A Nova Geração escrita por BlindBandit


Capítulo 27
Complicações


Notas iniciais do capítulo

devo colocar o filtro de maior de idade nessa imagem? acho desnecessário, mas se alguém se ofender muito me avisa que eu tiro, so nao precisa denunciar... o desenho pertence a Viria



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Kiyoko estava sentada no sofá, com a coberta até debaixo dos braços, sua barriga estava enorme, saltava um enorme relevo na coberta. Seus cabelos brancos estavam soltos e caiam pelo travesseiro. Ela tinha o controle remoto na mão e mudava de canal tediosamente.

– Você tem certeza que vai ficar? – Dan disse, colocando um grosso casaco.

– Tenho, está muito frio lá fora, e alem do mais, o bebe decidiu se mexer muito hoje, prefiro ficar aqui. – ela disse sorrindo para ele.

– Tudo bem. – ele lhe deu um rápido beijo nos lábios – Eu vou voltar rápido.

– Divirtão-se – ela acenou.

Todos acenaram de volta. Eles usavam grossos casacos de inverno. A neve caia fora da janela, deixando tudo branco, até o pequeno Haru estava empacotado em agasalhos, o garoto de dois anos sorria com seus dentes de leite e acenava para ela do colo de sua mãe. Eles haviam decidido patinar no gelo, como era a primeira neve que Haru finalmente podia sair de casa e brincar, todos estavam indo. Deixando Kiyoko sozinha na mansão branca e preta.

Ela se reencostou nas almofadas, ouvindo todos saírem. Pela janela, ela pode vê-los atravessar a neve. Eles brincavam e riam. Blue Star jogou uma bola de neve em Bridget, e ela revidou. Haru ia nos ombros de seu pai, tentando pegar flocos com as mãozinhas gordas. Kiyoko desejou poder estar com eles. O bebe mexeu-se dentro dela.

– Você também não é? - ela disse acariciando a barriga – No próximo inverno eu vou te levar para ver a neve, eu prometo.

Ela escolheu um canal onde um homem ensinava como cozinhar pato com laranjas, ela largou o controle ao lado de seu corpo e reencostou a cabeça nas almofadas, sentindo seus olhos pesar. Kiyoko nunca estivera tão cansada como nas ultimas semanas de gravidez. Ela finalmente adormeceu.

Quando ela reabriu os olhos, o sol na janela já estava do outro lado da cidade, anunciando o final do dia, e que em pouco tempo todos estariam de volta.

Ela decidiu tomar um banho, ela se levantou no sofá. Foi quando o bebe chutou mais forte. Kiyoko arquejou, quando ela estava se recompondo, ele chutou novamente, e dessa vez, um liquido quente começou a escorrer pela coxa. “ A bolsa estourou” ela pensou, um pouco calma. Ela iria pegar o telefone a avisar da chegada do bebe.

Foi quando ela sentiu um cheiro metálico ,ela colocou a mão na sobrecoxa, e o que veio na sua mão não era o liquido amniótico transparente, e sim sangue. Vermelho vivo, sangue.

Ela arquejou, surpresa e desesperada, ela subiu as escadas correndo, até o telefone.

Ela se agarrou ao aparelho enquanto digitava rapidamente o numero de Dan. O telefone tocou três vezes antes da voz alegre dele atender.

– Oi meu amor – ele disse.

– Dan! – ela exclamou.

– Kiyoko, está tudo bem? – sua voz tinha se transformado.

– Dan, o bebe, sangue... por favor, venha rápido, e traga médicos – ela tentou dizer, mas ela mal sabia o que estava acontecendo, como explicaria para ele?

– Aguente firme Kiyoko, eu já estou a caminho – ele disse.

– O que aconteceu? - Kiyoko pode ouvir a voz de Ryan ao fundo.

– Alguma coisa errada com o bebe, Kiyoko não está nada bem, precisamos ajuda-la o mais rápido possível – ele disse a Ryan antes do telefone ficar mudo.

