Tony escutava a musica alta vinda do laboratório, completamente descansado e revitalizado ele saiu correndo quando Abby disse que precisava falar com ele- Abby?

–Tony!- Ela tomou um gole do café. DiNozzo percebeu que McGee estava la também- Como assim a Ziva não veio hoje?

–Ela só não veio Abbs. Ficou em casa, dormindo- Ele mentiu.

–Mas ela esta bem? E os bebes? Gibbs vai...

–Gibbs ja sabe, bem ele sempre sabe de tudo. E os três estão bem, Abby. Ziva só... estava cansada.

Abby assentiu. Tony não queria mentir para seus colegas, sabia exatamente onde Ziva estava e por que não fora ao trabalho. Por que ela ja estava trabalhando.

***

Ziva levantou tarde, eram oito horas quando recebeu uma mensagem do Diretor com o destino do hospital que a garotinha havia sido levada. Seu dever era mante-la calma e conseguir toda a informação possível. Ela sabia que a menina deveria estar assustada, imagine desmaiar no meio de um deserto e acordar em um país completamente diferente, ela deveria estar no mínimo com medo.

Ziva pode entrar imediatamente no quarto e foi deixada a sós, a criança ainda não havia acordado mas ja estava bem. Ela via como a menininha estava pálida e como parecia frágil, ela deveria ter uns oito anos, a pele tinha um tom bronzeado, ela não sabia definir, os cabelos eram na altura do ombro com alguns cachinhos nas pontas, suas mãozinhas pequenas e com algumas cicatrizes que Ziva fez questão de pegar. Ela perecia em paz, dormindo tranquila, Ziva se aproximou mais dela, era apenas uma criança, como as suas seriam, e tocou seu rostinho.

Ela abriu os olhos instintivamente e começou a tentar recuar na cama gritando em outra língua, mas Ziva sabia o que ela estava dizendo.

–Ziva!- Ela disse logo que abriu os olhos, quase como um sussurro involuntário. Ziva achou estranho, talvez tivesse escutado errado, mas ela começou a entrar em pânico- Onde eu estou?! O que fizeram comigo?! Onde... onde...

–Espere! Por favor- Ela olhou para a barriga de Ziva. Talvez pensasse que uma mulher grávida não fosse tão ameaçadora. Ziva não gostava mas ao menos tinha conseguido a atenção da menina- Meu nome é Ziva, eu sou uma agente do NCIS, você esta nos Estados Unidos- Ela perecia mais calma- Qual seu nome?

–Avi.

–Te encontramos em uma vila devastada em Israel. Você tem pais?- Avi negou com a cabeça, Ziva percebeu que esse não era o assunto favorito dela.- Encontramos também isto- Ela mostrou a foto da arma- Como foi parar com você?

–Era do meu pai... Ele me deu quando eu era pequena, por segurança... Minha cabeça esta doendo senhora.

–Pode me chamar de Ziva- Ela se aproximou e pegou a mãozinha de Avi- Descanse por enquanto. Esta segura aqui.

***

–Abby!

–Ziva!- Ela pulou da cadeira- Que bom que você me ligou. Você esta bem? Por que não veio de manhã?

–Depois Abbs. Primeiro o que eu te pedi.

–Claro- Ela mostrou as fotos no computador- A arma é nova, novinha, recém tirada da caixa. É tudo o que eu posso dizer.

Avi tinha mentido para ela- Obrigada Abbs.

–Você esta bem?- Ela perguntou pelo olhar distante de Ziva.

–Hum? Sim. É só paranoia do Tony, não se preocupe.

Ziva voltou para sua sala. Por que Avi mentiria sobre a arma? Certo que ela estava assustada em um país diferente onde Ziva era a unica pessoa que falava seu idioma. Mas a história sobre os país parecia ser verdade, seu olhar triste não mentia, Ziva tinha certeza entretanto sobre a arma era completamente diferente.

–Hey!- Tony passou a mão por sua cintura e lhe deu um beijo na bochecha, o que fez com que todo o raciocínio de Ziva fosse pro brejo- Aonde você esta indo?

–Preciso sair.

–Mas acabou de chegar!- As portas do elevador se fecharam.

***

Ziva bateu na porta. Avi estava remexendo um prato de comida.

–Também não gosto de comida de hospital.

–Você já teve que ir ao hospital?!- Ela parecia espantada

Ziva riu- Já. Algumas vezes- Se sentou na cama perto dela- Eu trouxe uma coisa pra você- Ela pôs uma caixinha de falafels sob a mesinha em seu colo- Eu gostei bastante quando vim pra cá- Ela comia um atras do outro- Calma, assim vai passar mal... Avi, eu sei que seu pai não te deu aquela arma quando era pequena- A menina olhou relutante pra ela- Sera que você pode me contar como isso aconteceu? E como você era a unica pessoa naquela vila em Israel? Isso pode fazer parte de uma grande investigação, é muito importante. Você entende?

