A terceira eterna vida de Bree Tanner. escrita por Cactus Saint


Capítulo 9
Rainha da beleza degenerada


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que desculpas não justificam. O que eu posso dizer é "sinto muito". Estou voltando a escrever, e logo vai ter capítulo novo.

Se a imagem não abrir, aqui está o link:
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Bem, não vou enrolar muito.
Boa leitura ;)
P.S: Vou responder todos os comentários atrasados.



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8. RAINHA DA BELEZA DEGENERADA

Emma P.O.V.

Mas é, eu não tive muita sorte. Veja bem, como se não bastasse toda a irritação e o drama desde o início da manhã, os desastres não pararam por aí. Confuso? Bem, eu explico.

Depois da minha conversa com Sam, eu voltei toda feliz e saltitante para meu quarto, recostando meu corpo na porta fechada. Tudo ficaria bem agora.

O motorista me deixaria na escola como em qualquer outro dia. Eu desfilaria pelos corredores da escola sendo amada e odiada por todos com Charllotte, Katie, Jeanie e Roxanna em meus flancos. Teria o treino das líderes de torcida. A paquera irritante e cansativa do prepotente Robert Roberts, eu o ignoraria, deixando-o mais estimulado a continuar com aquilo. Eu veria Sam Snow em quase todas as minhas aulas, sempre sorrindo bobamente para mim e dizendo com o olhar o quanto eu sou linda e pareço com um anjo. Eu irritaria minha priminha só por diversão e a veria ficar vermelha de raiva. Penélope Oxford me encheria de perguntas irritantes e íntimas e eu a dispensaria, sem responder nenhuma delas. Eu passaria o meu intervalo com Charlotte e ela leria o jornal da escola em algum momento, só para que pudéssemos rir dos idiotas e saber de todas as fofocas que Penny nunca deixava de contar. E meu dia seguiria, como sempre.

Porém isso não aconteceu.

Depois que Sam se arrumou para a escola e fez seu desjejum, Bobby veio me chamar para descer, pois já estava na nossa hora de ir para a escola. Isso tudo demorou cerca de meia hora, e eu deixei-me impressionar com a rapidez de Sam para se arrumar.

Já do lado de fora de casa, esperamos o Sr. Welter –– o motorista –– e a Mercedes preta de nos deixaria na escola. Passaram-se cinco minutos, mas nem o Sr. Welter nem o carro apareceram. Eu estava prestes a entrar em casa e ver o que estava acontecendo, quando a nossa governanta apareceu e me informou que o Sr. Welter estava doente e que por ter avisado isso de última hora não havia alguém que pudesse nos levar para a escola.

Procurei por meus pais, mas eles já tinham saído, e eu realmente cogitei a possibilidade de ficar em casa. Veja bem, eu não morava em Forks, era perto, mas ainda assim não morava em Forks para o ônibus escolar passar perto da minha casa. E mesmo que eu morasse, eu sou Emma Blue, futura rainha do baile. E rainhas do baile não vão para a escola de ônibus escolar. Não mesmo.

E foi então que uma mão quente e grande tocou meu ombro sutilmente, fazendo meu corpo se arrepiar por inteiro. Eu reconheci o cheiro, então mesmo de costas eu sabia de quem se tratava. Virei-me para encará-lo.

–– Eu posso levar vocês, para a escola, se você quiser é claro –– ele murmurou, com as bochechas queimando em um tom muito rosado. Ele ainda tinha uma mão no meu ombro.

–– Sim! –– Bobby gritou animado, abraçando nossas pernas e pulando no mesmo lugar. Ele não estava chateado comigo segundos atrás?

–– Eu não sei...

–– Por favor, Emma, vamos com o Sammy! Eu prometo que não vou mexer nas suas coisas por um bom tempo.

Ele largou nossas pernas e juntou as mãozinhas, num sinal claro de ‘estou apelando aos meus olhinhos azuis’. Olhando para o seu rostinho naquele momento, eu não pude resistir.

–– Tudo bem –– suspirei, me rendendo. –– Nós vamos com o Sam.

Os dois garotos loiros a minha frente sorriram em grande contentamento. Com sorrisos tão grandes e parecidos que eu mal conseguia distinguir um do outro.

–– Então... Vamos? –– Sam apontou para seu carro. Assenti para ele.

Bobby esticou os bracinhos em minha direção. Eu o peguei no colo em seguida. Ele pousou a cabeça em meu ombro, e os braços ao redor de meu pescoço. Eu o apertei de leve em meus braços, apreciando o contato. Ele tinha uma temperatura mais elevada que a minha, e sentir o calor aconchegante que emanava dele era bom.

–– Desculpe por hoje cedo –– eu sussurrei em seu ouvido, o mais baixo que eu pude. Eu sabia bem que Sam tinha uma ótima audição. Já tendo passado pelo aniversário de dezesseis há alguns meses atrás, todos os sentidos que antes eram como os dos humanos haviam sido apurados. Agora ele podia sentir tudo com muito mais intensidade que antes. Essa era uma parte que me parecia bastante interessante naquela época, e de certa forma a única. Eu podia ter todos os meus defeitos e nem sempre ser a pessoa mais gentil do planeta, mas eu ainda assim não queria ser uma conjuradora malvada depois do meu aniversário de dezesseis.

–– Não tem problema, Emmy. Eu conheço você, e sei que não falou aquilo porque é o que você pensa. A mamãe já me explicou isso, também –– Bobby disse, usando o mesmo tom.

Definitivamente os deuses haviam sorrido para meu irmãozinho, por dentro e por fora ele era melhor que eu.

–– Sim –– sorri. –– Eu realmente não penso assim. O Sam gosta muito de você, Bobby, como um irmãozinho. Tanto que eu acho que o Sam passa mais tempo com você que com o irmão dele –– brinquei, acariciando seu cabelo.

Isso trouxe um sorriso de covinhas para seu rosto de anjinho.

Sam parou na escolinha de Bobby e nós saímos do carro com ele, o acompanhando até o portão de entrada onde um porteiro estava parado e algumas crianças se despediam de seus pais.

Meu irmãozinho segurava a minha mão e a de Sam, e quando eu olhei para algumas famílias presentes senti minhas bochechas enrubescerem ao ver que nós parecíamos um jovem casal com seu filhinho. Dei uma olhadela para Sam e pela expressão em seu rosto e a face corada, ele provavelmente pensava a mesma coisa.

Ao me imaginar em uma cena assim com Sam no futuro, senti um forte calafrio na barriga. Parecia tentadora a visão proibida que se formou em minha mente. Permiti-me entrar naquele devaneio por um momento: eu nos imaginei de mãos dadas com um garotinho de olhos verde-azulados, cabelo loiro e as covinhas fofas que seu grande sorriso deixava a mostra. Uma mistura perfeita de nossos traços. Imaginei-nos pondo o garotinho na cama, e lhe contando historinhas para dormir. Imaginei Sam muito perto de mim, sorrindo um sorriso que fazia borboletas voarem em meu estômago, e então ele me beijando.

Ainda envolta naquela fantasia, observei Sam conversando animadamente com Bobby –– esse parecia mais contente do que nunca ––, sorrindo aquele sorriso. E me senti irritada quando meu estomago pareceu gelar de uma forma prazerosa.

Aquilo estava errado. Eu não podia simplesmente me apaixonar por Samuel Snow, um conjurador do Ar! Não podia! Minha família já recebia olhares maldosos o suficiente por minha mãe ter nascido conjuradora da Água, sendo filha da Suprema do Fogo e depois, mesmo tendo o Elo com meu pai, um conjurador do Fogo, onde esperavam que tudo voltaria às origens, teve dois filhos que ascenderam para elementos diferentes. Aquilo era uma vergonha para a minha família, e eu não podia deixar uma paixonite boba atrapalhar meus planos de manter as ascendências que não correspondiam para o Fogo como estavam. Nem que para isso eu tivesse que não ter filhos. Tivesse que rejeitar meu Elo se ele não correspondesse para o elemento que eu almejava: o Fogo.

Por isso tentei me livrar de todos aqueles pensamentos errados envolvendo um futuro com Sam Snow e me foquei no presente, tentando fazer aquele calafrio constante em meu estômago se aquietar.

Paramos no portão da escola de Bobby e ele virou-se para a gente, nos olhando com um sorriso imenso.

