O Conto dos Dois Irmãos escrita por Pedro H Zaia


Capítulo 6
Capítulo 5 - De Volta à Superfície


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, aqui está o capítulo, pronto desde semana passada, quando me empolguei e fiz dois no feriado huhahaha
O próximo capítulo está quase pronto; só faltam umas duas páginas, eu diria.
Espero, como sempre, que gostem deste capítulo :D



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Não foi tão bom quanto ser arremessado por Rudolph, mas eles gostaram daquilo. Os trilhos estavam um pouco tortos em algumas partes, ocorreram alguns solavancos e as rodas que prendiam a barra de metal ao trilho não pareciam estar bem lubrificadas, mas aquilo não era um problema, pois mesmo com a velocidade provavelmente muito reduzida, estavam descendo bem rápido. Porém uma imagem preocupou Edgard.

Ele viu que o trilho deveria continuar até o final das tais pilastras que havia visto quando entrou na montanha, mas acabava logo depois da curva. O problema não era bem esse, já que as pilastras eram interligadas entre si, formando uma ponte que poderiam usar para fazer o resto da travessia, e a velocidade não era grande o suficiente para que os dois se machucassem, caso tivessem de pular. O que preocupava Edgard era o estado das pilastras, que pareciam não suportar um grão de poeira a mais.

– Ed! - gritou ele mais alto que os ruídos do trilho - Quando chegarmos ali você - Ele não conseguiu terminar, o trilho acabou e eles caíram em cima daquela espécie de ponte, e as pilastras fizeram um barulho nauseante de algo se partindo. Ainda estatelado no chão e surpreso pela queda, Edward perguntou:

– Eu faço o que?

– Você corre! - Gritou o mais velho a plenos pulmões, certo de que o imenso barulho das pilastras ruindo sob eles abafaria sua voz. Ele levantou o irmão menor pela gola e deixou que este corresse na frente; não suportaria chegar ao outro lado e ver o irmão cair no abismo.

Pedaços de pedras caíam por todos os lados, mas os irmãos pulavam para os próximos, correndo por suas vidas. De relance, notaram o portão de bronze muito abaixo deles ficando para trás, e à frente, notaram que havia algo. Não sabiam dizer o que, pois estavam mais preocupados em pisar onde ainda havia chão, mas ficaram agradecidos quando chegaram do outro lado e encontraram chão sólido, onde se deixaram cair e ouviram o que sobrava daquelas pilastras desmoronando atrás deles.

Edward reparou que mais a frente havia uma alavanca e escadas para trolls descendo para os lados, e um pouco mais a diante, uma jaula... Preso na jaula estava um troll... Não, não era "um" troll, era "uma" troll, de cabelos grisalhos e compridos, usando um vestido verde, um bracelete de ouro no pulso esquerdo e brincos em argola feitos de ouro nas enormes orelhas. Os olhos de Edward se arregalaram quando viu a criatura, ele estava a ponto de gritar o nome dela quando viu o irmão gesticulando para que fizesse silêncio.

O garoto olhou para Edgard, que apontou mais a diante, para algo que Edward não havia notado. Além dos portões, de frente para uma provável saída da montanha, estava um corpulento e musculoso troll que segurava um bastão imenso com uma das mãos.

– Será que aquela é Gilda? - Sussurrou o mais novo.

A dama troll virou-se ao ouvir seu nome... Ao ver os dois irmãos, seus olhos se encheram de lágrimas. Ela falou em voz baixa, para não chamar atenção do guarda.

– Oh, meus queridos, foi o tolo do meu marido, Rudolph, que os enviou aqui, não foi?

Os irmãos estranharam o jeito de Gilda falar... Não sabia que trolls eram capazes de formar frases mais complexas. Eles chegaram mais perto, para que pudessem falar mais baixo.

– Foi ele sim, mas só viemos aqui por que queríamos ajudá-lo em troca de ter nos mostrado um caminho mais curto para atravessar a montanha... Vamos tirá-la daqui logo - Disse Edgard

– Ah, meus queridos, é muito perigoso... Saiam daqui enquanto os guardas ainda não os ouviram - Continuou ela, com sua voz doce e seu jeito correto de falar que não condiziam com sua própria espécie.

