Welcome to my Life escrita por Calíope


Capítulo 11
Fire


Notas iniciais do capítulo

Galera, ficou curto, mas é necessário para meu melhor amigo aparecer: O suspense clichê.
Espero que gostem, tem Zoey e talz. '3'



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Abri a porta da sala e deixei minha mochila no chão, próximo à bancada. Após constatar que não tinha ninguém em casa, fui até cozinha e preparei a única coisa comestível que sei fazer, vulgo, macarrão instantâneo. Me sentei à mesa da sala e comecei a comer meu jantar improvisado, até notar ali, um envelope branco e sem remetente.

–Mas ainda não completou uma semana desde o último... – Murmurei para mim mesmo.

A curiosidade venceu a fome, e eu levei o envelope até meu quarto, parando em frente ao aparelho de DVD. Envolto, novamente, em um pano vermelho sangue, estava o disco. Coloquei-o no aparelho e aguardei Zoey, até que ela apareceu. Parecia diferente da gravação anterior, em que se notava fragilidade. Agora estava apática, e podia jurar que a temperatura abaixou.

–Olá, ser querido, ou não. Eu diminuí o tempo, quebrei minhas regras, eu sei. Acontece que estou ficando cada vez mais dependente desses vídeos. Chego até a me comparar a...- Seu rosto continuou inexpressivo. – Bobagem. Bom, vou agilizar as coisas, acho que estou fazendo muito suspense com esses DVD’s, não? Corrija-me se eu estiver errada, embora é claro que você não vai o fazer, mas eu parei nos boatos, não é mesmo? Ok. É impressionante como as pessoas são nojentas. O ser humano é algo desprezível. Pelo simples fato de eu ser diferente, as pessoas me julgaram. Inventaram coisas a meu respeito. Acabaram com qualquer chama de felicidade que pudesse restar em minha vida. E eu ainda sim, não voltei a ser quem eu era. Não, eu já estava mergulhada nessa lama, e não havia volta. E Nick, a única pessoa que poderia me compreender, me ajudar a superar isso tudo, estava ocupado imaginando outro motivo para uma mudança tão radical senão a necessidade de chamar atenção. Eu não me preocupava mais com o que ele achava de mim, por considerar a batalha perdida. Até aquele dia... – Finalmente pude ver um traço de algum sentimento ali, mas logo ele desapareceu, e Zoey voltou à sua inexpressão. – Eu não queria voltar para casa após a escola, sabendo que ia encontrar apenas empregados, e nenhum amor materno, paterno, ou nenhum traço de uma estrutura familiar. Coloquei meus fones de ouvido e caminhei até uma das praias da cidade. A noite caía, e o mar àquela hora era magnífico, refletindo a luz da lua. Após chegar ao meu destino, me sentei na areia, e fiquei apenas observando o movimento das ondas. Me lembro de cada detalhe daquela noite, coisa que preferia esquecer, e poderia citar cada concha, cada caranguejo e cada estrela-do-mar visualizadas ali. Imersa em meus pensamentos, não escutei o barulho dos passos atrás de mim, e só senti quando mãos de ferro me agarraram, formando um gancho em meus braços. E ali estavam eles. Quase todo o time de futebol do colégio, e suas namoradas. “Hey, estranha” Eles disseram ”Sabe o que as vadias merecem e que o governo não pode fazer?” Aquelas vozes, risos ecoando por toda parte. Ninguém presente ali, ninguém que pudesse me ajudar ou amparar. Eles fizeram algo que nenhum ser vivo, nem mesmo o mais desprezível deles, merece. Ambre, sua líder, tirou um vidro de álcool da bolsa, e despejou-o em meus braços. Tive um surto de adrenalina ao notar o que estavam prestes a fazer, mas era tarde demais. O garoto que me segurava, soltou os braços, e senti centenas de mãos nas minhas costas. Caí na areia, vendo o fósforo queimar à minha frente e depois ser jogado em direção aos meus braços. Ele poderia ter caído na areia e a tentativa seria falha, mas acertou em cheio meu antebraço esquerdo, e minha pele entrou em chamas. Não consigo descrever a sensação de ter sua pele e carne queimadas. Entrei em pânico, mas não conseguia me mexer. Vi um vulto negro correndo em minha direção, e imaginei ser mais um de meus terríveis perseguidores. Ele me pegou no colo, embora eu tentasse lhe dizer que sua camiseta estava pegando fogo, não me largou até entrar no mar. A água salgada ardeu nos ferimentos deixados pelas chamas, mas também aliviou a dor dilacerante que antes sentia. Me senti eternamente grata ao meu salvador, e desmaiei. – Ela deu uma pausa na narração, como se tentasse se lembrar do que vem a seguir, e eu escutei a campainha tocar. Apesar da minha vontade de ignorar, pausei o vídeo e desci até a porta da frente. Abri-a, e dei de cara com um par de olhos verdes, e pela primeira vez, eles me pareceram um tanto incovenientes.


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews, please. Fiquei um tanto chateada pela decaída que deram :C
P.S. Não que eu cobre comentários, por favor. É só que é chato. Até mesmo porque o autor sempre espera uma melhora nos números c: