O Filho de Roma - Livro Dois escrita por Dreams


Capítulo 10
Chapter 10° - Louca Das Agulhas.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/477235/chapter/10

Louca Das Agulhas.

Danilo L.

Ainda sentia o impacto contra o concreto. A dor alucinante na cabeça.

Sentiu-se inútil por não ter tido salvado Lays. Agora estava lá adormecido.

Teve um sonho com Anna, seu cabelo estava mais comprido e desgrenhado, ela estava machucada e cortes leves no rosto. Olhar triste e cansado para o chão, as mãos estavas amarradas acima da cabeça, e a boca amordaçada, achou que era pelo charme. Ao lado outra garota, cabeços ruivos e poucas sardas, olhos azuis escuros, e havia cortes semelhantes ao de Anna. Dois guardas estavam na porta vigiando elas. Estavam em uma cela.

Aquilo foi à única coisa que Danilo sonhou depois do ataque. Mas a toda hora imaginava que estaria nos Campos dos Elíseos, ele salvou algumas pessoas, então pensava que Zeus poderia fazer uma forcinha para coloca-lo nos Campos dos Elíseos para vagar no eterno.

–A sopa está quase pronta. – Uma voz fraca e feminina pode ser ouvida.

–Então cuide dele, limpe e termine de arruma-los. – Uma voz mais próxima de Danilo, igualmente feminina.

Danilo começou a recobrar a consciência, e viu uma garota com uma agulha indo em direção ao seu peito.

–Ei! Ei! Eiiii! – Gritou o garoto, que se desequilibrou e caiu no chão, derrubando tudo que havia no criado-mudo.

–Deuses! Olha oque você fez!

–Quem e você louca da agulha?

–Louca da agulha?

Ele apontou para a agulha na mão dela.

–Deuses! Eu estava terminando o curativo do teu machucado.

Danilo direcionou o olhar para o seu machucado que agora estava limpo.

–Você e alguma enfermeira dos deuses?

Ela bufou e revirou os olhos.

–Só... Deita na cama para eu terminar.

–Você não vai me matar ou fazer experiências com meus órgãos não ne?

–Vou sim, se não calar essa boca e ficar quieto.

–Está bem... Eu entendi só uma perguntar, vai doer?

A garota levou as mãos à cabeça. Em seguida começou a fazer a sutura, Danilo mordeu o braço por conta da dor, que logo passou. Agora ele tinha uma cicatriz que ia do abdômen até perto do peito.

Depois disso tudo ele se sentou e ficou olhando para a garota limpando e arrumando tudo.

Cabelos curtos castanhos escuros na altura do ombro, lisos, e uma franja que cobria os olhos amarelos. Pele clara, e leves olheiras, maquiagem preta em volta dos olhos que deixavam mais penetrantes. Unhas pretas e mãos doces, ela demonstrava ser feroz, e nada amigável. Lábios em um tom vermelho, que combinava com a pele perfeitamente, e roupa também preta. Que caiam perfeitamente. Era a imagem da tristeza, mas também da rebeldia.

–O que está olhando? Perdeu algo?

–Qual seu nome?

–Helena... Helena momsen.

–Nome bonito, Helena.

–Prefiro que e chame de Hells.

–Como querer Hells. Chamo-me Danilo... Mas pode me chamar de Dan.

–Danilo esta bem.

–Como quiser.

Ela sorriu de canto, mas quando percebeu que Danilo sorriu ao ver, desmanchou e se levantou.

Danilo tentou seguir a garota, mas a dor alucinante o fez cair na cama.

–Não se levante, ainda está ruim.

O garoto logo tentou de novo, então meio tonto, se apoiou na parede, e logo estava de pé.

–Você e teimoso assim sempre?

–Só quando pedem para fazer algo, não sou muito bom para obedecer.

–Percebe-se.

Danilo se aproximou dela que direcionava a outro cômodo.

–Sabe onde estão meus outros dois amigos?

–Devem ter morrido por que só te achei no meio dos escombros.

Danilo perdeu o equilíbrio e caiu ao chão.

–Mortos?

–Calma... Eles estão no outro quarto.

Ela apontou em direção ao cômodo à direita, Jake estava deitado em um sofá verde escuro e Lays deitada em uma cama com um lençol bege cobrindo a garota.

–Eles estão bem?

–Sim, bem melhor que você. Somente alguns arranhões, de resto, em perfeito estado. Lola só teve o trabalho de limpa-los.

–Lola?

–Sim, minha irmã. Ela está fazendo o jantar, então não a incomode.

–Então o que posso fazer? Vocês nos salvaram, devemos fazer algo para retribuir.

–Faz seguinte, esta vendo aquela poltrona perto do seu amigo, então senta lá, e fica calado, somente isso. Obrigada. – Ela sorriu ironicamente.

