Uma viagem ao paraiso escrita por drivig
Na manhã seguinte, Blair acordou com o sol que invadia as portas abertas para o pátio. O calor já era forte, pois a brisa agradável da noite anterior não soprava mais.
Levantou-se da cama e fechou as portas, tentando assim impedir que o calor entrasse no quarto. Já devia ser tarde, pois o sol já estava alto, pensou.
Vestiu-se com um dos outros trajes, e pensou se não encontraria nenhuma loja por perto onde pudesse comprar algumas coisas. Mas gelou, quando lembrou-se de que não tinha um centavo. Será que deveria pedir um emprego a Chuck Bass? O que ele acharia de tal pedido? Afinal, já lhe oferecera trabalho. Mas, o que mais ela poderia fazer?
Foi ate a sala de jantar e ficou surpresa ao ver Chuck já tomando o café, apesar de ter papéis espalhados pela mesa. Será que nunca parava de trabalhar?
A sala de jantar era mais fresca que o quarto. Blair parou ao lado da janela e observou o belo dia que se anunciava.
Chuck ergueu os olhos e examinou-a de cima a baixo.
— Bom dia — ela cumprimentou-o.
Sentia-se mais segura agora. O cabelo estava limpo e penteado, não estava suada, nem molhada, nem com a pele salgada da água do mar. E totalmente vestida. Encarou-o, lembrando-se de seu comentário na noite anterior. Chuck trajava shorts, mas a camisa estava abotoada. Tinha uma aparência atlética e saudável.
— Hum... — Ele respondeu apenas e voltou aos papéis.
Será que também ficava de mau humor pela manhã? Blair sentou-se assim que Nora entrou na sala, trazendo suco e frutas. Após ser servida, tentou iniciar uma conversa com o calado anfitrião.
— Por acaso sabe exatamente quando virá o barco de suprimentos?
— Não. Mais ou menos no final do mês. — E voltou os olhos para os papéis.
— E o que farei até lá?
Blair gostava de planejar as coisas, queria um cronograma que pudesse seguir. Chuck havia mencionado que ela poderia trabalhar e conseguir algum dinheiro. Achou que deveria começar o mais rápido possível. Que tipo de trabalho ele teria em mente?
— Não há lojas, nem cinema. Então fica impossível para você achar algo que fazer? — Seu tom era sarcástico e crítico.
— Não foi isso que quis dizer. — Na verdade, seu salário não lhe proporcionava muitas idas a lojas ou cinemas. Mas não podia simplesmente ficar sentada o dia inteiro, olhando para o mar. — Você disse que eu poderia ganhar algum dinheiro. Como?
— Por que veio até aqui? — Ele abaixou o relatório que segurava, dedicando-lhe total atenção.
— Aqui? Você se refere ao Havaí ou a esta ilha? — Ela piscou, confusa com aquela pergunta inesperada.
— Estou falando dos dois.
Blair deu um gole no suco de laranja.
— Arranjei esse trabalho para conhecer o Havaí. Pensei que seria uma boa maneira de passear, já que de outra forma nunca teria condições, pois é muito caro. Você sabe muito bem que fui abandonada aqui nesta ilha, quando os outros foram expulsos com o iate.
— Que azar... — ele murmurou, com os olhos faiscando.
— Por que fala assim?
— Eles haviam sido avisados no dia anterior. Sabiam que as chances eram grandes de serem expulsos. Você veio naquele iate, então imediatamente se escondeu para que eles não a achassem, na hora da pressa de ir embora.
— E por que eu faria isso?
— Tenho algumas hipóteses sobre o assunto. Já lhe disse na noite passada que entraria no jogo que você preferisse.
— Isso é bobagem. Distanciei-me daqueles adolescentes porque começaram a beber. E, quando estão bêbados, não faz diferença que você seja uma garotinha ou uma professora já de certa idade...
— É isso que você é? Uma mulher já de certa idade? — Os olhos de Chuck pousaram na pele sedosa do pescoço de Blair e na forma suave de seus seios.
— Bem, já tenho vinte e sete anos e não sou casada — ela confessou.