– Por que você sabe falar bem e o Rudolph não? - Perguntou Edward, inocente e sem se dar conta de que aquilo poderia ser falta de educação perguntar, mas Gilda apenas deu uma leve risada.

– Apenas a realeza do meu povo tinha o direito de aprender, nos tempos antigos, por isso apenas os descendentes dos antigos reis e rainhas dos trolls sabem, como você disse, falar bem, queridinho. Mas isso não interessa agora - Seu tom ficou mais grave - Saiam daqui enquanto podem, pois meu povo não costuma ser gentil com humanos...

"Realeza?..." Pensou Edward

Edgard sacudiu a cabeça, discordando.

– Vamos tirá-la daqui sim... - disse ele, analisando melhor a cela - Acho que aquela alavanca ali abre a jaula, mas ela está trancada com cadeado...

– Ed - chamou o mais novo - Acho que é aquela chave presa na calça daquele troll que abre esse cadeado.

Edgard olhou melhor e viu que deveria ser aquilo mesmo, mas o guarda estava separado por dois portões, entre os quais havia uma ponte sem amuradas e um pêndulo que ele presumiu servir para derrubar qualquer um que tentasse passar por ali.

– Ok... Cuidado, Ed. - Disse o mais velho, que só não ia no lugar do irmão por não passar entre as barras o portão.

Eles ignoraram os protestos de Gilda para que fossem embora logo e foram em direção do portão. Edward esgueirou-se entre as barras e andou na ponta dos pés até o outro portão, onde passou a mão e, com muito cuidado, soltou a chave da corda que o troll usava de cinto. Depois de ter pegado a chave, voltou, atravessou o portão tão silenciosamente quanto quando entrou e passou a chave para o irmão mais velho, que abriu o cadeado da jaula com um barulho um tanto alto, mas que de algum modo, o guarda não notou.

– Muito obrigada, queridos, não precisavam ter se arriscado tanto... - Quando Gilda levantou-se, os irmãos viram que ela estava machucada, pois apoiava o peso do corpo sobre apenas um pé.

Os irmãos não responderam, mas Edgard foi até a alavanca e a puxou, abrindo a gaiola de Gilda. Ela mancou até um lugar que parecia uma saída mal projetada do lugar, pois era um tanto alta até mesmo para que ela escalasse. Ela subiu e murmurou algo que os irmãos não entenderam, e então sumiu de vista.

– Ei! - gritou Edward - Onde você tá indo! Nos ajude a... - E mais uma vez, Edgard tampou sua boca.

– Assim o guarda vai nos... - ele não terminou, já não havia mais volta. O guarda os havia ouvido, aberto os portões e entrado no lugar brandindo seu enorme bastão e gritando.

– INTRUSOOOOS! WÄCHTER VAI MATAR TODOOOS!

Não havia mais por que manter a cautela, Edgard pegou o irmão mais novo pelo pulso e gritou.

– Corre Ed!

– Vamos nos separar, ele não pode seguir os dois! - sugeriu Edward, aos berros, e cada um foi para um lado, confundindo o troll, que parecia conseguir focar apenas no que fazia mais barulho por vez... E então, Edgard lembrou-se de algo que o pai o havia ensinado há algum tempo... Uma armadilha. Era daquilo que precisavam

– Ed! Acha que consegue passar pelas grades da jaula? -perguntou o mais velho, e o mais novo entendeu imediatamente.

– Consigo! Para de gritar, assim eu chamo mais a atenção dele - Disse Edward, esquivando-se de um poderoso golpe do bastão.

Usar o irmão mais novo de isca não era a melhor ideia do mundo, mas era a única que Edgard tivera. Ele correu até a alavanca e abriu a jaula, mantendo-a aberta para que o troll entrasse. Edward escapou de um golpe esgueirando-se para dentro da jaula, e fez questão de gritar com o troll.