–Deuses! Preferia enfrentar um ogro.

Danilo sentou-se na poltrona e ficou olhando para a garota que arrumava tudo.

Em um radio velho tocava uma música, era calma, e um tom antigo.

–Sabe que música e essa?

–O’ Children, do Nick Cave.

Ela tinha um tom melancólico, Danilo ficou imaginando tudo que aconteceu, com a musica de fundo.

–O jantar está pronto. – Gritou Lola da cozinha.

Danilo e Helena se direcionaram para a mesma. Lola era poucos centímetros menor que Helena, mas tinha aspecto de ser a mais velha das duas. Olhos pretos como a noite, cabelos de um tom avermelhado que mesclava para o castanho, era um degrade, pele semelhante, ou mais branca que a de helena. Lábios também de um tom vermelho. Olhar para ela era como se aventuram no escuro dos seus olhos e viajar pelo eterno.

Ela tinha feito um ensopado, que estava delicioso para Danilo, que estava morto de fome, o garoto repetiu o prato três vezes, até que um grito veio da sala.

Danilo correu ao encontro de Lays, que estava aterrorizada.

–Calma. Calma. – Ele a abraçou.

–Você está aqui, está bem, está bem. – Ela passava a mão sobre o rosto do garoto. – Achei que estava morto. – Lagrimas desciam de seu rosto belo.

–Eu morrer? Estranho ouvir isso.

–Besta. – Disse batendo em seu braço e pousando a cabeça no seu ombro. – Onde estamos?

–Fomos salvos.

Helena e Lola se aproximaram.

–Vocês foram às garotas que eu vi antes de apagar.

–Sim, você disse algo meio que difícil de entender. – Debochou Lola.

–Muito obrigado, mesmo. Cadê o Jake?

–Serve aquele roncador?

Jake estava esparramado no sofá, roncando de boca aberta.

–Deuses que aliviou.

–Venha comer. Lola fez um ensopado delicioso.

Danilo ajudou Lays a se levantar e levou a garota até a cozinha. Logo mostrou a barriga, que agora estava costurada. Lays agradeceu Helena, que disse que aquilo não era nada.

–Muito obrigado as duas, não sei como agradecer. Mas nos temos que partir Danilo.

–Não podemos ficar? Jake não comeu, e seria bom dormir em uma cama confortável.

–Não sei... Elas já fizeram muito por nós.

–Por mim podem ficar. – Disse Lola, logo olhando para Helena.

–Fiquem... – Disse somente.

–Ok, mas só uma noite.

Danilo comemorou abraçando a garota.

♦♦♦

Todos já estavam em um sono profundo, mas Danilo não conseguia dormir.

Ficava na cama de casal olhando para a janela, decidiu sair um pouco, quem sabe tomar um ar.

Foi até a porta, então ouviu um choro, mas bem fraco. Ele procurou em todo canto, mas o choro não mudava de tom, era o mesmo aonde quer que fosse.

Decidiu voar, então no teto da cabana avistou Helena, sentada chorando entre as pernas com a mão na cabeça.

–Ei, Hells, oque ouve?

–Droga. Por que veio aqui?

–Não consegui dormir, então ouvi um choro.

Ela limpou as lagrimas que restaram.

–Não era para ninguém ouvir.

–Por que está chorando? – Danilo pousou ao lado da garota.

–Por nada, me deixe aqui sozinha, sou mais feliz assim!

–Me conte, por favor.

Ela olhou nos olhos do garoto, e assim ele pode ver os olhos amarelos penetrantes que apreciam brilhar a luz do luar.

Ela enxugou a ultima lagrima.

–Hoje faz 13 anos que minha mãe morreu.

–Sinto muito, mesmo... Ela era sua mãe e da Lola.

–Sim.

–Como ela morreu?

*Se puderem, coloquem essa música para tocar – Halestorm– Break in.*

Helena olhou para os céus, a lua deixava sua pele mais branca e iluminada.

–Minha mãe conheceu Hades.

–Você e semideusa? – Danilo gritou.

–Fica quieto, vai acordar os outros. Sim sou semideusa, e sei que tu também é. Só por ver os monstros que vieram atrás de vocês. Mas filho de quem?

–Júpiter.

–Romano?

–Sim... Na verdade não sei. – Danilo viu que aos poucos estava aderindo à ideia de ser romano, o que deixou triste. E cheio de duvidas.

–Se fosse romana seria filha de plutão, mas sou grega. Hades conheceu minha mãe em um parque, ela costumava caminhar, alimentar pombos e ficar tomando suco admirando as paisagens. Hades se aproximou dela, o que não era normal, por que vestia um terno vinho escuro e sua pele era branca como a neve. Ele conquistou de uma maneira a minha mãe, que ela se apaixonou loucamente, mas Hades também tinha se apaixonado. Depois de um tempo, minha mãe ficou gravida.