–– Eu fico por aqui –– disse, soltando nossas mãos e erguendo os braços na direção de Sam, e eu senti uma pontada de ciúme por ele querer abraça-lo primeiro.

Sam o pegou no colo e eles se abraçaram apertado, depois Bobby beijou sua bochecha. Quando eles se soltaram e meu irmão virou-se para mim, ainda no colo de Sam, eu o abracei antes que ele pudesse tomar a iniciativa. O apertei contra meu peito, e beijei seus cabelos loiros idênticos aos meus.

–– Ah... Emma, se você não o soltar agora ele vai perder a aula, e nós também –– Sam disse, o bom humor estampado em sua voz e sorriso.

E, envergonhada, eu abri meus olhos (que nem percebi quando fechei) e deparei com Sam mais perto do que eu esperava. Mais perto do que ele jamais estivera. Não consegui me mover por um momento, ele estava tão perto! Depois que consegui me recuperar o bastante, me afastei dos dois, pondo uma distancia segura entre eu e o conjurador que parecia bastante contente.

Coisas desse tipo aconteciam o tempo inteiro, desde que o vi pela primeira vez, na terceira série. Lembro-me de tê-lo achado o garoto mais lindinho que já tinha visto. Lembro-me de torcer para que ele fosse conjurador do Fogo. Lembro-me de quando ele sorriu e em seguida moveu os lábios pronunciando a frase que mudou todo o percurso docemente fantasioso que a mente de uma garotinha pode criar, e transformou o meu príncipe em cinzas. E então veio o mal humor constante na presença dele, os insultos e todas as tentativas para mantê-lo longe, mas parecia que quanto mais perversa eu era, mais Sam gostava de mim. E mais eu o adorava por isso, ao mesmo tempo odiando sua ascendência ao Ar. Ascendência essa que nem sequer correspondia ao meu elemento, a Água.

Mas havia momentos como esse, onde ele baixava minha guarda sem que eu percebesse e então estava ali, me derretendo por dentro com apenas um olhar.

Recompus-me e sorri para Bobby, vendo Sam coloca-lo no chão. Meu pestinha correu até o portão de entrada e antes de entrar acenou para nós uma última vez.

Assim que Bobby entrou na escola, caminhamos em silencio até o carro. Ele abriu a porta para mim a fechando assim que entrei e deu a volta no carro, assumindo o volante. Ainda em silêncio, seguimos para a escola.

O caminho da escola de Bobby até a F.H.S. era percorrido em dez breves minutos. Isso em um dia normal. Agora que Sam Snow estava ao meu lado o tempo parecia estar se arrastando. E para tornar tudo mais lento, um incomum trânsito havia se formado,os motoristas mais cautelosos com toda aquela neve, e isso tornou tudo mais demorado. Sam também parecia não querer colaborar, já que ele seguia numa velocidade que eu tinha certeza que faria o carro parar em qualquer segundo. Ele também pegou o caminho mais longo, e isso só me levou a crer que ele queria prolongar o momento.

–– Você pretende chegar à escola hoje? –– minha intenção era parecer brava, mas minha voz soou como se eu estivesse achando aquilo engraçado. E, bem, eu até que estava. Saber que ele queria passar mais tempo comigo era bom. Mesmo que isso fosse contra todas as minhas regras de evite-o-Sam-até-o-fim-dos-tempos.

–– Você quer sofrer um acidente? –– não era a resposta que eu queria ouvir. Senti-me mal pela forma como ele falou, e isso me fez voltar ao silencio. Eu não estava acostumada a isso, não com ele. –– Desculpe –– disse assim que notou que havia soado rude.

–– Não por isso.

Ele parou em um semáforo e eu virei minha cabeça para a janela, mantendo meus olhos fixos ali.

Continuei a manter minha boca fechada e ele fez o mesmo. Quando o semáforo mudou sua luz para verde, ele voltou a colocar o carro em movimento.

Nós agora estávamos a dois quarteirões da escola e ninguém tinha falado mais nada. Ao meu lado, Sam começou a ficar nervoso. Ele apertava as mãos no volante e então levantava a mão esquerda para correr os dedos por seu cabelo.

–– Desculpe mesmo, Emma –– disse.

