Muse escrita por AloeGreen


Capítulo 6
Capítulo VI - Rubis Ambiciosos Sob Um Luar Trivial


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem! :)



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Muse

"Deus não existe e, se existe, não é muito confiável”

Woody Allen

Capítulo VI:
Rubis Ambiciosos Sob Um Luar Trivial

Turno: Sakura Haruno

– Tudo isso aconteceu quando eu estava inconsciente?- Perguntei pasma.

– É...- Naruto esboçava um sorriso amarelo.

– Eu sei quem é a garota. Ela é da minha classe e tivemos uma conversa rápida.- Cruzei os braços, relembrando dos traços da garota.- Hinata Hyuuga, se não me engano.

– Foi bem esquisito ela ter te beijado.- O loiro olhava para o chão, com as pupilas dilatadas.

– Esqueça. Pelo menos agora, estou bem.- Espreguicei-me retirando as cobertas e calçando os sapatos.

– Aonde pensa que vai?- Naruto levantou do banco frente a cama.

– Pra aula, ué.

– A aula já acabou faz tempo, Sakura. São quase 18h.

– Merda!

[...]

Você pode ter imaginado o quanto eu fiquei pistola. Já no meu primeiro dia, causo essa confusão e perco o resto das aulas. Me lamentei muito por não ter vindo á escola com o carro, já que hoje em dia a gasolina ta cara e eu não quero desperdiçá-la. Meus membros ainda estavam fracos e a preguiça de fazer o percurso até a casa de Tsunade dava-me puro desgosto. Foi aí que, repentinamente, surgi ele.

– Hey, dobe!- Me virei para ouvir o dono do timbre grosso em meio ao estacionamento. Arrependo-me disso.

– Teme! O que está fazendo aqui á essa hora?- Era impressionante a facilidade e rapidez que Naruto fazia amigos.

– Apenas estava de passagem quando vi você e...- E então só agora que ele me percebe, escondida atrás do Naruto com certa agrura.

– Sakura, este é Sasuke. Sasuke, Sakura.- Naruto apresentou o idiota de mais cedo.- Ele pede desculpas pelo atropelo de manhã.

– É, sinto muito, estava apressado...- Sasuke, apertou a mão na cintura e esboçou um sorriso discreto de lado, parecendo me analisar por completo. Seus olhos, negros como uma simples noite de luar, rondavam pelo meu corpo frágil, me deixando acanhada. Algo nele não parecia certo.- Bem, já que estou aqui, querem uma carona?- Naruto iria dizer algo, quando o censuro apertando forte o seu pulso. Era para parecer discreto, mas Sasuke percebeu isso nitidamente.

– Bem...- O loiro enganchou os dedos magrelos no cabelo, coçando a cabeleira de forma desajeitada.

– Eu insisto.- Sasuke disse. Então, me vi envolvida naquele oceano que Naruto possuía nos olhos e acabei convencida; apenas suspirando e concordando com a cabeça.

[...]

– E então?- No banco do motorista, Sasuke movia o retrovisor para conversar comigo e Naruto que estávamos sentados no banco de trás.- Por que vieram para Spring Head, o inferno na mais perfeita fantasia?- Seus olhos hora se concentravam na pista e hora na gente. O silêncio permaneceu dentro do automóvel; aconselhei a Naruto mais cedo de que não revelasse a ninguém o motivo de estarmos aqui e ele, aparentemente, lembrou. Tudo bem que foi apenas um acidente de carro, do qual eu fora julgada injustamente culpada; no entanto, alguém podia armar uma cilada para mim e acabar me prejudicando.- Entendo o silêncio de ambos.- Neste momento, até pensei remotamente que Sasuke revelaria o motivo de também estar estudando em Spring Head. Ele, diferente de mim e de Naruto, parecia estar lá a mais tempo. Contudo, permaneceu quieto.

O resto do percurso ficamos em silêncio. Já adentrávamos as ruas cortadas com Aston Martin Lagonda SUV do Sasuke e pela janela, percebi a gárgula ao lado do posto daquela sentinela. Provavelmente, alguém ficava em seu posto no período da manhã, assegurando que todas as cabeças fossem protegidas. Mas agora, aquela gárgula era bem esquisita e amedrontadora. Não me recordava dela quando ia para escola junto de Naruto.

