POV'S Nicole

Me revirava na cama e não conseguia dormir, todos os dias eu tinha o mesmo sonho, porém agora ele parou, mais mesmo assim não consigo dormir. Saio do quarto, Naomi não estava ali, desço as escadas, procuro pela cozinha, quando acho, encontro ali Douglas parado colocando algumas pistolas com estacas na mochila.

– Não consegue dormir, amor?

– Não, o que está fazendo?

– Vou para uma festinha, sabe é meio chato ficar só treinando e matando vampiros, tem horas que é bom relaxar, ser jovem é uma dádiva de poucos.

– Posso ir também? - Mordo os lábios nervosamente.

– Claro, amor. Quer avisar ao seu amiguinho?

– È melhor não. Eu já volto.

– Eu espero. - Subi rapidamente, e troquei de roupa, desci e encontrei Douglas em frente a casa me esperando da sua moto preta, peguei o capacete, subi e fomos até uma boate em uma cidade vizinha, entramos com facilidade, aparentemente o dono era amigo de Douglas, ele disse que tinha que ir resolver algumas coisas, e eu fui pegar uma bebida, enquanto viajava ouvindo aquela música, e dançava com pessoas que eu mal conhecia, até que esbarro em um garoto.

– Desculpa... Nicole? Nicole Pierce? - Pergunta me analisando o garoto loiro, seu olhar parecia de alívio em me ver.

– Te conheço?

– Nathan, eu te salvei quando você tinha 8 anos, naquele lago, quando quase se afogou.

– Hum... Legal. - Tentei me virar e sair dali mais não pude, ele me puxa um pouco de leve me obrigando a encara-lo.

– Minha amiga Jinsu , foi pega por um vampiro, eu sei que conhece sobre o assunto, e que pode me ajudar então por favor, me ajude, eu te imploro.

– O que te faz pensar que eu vou gastar o meu tempo atrás de vampiro idiota, só para resgatar sua amiguinha?

– Eu te salvei, e isso é o mínimo que você pode fazer para retribuir. - Fiquei calada por alguns segundos, maldita consciência.

– Vou me arrepender disso, mais tudo bem, é o mínimo que posso fazer, vou te ajudar.

– Obrigada. - Voltei para a casa de Charles, e fui para o quarto, chegando lá encontrei Naomi afiando as pontas de algumas flechas.

– Onde estava até agora?

– Fui relaxar.

– Sei.

– Preciso de ajuda. - Falo, e explico para ela a situação, achei que ela iria recusar, mais aceitou na mesma hora, pegamos tudo o que precisávamos e fomos, em uma caminhonete, já estava quase amanhecendo.

– Chegamos. - Fala Nathan parando em frente a uma casa com as janelas lacradas, muito óbvio.

– Pegue isso. - Entrego a ele uma estaca.

– Uma estaca?

– È uma estaca de Salomão, se você mata-lo com ela , todos os vampiros que ele transformou voltam ao normal. - Entramos, quebramos todas as janelas lacradas para entrar luz solar, subimos as escadas, enquanto procurávamos a garota, fomos por um corredor, onde havia marcas de sangue por toda a parede, e entramos em uma sala, onde continha várias portas brancas.

– Conheço essa espécie, eles andam em bando, transformam suas vítimas, e a prendem até que possam se alimentar, ele está tentando procriar. - Sussurra Naomi na nossa frente, enquanto mantinha preparado a arco em suas mãos.

– Só espero que ela esteja bem. - Logo após Nathan dizer isso, ouço gritos femininos em uma das portas perto de nós, lá continha uma pequena janela, uma menina ruiva japonesa, começou a bater na porta, e Nathan correu até ela, mais logo depois ela sumiu novamente, entramos naquele quarto, e vimos uma pequena escada.

– Um porão? Por que será que eu não estou surpresa?

– Você vai entrar ai? - Perguntou Nathan me vendo descer pela escada.

– Me deixe bêbada que eu faço de tudo. - Respondo. Desço e encontro um lugar cheio de terra, vários buracos na parede, onde provavelmente era o lugar onde ele guardava os corpos transformados, os dois descem, e em questão de minutos um homem moreno sem camisa entra junto a garota ruiva de antes.

– Vejo que trouxe amigos pra festa.

– Eu vou te matar.

– Acha mesmo que pode chegar aqui e acabar com um planejamento de 500 anos?

– Só vou assistir o show. - Me encosto na parede e eles olham incrédulos para mim.

– Jinsu querida, seu amigo chegou. - O moreno abre espaço, e ali aparece a menina ruiva. - È hora da festa. - Vários buracos vão se formando na parede, sinto uma coisa mordendo minha perna, vários vampiros recém- criados saem de dentro dos buracos e começam a se arrastar até nos, havia uma pequena abertura no teto de madeira, que fazia com que entrasse luz em uma pequena parte no local.

