What about now escrita por Lo


Capítulo 5
V - Lembranças - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaaaa!!!
Gente, me perdoem pela demora para postar? Depois do feriado eu fiquei mega ocupada com algumas coisas da escola, provas e simulados e tals, e estava muito difícil eu conseguir escrever. Além de que, eu não tinha nenhuma prévia desse capítulo, assim, tive que apagar e começar tudo de novo inúmeras vezes. Não está completo, mas não queria deixá-las mais tempo esperando, então decidi dividi-lo em dois.
Desculpem-me os erros ortográfico :/
Espero que gostem. Até lá em baixo
Boa leitura ;)



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Ziva sentada na sacada do apartamento de Anthony tomava uma xícara de chá quentíssima. Naquele dia, estranhamente frio para o fim do verão, sentia a brisa fria bater contra a sua pele, deixando-a um pouco incomodada, mas feliz. Adorava as épocas do ano mais frias. Naquele momento seu corpo doía um pouco pelo cansaço do dia exaustivo, mas nada que estivesse fora do normal.

Aqueles três meses junto a Anthony não tinham sido fáceis. Porém, como nunca antes, ela estava extremamente feliz. Na mesma semana em que Ziva e Tony saíram pela primeira vez, ela voltou a trabalhar. Queria de volta sua vida, estava pronta para aquiloAlgumas semanas depois, o relacionamento sem forma começou a parecer algo sólido, até que o pedido de namoro veio algumas semanas depois que estavam saindo.

"— O que está acontecendo, Tony? - Ziva perguntou puxando-o para perto das escadas

— Quero beijar você - ele respondeu tentando puxá-la para perto

— Você sabe que não podemos, não aqui. Ela tentou se distanciar, mas queria enganar a ela mesma, também queria beijá-lo.

Estavam há horas presos no NCIS por causa de um caso de outra equipe, que tivera uma ameaça a todos os outros agentes. Estavam há quase quatro semanas juntos, e ainda não tinham dito a Gibbs. Apenas Abby e McGee sabiam, os apoiavam e eventualmente ajudavam. Porém, apesar de tentarem ser discretos, sabiam que não iria demorar para serem encurralados e terem que contar a verdade ao chefe.

— Quando sairmos daqui você vai para minha casa - ele a intimou e sem dar tempo de resposta a beijou rapidamente.

Já era de madrugada quando eles puderam deixar a base. Estavam exaustos, e tudo que precisavam era um banho e uma cama. No carro de Tony, Ziva, com a cabeça encostada no vidro, quase dormia enquanto fitava as ruas passarem rapidamente. Anthony ao contrário dela estava inquieto. Butucava no volante com os dedos o tempo todo e seu estômago roncava, mais de nervosismo que fome.

— Tony, para com isso. - Ziva pediu baixinho colocando a mão sobre os dedos dele. — O que você tem?

— Só tem coisa demais na minha cabeça - ele sorriu de canto, ainda atento as ruas a sua frente. Ziva continuou olhando para ele, esperando por uma resposta correta — Só acho que deveríamos contar tudo ao Gibbs. Não que eu não pense que ele não acha que estamos namorando - ele fez careta por sua frase confusa. Ziva sorriu.

— Não lembro de ter sido pedida em namoro - Ziva disse sorrindo para Tony. Não se importava com a posição de namorada ou de ficante. Apenas queria estar ao lado dele, e que ele estivesse ao seu lado sempre.

— Não se faça de difícil, David! - ele disse já buscando pelos lábios dela. Desceu do carro, já no prédio, e pegou as mochilas no banco traseiro do carro. Subiram para o apartamento de mãos dadas.

— Vou tomar banho, okay? - ela pediu já retirando a arma e o distintivo que estavam presos a calça dela.

— Claro. Tem toalhas limpas no armário.

