I Hate Goodbyes escrita por Artur


Capítulo 2
Capítulo 02 : Fé


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pessoal !! Remetendo ao episódio 10 '' Inmates '' com mudanças é claro, desculpem a demora e espero que gostem :)



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I Hate Goodbyes – Fé

Pov. Beth

A imensa escuridão se propaga diante de nós, e em segundos a solitária lua nos observa lá de cima. Minha mente estava um verdadeiro caos já que ainda não consegui digerir os acontecimentos repentinos, a morte do meu pai e possivelmente dos outros ... a queda do nosso lar e todos os nossos planos e desejos amaçados como papel .

Ao meu lado estava Daryl Dixon, ficamos tanto tempo juntos mas ainda assim eu sinto que existe mais sobre ele que eu não sei, temos uma espécie de amizade diferente, não sou muito intima a ele mas enfrentamos tantas coisas juntos que acho que os nossos laços possam ficar mais fortes . Naquele momento eu só tinha a ele, e mais ninguém .

A fogueira nos aquecia durante a noite, enquanto que o silencio se sobressaia diante de nós dois . Daryl ficou bastante calado desde os fatos decorrentes na prisão, não deu sequer uma palavra, vejo que seu modo de pensar mudou tragicamente .

Ficamos calados durantes minutos, não sabíamos o que fazer, até que encontro o pequeno diário no meu bolso, toco em sua capa lentamente enquanto o abro, toda a lembrança do que vivi na prisão retorna, dou um suspiro enquanto tomo coragem para ler uma das minhas escritas .

‘’ Sei que já faz tempo mas vou ser sincera, eu me esqueci de você . Depois da fazenda nós andamos muito, mas algo bom aconteceu .. finalmente . Encontramos uma prisão e o papai acha que podemos transforma-la em um lar. Poderíamos cultivar algo, encontrar alguns animais, parar de fugir e de se alimentar mal . Eu acordei na minha cama ontem, no meu próprio quarto, mas sempre deixo minha mala arrumada .. deixo minha arma por perto, sei que nunca estaremos realmente seguros e tenho medo de ser esperançosa mas essa manhã o papai disse algo, se você não tem esperança qual o sentido de viver ? Então eu desfiz minha mala, e te encontrei . Podemos realmente viver aqui pelo resto de nossas vidas ‘’

Dei um suspiro entristecedor acompanhado de uma lágrima solitária que escorre pelo meu rosto, enxugo-a enquanto que Daryl me acompanhava com os olhos, não queria relembrar de tudo isso, mas eu tinha que me focar em algo, até que quebro o silencio dominante .

– Devíamos fazer algo . – indago e ele nem sequer olha para mim, fico encarando até que completo .

– Não somos os únicos sobreviventes, não podemos ser . Os outros podem estar por perto, Maggie e Glenn podem ter escapado do Bloco A ... eles podem ! – Completo e ele continua sem olhar para mim, o silencio volta durante alguns segundos até que me levantei afirmando.

– Você é um rastreador, pode rastreá-los . Vamos ! O Sol logo nascerá e podemos .. – Persisto até que me dou conta que não iria adiantar ficar ali falando feito uma boba enquanto Daryl me ignorava completamente .

– Tudo Bem ! Se você não vai, eu vou ! – Exclamo atordoada, aquele silencio emitido pelo Daryl me dava nos nervos, era mais que irritante, ando em direção a faca que estava fincada ao chão retirando-a e vou em direção a mata . Não adianta, essa sou eu ! Sempre serei esperançosa, nunca sendo pessimista ou negativa, apenas acho que nesse mundo em que vivemos, o mínimo que deveríamos possuir era pensamentos otimistas, mas o Daryl é totalmente o contrário !

Estava determinada em encontrar a Maggie e os outros, custe o custar . O dia raiou, estava um pouco distante ao Daryl, pois é .. ele veio atrás de mim, com certeza pensou que eu não conseguiria sobreviver sozinha em uma floresta onde a quantidade de errantes é elevada, e como sempre .. me subestimam .

