Kaitlyn foi embora, e eu passei o resto do dia tentando decidir a melhor forma de contar aquilo à minha mãe. Eu não conseguia pensar em uma maneira de tornar a situação ao menos aceitável para ela.

...

Quando fui dormir ela veio me dizer boa noite. “É agora”, pensei.

–Boa noite, filha.

–Boa noite, mãe.

Ela fez menção de sair do quarto

–Mãe, -ela parou imediatamente- preciso te contar uma coisa...

–Pode falar, Hazel –ela disse, com o mesmo ar preocupado de toas as vezes anteriores em que eu disse que precisava falar com ela.

–Então, -comecei- eu venho me sentindo mal... Quer dizer, tenho sentindo um mal estar pior do que o normal, também tenho tido muito enjôo e...

Levantei os olhos, ela estava chorando.

–MÃE, NÃO CHORA. Meu Deus, eu realmente não preciso que você chore, já está sendo bastante complicado sem isso. Sério, mãe, para.

Ela me olhou, “ataque de choro em alguns segundos”, pensei.

–PARA DE FAZER DRAMA, HAZEL! VOCÊ FALA COMO SE FOSSE A ÚNICA QUE SOFRE NESTA CASA! ESTOU DE SACO CHEIO! – me assustei, não contava com aquele grito- VOCÊ PARECE SÓ SABER FAZER ISSO! “MEU DEUS EU SOFRO DEMAIS”, “AI, MINHA VIDA É HORRÍVEL” –ela estava me irritando, eu nunca havia dito coisas aquele tipo- VOCÊ TEM CÃNCER, OKAY. ISSO É PÉSSIMO, OKAY. MAS VOCÊ NÃO...

O okay me trouxe as lembranças do Gus, não aguentei.

–ESTOU GRÁVIDA DO AUGUSTUS WATERS, OKAY? É ISSO, ISSO QUE EU QUERIA TE CONTAR!

A expressão dela mudou radicalmente.

–Como? Você o quê? Grávida?

–Sim, mãe. Sim. eu fiz o teste hoje, e sim, eu estou grávida.