A terceira eterna vida de Bree Tanner. escrita por Cactus Saint


Capítulo 4
Listras


Notas iniciais do capítulo

Ei, pessoas! Como estão? Eu estou bem, obrigada.
So... Hoje a tarde eu estava cantando "Bad Things" toda animada, e decidi dar uma passada aqui na fic, e BAH! Uma das minhas escritoras preferidas está acompanhando minha humilde fic! Marii, sua linda, eu soltei fogos de artifício aqui em casa! Fiquei mó feliz, cara. Mesmo.

Certo, certo, agora eu tenho que falar com vocês sobre minha vida corrida. Como vocês, eu já estou estudando, mês que vem eu vou entra em um curso, e dá no que dá. Não eu não pretendo abandonar a fic, apenas só vou poder postar nos finais de semana. Eu sei, é uma bad isso. Mas é a vida, né? Espero que entendam, amores.

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3. LISTRAS

Eu estava parada em frente ao meu armário, esperando Amy e Becky –– que estavam atrasadas –– para irmos para nossa próxima aula: Educação Física. Como eu estava animada com isso... Até porque, tudo o que eu queria naquele momento era ter que aturar um adoidado gritando sem parar e me fazendo correr feito uma idiota. Ironia pesada.

Amy e Becky vinham em minha direção conversando animadamente com Kevin e Harry. Estreitei os olhos para aquela cena quase “como namorados” e cruzei os braços, frechando a cara. Sim, eu realmente tenho o direito de sentir ciúmes de quem me pertence. E não, eu não tinha ciúmes dos gêmeos –– tá, talvez um pouquinho ––, e sim das minhas amigas.

–– Oi, Bree –– Amy me cumprimentou quando eles estavam perto o bastante.

–– É, oi –– murmurei, tirando meu uniforme de dentro do armário.

–– O que...

–– Vamos logo para a aula do doido –– a cortei, jogando a roupa sob o ombro.

–– Okay...

Caminhamos em silêncio durante todo o trajeto para o prédio 4, onde eu encontraria minha tortura diária. Bufei, empurrando a porta e entrando sem esperar as meninas nem os gêmeos.

–– Awnn, a minha Abelhinha fica tão linda quando está com ciúmes! –– Becky falou, fazendo uma voz fofa e infantil.

Virei-me para ela, irritada.

–– Eu não estou com ciúmes!

Ela arqueou uma sobrancelha loura, os cabelos balançando com a leve brisa que entrava pela porta ainda aberta.

–– Não?

–– Não!

–– Então não vai se importar se eu andar por aí abraçando o Harry, não é?

–– É, é. E aproveite e me abandone de uma vez! –– Balancei minhas mãos, exasperada. Eu estava tendo um pequeno surto de infantilidade. Encarei Amy, que sorria para mim. –– E você, Amélia Lovegood, vai me abandonar pelo acéfalo do Kevin, também?

Ela fechou a cara.

–– Não, porque o Kevin é bipolar. –– Isso me deixou melhor. –– Você também é, mas entre uma amiga bipolar e um namorado bipolar, eu prefiro a primeira opção.

Meu queixo caiu.

–– Quer dizer que você está tipo me colocando como segunda opção?! –– Gritei, e todo mundo parou o que estava fazendo para me encarar. Mas não durou muito, porque assim que eles viram de quem se tratava, voltaram a fazer sei-lá-o-quê.

Dei as costas para os quatro e rumei ao maldito vestiário, para vestir a maldita roupa para a maldita aula de Educação Física. Elas vieram logo atrás, balançando a cabeça, provavelmente tentando entender a bipolar aqui.

–– Bree...

–– Não estou mais com raiva.

–– Oh, ótimo, então –– Becky riu, sem graça.

–– E você não é segunda opção, Bree.

–– Eu sei. –– Sorri leve. –– Até porque, você que é a bipolar de nós três, sua ruiva idiota.

Amy me mostrou língua, e depois elas começaram a se trocar, já que eu desisti e fiquei de jeans e moletom mesmo. O doido teria que me aturar assim.