–– Sam, não... –– tentei cortá-lo quando ele quis retomar algo desnecessário.

–– Não, eu fui um grosso e não devia fazer isso quando você... –– ele pareceu se embolar nas palavras, e eu sabia que ele faria o que sempre faz quando está nervoso: ele diz coisas idiotamente fofas. –– Quero dizer, nenhum de nós quer ver seu rostinho de anjo machucado.

Eu tive que me controlar para não rir. Quando nós tínhamos esses raros momentos de paz em que eu não o repelia a cada sílaba que saia de minha boca e conversávamos da forma mais normal na medida do possível, ele sempre vinha com uma dessas cantadas engraçadas e fofas. Idiotas, mas fofas.

–– É, mas pode ser que eu quebre suas pernas se você nos fizer chegar atrasados –– ironizei, falhando e esboçando um sorrisinho, mesmo que mínimo.

A minha falsa ameaça pareceu aliviar sua tensão, e ele gargalhou. Alto e claro.

–– Bem, nós já estamos bem perto da escola agora, se isso te consola –– comentou, e tanto seu humor quanto o meu declinaram um pouco.

–– É, eu sei –– suspirei, brincando com uma mecha do meu cabelo.

–– Ah, vamos lá! Anime-se! O Sr. Ford espera por você! –– disse numa animação fingida.

–– Isso supostamente deveria melhorar meu humor? Porque, bem, não está ajudando.

Sam riu.

–– Vai dizer que as aulas dele não são divertidas?

–– Ele é divertido, a matéria não –– rebati.

–– Você fala isso como se não fosse a melhor aluna de física da nossa classe –– revirou os olhos. Eu gostei de ouvir que ele me achava tão inteligente, apesar de eu já ser bastante ciente do fato.

–– Ser bom em alguma coisa e gostar de tal não estão necessariamente relacionados, você sabe.

Ele deu uma breve olhadela para mim, os lábios curvados para cima levemente.

–– Touché.

Sorri para ele e voltamos ao silêncio, mas dessa vez ficar calada ao lado dele era confortável. Ele concentrou-se em dirigir o carro e eu a trançar e destrançar distraidamente algumas mechas de meu cabelo.

Não demorou muito para chegarmos à escola. O estacionamento ainda estava apinhado de gente e aquilo começou a me deixar nervosa. Eu sabia o que viria a seguir. Olhei para Sam e pela expressão tristonha em seu rosto, ele também.

O carro de Sam tinha vidros bastante escuros, o que impedia que os alunos pudessem ver que eu estava ali. Mas aquela camuflagem duraria só até eu sair do veículo, e então o falatório começaria.

Uma das peripécias de ser a rainha da escola, é que todos sempre estão focados em mim. Que roupas e maquiagens eu uso, como meu cabelo tem um tom de loiro que poucas conseguem alcançar, com quem eu me dou ao trabalho de manter uma conversação, os perdedores que todos devem evitar para não entrar na minha longa lista de pessoas indesejadas, as meninas que constantemente tentam me impressionar para conseguir uma vaga nas líderes de torcida, e tantas outras coisas fúteis, porém necessárias que me mantém no topo. São pontos positivos também, mas se todos veneram as rainhas, a queda delas é tão apreciada quanto.

Eu não deixaria isso acontecer comigo. Não eu, Emma Blue. E quando Sam se tornava mais um obstáculo do sucesso da minha vida, eu o colocava para longe novamente.

Não importava que no processo meu coração sofresse como se estivesse sendo dilacerado. Não importava olhar nos olhos do garoto mais doce que eu já tinha visto e que sempre me olhava com tanta ternura. Não importava ver que eu o magoava com cada palavra e atitude minha. Não. Nada disso importava se no fim eu conseguisse alcançar meu maior objetivo: trazer honra para minha família e mostrar que eu era sim digna de ser neta da Suprema da legião do Fogo.

Então eu fiz tudo o que eu aprendera fazer nos últimos anos. Eu pus minha melhor máscara de indiferença e superioridade e saí do carro.

Sem agradecer, sem olhar para trás, olhar para Sam.