Daryl se agacha limpando o chão retirando as folhas, olho para ele aproximando-me do mesmo, quando por fim termina de limpar o local, pude observar uma pegada, era pequena então deduzi que foi alguma criança .

– Pode ser o Luke, ou a Molly . Onde quer que estejam significa que estão vivos . – Afirmo e ele rapidamente rebate .

– Não, significa que estavam vivos há quatro ou cinco horas .

– Eles estão vivos . – Retruquei, era insuportável essa falta de esperança dentro de si que o Daryl tinha, seguimos as pegadas até acharmos uma plantação de uvas, estava mais a frente enquanto que ele me seguia um pouco atrás .

– Eles aumentaram as pegadas por aqui, saíram com pressa .. a coisa tá feia . – Ele indaga apontando uma pegada , imediatamente o fuzilo com o olhar e indago :

– Não mataria ter um pouco de fé . – Afirmei por fim, realmente fé era o que Daryl menos tinha e isso se confirmou quando ele indaga logo em seguida .

– Sei, a fé . Ela não nos ajudou em nada ... Não serviu de nada para o seu pai . – Suas palavras realmente me abalaram, eu estava tentando aos poucos me reerguer com minhas próprias forças, mas fica difícil relembrando a morte do meu pai, e de quanto ele era esperançoso .

Viro-me encarando-o , sei que ele falou sem intensão de me magoar, estava bastante abalado também, por isso não disse nada .. apenas o olhei . Ficamos nos entreolhando por segundos, não sei o que é mas algo estranho sucumbiu dentro de mim, não consegui ficar magoada com o que ele disse, mas ele era tão rude e grasso mas ao mesmo tempo .. tinha algo que me chamava atenção . Guardo minha faca e ele vira o rosto, acho que repensou e notou na burrada que fez anteriormente . Começo a pegar as frutas calada, sempre acabo criando uma espécie de barreira .. de proteção contra algo que venha a me afetar, por fora tento parecer resistente e forte mas por dentro .. sempre precisarei de ajuda e de alguém para me acompanhar .

– Eles estarão famintos quando encontrarmos . – Digo em relação as frutas, Daryl me entrega um pano e coloco-as dentro do mesmo .

Andamos um pouco até que encontramos dois errantes derrubados, Daryl vai em direção a planta e nota a presença de sangue .. sangue humano . Um barulho de galhos pisoteados se ecoam em nossos ouvidos, ficamos em alerta observando tudo cautelosamente . Rapidamente apunhalo minha faca pronta para me defender, mas não adiantou de nada, o errante se aproxima rapidamente agarrando em meus braços, acabo que gritando, ele começa a mexer-me para lá e para cá o que dificultou a ação de Daryl que mirava para o crânio do transformado . Ele larga sua besta , segurando o errante pelas costas derrubando-o no chão, pego minha faca caída no chão e Daryl vira o errante para cima, aproximo-me e enfio a faca no crânio do mesmo acabando com aquela agonia .

Daryl suspira intensamente, até que continuamos com a trilha, ela parou já no lado de fora da floresta, onde um pequeno muro de areia se sobressai dentre os trilhos de trem. Ao longe algo que jamais quis ver surge, arregalo meus olhos diante da tal cena, Daryl dá um fim nos três errantes que se debruçavam dos corpo já estraçalhado de alguém .

Só o que pude notar em meio a toda aquela carnificina, foi o pequeno sapato que se misturava com o sangue do que já foi alguém, Daryl segue andando em frente, enquanto continuo observando o sapato, remeti a ideia de que aquele era o Luke .. ou a Molly, devido ao tamanho e realmente ser parecido .

Comecei a me derramar em lágrimas sofridas, que a tanto tempo queriam escorrer, prometi a mim mesma que não choraria mais, porém .. naquele momento eu não estava chorando pelo Luke ou pela Molly, mas por mim . Por eu sempre ter fé e uma esperança grandiosa, por sempre querer achar o lado bom das coisas, estava chorando porque sempre achei que a fé resolveria tudo, por eu ser ingênua .

Não vamos morrer, Nenhum de nós . E agora eu acredito, acredito pelo papai, se isso não funcionar ... não sei como continuarei .


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