–MÃE – gritei. Aquela dor era insuportável, pior que as dores do câncer.

Ela veio correndo, apenas me olhou e gritou para o meu pai, que veio me buscar e me levou para o carro. Minha mãe estava comigo no banco de trás, me falando que tudo ficaria bem.

Foram nove meses de consultas médicas, remédios e internamentos, mas eu estava feliz. Seria mãe, e meu filho queria nascer naquela noite.

Chegamos ao hospital. Minha mãe havia ligado para lá antes de sairmos, e eles já estavam me esperando. Minha médica estava sorrindo, e isso me fez sentir melhor. Fui levada à sala de cirurgia e anestesiada. Apesar da anestesia, eu não fiquei totalmente inconciente e podia ouvir as conversas dos médicos.

Depois do que me pareceu uma eternidade ouvi um choro. Um choro de bebê. O choro do meu filho. Fechei os olhos, e quando tornei a abri-los uma enfermeira que eu não conhecia segurava o bebê. Ela veio mais perto de mim e perguntou que nome eu havia escolhido.

–Augustus. -sussurei- Ele vai se chamar Augustus.

Com o canto dos olhos eu vi minha mãe. Ela estava preocupada. Os médicos voltaram à maca onde eu estava, eles mexiam desesperadamente nos aparelhos que me garantiam o oxigênio. Tudo estava confuso. Ouvi alguns "bips" desritmados e a voz desesperada de meu pai quando

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