Firmei a alça de minha mochila no ombro e a apertei com força. Vi Charllotte acenando para mim do outro lado do estacionamento ainda cheio de olhos que não saiam de mim nem por um segundo e comecei a caminhar na direção dela. Uma mão me parou, segurando meu braço.

Era Sam.

Minha expressão de indiferença fraquejou por um segundo quando o encarei. Ele estava angustiado, sabia que eu voltaria a trata-lo mal, mas no fundo tinha esperança de que eu agisse com ele como quando não havia ninguém para nos julgar por perto.

–– O que você quer? –– reuni toda a minha arrogância naquela frase.

Ele pareceu acuado pelo meu tom tão diferente de momentos atrás.

–– Humm... Eu... Pensei que...

–– Sim? –– mantive minha postura, e aquilo o constrangeu mais.

Ele respirou fundo soltando o ar com força. Com a pouca distância de nossos rostos e sua ascendência ao Ar, sua respiração atingiu meu rosto com mais força do que seria com um humano normal, e meus cabelos se agitaram levemente para trás.

–– Pensei que como temos as mesmas aulas juntos, eu poderia acompanhar você –– falou baixo, só para que eu ouvisse.

Meu estômago gelou de uma forma que ele não deveria reagir a Sam Snow. Foi como se tivessem enfiado toda aquela neve que nos cercava na minha barriga.

Usei o nervosismo que ele despertava em mim para continuar sendo uma boa atriz.

–– Escute aqui, Snow, não é só porque você me deu uma carona que agora é meu amiguinho. Eu continuo te achando ridículo e quero manter distância de você e toda sua existência desnecessária e patética.

Oh, pronto. Agora eu via dor em seus olhos. Ele abaixou a cabeça, sem conseguir me encarar.

–– Emma, eu... –– ele tentou pronunciar alguma coisa, mas eu o impedi.

–– Só fique bem longe, okay? Quanto mais afastado de mim você puder ficar, eu agradeço. Tão bobinho e patético –– eu soltei uma rizada de escárnio. E me preparei para algo que iria doer tanto nele quanto em mim. –– Odeio gente como você, Snow. Aliás, odeio você.

Com os olhos levemente marejados, Sam soltou meu braço que ele já mal tocava. Aproveitei seu silêncio para me afastar dali o mais rápido possível.

Challotte correu em minha direção e entramos na escola de braços dados. Ambas fazendo o possível para manter o sorriso no rosto. Ambas fugindo dos olhares e cochichos que ficavam cada vez mais altos. Charllotte afagou meu ombro em uma tentativa de consolo muda. Ela não precisava de palavras para saber como eu me sentia. Ela sempre sabia de tudo que se passava comigo, como minha melhor e mais sincera amiga.

Eu afastei Sam Snow de meus pensamentos e sorri para ela da maneira mais convincente que pude. Ela sorriu de volta, mostrando que preferia me ver assim, mais animada.

E então nós caminhamos até nossa primeira aula do dia. Eu ignorei os cochichos sobre mim que aumentaram ainda mais quando Sam entrou na sala e sentou-se o mais afastado de mim possível. Aquilo me magoou, mas eu sabia que merecia. Então me concentrei nas aulas e prometi a mim mesma que eu só seria a garota que todos conheciam:

A garota mais bonita que todos já tinham visto, com cabelos exuberantes e olhos verdes brilhando em maldade. A rainha da beleza cheia de glória e decadência que não se importava em quebrar corações e destruir vidas.

Eu também me conformei que aquela devia ser eu. Que eu nascera para isso, que era meu destino. E, se não fosse, eu pouco me importava, já tinha escolhido meu caminho.

E sabe de uma coisa? Eu me sentia bem fazendo isso, de estar envolta num ciclo doentio de provocar dor e senti-la de volta, pois tornava as coisas mais fáceis. Fazia suportáveis todos os problemas dos quais eu não podia fugir ou me libertar.


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Notas finais do capítulo

Dedico esse capítulo para a minha amiga Paola Borges, que agora tem oficialmente quinze anos! Yey! Eu não sou muito boa nessas coisas de parabenizações e tal. Mas te desejo tudo de mais perfeito e envolto em unicórnios, cervos alados e arco íris. Sinto-me agraciada por ter você como amiga, Paola.
Beijos,
Elle.



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