— E está a procura de um marido?
— Pelo menos não procuro nenhum homem egoísta e convencido, que acha que as mulheres invadem de propósito seu local de trabalho! Nunca havia visto você até que me abrisse a porta ontem à tarde.
— Não sou exatamente desconhecido por aqui.
— Bem, em Iowa você é totalmente desconhecido — ela devolveu, com raiva.
Chuck abriu a boca, mas as palavras não saíram.
— Nem imagina como fico contente ao ver você gastando seu precioso tempo conversando com uma linda moça! — A voz de Nora tomou conta do ambiente. A velha senhora trazia pãezinhos quentes e croissants, e percebeu a tensão no ar.
Blair abaixou os olhos, evitando Chuck e Nora. Respirava apressada enquanto tentava controlar as emoções. Será que se sentia tão convencido que achava que toda mulher estava atrás dele? Deus, ele a havia beijado na noite anterior, não havia como negar o fato. Mas a única coisa que ela queria naquele minuto era deixar aquela maldita ilha.
Finalmente Nora voltou para a cozinha, e Blair tornou a encará-lo.
— Tudo o que quero é sair daqui, ir embora de vez. Tanto faz, ir para Honolulu ou voltar ao iate. Nunca planejei ser deixada aqui, apesar das bobagens que passam por sua cabeça. Seu comportamento é abominável, e acho que viver isolado do resto do mundo deve ter afetado suas idéias. Não estou perseguindo ninguém, pode ter certeza disso.
Chuck ficou surpreso com aquela explosão.
— Ninguém a chamou aqui para perturbar minha vida.
— Não estou perturbando nada, nem ninguém. E, se quiser me ajudar a sair daqui, irei o mais rápido possível!
Ele encarou-a por um momento. Finalmente, balançou devagar a cabeça:
— Tenho trabalho a fazer.
— Nora disse que você tem um rádio de ondas curtas — Blair insistiu, mesmo sabendo que tinha sido rude.
Queria pedir desculpas, mas não sabia exatamente como fazer. Não gostaria que Chuck pensasse que fazia parte do tal “jogo”.
— Nora está certa. Eu tenho um equipamento de ondas curtas, mas o aparelho está quebrado. Estamos esperando que o barco de suprimentos traga uma peça para consertarmos. Mais alguma coisa, Srta. Waldorf? Ou posso ir trabalhar?
Sem dizer mais uma palavra, Chuck juntou os papéis e levantou-se. Deu ainda uma última olhada em Blair.
— Seria mais fácil se usasse métodos mais sutis. Talvez me convencesse mais rápido. Não sei se adianta usar roupas transparentes como esta... — ele concluiu, olhando com certa satisfação as faces coradas da adversária.
— Vou dar um jeito nisso, pode deixar — ela murmurou, sem encará-lo.
— Seria uma pena — replicou Chuck, antes de sair da sala.
Já sozinha na sala, Blair praguejou.
Mas Chuck não respondera ainda a sua pergunta sobre o que deveria fazer durante todo o dia, e também não falara nada sobre o emprego. Mesmo assim, ela decidiu que sairia para ver as coisas por conta própria, ver o que poderia descobrir na ilha. Talvez encontrasse alguém que pudesse ajudá-la, que explicasse como era a plantação, que tipo de serviço ela poderia fazer. Tinha de admitir que preferia que Chuck a acompanhasse nesse passeio.
Nora entrou alguns minutos depois na sala e Blair sorriu.
— Precisa de ajuda? — perguntou à mulher, esperançosa.
— Não, obrigada. Faço esse trabalho há anos. Por que não vai até a plantação? É um belo passeio, e você conhecerá um pouco de Manahakaloi.
— Man-aha-ka-loi? — Blair silabou a estranha palavra.
— O nome desta ilha é Manahakaloi. A plantação não fica muito longe. Vire à esquerda na estradinha, e siga em frente.
Blair aceitou a sugestão da amável senhora e partiu em seu passeio solitário. Não tinha andado muito quando um dos cães apareceu para lhe fazer companhia.