– Venham pra cá, agora! - Os chamei, e eles vieram correndo, Naomi acertava vários deles com estacas, enquanto o moreno só ria da situação. Senti meu corpo queimando, doía muito, parecia que em pouco tempo ele iria pegar fogo.

– Tá saindo fumaça. - Olhei para o meu braço que estava prestes a pegar fogo.

– Está se transformando meu bem.

– Jinsu, olha pra mim! - Nathan gritou para a garota que estava abraçada ao moreno.

– Não podem ficar por muito tempo, o sol irá se por , e nós os mataremos. - Fala a ruiva com os olhos vermelhos.

– Precisamos mata-lo logo. - Naomi atira mais uma flecha. Vejo o medo nos olhos de Nathan, lembro de que a chave para fazer qualquer coisa é a concentração. Foco meu olhar e meu pensamento no telhado, respiro fundo, fecho meus olhos, sinto uma onda de adrenalina me invadindo, quando dou por mim, a metade do telhado havia explodido. Nathan pega a estaca, coloca uma mascara a prova de fogo, pega o isqueiro no meu bolso e acende peto de sua calça, em segundos seu corpo todo começa a pegar fogo e ele se joga no moreno, que tenta morde-lo, os dois ficam de um lado pro outro rolando chão, explodo mais um pouco o teto, e ele pega diretamente no moreno, o fazendo pegar fogo também , parte do seu corpo começa a se desfazer, Nathan pega a estaca e enfia diretamente no coração do moreno, que vira cinzas, logo depois Nathan cai no chão , enquanto todos os vampiros voltam ao normal e olham um para os outros confusos.

– Nathan! - A ruiva grita enquanto corre até ele, juntamente com Naomi, Jinsu começa a chorar no peio do loiro.

– Jin... - Sussurra ele.

– Sim.

– Oi. - Ele sorri e ela também.

– Oi.

– Pirralho idiota, podia ter aviso que iria fazer isso. - Naomi dá um chute nas partes baixas de Nathan.

– O que vão fazer agora? - Pergunto e eles se olham.

– Não sabemos, nossa casa foi queimada, não temos para onde ir, quer dizer, eu não tenho.

– Como assim?

– Jinsu é uma bruxa, ela pode ficar no Circus, eu sou apenas um humano, não posso ir pra lá.

– Circus... - Já ouvi esse nome em algum lugar. - Podem ficar comigo se quiserem, tem espaço sobrando.

– Não quero abusar da sua ajuda.

– Decide logo, e alias, não posso deixar vocês assim... Não que eu me importe é claro. - Viro a cara, e ouço uma risada dos três. Fomos até a mansão , Naomi foi falar com Douglas, enquanto eu entro com os dois na casa, onde encontro Charles sentado numa poltrona com uma cara de preocupação misturada com raiva, e a poucos metros, Dave olhando várias vezes pro celular.

– Bom dia, eu acho... È dia, não é? - Pergunto, e eles notam minha presença na sala, Dave corre dá mim e me dá um abraço urso.

– Onde esteve até agora Nicole? - Pergunta Charles quase explodindo de raiva.

– Bem... Fui numa boate, depois fui até a casa de vampiro, e ajudei a mata-lo, e agora estou tento que falar onde eu estive para você.

– Me avise da próxima vez menina. - Suspirou.

– Quem são vocês? - Pergunta Dave olhando para as duas pessoas atrás de mim.

– Esses são Nathan e Jinsu, eles vão morar aqui, tudo bem?

– Claro, sejam- bem vindos queridos, Dave poderia leva-los até seus aposentos? - Dave acena com a cabeça em sinal afirmativo e leva os garotos, até seus quartos, me deixando sozinha com Charles.

– Charles, o que é o Circus?

– Circus na verdade era uma comunidade, que abrigava os seres sobrenaturais, não existia rixa, guerras entre espécies ou coisa do tipo, todos viviam bem uns com os outros, mais então os vampiros se descontrolaram, mataram uma aldeia inteira de bruxas e feiticeiros, por que achavam que nós fossemos querer controlar o planeta.

– Mais feiticeiros e bruxos são seres pacíficos.

– Sim, mais eles nos viam como rivais, mataram nossa espécie e muitas outras, e então começou uma guerra, irmãos contra irmãos, amigos contra amigos, vidas inocentes foram tomadas.

– Então é por isso que você quer mata-los? Por vingança?