– Que foi, Wächter? - As orelhas do troll se mexeram a menção de seu nome - Você é tão burro que só reconhece o seu nome né? Também é burro demais pra me seguir aqui?

– MATAAAAR!!! - Urrou o troll, claramente ofendido pelo deboche do garoto. Ele deu a volta e entrou na jaula, da qual Edward saiu no último segundo e Edgard soltou a alavanca, fazendo-a fechar. O troll urrou de raiva e golpeou inutilmente a jaula, mas Edward ainda assim recolocou o cadeado, para o caso de um surto de inteligência da criatura presa ali.

– E assim... - Comentou o mais velho - Provamos o quanto você consegue ser irritante quando quer, irmãozinho.

– Cala a boca, Edgard - Riu o mais novo, dando uma cotovelada de leve no irmão.

– Oh, meninos... - Eles não haviam notado Gilda chegando pelo mesmo lugar onde tinha sumido - Isso foi muito corajoso. Mas também foi muito perigoso e tolo! Podiam ter morrido! Eu avisei que iria apenas procurar uma corda...

Edward sentiu seu rosto ficando vermelho... Estava envergonhado de pensar que Gilda havia fugido sem eles.

–Ah... Então foi isso. Desculpe - Disse o garoto

Gilda amarrou uma corrente em um pedaço de pedra e jogou para que eles subissem. Eles andaram alguns metros e chegaram a uma plataforma de bronze, que ficava acima de um mecanismo com aquelas barras em "T", mas que não possuía encaixes.

– Aquele mecanismo ali em baixo move essa plataforma... Não estou em condições de pular aquele vão ali, como podem ver. - Ela se referia a um lugar onde mais uma ponte ruíra, logo em frente. - depois daqueles portões já está a saída, acho que não teremos mais problemas... - Ela não parecia estar certa disto, mas pelo tom de voz, Edgard presumiu que ela queria estar.

Os dois desceram até o mecanismo, e quando viram o formato dos trilhos, entenderam que aquela plataforma devia imitar os movimentos da barra de forma ampliada. Eles pegaram na barra, um de cada lado, e atravessaram Gilda. Depois, posicionaram a plataforma sobre o vão, improvisando uma ponte. Antes de subir as escadas, Edgard reparou que muito abaixo de onde estavam, estava o portão de bronze pelo qual entraram nas minas... "Rudolph, você é um gênio..." pensou o mais velho "Estamos exatamente em cima do buraco por aonde entramos".

Gilda mantinha um portão aberto para que os irmãos passassem, e fechou o portão atrás de si quando também passou.

Agora estavam em um enorme hall de frente para um buraco na parede da montanha, por onde entrava a luz e o ar fresco do entardecer. Esperando por eles, perto da saída havia um troll.

Os irmãos assustaram-se de imediato, mas então viram que o rosto abobalhado do troll não era cruel, como o dos outros. Era bondoso, e, ao ver Gilda, repleto de felicidade.

– Rudolph! - Suspirou ela, que mancou rapidamente até onde estava o marido, que a ajudou a subir para a saída. Depois de um abraço de troll, literalmente, ela repreendeu o marido por ter enviado os dois naquela missão - Seu tolo! Faz ideia de que esses dois quase morreram tentando me salvar?

O rosto troll ficou vermelho

– Desculpa... Rudolph não queria. - E então se dirigiu aos irmãos - Vem, Rudolph ergue... - mas foi interrompido por um troll barrigudo e imenso, que surgiu de um túnel vindo da parede e teria esmagado Edgard se o irmão mais novo não o tivesse empurrado com todas as forças. O troll ficou de pé e urrou batendo no peito

– MATAAAAR!!! - Gritou ele

Os irmãos correram até uma escada de pedras na parte lateral do ambiente, onde havia uma alavanca. O imenso troll os seguia como um touro, prestes a dar-lhes uma cabeçada, mas tudo o que conseguiu acertar foi um braseiro, no canto do ambiente onde estavam, quebrando-o e soltando uma corrente que estava presa nele.

– Alçapão - Disse Rudolph, apontando para a alavanca e então para uma grade circular no meio daquele salão, que Edgard havia imaginado ser apenas um enfeite.