— Olá, também quer dar um passeio? — ela perguntou, acariciando-o. — Qual é seu nome? Rames ou Marco?
Quando ouviu o chamado, Marco agitou o rabo.
— Ok, Marco. Quer me mostrar a ilha?
Contente com a companhia, Blair reiniciou a caminhada. Nos dois lados da estradinha empoeirada havia fileiras de abacaxizeiros bem desenvolvidos. Enquanto andava, percebeu que no centro de cada um havia um abacaxi pronto a ser colhido.
O sol esquentava a cada minuto e Blair desejou ter um chapéu e óculos escuros. Não sabia quanto ainda faltava, mas já estava com sede.
Quando começou a achar que escolhera o passeio errado, avistou algumas casinhas. Ao se aproximar, percebeu que parecia tratar-se de uma vila: uma dúzia de casinhas com uma construção maior no centro.
O movimento parecia intenso. Dezenas de homens descarregavam abacaxis frescos de um enorme caminhão, e as frutas eram despachadas para dentro do prédio. Outros caminhões faziam pilhas altas com as frutas, aguardando sua vez. Da enorme construção ao centro vinha ruídos de máquinas e vozes.
Marco não parecia preocupado e ela continuou aproximando-se. Logo atrás do prédio Blair avistou o mar. Havia um pequeno ancoradouro, cercado de armazéns de madeira.
Ela aproximou-se para ter uma visão melhor do pequeno porto. Seria lá que o barco de suprimentos ancoraria? Parecia haver equipamento suficiente para isso. A imagem lhe lembrava o porto de Honolulu, mas numa escala menor.
— Cuidado!
Um braço firme agarrou-a pela cintura e puxou-a violentamente. Logo em seguida, um caminhão deu marcha ré e passou exatamente pelo lugar onde Blair estava.
Chocada, ela deu de cara com os olhos brilhantes de Chuck Bass. O coração estava a mil por hora.
— Está maluca? O motorista estava dando ré, e não poderia vê-la. — A voz de Chuck era dura, furiosa.
Blair reagiu ao sentir o vigoroso braço segurando-a, forte como aço, pressionando-a contra o corpo de Chuck. Ela mal respirava, e não sabia o que dizer. Seu corpo tinha prazer ao estar junto de Chuck, e ficou desapontada quando ele a soltou.
— Sinto muito. Eu... obrigada por ter me puxado na hora certa. Estava tentando ver o ancoradouro. Não percebi que poderia ser perigoso.
Como poderia saber que estava em perigo? Com todo aquele barulho de máquinas e caminhões, não ouvira a buzina do caminhão anunciando que daria ré.
— Fique ao meu lado e não se meta em mais encrencas! — ele ordenou, saindo da passagem dos caminhões.
Blair parou por um momento, sem acreditar no que acabara de ouvir. Então, apressou o passo para acompanhá-lo. Se ele ia lhe mostrar o local, não queria perder nada!
Chuck falou com cada um dos motoristas, verificando as cargas e anotando números na prancheta que levava. Blair observou fascinada toda aquela agitação. Quando ele checou o último caminhão, entraram no prédio.
Blair estava morrendo de calor e a fumaça dos caminhões só piorara as coisas. Onde estava a brisa fresca que vinha do mar?, pensou ela, enquanto enxugava o suor da testa.
Chuck observou-a enquanto ela tentava acompanhar seus passos largos.
— Devia usar um chapéu.
— Sabe muito bem que não tenho chapéu. Além disso, você não usa.
— Eu não preciso. Vivi aqui quase toda minha vida. Mas você tostará se não tomar cuidado.
A pele de Chuck era de um bronzeado natural. E a dela, comparada à dele, parecia transparente. Adoraria voltar para casa com aquela cor. Resolveu que cuidaria mais do bronzeado enquanto estivesse por lá. No fundo, não parecia haver muito mais o que fazer naquela ilha.
— Estou bem — foi o que disse, simplesmente. Além do mais, onde encontraria um chapéu se não havia nenhuma loja naquela ilha? — Estou só com um pouquinho de sede — admitiu, alguns segundos depois.