Dinozzo a seguiu com os olhos até perdê-la de vista nas poucas paredes do apartamento. Suspirou e retirou o paletó, a arma e o distintivo. Cansado, desabou no sofá e afrouxou a gravata. Apesar de não querer naquele momento pensar em muita coisa, o pouco que o fazia, colocava um sorriso em seus lábios. As últimas três semanas haviam sido diferentes de tudo que ele já vivera. Ziva era a exceção a todas as suas regras. E ele estava satisfeito com isso.

Os passos lentos de sua ninja próximos, o trouxeram de volta a realidade. Abriu os olhos e sorriu malicioso ao vê-la com uma camiseta que provavelmente achara jogada em algum canto do quarto. Ela não tinha problemas em dividir a escova de dentes com ele, pegar uma camisa pra dormir ou com o café que ele tentava preparar. Por vezes dizia que estava horrível, mas nem por isso deixava de comer. Por essas pequenas coisas ele amava o jeito dela de ser. Levantou-se do sofá e foi tomar banho, deixando Ziva sozinha na sala.

A moça, sem ter o que fazer a não ser esperar Anthony sair do banho, mexeu um pouco na estante de filmes e sorriu só lembrando-se de como ouvir Tony falar cada cena de filme era irritante quando ela não o havia assitido. Talvez se os visse com ele, pudesse gostar das relação e, talvez um dia, fazê-las também. Colocou um pouco de comida no aquário para o pequeno peixinho dourado, vendo-o nadar imediatamente até o alimento. Pegou um livro que estava em sua mochila e voltou ao quarto de Anthony. Sentou-se na poltrona próxima à sacada e começou a passar os olhos pelas linhas. Absorta, não percebeu Tony aproximando-se alguns minutos depois

— Que livro é esse? - Dinozzo perguntou apoiado ao braço da poltrona

— Orgulho e preconceito - ela disse simplesmente e fechou o livro, antes marcando a página. — Podemos dormir?

— Podia ter deitado já. - ele disse dando de ombros. Deitaram-se, e Tony passou o braço direito por ela, aproximando-os. Ziva aconchegou-se no abraço e fechou os olhos. Após alguns minutos, ainda acordada, ela ouviu a voz de Tony baixa próxima ao seu ouvido — Zi?

— Hummm? - murmurou ainda com os olhos fechados, o sono a estava querendo levar

— Namora comigo?

Demorou algum tempo para entender o que aquela pergunta significava, mas quando o fez, abriu os olhos rapidamente e encarou Tony, que a olhava como se não houvesse dito nada.

— Você não precisa me pedir em namoro só pelo que eu disse no carro, Tony. - ela disse baixo, juntando suas mãos.

— Não é apenas por isso, Zi. Eu me sinto bem ao seu lado sabe? Sou um Tony melhor, menos amargurado. Todo passado que carrego diariamente fica mais leve com você aqui - apertou-a em seus braços e voltou a falar. — Eu amo você, minha ninja.

Ele sorriu com sua própria fala. Parecia bobo, mas ele realmente a amava, e a queria cada vez mais perto de si. O coração de Ziva palpitava em seu peito fortemente. Seus dedos contornaram o rosto de Anthony levemente.

— Sim, Tony. Quero namorar com você. - Ele sorriu levemente assim como ela.

Puxou o rosto de Ziva mais próximo ao seu e colou seus lábios. A moça passou a mão para os cabelos do agora namorado, apertando os fios entre seus dedos. Tony, com umas de suas mãos na coxa da morena, puxava-a, junto mais seus corpos. Com as respirações entrecortadas se olharam e sorriram.

— Podemos só dormir hoje, senhor namorado ninfomaníaco? - A israelense perguntou zombeteira

— Podemos, minha namorada ninja. Dormiram com os corpos entrelaçados um ao outro. Enroscados definitivamente em sua nova condição: a de namorados."

Após incontáveis minutos fitando os pontos brilhantes da cidade, assoprou a borda da xícara pela milésima vez e observou as pequenas ondulações se formando no chá esverdeado. Os pensamentos longe a deixavam em um torpor. O líquido sem dúvida já estava frio, mas ela continuava a o assoprar.

