Muse escrita por AloeGreen


Capítulo 2
Capítulo II - Coração Farto


Notas iniciais do capítulo

Yo!
Caramba, não achei que iria ter tantos favoritos logo no primeiro capítulo, haha. Eu ainda estou tirando as idéias da minha cabeça, mas acho que está ficando bom...
Capítulo meio triste com uma Sakura meio louca (literalmente) mas beleza.
Beijos!
P.S: Todos os endereços da fic são verdadeiros, caso fiquem interessados.
P.S2: Escrevi essa música ouvindo No Surprises do Radiohead e High do James Blunt, apesar que High pareceu combinar mais. Dica: Leem o cáp escutando a música ;)



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Muse

“A vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal”

Machado de Assis

Capítulo II:

Coração Farto

Turno: Sakura Haruno

Pude perceber Naruto se mexer incomodado; desligo o som do raio e vou rondando olhos pela cidade a fora. Naturalmente não havia ninguém andando pelas ruas. Pelo que sei, nesta cidade segue um toque de recolher bem rígido. E era onze da noite; ou seja, eu não deveria estar perambulando por essas ruas mesmo com o carro. Acabei pegando um engarrafamento pesado vindo para cá; Tsunade deveria estar recebendo eu e Naruto á exatas duas horas atrás.

– Já chegamos?- Naruto espreguiçou-se, bocejando.

– Ainda não.- Continuei com os olhos na estrada.

Dirigi calmamente, seguindo as rotas que mamãe me desenhou. Sim, ela era ótima com caminhos e sua prática de desenhista me ajudou magnificamente. No entanto, tive que parar uns instantes para entender os caminhos.

Apaguei os faróis, encostando o carro próximo a uma casa toda apagada. Ergui o papel a favor da lamparina no interior do carro. Mamãe poderia ser boa com desenhos e pinturas, mas a sua caligrafia era horrenda. Então pedi a Naruto que me ajudasse.

– Acho que é... Old Mill.- Enunciou Naruto, incerto.- Sim, rua Old Mill, tô certo!- Exclamou ele todo empolgado, devolvendo-me o papel.

Com um sorriso pilantra nos lábios, girei a chave e os faróis ligaram automaticamente; quando, com um imenso susto, uma silhueta esguia toma a frente do carro. Abaixei o vidro mais aliviada em saber que era apenas uma sentinela fazendo a ronda.

– O toque de recolher já se iniciou faz tempo, mocinha.- Dizia sarcasticamente a sentinela, tateando seu relógio de pulso.- Não deveria estar nas ruas.

– Eu sei, me desculpe. Acabei de chegar na cidade.- Tentei explicar, mas a loira não parecia muito convencida.

– Não irá se repetir, prometemos.- Naruto entrou na conversa, esboçando um sorriso gentil que pareceu encantar a sentinela.

– Bem, está certo.- Concordou a loira, revirando os olhos e descruzando os braços. E assim pude ver no seu crachá: “Samui”. Então esse era o nome dela...- Que isso não se repita!- Pisei na tábua, seguindo pelas ruas cortadas daquele bairro.

Pelas ruas, dirigia com a BMW I 1990 e percebi que todas as casas eram realmente muito iguais. Os jardins extensos, poucas janelas e as portas pareciam bem fortificadas. Provavelmente duplas, daquelas que depois de uma porta vinha outra feita barras de ferro. Sempre havia garagem; e nenhum carro ficava para fora.

– Que cidade estranha...- Naruto comentou, apoiando os pés no pára-choque. Dou um tapa rápido em suas pernas, obrigando-o a tirar as patas do carro. Ele resmunga em resposta, tomando o mapa que mamãe fizera.- Acho que já estamos perto... Você tem que entrar numa estrada de barro, se não me engano.

– Certo.- Me endireitei no banco do passageiro, apertando fortemente o volante; os nós dos da mão embranqueceram-se. Passado umas duas ruas, acabei encontrando a curta estrada de barro e logo avisto o perfil da casa de tia Tsunade. Era só um pouco maior das que eu vi anteriormente. Mas o estilo da mesma era completamente diferente das outras; além de ter sido pintada de um vermelho sangue bem chamativo, as janelas pareciam jazer eternamente abertas e também havia um grande holofote que iluminava o quintal inteiro. Tia Tsunade sempre foi muito corajosa; era forte como um mamute. Seu corpo era cheio de curvas; tinha seios e uma cintura de dar inveja. Sempre fora um pouco reservada, mas todos conheciam o nome de Tsunade Senju por aqui; a mulher mais azarada que existe.

– Run!- Exclamou a loira, que parecia me esperar em seu enorme quintal há um bom tempo já.- Pensei que não iriam chegar nunca!- Falou de um jeito esnobe o que surpreendeu um pouco Naruto.- Brincadeirinha!- Deu uma piscadela pro loiro. Não tive como conter umas risadinhas com o Naruto sem jeito.

– Tsunade!- Lhe caio nos braços, sentindo um grande afeto emanar da mesma. Fazia tempo que eu não via a mesma; raramente ela vinha visitar eu e minha mãe.

– Sakura, que bom que está aqui...- Pude sentir ela me apertar mais fortemente contra seus braços e logo pensei que iria morrer sufocada.

– Não posso dizer se é verdadeiramente bom...- Sorri amarelo, ajeitando meu cabelo.