Ele lançou um sorriso quase amigável. Blair já havia imaginado como seria o sorriso daquele homem, e agora sabia: era simplesmente devastador.
— Venha, você vai adorar isso.
Ela obedeceu, e seguiu-o até o prédio imenso. Era o armazém de processamento. Homens, mulheres e jovens estavam de pé ao lado de correias transportadoras, movimentadas por um poderoso motor. Passaram pela seção de classificação, onde filas e mais filas de abacaxis percorriam as esteiras rolantes. Alguns eram recolhidos e colocados em caixotes. O barulho das máquinas era intenso.
Depois, caminharam na direção de outra área da fábrica. Lá, enormes máquinas retiravam a casca dura do abacaxi, em um processo contínuo. Dezenas de mulheres estavam sentadas ao lado de mesas, cortando as frutas fresquíssimas em fatias. Ao lado, já podia se ver a seção de sucos.
Chuck levou-a até lá, onde ofereceu-lhe um copo de suco retirado dos equipamentos. Observou-a atentamente enquanto saboreava a bebida. Era deliciosa! Doce, fresca e perfeita para matar a sede.
— Maravilhoso! — Blair sorriu para ele, surpresa com aquele sabor tropical. — Não tem comparação com os sucos de lata. — murmurou, segurando o copo para enchê-lo novamente.
— Nunca experimentei suco de abacaxi em lata. Estive cercado de abacaxis a vida inteira. Primeiro, na ilha Grande, depois aqui.
— O de lata é muito ácido — comentou ela e deu mais um gole.
Blair tentava captar todos os detalhes da fábrica. Muitas das pessoas das quais Chuck havia falado deveriam estar lá. Mulheres cortando e embalando, homens e mulheres experimentando o suco antes de encher os contêineres.
O barulho era alto, e revelava toda a atividade das pessoas e dos equipamentos.
— Mais? — Chuck perguntou, com a voz alta.
Blair agradeceu e aceitou. Era delicioso. Quando terminou, ele levou-a até os fundos da fábrica, o lado mais próximo ao pequeno cais. Dois enormes guindastes descarregavam as caixas de abacaxi até os armazéns ao lado das docas.
— É por aqui que a mercadoria é embarcada? — Blair perguntou, observando os homens que recebiam as caixas no ancoradouro.
A operação inteira era muito bem coordenada, e de dimensões muito maiores do que ela havia imaginado. E Chuck era proprietário de tudo aquilo. Ela fitou-o outra vez. Mais um homem rico. Já havia tido aquela sensação com Dan e aqueles garotos no iate. Não queria ficar cercada por aquele tipo de pessoa. Mas estava presa àquela ilha, presa por algumas semanas, pelo menos.
— Correto. Nós embarcamos diariamente. É temporada de colheita, e há navios indo e vindo todo o tempo enquanto as frutas estão frescas. Durante o resto do ano, não é tão movimentado assim,
— Será que eu não poderia ir em um desses navios de carga? — Blair se animou com a idéia.
Quanto mais rápido se afastasse daquele homem que a perturbava, mais chances teria de sair intacta daquela história de férias no Havaí. Não estava à procura de um romance de verão. Mas, se por acaso estivesse, Chuck Bass seria uma escolha mais que perfeita.
Ele virou-se de costas, e continuou a caminhar até as docas.
— Creio que não é possível. Somos a última parada antes de o navio seguir com destino ao Japão. Grande parte de nossos produtos vai para o Oriente. De qualquer forma, esses navios não levam passageiros.
Estranhamente, Blair sentia-se aliviada com aquela resposta. No fundo, talvez não quisesse partir. Ficou um pouco confusa com os próprios pensamentos.
Quinze minutos depois estava diante de relatórios e números sobre toda aquela operação.
— Há muito tempo é proprietário deste negócio?
— Quinze anos. Mas este será o melhor ano para a empresa. Acho que atingimos nossa capacidade máxima. Se continuar assim, os próximos anos serão muito bons, com a ajuda do tempo, é claro.
Chuck caminhava devagar, com os olhos fixos na movimentação. Blair sabia que ele controlava tudo de perto, e poderia antecipar qualquer tipo de pDanlema ou emergência. Tinha solução para tudo!