Kiyoko largou o telefone em cima da mesinha antes de cair de joelhos no chão, Ela sentia que não conseguia mais se aguentar de pé, de repente ela parecia pesar uma tonelada. Uma poça de sangue havia se formado em volta dela. “ Isso não pode ser bom “ ela pensou. Seus pensamentos estavam lentos, assim como os seus movimentos e a percepção do tempo, tudo devido a perda de sangue.

Kiyoko não poderia definir se haviam se passado alguns segundos ou horas até que a porta foi aberta, e Dan entrou, com um olhar desesperado nos olhos azuis claros. Ele pegou Kiyoko no colo e a depositou sobre a cama, tudo passou como um vulto aos olhos de Kiyoko, ela queria falar, mas parecia ter perdido sua voz. Ela viu um vulto de cabelos brancos, devia ser Ryan, ele tentava desesperadamente fazer com que Kiyoko falasse com ele, mas ela não conseguia entender o que ele dizia, seus ouvidos estavam abafados, e seus olhos semisserrados viam pouca coisa. Ela sentia como se fosse uma criança novamente, lutando contra o sono, ela tinha lampejos de lucidez, onde ela via e ouvia, mas era impas de falar. Ela podia ouvir Ryan e Dan, ao seu lado, dizendo que tudo ia ficar bem, eles apertavam suas mãos, mas ela sentia-se incapaz de responder ao simples gesto.

Em um deles, ela viu uma medica, de cabelos negros trançados, dizer para Dan.

– O bebe vai sufocar com a placenta – ela havia dito – vamos ter que abri-la para tirar a criança.

Kiyoko pode se lembrar de Ryan contando sobre o parto de Bridget “ Cabecinha vir primeiro é uma coisa boa “ ele havia dito “ Se os pés da criança vierem primeiro, ela está invertida, o que complica o parto. “ Seu filho devia ter colocado os pezinhos para fora antes, ela pensou.

Em outros desses momentos, quando a luz deu lugar a escuridão, ela ouviu um choro agudo, estridente, ela viu pela fenda dos olhos, Dan segurando um bebe ensanguentado. Ele era cabeludo, cabelos brancos, como os dela.

– É uma menina – Dan anunciou.

Uma menina – Kiyoko pensou, ela tentou esboçar um sorriso, mas o seu sono finalmente a venceu, pesando toneladas, a levando para baixo de um abismo sem cores, sem som, sem nada. Ela foi engolida pela escuridão. “ Eu nem tive tempo para segurar minha filha – ela pensou, antes de ser totalmente engolida.

(Ponto de Vista dos meninos, nos mesmos eventos. )

Daniel subiu correndo as escadas, a frente dos médicos e de todos que vinham atrás. Ele abriu a porta do quarto com um chute, e encontrou Kiyoko sentada em um poça de sangue, seu próprio sangue. Ela fitava o chão, sem vida, quando ele a pegou no colo e colocou sobre os lençóis. A garota tinha os olhos vazios, tentando acompanhar o que acontecia, ela abria a boca, mas nenhum som saia dela.

Ryan entrou no quarto, seguido dos médicos.

– Onde estão todos? – Dan perguntou.

– Lá embaixo, os médicos pediram para que poucas pessoas acompanhassem o parto. – ele respondeu indo até Kiyoko. – Como ela está?

– Não parece nada bem – ele disse aflito. – Ela não responde a nada que lhe pergunto... o medico diz que foi pela perda de sangue... estou muito preocupado com ela Ryan.

Ryan tomou o outro lado da cama, apertando a mão de Kiyoko. Dan se apressou em ajudar os médicos.

– Kiyoko, irmãzinha, você consegue me ouvir? – ele disse, Kiyoko virou o rosto para ele, ela estava pálida, e seus lábios estavam sem cor. – Kiyoko, me responda, por favor... fale alguma coisa, qualquer coisa.

Kiyoko limitou-se a fitá-lo, mesmo seus olhos vermelhos pareciam apagados. Ryan apertou a mão dela mais uma vez, sentindo as lágrimas queimarem em seus olhos e escorrerem pelo rosto, seus lábios tremiam involuntariamente.