– É aqui.- Naruto disse, fazendo Sasuke estacionar o carro frente a pequena estrada de barro que levava ao casarão de tia Tsunade.

– Obrigado Sasuke!- Naruto saiu do carro, dando uma piscadela amigável para o amigo no banco do motorista. Saí logo depois, conduzindo-me mais a frente de Naruto.

– Até amanhã!- Gritava Sasuke, já longe de nós dois.

Posso dizer agora: não confio neste cara.

– Melhor você não fazer amizades, Naruto.- Aconselhei ao loiro, apertando a alça comprida da minha mochila.

– Por que?- Perguntou arrastando os pés pela estrada de barro.

– Não sabemos se ficaremos aqui até o fim do ano e veja, eles não são boas pessoas. Fizeram alguma coisa de errado para estarem em Spring Head, diferentemente de nós, Naruto.

– Mas as pessoas que eu conheci...- O loiro se sentia inconformado, contudo, eu sabia que isso iria acontecer. Ele sempre foi tão gentil e propenso a fazer amizades...- Eles parecem boas pessoas.

– É apenas um conselho de sua amiga de cabelo rosa.- Paramos em frente a porta de entrada da casa de Tsunade, olhando profundamente nos olhos do loiro e lhe enviando um sorriso confiante. Beijei-lhe a testa e entramos no casarão dinâmico.

– Graças aos céus você está bem!- Tsunade me abraçava vorazmente, logo depois de eu fechar a segunda porta de ferro.- Que coisa, já no primeiro dia de aula e me deixa preocupada.- Tsunade acariciava meu rosto, afagando meus cabelos. Realmente, é preciso conhecer as fraquezas da pessoa antes de falar dela. A loira virara mais materna de uns anos para cá.

– Sim, mas, acho que irei tirar um cochilo.- Desliguei-me de seus braços, subindo os degraus dois por dois. Joguei minha mochila num canto, retirando os sapatos e os jogando longe. Caí na cama e apaguei logo de cara.

Turno: Autora

Em um dia que deveria ser repleto de sorrisos doces e felizes, acabara se tornando doloroso e amargo. O sangue pomposo que lhe escorria os braços, não eram somente da garota das madeixas cor-de-rosa delicadas. Nele, misturava-se o sangue rubro do amado que jazia de olhos abertos. O amado que ELA matou!

Sakura acordou suando frio; sua respiração estava acelerada pelo pesadelo horrendo que tivera. Olhou para as próprias mãos; ainda sentindo o sangue do amado escorrendo furtivamente por entre os dedos, como no pesadelo. Naruto dormia na cama a frente, então conclui mesmo sem um relógio a disposição, de que seu “cochilo” tornara-se mais longo do que previa.

Andou até o banheiro, enxaguando o rosto pálido. Ficou alí brevemente, apoiando-se na pia e recordando dos momentos terríveis do pesadelo. Muitas vezes, via-se presa numa densa loucura e enunciava covardemente que matara o amado.

Tirou aquilo da cabeça, indo para a sacada de seu quarto. Um denso vento se estendeu pelo cômodo, fazendo ela fechar as porta janelas rapidamente, para dentro da sacada. A varanda extensa dava acesso ao quarto da tia também, então procurou não fazer barulho nenhum, apenas tomando um ar fresco e apreciando a plantação conífera, legítima do Maine. Foi então que, apoiada no parapeito de segurança da varanda, pode ver, por entre as árvores, orbes vermelhos ofuscantes. Pareciam verdadeiros rubis. Estreitou os olhos para apreciar melhor o que seria aquele ser escondido, mas em um piscar de olhos, ele simplesmente sumiu. Ficou curiosa para saber o que era aquela criatura de olhos tão deslumbrantes e chamativos e se não fosse de madrugada, até sairia para explorar aquela densa floresta, como fazia antigamente. E então, contemplou por poucos instantes a lua minguante que iluminava a noite, antes de voltar ao quarto e dormir graciosamente.

* * *

Let the clocks be reset
And the pendulums held

Kaiser Chiefs – Ruby


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Notas finais do capítulo

*Ficar "pistola" é um modo informal de dizer que a pessoa ficou brava, irritada.



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