia ter sido bem feio, pois ele estava com hematomas por todo o corpo. Havia quebrado uma perna e estava quase completamente enfaixado. A pista estava molhada, o que acabou fazendo o carro capotar. Bem, pelo menos fora isso que a enfermeira nos contara.
O médico nos avisara que ele não iria voltar para casa tão cedo, pois seu estado era grave. Felizmente ele não corria risco de morte.
Após o fim do horário de visitas e Jane se acalmar um pouco, nós fomos até o parque em frente ao hospital. Nos sentamos em um pequeno banco de concreto, à sombra de uma grande árvore.
– Adam... - Jane começou, fitando o chão. - Obrigada. Eu não sei o que aconteceria se estivesse sozinha.
Sem saber o que responder, passei o braço por cima de seus ombros e beijei o alto de sua cabeça.
– Eu... Eu queria me desculpar, também - Ela prosseguiu. - Sabe, pelo dia em que te mandei embora. Você deve ter achado aquilo estranho, não?
Ela solta um risinho, mas a expressão abatida logo retorna a seu rosto.
– Aquilo começou a acontecer quando eu fiz treze anos. Eu começava a chorar ou tinha acessos de raiva no meio das aulas. Isso também acontecia em casa, mas meu pai era ausente demais para notar. Quando o chamaram na escola por causa do meu problema, ele resolveu me levar ao médico. Depois de alguns exames, descobriram uma falha no sistema límbico do meu cérebro. A parte responsável pelas emoções, sabe? Não é uma bipolaridade, pois consigo controlar. Fiz um tratamento por alguns meses, mas logo desisti, porque não estava me ajudando. Eu... Não te contei porque pensei que me acharia uma esquisita. - Jane concluiu, ainda sem me olhar.
– Jane, não precisava esconder isso de mim. É claro que eu não te acho esquisita, e...
Ela voltou a chorar.
– Me desculpe! Me desculpe! Eu não queria te tratar tão mal, Adam! Por favor, me perdoe! Eu não quero me separar de você!
O que havia acontecido não era culpa de Jane. Eu não podia desprezá-la de maneira alguma. Eu deveria ajudá-la.
– Tudo bem... Não chore, ta? - Ergui seu rosto molhado pelas lágrimas que ainda escorriam silenciosamente. - Me prometa que quando tiver algum problema, virá falar comigo. Sem segredos, certo?
Ela assentiu e limpou o rosto com as mãos.
– Vamos, então. Acho que você precisa descansar.
Os dias foram se passando rapidamente. O pai de Jane melhorou significativamente depois de uma semana, apesar de ainda não acordar do coma. Jane voltara a sorrir de vez em quando, e raras vezes seu humor se alterava. Nas vezes em que aconteceu, ela conseguiu, sem muitos esforços, retomar o controle.
Sete dias depois, eu estava descendo as escadas em direção a cozinha quando vi o típico envelope branco sobre a mesa. Esquecendo completamente do sanduíche que me esperava dentro da geladeira, peguei a encomenda tão esperada e subi para o quarto. Com pressa, retirei o DVD e o coloquei para rodar.
Olá, anônimo. Como vai você? Não, eu não estou bem, mas obrigada por perguntar. – Ela suspirou. –Me perdoe. É só que às vezes sinto falta de alguém que se importe comigo. Alguém que me pergunte como estou e note que eu não estou bem. Alguém que pergunte o motivo de toda essa tristeza. Alguém que me ajude a superá-la. Bom, no último DVD eu tinha parado no beijo, não é mesmo? Ah, Nick. Seus beijos doces que me faziam perder o sono, meu coração acelerar e a adrenalina anestesiar cada músculo de meu corpo. Ele caiu sobre mim na cama, e ao nos separarmos, começamos a rir. E foi a primeira vez que ele riu comigo. Sua risada rouca, doce e infantil, que não lembrava em nada o garoto sombrio que eu conhecia. O clima estava tão leve, tão descontraído, que a pergunta que veio a seguir passou por meus lábios sem antes passar em minha mente. Eu perguntei-o o porquê de ele me tratar mal. Ele me encarou, e seu sorriso se apagou como uma vela bruxuleante ao receber um sopro. Quis ir embora, mas eu insisti no erro. Segurei seu braço e gritei com ele as exatas palavras: ‘Aja como um homem pela primeira vez na vida e encare seus sentimentos’ E ele explodiu. Não literalmente, quero dizer... Ah, você entendeu. Nick me jogou contra a parede, porém eu não tive medo. Sabia que ele jamais seria capaz de me tocar com o intuito de machucar. Só não sabia como eu tinha tanta certeza disto. ‘Você não sabe nada sobre mim’ Ele disse. – Ela imitava uma voz rouca e masculina, o que chegou a ser quase cômico.– Mas a verdade era que eu sabia mais sobre Nick do que ele próprio. Eu entendia suas angústias, seus sofrimentos. E era por isso que formávamos um casal perfeito. Éramos singulares e nos completávamos. Eu disse isso a ele. Embora se fingisse de zangado, li em sua expressão que concordávamos nisso. ‘Você pode se arrepender disto’ Falou. Eu rebati, dizendo: ‘Talvez. Mas um arrependimento a mais, um arrependimento a menos. Não mudará muita coisa na minha vida’ Repentinamente ele agarrou meu braço bom e me puxou para fora de casa, ainda sob o olhar de alguns empregados. Eu perguntava aonde íamos, mas ele não me respondeu. Ao sairmos na rua, notei ele se dirigir à casa vizinha. Ele abriu a porta e tive uma visão completamente devastadora de algo que deveria ser um lar. O cômodo escuro era pequeno, e um sofá rasgado estava acomodado em uma das paredes. Na parede oposta, eu notei uma televisão de, aproximadamente, 50 polegadas. Olhei para o moreno com uma sobrancelha erguida, e ele deu de ombros. ‘Preciso de algo decente para ver futebol’. Nick me levou até um quarto nos fundos, até mais organizado do que o resto da casa. Em uma parede, uma cama. Na outra, uma escrivaninha com um computador um tanto antigo. Esse era seu quarto. Nada a mais, nada a menos. Confesso que fiquei um tanto surpresa por alguém conseguir viver em uma situação daquelas, mas o garoto não me deixou pensar muito. Me puxou pela cintura com um braço, enquanto com o outro mexia em meu cabelo. Começamos outro dos beijos de me fazer arfar durante horas, e acabamos parando na cama. Não, espera. Não é isso o que você está pensando. Apaga, deleta isso, seu malicioso. Apenas deitamos na cama. Me lembro de sentir algo me incomodando, e tirar um exemplar surrado de Hamlet de debaixo de mim. Aquilo era lindo, preciso admitir. Um garoto lendo Shakespeare? Nada comum. Voltamos aos beijos e... Não, espere. Eu tenho que acabar sempre com um beijo, não é mesmo? Então acaba por aqui. Obrigada por me ouvir, querido amigo. Até mais ver. – E acabou.


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Notas finais do capítulo

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