–De você.

–E claro gênio... Mas Hades parou de visitar minha mãe, tanto que no parto ela foi sozinha para o hospital. Ela me criou em uma fazenda isolada, onde ninguém e nada pudesse achar ela, o que não funcionou.

–Monstros?

–Pode se chamar assim... Mas não, um Deus, Morfeu.

–Quem é?

–Morfeu, Deus dos sonhos... O que tu aprendeu na tua vida?

–Matemática.

–Só de ouvir o nome me arrepio.

–Continue.

–Eu sei... Então Morpheu se aproximou de minha mãe, mas o coração dela era de Hades. Morpheu não aceitou, então usou um feitiço e fez com que minha mãe se apaixonasse loucamente por ele. Eles se relacionaram e tiveram Lola. – Os olhos dela se encheram de lagrimas.

–Se quiser parar.

–Estou bem. – Ela usou a manga da camisa para limpar a lagrima no rosto branco. – No aniversario de um ano de Lola, Hades apareceu, mas agora estava com uma túnica preta, almas apareciam gritando de agonia, um anel preto no dedo e olhar frio e gélido. Foi a primeira vez que o vi, e a ultima.

–O que ouve.

–Hades matou minha mãe. Para ele, ela era uma traidora, por ter ficado com Morpheu, mas Hades não sabia que minha mãe tinha sido enfeitiçada. Hades se sentiu culpado, e as ultimas palavras dela foram... “Eu te amo meu amor.” – Lagrimas desceram delicadamente pelo rosto de Helena.

–E como soube de tudo isso.

–Eu vi tudo isso.

Danilo ficou sem reação, imaginou como era para ela ver sua mãe sendo morta por seu pai bem a sua frente.

–Lola e eu fomos levadas para um orfanato por nossa vizinha. Todos nos odiavam lá, por sermos estranhas, Lola fazia qualquer um dormir quando quisesse, e eu fazia as pessoas verem o que não queriam. Mas prometi sempre lá proteger.

Ela recobrou o folego, falar em meio ao choro não era nada fácil.

–Morpheu foi nos visitar, mas ao meio da visita ele tentou me matar, por Hades ter matado sua amada. No instante que ele ia me atingir, as sombras me acolheram, junto com Lola. Quando voltamos, estávamos em uma encosta de uma montanha, sem nada, só com uma mochila que estava ao nosso lado. Desde aquele dia eu e Lola saímos vagando pelo mundo. A cada duas semanas, temos que nos mudar, para que não nos ache.

–Morpheu chegou a acha-las?

–Sim... Mas naquele dia ele só conversou com Lola, e não me atingiu, mas disse que se me visse de novo ia me matar sem duvidas.

–Sinto muito realmente... Mas e por isso que e assim?

–Como?

–Fria, e às vezes arrogante, com fúria no olhar?

–Sim. Não encontro motivo para sorrir.

Danilo bufou.

–Que foi?

–Besteira.

–O que você sabe sobre vagar sem rumo, sendo ameaçada de morte? E Ter que cuidar da irmã com apenas dez anos de idade?

–Isso e motivo para não sorrir? Você se afunda na escuridão, se acostumou a ela.

–E fácil se acostumar a ela quando não tem motivo para viver, vivo para cuidar da Lola.

–Lola e um motivo para sorrir.

–Onde eu posso encontrar luz, quando se vive na escuridão?

Danilo sorriu alegremente.

–No sorriso de um amigo, ou nas pequenas coisas, uma brincadeira, ou um abraço.

Danilo abraçou forte a garota. Que chorou em seu colo.

–Lembre-se de sempre sorrir. Sorrisos alegram dias.

O garoto a abraçou e os dois ficaram admirando o céu.

–Você não precisará mais fugir, virá comigo.

–Para onde?

–Para minha casa, meu acampamento.

–Danilo, eu não posso, tenho que fugir, viajar, sobreviver, esse e meu destino.

–E se escrevesse seu próprio destino? E se pudesse muda-lo?

–Eu não sei.

–Você terá essa noite para pensar, mas agora, fique aqui comigo, e vamos olhar para o céu, somente admira-lo.

Olhando o céu, uma estrela cadente o cruzou. Danilo adormeceu ali mesmo, ao lado da garota de olhos amarelos furiosos.

Fim do Capitulo.

Autor da História: Danilo Silva.

Editora da Ortografia: Mayra Bellini.

Redator: Erlan Carvalho.

Capa: Davi Ismael Amorim.

Baseado na história de Rick Rordan: Percy Jackson e os Olimpianos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Filho de Roma - Livro Dois" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.