Seu coração sabia que não sentia-se feliz e protegida daquela maneira há anos. Sentia que tinha chego a um momento de sua vida onde todas as circunstancias são cruciais, e as lições do passado valem tanto quanto os desafio do futuro. Estes ela ansiava cada dia mais. Tinha mais forças agora.

Após o pedido de namoro, as coisas não mudaram muito. Não até o fatídico dia em que Tony resolveu que era hora de, finalmente, conversar com Gibbs, que há dias já estava tentando separá-los. Uma missão ali, "McGee, leve Ziva com você", outra daqui, "Dinozzo, McGee, vão". Os sobrenomes, David e Dinozzo praticamente não apareciam mais na mesma frase partindo da boca de seu chefe. Ziva, que sempre o considerou como seu pai, estava chateada com algumas atitudes de seu chefe, mas nada poderia fazer para contestá-lo. Tony, que queria há tempos falar com o chefe, andava irritado por praticamente não ter mais sua parceira.

" — Droga! - Dinozzo socou o volante e pisou fundo no acelerador do automóvel.

— Ziva te deu umas aula sobre o modo David de dirigir? - Timmy perguntou ao amigo que desviava violentamente por entre os carros na via principal.

— Não tem graça! Gibbs está fazendo de propósito.

— Qual é Tony? Qualquer imbecil percebe que vocês estão juntos. Acharam mesmo que o Gibbs não iria ver? Você sabe, ele sabe tudo.

— Nós sempre tentamos disfarçar.

— Oh, claro! - McGee gargalhou — Você fica o tempo todo com cara de imbecil olhando pra ela, ela vive mexendo nas suas coisas e você não fala nada. Vão embora juntos e chegam juntos no dia seguinte. Ai! - O rapaz reclamou do tapa que recebeu do parceiro na nuca.

Dinozzo seguiu o restante do caminho reclamando até chegarem de volta a base. O sol que já se escondia, anunciava, depois de quase três dias sem descanso, o inicio de um pouco deste. O ataque ao secretário da Marinha(SecNav) já no inicio da semana agitou e focalizou praticamente todas as equipes no NCIS. Obviamente a melhor deles não ficaria de fora, e Gibbs mais uma vez conseguira pegar os responsáveis. Alguns protestantes ligados ao Hamaz, que planejaram explodir o carro do SecNav.

— Onde está o Gibbs? - McGee perguntou assim que ele e Tony saíram do elevador e viram Abby e Ziva conversando com baixo.

— Deve estar com Ducky. - Ziva respondeu e deu de ombros.

— Que tal um barzinho agora? - Abby sugeriu animada. Recebeu um sorriso de Timmy, uma face neutra de Ziva, e uma negação de Tony.

— Porque não Tony? - McGee indagou, sabendo que beber algo seria bom para o amigo.

— Tenho umas coisas pra fazer. - Disse simplesmente, e deu as costas aos amigos indo a sua mesa juntar algumas coisas. Ao ver Ziva seguir o memso caminho, foi até ela. — Zi, vai com eles. Vai ser legal! - Ele disse acariciando o rosto dela — É você que sempre diz que sente falta de sair com nossos amigos...

— Eu queria que você fosse junto.

— Não faça manha, Zi. Outro dia eu vou com vocês.

Tony beijou a testa de Ziva e a abraçou. A moça estava estranha naquele dia. A angústia em seu peito aumentava a cada minuto, e não tinha a menor ideia do porque. Prendeu seus dedos na camisa de Tony, apertando-a com força, ele a apertou mais em seus braços praticamente sufocando-a.

— Gibbs, Gibbs, Gibbs! - Abby falou meio alto próximo a eles que se soltaram na mesma hora — Quer ir ao barzinho no centro com a gente? - A morena perguntou ao chefe, que fitava intensamente Tony e Ziva.

— Hoje não Abbs, tenho coisas a fazer. - ele respondeu autoritário, com os olhos azuis cravados em seu agente sênior.