– Kiyoko, por favor – ele disse. Os olhos de Kiyoko giraram até ele, Ryan pode sentir que ela o olhava, talvez tentando achar uma maneira de responder. Ryan viu uma única lágrima rolar pelo rosto de sua irmã. Ele a limpou com o dedo. – Vai ficar tudo bem maninha, aguenta firme.

Kiyoko fechou os olhos, suspirando, e Ryan se levantou.

– Como está ai? – ele perguntou para Dan.

– Os médicos estão tentando tirar o bebe, mas parece que ele está ao contrario, eles vão ter que abri-la para tirar a criança. – ele disse aflito, olhando para a cortininha azul que escondia o que os médicos estavam fazendo. – e Kiyoko?

– Ela me respondeu, quero dizer, ela me olhou nos olhos, e uma lágrima caiu de seus olhos.. ela está consciente... acho que ela vai ficar bem, foi só a perda de sangue, tudo vai ficar bem agora. – Ryan disse, Dan assentiu, mas nenhum dos dois acreditava plenamente nisso.

– A placenta está sufocando o bebe – Dan pode ouvir a medica dizer, algum tempo depois.

– Mas ela já perdeu sangue demais, seria muito arriscado – disse outra.

– Temos que tentar, se não o fizermos, a criança vai morrer – ela disse, e essa pareceu ser a palavra final.

Ryan de Dan se entreolharam, nervosos, enquanto esperavam sentados ao lado de Kiyoko, sem poder fazer nada.

Dan segurou uma mecha dos cabelos de Kiyoko entre os dedos, ele podia ver seu peito subir e descer quando respirava, ele sabia que ela estava adormecida, um pouco por causa das anestesias, um pouco pela sua fraqueza, mas Dan ainda estava muito preocupado, a pele da garota estava acinzentada, onde sempre fora rosada, e bolsas de olheiras negras se formavam abaixo dos olhos. Ah... e os olhos, eram eles que mais o preocupavam. Des de conhecera Kiyoko, tantos anos antes, no colégio, ele sempre vira olhos vermelhos cheios de vida, de emoções, e o que ele encontrou quando entrou no quarto foi um par de olhos sem vida, nenhuma esperança, como se ele fitasse um globo de vidro que não fazia nada a não ser refletir sua imagem. Pensar nisso fazia com que o coração de Dan quase parasse.

Kiyoko as vezes abria os olhos, e respondia a sinais. Ryan podia jurar que sentiu ela apertar sua mão, bem de leve, Dan sentia que ela o olhava.

Depois de horas de uma cirurgia complicada. A medica surgiu com uma figura ensanguentada, chorando alto, agudo, e esperneando. A enfermeira embrulhou a criança em um manto branco, e Dan a pegou no colo.

– É uma menina – ele disse, fitando a criança. Ela era muito cabeluda para uma recém-nascida, cabelos brancos, assim como os de sua mãe. Assim que ela parou de chorar abriu os olhos. Olhou azuis claros, os olhos que ele via no espelho todas as manhas. – Minha filha – ele sussurrou para a criança. Por um momento, um milésimo de segundo, ele se esqueceu de tudo. Se esqueceu de que Kiyoko estava deitada naquela cama, pálida, sem saber seu futuro... se esqueceu te tudo o que havia acontecido horas antes, tudo o que ele conseguia se concentrar era no minúsculo rostinho da criança em seus braços.

Quando a realidade voltou a ele, Dan fitou Kiyoko, ele podia jurar que viu um meio sorriso em seus lábios rachados, e um certo brilho nos olhos, antes da garota tornar a fechar os olhos e sua expressão voltar a ser vazia.


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Notas finais do capítulo

eu sou muito má, fala serio! UHASHSUHASHU ta, isso não foi nem um pouco engraçado, foi muito tenso... a Kiyoko não ta morta galera.... não ainda (: eu ainda não decidi ao certo oq vou fazer com ela ....



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