A Faísca: 70° Jogos Vorazes - Interativa escrita por Tiago Pereira


Capítulo 27
Capítulo 27 - Avaliação Individual - Distrito 3


Notas iniciais do capítulo

Estes tributos são... tensos. e_e Comentem, favoritem, recomendem esta fic! Boa leitura.



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Clevence Boyer

Droga, é a minha vez!, penso. Atravessei o ginásio, sabendo que estarei solitário, despreparado e sem ideias. Talvez algum carreirista já tenha usado arco e flecha, ido muito bem, e se eu for posso ser inferior a ele ou ela.

Sou mais vulnerável do que um tributo de 12 anos, minha nota define patrocínio e patrocínio define minha vida. Beetee foi um grande estrategista, talvez eu ganhe algo na arena graças a ele.

Os patrocinadores e Seneca estão lá, bebericando seu vinho, conversando entre si e prestando atenção em mim. Outros já sentem tédio em ver quatro jovens e bebem vários copos de ponche, numa tentativa falha de se embriagarem e ver o tempo passar rapidamente.

Eu não tenho ideia do que fazer. Fico mordendo os lábios, com a palma da mão suando. Parado no centro do ginásio, tento pensar no que posso apresentar. Talvez as armadilhas... mas e se elas falharem?

Brr! Estou irritadiço com tudo neste momento. Com a Capital, com o presidente Snow, com os tributos que irão tentar me matar e com todos! Ranjo os dentes, friccionando uns nos outros.

– Pode começar, senhor Boyer - relembra o Idealizador.

A primeira coisa que faço é pegar um pote de tinta vermelha. Há vários destes enfileirados e manequins ocos também. Sem ver, tateio a mão as cegas pelo estande, até que encontro uma faca, que corta meu dedo. Mas eu já não importo mais.

Puxei um boneco pela sua perna, arrastando até mim e erguendo-o. Com a faca, destrincho o centro. Canalizando toda minha raiva, imagino o boneco no lugar do presidente Snow. Preencho o boneco com a tinta, até que pelo menos metade de seu interior esteja recheado com o material.

Pego um pouco de terra e cola e cubro o orifício, embora não consigo estancar tudo. Agora agarro uma bobina e amarro o tronco do manequim, conecto com uma tomada que eu encontro numa rápida varrida com os olhos pelo local.

Rastejo o boneco até mais próximo dos patrocinadores. Com o resto de tinta, escrevo grande e claro a palavra que bem nos representa "PANEM" e com um pote de água, que serve de corretor, derramo o líquido na bobina e tomada.

Aperto o passo, dirigindo-me até a saída do ginásio sem ser dispensado. Dou uma rápida olhada para cima, ninguém entende. Eu pisco para eles com um sorriso.

É óbvio o que fiz, um mau condutor de água pode fazer um grande estrago. E só percebo isso, quando saio do ginásio e ouço a implosão, seguida de uma explosão de pouco impacto.

Crystal Gottarge

Eles demoram quarenta minutos para me chamar. Me pergunto o que Clevence aprontou. Apenas ando, dando minhas últimas olhadas para Lara e Jonathan que me retribuem com um sorriso confortante.

Tudo está sujo no ginásio. Areia e tinta, com um pacificador postado na porta e outro par na extremidade lateral. Reparo que a roupa lilás dos patrocinadores estão vermelhas, dou uma risadinha, devido a situação.

Postei bonecos, ocos e cheios de espuma. Em torno de quatro deles, dois de cada, já posso mostrar minhas habilidades com espadas. Apanhei a menor, de parte chata feita de bronze. É simples e perfeita para mim.

Nestes últimos dias aprendi bastante a manejá-la. Não precisei da ajuda de ninguém, apenas de meu esforço, embora saiba que a cornucópia terá apenas uma e carreiristas podem pegá-la antes de mim.

Olhei fixo nos quatro bonecos, e isso dura dois minutos até que eu possa enxergar uma face: Flário. O desgraçado sorri para mim, mas sou eu que tem a arma e agora posso de verdade por um fim em tudo.

Corri na direção do primeiro, cravando a lança na barriga. Em seguida, desfiro vários cortes nos braços, pernas e cabeça do boneco, mesmo sem saber usar ao certo uma espada. Afinal, não mexemos com esse tipo de arma lá no Distrito 3, apenas com armas de fogo, mas é impossível montar uma na arena.

Fico satisfeita que consigo destroçar o primeiro boneco, mas vejo que há mais três. Então eu avanço e bato a parte chata no segundo, e minha mão doe instantaneamente com o golpe. Mas eu não desisto e continuo a desferir golpes, arrancando os braços e cabeça do segundo.

O terceiro é o que mais sofre, golpeado na barriga diversas vezes, sem piedade. A cabeça é arrancada e eu chuto o boneco, porque eu posso imaginar piamente que é Flário.

O quarto e último é matado sem dó. Além de fazer orifícios enormes nele, esquartejo-o, e ergo a cabeça falsa como um prêmio. Olho de novo para os patrocinadores, eles riem da falta de técnica. Ou pode ser que estão felizes da minha voracidade.

Olho em diagonal, um tronco do boneco está largado. Sujo nas laterais de tinta vermelha. "Panem" está escrito.

– Clevence... - sussurro a mim mesma.

De forma irracional, apanho duas facas e olho para o lado. A saída, o pacificador postado. Avancei na sua direção ele aponta a arma para mim, mas eu ignoro, não matariam um tributo pré-arena.

Saltei contra ele, que me acerta golpes nas costelas com a arma. Em reação, esfaqueio seu pescoço. Ele larga a arma, solta urros e eu tiro a luva da sua mão direita.

Fatio um dedo por um, enquanto os patrocinadores gritam, Pacificadores não me pegam. Ao menos este aqui não poderá mais usar arma. Cortei o quinto dedo quando sinto uma espetada ímpeta no meu antebraço. As pálpebras pesam toneladas, eu cambaleio para trás e o par de Pacificadores apontam armas para mim.

Minha última visão são os gritos, as armas e o homem se engasgando com o próprio sangue. E então eu fecho os olhos. Será que morri?


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Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem, mandem as fichas o mais rápido possível.



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