****

Após se despedir de seus amigos no estacionamento, Tony deixou a base e começou a dar voltas pela cidade. Não conseguiria ir para casa naquele momento. Precisava ficar sozinho em um lugar que lhe trouxesse alguma luz. Antes mesmo de sair de casa pela manhã tinha decidido que falaria com Gibbs. Os olhares de seu chefe o estavam incomodando, e não era daquele dia. Além do mais, estava cansado de viver escondido, sendo que aquela era, sem dúvidas, a melhor parte da sua vida.

Pela primeira vez em anos, ele não esperava por um rosto novo, nem uma transa diferente a cada dia. Ao contrário, seus pensamentos estavam focados em uma só mulher, e em um só corpo que o levava praticamente a insanidade. Passar o dia ao lado dela sem poder toca-la era a maior tortura já infligida a ele. Esperava hora após hora um momento a sós que ele pudesse afundar sua boca na de Ziva e perder-se no toque delicado de sua ninja.

Parou o carro em frente a casa, e olhou no relógio em seu pulso. Pouco mais de 9 da noite. Respirou fundo e girou a maçaneta da porta da frente, que como esperado estava destrancada. Sempre estaria. A casa escura o levou direto ao porão, e como esperado, do alto da escada viu seu chefe trabalhando em mais um barco. Sentiu vontade de rir como toda vez que entrava ali, daria tudo pra saber como aquelas coisas saiam dali de dentro. Desceu as escadas sob o olhar agora atento de Gibbs.

— Precisamos conversar, eu acho. - Tony disse firme.

— Você acha, Dinozzo? - Gibbs perguntou se esforçar-se muito. Foi até a bancada e puxou uma garrafa de bebida. Despejou um pouco em dois copos e estendeu um deles a Anthony, que o aceitou. Não tinha a mínima ideia do que era aquilo, ou do quão forte era, ainda assim, tomou tudo em um só gole.

— Eu sei que precisamos conversar, mas ao mesmo tempo não precisamos. Eu sei o que estou fazendo e você também sabe.

— Regra número 12, Nunca namore um colega...

— Eu sei bem qual é a regra 12, chefe. - Tony disse cortando Gibbs

— Então o que vocês estão fazendo? - Gibbs gritou enfurecido, agarrou Anthony pelo colarinho da camisa e o prensou contra a parede. — Regras existem para serem cumpridas. Você acha mesmo que as coisas acontecem por acaso? Eu não quero ter que tirar meu melhor agente da equipe porque ele brincou de namorar sua parceira. Minha filha. - soltou Tony e virou-se buscando pela bebida que havia deixado em algum canto.

— Eu não estou aqui para pedir autorização ao meu chefe pra namorar minha parceira e quebrar as regras dele, mais uma vez. - a ultima parte o rapaz quase sussurrou — Nós somos uma família, Gibbs. Ziva te vê como pai, e eu também. Tudo que nós precisamos é da sua benção.

Jethro soltou o ar que parecia estar segurando há séculos. Eles realmente eram sua família, tinham que confiar um no outro. Ainda que visse os olhos de Anthony brilharem toda vez que ele falava dela, tinha medo por aquela que se tornara sua garotinha. Dinozzo encarava Gibbs fixamente esperando por algo. Porém, antes de o homem pudesse responder o som estridente de um celular se fez presente. Checou seus bolsos e olhou para o chefe indicando que provavelmente era o dele que tocava. Gibbs procurou entre as ferramentas jogadas em cima da bancada, atendendo-o assim que encontrou.

— Fala, Ziver. - o apelido da namorada chamou a atenção de Tony. — Ei, ei, ei, calma. Estou indo.

O rápido telefonema alarmou um pouco Dinozzo.

— O que aconteceu? - O rapaz perguntou já seguindo o chefe nas escadas.

— John deixou um presente no apartamento de Ziva. - disse entredentes Anthony empalideceu, e um arrepio percorreu sua espinha ao pensar naquele bastardo perto dela. Acelerou o passo ao lado de Gibbs

— Espero que um pouco de álcool não lhe impeça de dirigir. - O homem mais velho disse já entrando no carro de Tony parado em frente a casa

— Jamais.