–Não posso- Ela falou baixinho- Estou em perigo.

–Não, não. Você esta segura aqui.

–Eles estão por todos os cantos, foi o que nos ensinaram.

–Eles quem? Mossad?

Avi olhou para os lados e sinalizou para que Ziva chegasse mais perto- Eles se chamam de ressurreição.

–E quem são eles?

–Eu não sei... Somos apenas escalados e treinados.

–Foi isso que aconteceu com seus pais e as pessoas daquela vila?

Ela pareceu um pouco triste- Nãos. Meus pais morreram quando eu era pequena, eu vivi com meus tios até o dia em que... em que eles chegaram, levaram as crianças mais velhas e os adolescentes, nos lutamos contra mas eramos poucos.

–E você foi levada junto com eles. Pra onde?

–Eu não sei, cobriam as nossas cabeças. Nos treinavam e nos davam armas, depois nos dividiam em grupos e escolhiam os lugares.

–Grupos de que?

–Geralmente eram dois adultos e uma ou duas crianças menores, sempre um homem e uma mulher. Ouvi dizer que alguns até saíram do país.

–Pra que?

–Eles falavam que era para lutar contra o inimigo. ''O sacrifício da morte pela salvação'' eles nos obrigavam a repetir. Mas eu era muito nova para essas missões.

–E como você foi acabar sozinha? Havia outros com você?

–Eles vão me encontrar- Avi tinha lágrimas nos olhos. Ela tentava ser forte, mas no fundo era apenas uma criança de oito anos com medo.

Ziva chegou bem perto da menina- Não, não. Ninguém vai te fazer mal- Ziva abraçou Avi num instinto materno, a menina não correu do abraço, ficou encolhida nos braços de Ziva- Precisamos da sua ajuda, só assim tudo isso irá acabar, sim? O que houve com as outras crianças?

–Eu não sei. Fomos deixados no deserto para treinar, mas eu me perdi. Passei três dias vagando até que...

–Nós a encontramos- Ziva olhou fundo nos olhinhos de Avi- Esta completamente segura aqui. Posso te fazer uma ultima pergunta?- Avi assentiu- Como sabia o meu nome?

–Você é a filha do Diretor Eli David. Meu tio me falou uma vez, quando eu vi em uma revistas a foto dele. Disse que você era muito bonita e que morava nos Estados Unidos- Ziva se levantou, ela precisava contar tudo ao Diretor- Aonde você vai Ziva?

–Eu volto logo. Prometo.

***

–O hospital ligou- Disse Vance- A menina sera liberada em algumas horas.

–E o que o senhos pretende fazer?

–Bem. Pelo que você me contou ela é realmente importante para este caso.

–E precisa de um lugar para ficar.

–Esta se oferecendo David?

–Ela confia em mim. Acho que é uma boa ideia ja que eu sou a única que falo o idioma dela.

–Bem ja que você conquistou a menina acho uma boa ideia sim. Começaremos amanhã, quero que a traga aqui, pode ser de grande ajuda. Vou avisar DiNozzo e Gibbs.

***

Ziva estava um pouco nervosa, não queria que Tony soubesse as coisas por outra pessoa, mas ele ja estava na sala do Vance quando ela chegou com Avi. A menina parecia bem melhor, a pele tinha cor novamente e Ziva podia ver seus olhos de um tom amarelo esverdeado brilharem agora. Ela vestia o casaco de Ziva ja que suas roupas não eram exatamente para a estação.

Ela estava comendo falafels enquanto Ziva falava das pessoas com quem trabalhava. Avi parecia bem animada para conhece-los. Quando Tony e Gibbs saíram da sala de Vance. Tony bateu , imediatamente, os olhos em Avi. A garotinha estava escondida atras de Ziva quando Gibbs e Tony vieram vê-la.

–Shalom- Gibbs falou ficando da altura de Avi. Ela encarou Ziva como se quisesse ordens do que fazer e sorriu para Gibbs.

–Ela não fala o nosso idioma?

–Não Tony. Apenas hebraico.

–Este é o Agente Gibbs e esse o Agente Tony, meu marido.- Ela pôs a menina na sua frente, ela perecia um pouco encabulada- Fale o que eu te ensinei.

–Oi- Ela disse um pouco tímida.

Os três foram para casa, Ziva achou Tony um pouco, distante. Não sabia por que mas ele nãos tinha aquele jeito brincalhão de sempre. Avi dormiu em um quarto destinado a hospedes, perto do de Ziva. Amanhã as duas teriam muito trabalhos e ela queria que a menina estivesse descaçada.