Atrás da enorme área em que estava instalada a fábrica, podiam-se ver os telhados coloridos das casinhas da vila.
— É aqui que essas pessoas moram?
Estava encantada com o cenário. Os telhados eram em tons pastel, e quase todas tinham flores nos jardins. Parecia uma cidade de sonhos.
— Alguns moram no lado norte da ilha, mas a maioria vive aqui.
— E o que eles fazem para se divertir, nas horas vagas?
A expressão de Chuck endureceu, e ele parou de caminhar de repente.
— Nós tentamos dar um jeito. Temos televisão, livros, e passamos grande parte do tempo ao ar livre, nadando, fazendo caça submarina, surfando. As pessoas conversam entre si, preocupam-se umas com as outras. Não precisamos de atividades caras ou dispendiosas. Podemos nos divertir com simplicidade. — Os olhos permaneciam tensos enquanto dava as explicações.
Blair desejou não ter feito aquela pergunta. O homem amigável de alguns segundos atrás havia desaparecido, e era o anfitrião desagradável que surgia novamente diante dela.
— Eu lhe asseguro que estará de volta à civilização até o final do mês — ele continuou, em um tom rude. — Agora, acho que pode ir sozinha para a casa. Tenho muito trabalho por aqui.
Ele caminhou a passos largos na direção da fábrica, deixando-a sem ação, com aquelas palavras ecoando em seus ouvidos. Afinal, não pedira que lhe mostrasse o local; ele havia se oferecido. Tudo caminhava bem até ela perguntar sobre as diversões da ilha. Blair não entendeu a reação de Chuck e ficou confusa.
Na verdade, ela gostara de tudo o que vira até ali. Havia grandes diferenças entre a vida que levava e aquela que vira na ilha. Mas gostava dessas diferenças. Gostaria inclusive de conhecer outros moradores; assim teria alguém com quem conversar, trocar idéias sobre os estilos de vida de cada um.
Era difícil conversar com Chuck. Precisava prestar atenção a cada palavra. Não estaria ele procurando deliberadamente algum pDanlema em o tudo que ela dizia? Blair tinha essa sensação naquele momento,
Os poucos minutos que haviam passado juntos tinham sido agradáveis. Gostara da maneira como Chuck lhe explicara as coisas; ele queria ter certeza de que ela havia entendido tudo, e não rira de nenhuma de suas perguntas — apesar de algumas serem até meio sem pé nem cabeça. Mas tudo mudara de repente com aquele comentário sobre a diversão na ilha. O que havia de errado em perguntar sobre as horas de lazer das pessoas?
Começou a caminhar na direção da casa, mas dessa vez não teve a companhia de nenhum dos cachorros.
— Provavelmente devem estar descansando em alguma sombra por aí — falou, como se pensasse em voz alta.
Passou pelas enormes portas da fábrica, e olhou lá dentro para ver se encontrava Chuck. Mas ele não estava mais por lá. Sentindo-se arrasada, continuou sua caminhada pela estradinha empoeirada.
Mas o animo melhorou logo. Era difícil não sentir-se feliz naquele paraíso. Durante toda sua vida quisera conhecer o Havaí, e agora estava lá de verdade.
De repente, ficou até satisfeita por não estar mais com Dan e seus amigos. Não queria perder essa experiência por nada no mundo: viver durante algumas semanas numa pequena ilha do Havaí!
Por outro lado, não tinha certeza se Chuck sentia-se da mesma maneira. Queria muito saber o que ele pensava, o que achava da estadia daquela estranha em sua ilha. Ele a beijara, salvara de ser atropelada por um caminhão, abraçara-a mais do que o necessário naquele momento. Seriam apenas sinais de boa vizinhança?
Blair relembrou durante alguns segundos aqueles instantes, e o coração se acelerou com as lembranças de poucos minutos atrás.
Estava ficando obcecada por aquele homem. Sabiamente, deixou-se levar por aquelas emoções, pois tinha certeza de que o paraíso não duraria para sempre.
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