****

As horas com os amigos tinham sido agradáveis. Ziva sentia falta de divertir-se com eles. Beber um pouco, contar histórias, rir de situações e, às vezes, falar um pouco sobre aquelas pessoas inconvenientes.

Após alguns copos de tequila, Ziva resolveu que era hora de ir pra casa. Apesar da distração, a sensação angustiante não saira de seu coração. Despediu-se dos amigos e caminhou lentamente até seu mini cooper, estacionado a algumas ruas da entrada do bar. Com ruas ainda cheias de carros, o trajeto demorou um pouco mais que o esperado. Estacionou o carro em frente ao prédio, e ao descer viu que algo estava errado. Lá de baixo, percebeu as cortinas esvoaçando-se janela a fora. Porém ela tinha certeza que havia fechado as janelas quando saira pela manhã. Deixou sua mochila no carro, e com arma em punho subiu os três andares do pequeno prédio pelas escadas. Já próxima a sua porta, abriu e entrou de uma vez, observando cada canto que era iluminado apenas pela luz da lua. Ainda na sala, pode ver várias gavetas abertas, e coisas jogadas pelo chão. Sua postura enrijeceu-se novamente, e continuou andando, desta vez na direção de seu quarto. A pequena trilha de sangue respingado na parede clara chamou sua atenção. Suava frio só em pensar no que encontraria. E estava certa em recear. Ao entrar no cômodo suas pernas fraquejaram pela surpresa.

O corpo jogado próximo a cômoda, já estava sem vida. A mulher morena estava sem roupas, e o corte profundo em seu pescoço denunciava a causa da morte. Apavorada, checou o banheiro. Vazio. O bloco de notas em cima da cama a fez ir até ele. Pegou o pequeno caderno percebendo que não era seu. Ao abrir assustou-se novamente. E sem acreditar no que estava escrito procurou seu celular nos bolsos afim de ligar para qualquer um que estivesse na discagem rápida.

"Olá querida, senti sua falta. Sinto muito pela dor que lhe fiz passar, mas não se preocupe, logo nos veremos e então poderei pedir perdão pessoalmente. Com carinho, John."

Saiu do quarto, e observou toda a rua procurando por alguém que pudesse estar lhe espiando. Ninguém. Não que ela pudesse ver.

— Gibbs, você tem que vir até meu apartamento. - Disse com a voz trêmula, assim que seu chefe atendeu o celular — John esteve aqui, e tem uma mulher morta em meu quarto.

****

Os poucos minutos até o apartamento de Ziva deixavam Anthony cada vez mais angustiado. Não tinha ideia do que John havia aprontado. E por medo de reviver a dor de algumas semanas, não o queria a nem um centímetro de sua Ziva. Parou o carro de qualquer jeito em frente ao prédio, e ele e Gibbs saíram alertas do carro. Entraram na pequena recepção, e ao canto Tony pode ver Ziva, que os esperava a espreita próxima a uma janela no térreo. A moça assim que viu o namorado respirou aliviada, e ao ser envolvida por seus braços sentiu-se um pouco mais segura. De canto de olho viu Gibbs checar duas pequenas salas.

— Tony… - Sussurrou próximo ao ouvido dele

— Está tudo bem, pequena. - ele a soltou e beijou sua testa. Ela virou os olhos na direção do chefe, indicando que ele os estava observando. — Ele sabe, Zi, ainda não deu o veredicto, mas sabe.

Ela suspirou profundamente. Não sabia se estava aliviada por não ter mais que esconder algo de Gibbs, ainda que ele soubesse exatamente tudo que ocorria, se estava brava com Tony por não tê-la dito que iria conversar com Gibbs, afinal, isso era uma coisa que eles deveriam fazer juntos, ou se estava com medo do que viria a seguir.