– Ed... - Começou o mais velho, que não precisou dizer mais nada, pois Edward já havia entendido; ele acenou positivamente a cabeça e foi chamar a atenção do troll.

– Ei, feioso! - troll o olhou confuso, talvez imaginando se o garoto estaria falando com ele - Você mesmo, o sem pescoço! Consegue pensar ainda ou toda essa banha já tomou o lugar da cabeça? - Edward estava bem no meio do alçapão, esperando que o troll viesse. E veio, gritando a plenos pulmões, pronto para atingir Edward, que correu para trás no momento em que Edgard puxou a alavanca que deveria abrir o alçapão, mas ele não abriu. O mais novo jogou-se para o lado um segundo antes de o troll atingir o braseiro no qual estava encostado. De longe, Edgard reparou em algo. "As correntes..." pensou ele.

O mais velho desceu do lugar onde estava a alavanca e posicionou-se em frente a mais um dos quatro braseiros, onde estava presa outra corrente.

– Ei, vem aqui, seu... - Edgard não era bom com insultos - Ah, droga, apenas venha me pegar, seu troll fedido! - Pelo visto, ele não entendia insultos mesmo, só seguia quem estivesse gritando mais alto, pois atacou Edgard com a mesma fúria que atacara Edward. O garoto saiu do caminho com facilidade e correu até o irmão mais novo, que havia levantado e observava os movimentos do mais velho.

– Ed, precisamos quebrar a última corrente - Edgard explicou, apontando para o único braseiro que ainda não fora destruído pelo troll. - Espere ali no meio assim que o troll quebrá-la, aí eu abro o alçapão.

– Ok - Disse Edward, saindo da vista do troll, por enquanto.

Edgard posicionou-se na frente do último braseiro, e nem precisou gritar desta vez - o troll estava tonto e irritado por ter batido a cabeça tantas vezes. Edgard esquivou-se facilmente, e correu para a alavanca enquanto Edward ia para o meio do círculo de metal no chão.

– MORRAAAAA! - rugiu o troll, indo diretamente para o alçapão, que desta vez se abriu.

O troll conseguiu agarrar-se nas bordas, mas não talvez não tivesse força para subir, ou era pesado demais para tanto. Provavelmente a segunda hipótese.

– Ed, me ajude aqui! - Chamou o mais novo - Vamos soltar as duas mãos dele ao mesmo tempo, assim não tem risco dele voltar...

Edgard foi até a outra mão do troll, como o irmão pediu, e então os dois as chutaram juntos, derrubando o troll no calabouço.

– Acabou - disse Rudolph, trazendo os dois de volta a realidade. - Vem, Rudolph ergue vocês.

Depois disto, os garotos e o casal de trolls saíram daquela montanha. A vista era estonteante... O sol se punha atrás dos picos das montanhas, mais baixas que aquela da qual haviam saído, e algumas estralas despontavam no céu.

– Uau... - foi tudo o que Edgard conseguiu dizer

– Serei eternamente grata a vocês, meninos... Como agradecimento, o mínimo que posso fazer é dizer-lhes qual o melhor caminho a seguirem, a partir daqui e... Oh, céus, nem sei seus nomes ainda! - Disse Gilda.

– Huh, verdade... Meu nome é Edgard, e o baixinho aqui...

– Ei!

– É Edward, meu irmão mais novo. - Edgard pegou o pergaminho que quase esquecera estar levando preso à cintura - Precisamos chegar na Árvore da Vida, nosso pai está muito doente... - Não conseguiu continuar, pensar no pai a beira da morte na casa do Curandeiro era muito doloroso.

– Entendo... - Disse Gilda, com certa tristeza - Então, o melhor a se fazer é seguirem a estrada... Um pouco mais a frente, encontrarão um cemitério, lá vocês terão uma bifurcação no caminho... Sei que um dos caminhos leva para a Aldeia do Norte, perto das montanhas na Borda do Mundo, onde fica a Árvore que procuram... Eu mesma já fui para lá, há séculos, quando era mais jovem. Perguntem ao coveiro qual o caminho certo, não sei dizer com certeza qual é.