– Quem dera se fosse só isso... Nicole, aquilo que eles fizeram foi só o começo, eles estão prontos para fazer novamente e pior dessa vez, temos que impedi-los, é a nossa espécie e muitas outras que estão correndo perigo, por causa de um capricho banal deles, é da nossa família que estamos falando. Família acima de tudo, nada é mais importante que isso. - Fala ficando na minha frente. - Sei que sente falta do Alex, mais ele é um deles agora, ele é nosso inimigo e mesmo que não faça parte dessa guerra, você precisa esquece-lo, e seguir em frente... Dave parece gostar bastante de você, não acha? - Ele ri.

POV'S Alex

Passaram-se 5 dias desde que tudo aconteceu, conheci muitas pessoas aqui, Calebe, Joshua, os caras mais malucos do Circus, Lauren a filha de Dimitry, Sophia, admito que com essa eu tive um pouco de dificuldade já que ela é muito na dela, e também tem o Theron nosso professor de literatura, e também um dos coordenadores do Circus. As vezes sinto saudades do Dave, minha irmã Piper, meus pais, e Nick, espero que estejam bem, até hoje nunca tomei uma gota se quer de sangue, o que tá acabando comigo. Agora aqui estou eu sentado na grama junto com os outros,ouvindo Theron falar sobre as maravilhas da vida, e fazendo todos rirem de suas piadas.

– Fedorento vai tomar um banho logo. - Diz Theron para Joshua, que mostra língua para ele, eu e Calebe rimos, a aula acaba e saímos enquanto Theron volta para os seus livros. Vamos dar uma volta pela floresta junto com Lauren e Sophia.

– Joshua, me ensina a passar de nível! - Lauren faz biquinho para o ruivo que nem prestava atenção.

– Esses dois... Ai, ouvi dizer que existe uma garotinha morando na floresta.

– Coitada. - Sophia diz com ironia, ela e Calebe não se suportam.

– Ruiva dos infernos. - Ele fala, ouço passos em nossa direção, todos olham para os lados procurando ver quem era, os galhos das árvores começam a se mexer e as folhas a formarem desenhos no ar, era incrível e dali saiu uma menina loira, aparentemente mais nova que eu, talvez um ou dois anos.

– Quem são vocês?

– Meu nome é Calebe, esses são Alex, Lauren, Joshua e Sophia. Quem é você?

– Arya Pallet.

– Você é a garota que mora aqui? - Pergunta Sophia.

– Sim, sou uma bruxa, tem muitos vampiros no Circus, o Diego preferiu que eu ficasse aqui, para não causar problemas. - A garota loira dá um sorriso amigável. - Já foram na cachoeira daqui? È muito linda.

– Ainda não.

– Querem vir?

– Agente pode confia nela? - Sussurra Joshua.

– Se o Diego confia nela, por que agente não? Somos uma família, doida e cheia de problemas , mais somos uma família, vamos Arya. - Diz Calebe chegando perto dela. - E agente aproveita pra se conhecer melhor. - Ele dá uma piscada para a loira que faz a mesma corar violentamente.

POV'S Dimitry.

Se passaram alguns dias depois do acontecimento, o ladrãozinho já está se enturmando, tive notícias de Nicole, ela a cada dia que passa está virando uma feiticeira extremamente perigosa, matou 56 vampiros durante esses dias, e está ficando cada vez mais forte. Estou sentado em uma das cadeira da sala de Diego, enquanto tento me acalmar.

– Vai contar para o garoto?

– O que? Que a melhor amiga dele, está um feiticeiro perigoso, e que ela está virando uma Serial Killer? Nunca faria isso, agora ele está se adaptando, está feliz, não posso fazer isso.

– Uma hora ele terá de saber da verdade. - Suspira Diego se levanto e olhando alguma coisa pela janela. - O que faremos? È questão de tempo para Charles vir atrás de nós.

– Não fazemos parte dessa guerra. - Ele me olha triste. - Ou fazemos?

– Sim, eu fui um dos vampiros que ajudou a acabar com a aldeia dos bruxos, matei vários deles, Charles irá vir atrás de mim, e tudo , e quem estiver em seu caminho também irá morrer, inclusive nossos amigos, vampiros ou não.

– Como teve coragem de fazer isso? - Me levantei alterando meu tom de voz.

– Eles eram forte de mais, vampiros deveriam ser os mais fortes, mais não somos, que queria poder Dimy, eu queria ser reconhecido, eu queria ser o rei. Agora eu estou aqui, sou o chefe, a pessoa que comanda tudo, valeu de alguma forma no final.

– Vou contar a todos, não vou deixar que eles paguem pelos seus erros.

– Você não vai dizer uma palavra se quer, ou eu mato sua amada filha, teria coragem de deixar isso acontecer, "amigo"? - Ele sorri, e minha raiva aumenta, tudo o que está acontecendo é culpa dele, é culpa dele esta guerra, e agora todos sofreram as consequências.

– Não, não vou dizer nada.

– Bom menino, fico feliz em que pode reconhecer quem está no comando.