Não precisava externar seus sentimentos sempre. Mas isso não significava que ela não os possuía. Seu treinamento para o Mossad, ensinara-lhe muitas vezes a ser uma mulher de ferro, sem reações ou demonstrações afetivas. Muito tempo após sua saída da agencia, a moça percebera que demonstrá-los não era, de maneira nenhuma, um sinal de fraqueza. Depois de muito tempo, aprendeu que, assim como ela sempre estaria pronta para cuidar de um amigo, também teria sempre alguém ao lado dela. Somos sozinhos, até o momento em que decidimos ser um do outro. Haverá sempre, em meio aos desassossegos, alguém disposto a ajudar. Eventualmente esse alguém é um pai, uma mãe, um amigo-irmão, um alma-gêmea. Naquele momento em questão, ela tinha medo do que aconteceria, mas não tinha medo de dizer como se sentia. Precisava até fazê-lo para sentir-se melhor. Pela primeira vez em muitos, muitos, muitos anos, sentia que precisava de alguém para protege-la. Não poderia faze-lo sozinha.

Minutos depois, alguns agentes do NCIS chegaram. A polícia isolou a área de entrada do prédio e colocou um policial em todas as saídas. Abby chegou esbaforida junto a Tim, grudou na amiga, tentando de alguma forma, apoiar-lhe. Tony deixou as moças sob vigilância de um policial, e então ele e McGee juntaram-se à equipe. A noite de trabalho estendeu-se até a madrugada. Foi só quando o corpo foi retirado, todas as evidências processadas e todos os apartamentos revistados. Precaver-se de que o assassino ainda estava no local do crime era essencial.

— Abby, onde está Ziva? - Tony perguntou alarmado ao ver a amiga plantada ao lado de Tim.

— Finalmente dormiu. Está no seu carro, e tem um policial junto dela. - ao terminar sua frase ouviu o chefe suspirar.

— Tudo bem, pessoal! Eu preciso de vocês cedo na base. Nós vamos achar aquele bastardo. - Ouvindo o chefe, Abby e McGee afastaram-se na intenção de aproveitar as pouquíssimas horas de descanso que ainda poderiam ter. — Tony, eu não a quero sozinha por um só minuto. Entendeu?

— Entendi, chefe.

Em seu carro, Anthony ajeitou Ziva no banco, para que pudesse ficar mais confortável. O relógio em seu pulso marcava três horas da manhã. Girou a chave na ignição e guiou até seu apartamento, que ficava a uns 20 minutos dali. Ziva respirava tranquila, e em nada parecida aquela que ele tinha encontrado quando chegou ao prédio. Nunca a tinha visto tão vulnerável. Algumas quadras antes do destino final a moça abriu os olhos e remexeu-se no banco, levantando-se repentinamente e chamando a atenção de Anthony.

— Ei calma, sou só eu. - Tony disse sutilmente, e segurou a mão dela, que agora respirava forçadamente.

— Aonde está me levando? - perguntou fitando as ruas que passavam por ela

— Para o meu apartamento. Já é tarde, você precisa descansar.

Ela suspirou e afundou no banco novamente até que chegaram em seu destino. Após um banho rápido, deitaram-se. Ziva aninhou-se em Anthony buscando por algum tipo de proteção.

— Estou com medo do que ele pode fazer comigo - Confessou baixinho ao namorado

— Não precisa. Nós vamos achá-lo, Zi. Não importa onde ele esteja. - Tony respondeu apertando-a mais em seus braços

— Tony, promete que vai estar aqui quando tudo acabar?

— Eu vou sempre estar aqui, por você, para cuidar de você. - Selou seu lábios, num gesto de compromisso. — Durma meu amor, estarei aqui quando acordar. Estarei aqui até quando você não mais precisar. (…)"


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Notas finais do capítulo

Eai, gente?
Acho que deu pra entender que em uma certa parte ela está em um "presente" e a partir desse presente lembra-se do passado, né?! Logo logo a narração voltará ao normal. Espero que gostem desse jeito diferente. Se não gostarem, podem me falar.
Vou tentar começar a escrever o restante até domingo okay?
Espero reviews.
Beijos, boa semana