Algumas dúvidas pairavam sobre a mente de Edward

– Huh... Você disse que só a realeza do seu povo sabia falar...

– Sim, sim, Gilda é rainha. - Disse Rudolph, com certo orgulho.

– Não seja tão bobinho, querido... Eu era, sim, da realeza, mas isto foi há muito, quando eu ainda era criança. Acontece que a época da escravização dos trolls foi durante o reinado de meus pais, e meu povo não nos reconhece mais como líderes...

– Mas os humanos escravizaram vocês? - perguntou Edgard, achando um terrível sentido naquilo que haviam visto dentro da montanha; As varandas feitas para seres humanos sempre acima os locais de trabalho dos trolls, como tudo que parecia relacionado a humanos estava em ruínas, todos aqueles mecanismos leves e complexos, ideais para que apenas um ser humano conseguisse acioná-los... - E vocês... Digo, seu povo, se revoltou, não foi?

– Isso mesmo... Foi uma época muito triste - Disse ela, com pesar - E muitos trolls ainda guardam rancor pelos humanos... Eu e meu marido somos alguns dos pouquíssimos trolls vivos que ainda veem algo de bom nos humanos.

– Obrigado - murmuraram os dois em uníssono

– Nunca teríamos conseguido chegar aqui sem a ajuda de vocês - disse Edgard. - Adeus.

– Tchau Rudolph, tchau Gilda... Muito obrigado por tudo - Agradeceu o mais novo, enquanto virava-se para acompanhar o irmão, que começava a descer a ladeira.

– O que fazemos agora, Ed? - Perguntou o mais novo - Estou tão cansado... E com fome.

– Vamos descer mais um pouco... Quando estivermos na floresta, tento caçar alguma coisa para comermos.

Eles andaram montanha abaixo, até entrarem em um pedaço de mata mais fechada ao redor da estrada, como Edgard havia prometido. Pararam então para acampar e descansar um pouco. Edward colheu algumas frutinhas silvestres que o irmão usou como isca numa armadilha, o que rendeu a eles um jantar com peru selvagem e alguns peixes, que pescaram sem dificuldades com arpões improvisados feitos de galhos de pinheiro.

Edgard manteve uma fogueira acesa, pois além da necessidade de assar o que haviam caçado, a noite estava fria. E, segundo o pai deles, o fogo também espantaria os animais.

– Será que papai está bem? - perguntou o mais novo depois de comer, olhando para o céu estrelado acima das copas das árvores, aninhado nos braços do irmão para que se mantivessem aquecidos.

Edgard queria responder que sim, que estava tudo bem... Mas ele sabia que o pai estava muito mal e poderia ter morrido aquela tarde mesmo, enquanto estavam andando debaixo da montanha, ou ainda antes de entrarem nela...

– Não sei Ed... Tente dormir um pouco, irmãozinho... - Disse ele, cansado

Edward fez que sim com a cabeça, ainda olhando para aquele lindo céu estrelado... Estava realmente se sentindo pequeno, indefeso e impotente, diante daquele mundo enorme. Queria chorar pela mãe e pelo pai, mas não possuía forças nem para isso... E presumiu que Edgard também não teria forças para consolá-lo, caso acontecesse. Estavam exaustos. Decidiu então aproveitar o calor do corpo do irmão, a sensação de saciedade e adormecer, como fazia tanto tempo atrás, quando dormiam fora de casa apenas para ver as estrelas.

– Boa noite, Ed - Disse ao irmão mais velho, mas não obteve resposta. Edgard já estava dormindo. Edward deu um leve sorriso com isso e também se deixou levar pelo cansaço. Deu um bocejo e deixou-se cair num profundo e aconchegante sono sem sonhos.


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que tenham gostado, e eu diria que o final do próximo e o começo do capítulo seguinte são as partes que eu mais gostei/estou gostando de escrever, então espero mesmo que tenham gostado desse e que gostem ainda mais dos outros dois próximos :D
Até semana que vem. :)



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