– Portland, Maine.

Quando Sarah acordou naquela manhã, que parecia tão monótona quanto todas as outras, olhou para o relógio e viu que estava extremamente atrasada.
Saltando da cama em um pulo correu para se arrumar - Sarah trabalhava na biblioteca da cidade - quando terminou de se arrumar estava mais atrasada do que nunca, afinal a biblioteca abria as 8h e já eram quase 9h30, e para melhorar era ela que tinha a função de abrir a biblioteca.

Sendo assim, saiu correndo até seu carro, o mesmo não ajudou muito, pois Sarah se esquecera de abastecer no dia anterior, contudo ainda havia o ônibus. Sarah correu como se estive em uma maratona, carregando livros, pastas e sua bolsa, até finalmente chegar ao ponto, onde para sua sorte ônibus havia acabado de chegar.
No caminho até o centro da cidade onde ficava a biblioteca, Sarah pensou em como havia sido sua manhã extremamente corrida e porque acordara tão atrasada. Teve a impressão de ter tido sonhos bons o que a deixou feliz por instantes até perceber que não se lembrava de nada do que havia sonhado, mas tinha plena certeza de que haviam sido sonhos maravilhosos, pois os sentimentos que a invadiram naquele instante foram os mesmos de quando ela tinha "aqueles sonhos" com "aquela pessoa". Será que havia sonhado com ele?! Não! Aquilo era demais para se pensar, principalmente porque não teria tempo para refletir nisso, pois seu dia seria cheio e o mesmo não começara tão bem assim. Quando chegou a biblioteca suas duas amigas que trabalhavam com ela já a estavam esperando com caras que pelo amor, nem os duendes seriam tão assustadores!
Quando ela abriu a biblioteca já eram 10h, isso mostrava o quanto suas amigas, Clara e Audrey, estavam zangadas com ela. A rotina da biblioteca naquele dia foi exatamente a mesma, enquanto Clara e Audrey atendiam a todos os visitantes, Sarah arrumava as prateleiras e catalogava os livros, nada muito difícil, apenas demorado.

O tempo passou até rápido, mas para Sarah aquele dia parecia uma eternidade. Quando finalmente terminou tudo o que tinha para fazer naquele dia, suas amigas já haviam ido embora e seu expediente que era até às 16h se estendeu até as 18h47 daquela tarde, que agora além de monótona fora extremamente cansativa. As 18h52, quando Sarah finalmente saiu e trancou as portas, sentiu o frio gélido que vinha daquela noite que se aproximava lentamente; sentiu um arrepio na espinha, não sabia exatamente porque, mas aquele momento lhe parecia familiar, como se estivesse tendo um dejá-vu ou como se lembrasse de um sonho.

Ao longe, um tanto distante viu uma espécie de ave se aproximar. Era uma coruja, incrivelmente bela. Sarah tinha a certeza que já a vira.
Quando a coruja estava próxima o suficiente para ser apreciada, Sarah pode notar o quão enigmática aparentava ser, parecia até que tentava desvenda-la com o olhar fixo nela.

De repente o relógio da torre da biblioteca badalou, anunciando que já eram 19h, com isso Sarah levou um susto, não esperava estar mais ali naquele momento e já era tão tarde, foi quando a coruja voou em direção a ela como se fosse ataca-la, Sarah se abaixou rapidamente e quando virou, viu quem menos esperava, depois de todo esse tempo, Sarah não podia acreditar, mas estava diante de seus olhos e tudo o que ela pode dizer foi:

– Você...

– Olá Sarah.