– É...- Tsunade abaixou o olhar sem saber o que dizer.- Melhor irmos entrando. É perigoso aqui fora...- Tsunade permitiu que eu passasse por ela, e então Naruto adentrou logo depois de mim. A loira ficou uns poucos segundos lá fora, mas logo entrou também, fechando a primeira porta de carvalho e a segunda de finas barras de ferro. Não disse?

– Andou fazendo academia, Uzumaki?- Perguntou Tsunade, e Naruto, no momento rondava a casa de Tsunade admirado. Era a primeira vez dele por aqui e quem não ficaria encantado com várias estantes de livros e luminárias tão belas? Admito, tia Tsunade tinha um bom gosto para decorar sua casa.- Da última vez que o vi, seus braços era da espessura do meu dedo mindinho e você era muito branquelo. Mas agora está moreno e um gato!- Tsunade caçoava com Naruto, enquanto eu perambulava por cada canto daquela casa. Fui pouquíssimas vezes aqui; devo ter passado só alguns dias quando pequena. Parecia diferente naquela época.

Subo as escadas que, como eu me lembrava nostalgicamente, range como num daqueles filmes babacas de terror. Deixo os dois lá embaixo, procurando pelo quarto onde, antigamente, era meu. Tateio o interruptor de luz me esforçando para agüentar as malas que eu segurava nas mãos; e então o quarto se ilumina e um forte cheiro de poeira e mofo procura entupir minhas narinas.

– Argh, tia...- Solto as malas, segurando-as com o pé e acariciando minhas mãos que estavam vermelhas e marcadas pelas alças das malas.- Nem para fazer uma faxina...

O quarto mudara radicalmente; as paredes que antes eram coloridas por um lilás infantil, agora eram azuis com uma espessura mais áspera propositalmente. Aonde existia a minha pequena cama, agora uma escrivaninha solitária fixara-se; e ao lado da mesma, aí sim! Uma cama de viúvo, daquelas que eram largas mas não compridas. Um único travesseiro confortava-se junto das cobertas inteiramente brancas, mas com apenas uns elegantes detalhes em azul a embelezando. Ao lado da porta que dava á sacada, fixava-se a cama também de viúvo, que pertenceria a Naruto; com uma escrivaninha igualmente solitária.

Guarda-roupa; bem espaçoso, com certeza. Porém, iria ter que dividi-lo com o loiro e acho que muitas brigas iriam rolar... Meu Deus, nunca conheci pessoa mais desleixada e desorganizada possível. No entanto, isso pode ser discutido depois; essa cama está me dando muito sono...

Nem ligo em tomar uma ducha; jogo minhas malas num canto, retirando o celular do bolso e mandando uma curta mensagem para minha mãe dizendo que cheguei bem. O coloco na escrivaninha, preenchendo-a. Vou desabotoando minha camisa xadrez azul e roxa, indo para a cama apenas com a minha regata branca e uma calcinha da mesma tonalidade; deixando as pernas livres para respirar.

Entrei para dentro das cobertas, olhando para a porta do quarto que eu deixara entreaberta. Poucos minutos meus olhos já estavam se fechando e como sempre, as memórias incansáveis vinham a tona...

Flash Back On

– Sakura-chan?- Sua voz doce faz eu sair daquele meu transe freqüente. Pisco algumas vezes para voltar a falar com ele. Sasori, como você era lindo...

– Sim?- Pergunto, sorrindo docilmente como ele gostava. Estávamos aproveitando os poucos minutos do intervalo. A escola dele ficava a um quarteirão da minha, e ele, neste mesmo horário sempre vinha me ver.

– Eu estava pensando...- Ele deixou-se levar, deitando naquele morrinho de capim que existia nos arredores do colégio. Eu fiquei de bruços ao seu lado, apoiando os cotovelos no chão e mexendo divertidamente as pernas.- Sei que somos jovens ainda e estamos começando o colegial apenas agora mas...- Seus orbes que pareciam duas belas avelãs reviraram-se; ele estava rubro de vergonha e era nítido isso.

– Vamos fale! Não me deixe curiosa!- Dei umas risadas bobas, estapeando-o amistosamente. Ele ficou calado por um tempo, parecendo pensar no que dizer; e então, olhou para mim novamente e deu uma risada abafada, sorrindo em minha direção. Apoio o cotovelo ao lado da cabeça, ficando de frente para mim; erguendo uma mecha de meus cabelos róseos e o prendendo-o atrás da orelha.- Quando terminarmos o colegial...- Mordi os lábios, ansiosa.-... quer se casar comigo?- Por um curto instante, fiquei boba de tão encantada pelo seu pedido, mas logo tomei seus lábios da forma mais romântica e lenta que eu podia. Segurei seu rosto ficando por cima do mesmo e ele então sorriu satisfeito e alegre, suspirando após o ataque de amor.

– Sra. Akasuna...- Enunciou com seu timbre delicado, acariciando meus cabelos de uma forma tão deliciosa... Eu estava tão maravilhada...

Flash Back Off

– Quando este ano acabar Sasori...- Continuou com os olhos fechados, apertando as cobertas fortemente entre meus dedos.-... poderemos enfim ficar juntos.

* * *

Will you be my shoulder when I'm grey and older?

Promise me tomorrow starts with you

James Blunt – Trecho de High


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