O treinador havia colocado todos os alunos sentados em cadeiras dobráveis que formavam um semicírculo meio torto. Kevin e Harry tinham guardado nossos lugares. Havia uma cadeira vazia ao lado esquerdo de Kevin, que provavelmente era para Amy; no lado direito de Harry uma para Becky, e no meio dos dois, uma para mim. Eles meio que sempre guardavam lugares nessa ordem em que eu sempre ficava no meio. Caminhamos até lá –– ela caminharam, eu ainda estava meio que rastejando feito zumbi –– e nos sentamos nos lugares marcados, na ordem correta, porque se mudássemos a ordem Kevin ia das um chilique. Assim que eu me sentei, o treinador Johnson, que era um quarentão doido com horríveis collants coloridos, começou a falar. E tudo o que eu fiz foi fechar os olhos. Senti Harry apoiar a cabeça em meu colo, Kevin apoiar a dele nas costas de Harry e eu deitar a minha cabeça nas dele, em cima dos dois. Era um jeito estranho de dormir, mas já estávamos acostumados com aquela posição desde crianças. Escutei Amy rir leve e desejar-me bons sonhos, acho que eu respondi alguma coisa, mas não me lembro, eu já estava dormindo.

Água.

Quando você pensa em água, vem-lhe a cabeça automaticamente como um elemento vital. Bem, realmente é, mas não é legal ser acordada com um jorro de água na cabeça.

Dei um pulo, rugindo enfurecida e abrindo os olhos.

–– Quem fez isso?! –– Ah, cara, me dar um banho como aquele me deixou vendo vermelho.

–– Fui eu, é claro, Abelhinha –– uma voz enjoada soou muito mais perto do que eu gostaria.

Me bati contra os joelhos de alguém, e caí no chão. Olhei para a loira/morena mais irritante e burra do mundo com seu ridículo uniforme de líder de torcida, me encarando como se eu tivesse alguma doença mental. A arma do crime –– o balde, agora vazio –– estava em sua mão esquerda.

–– Ah, é você, Emma.

Ela arqueou a sobrancelha, me encarando com a superioridade que ela não tinha. Me levantei, tirando o moletom encharcado e ficando apenas com a blusa cinza. Maravilha, a peste da Emma agora me forçaria e mostrar mais do meu corpo que eu gostaria.

–– Tá, mas diz aí: como o treinador não torceu esse seu pescoço de galinha?

Ela bufou, irritada, mas respondeu mesmo assim.

–– Foi ideia dele, eu só... Me voluntariei para essa grande causa. –– Emma soltou uma risadinha sinistra.

Estreitei os olhos para ela.

–– E por que eu estou encharcada? –– indaguei, e a bandida sorriu cínica.

–– Ah, eu acordei os meninos antes. Sabe, eu só não me dou bem com você, prima –– disse, analisando suas unhas que cintilavam em um tom de rosa radioativo.

Encarei os gêmeos, que estavam me lançando um sorriso de desculpas, e voltei a observar a minha querida prima por parte de mãe.

–– Via ter volta –– avisei-a. A mesma deu de ombros sem se importar e foi para o seu lugar, que era beem distante do meu. Amém.

Perguntei ao velho doido (vulgo: treinador Johnson) o porquê dele ter feito uma maldade daquela comigo, e o doido falou que era porque eu estava dormindo demais nas aulas dele. Bem, na verdade eu estava faltando todas, então eu fiz um drama da minha situação atual em casa e ele me liberou, mandando-me para a enfermaria, dizendo que eu teria que passar sua aula toda lá até o fim desses quatro dias do castigo dos gêmeos. Mas eu só me senti melhor, quando ele colocou Kevin e Harry para fazer flexões durante esses quatro dias em suas aulas e se eles faltassem, levariam suspensão e o treinador Johnson iria em nossa casa busca-los pra as flexões se fosse preciso. Estou começando a gostar desse senhor excêntrico...

Ficar na enfermaria era melhor do que nada, e a Abigail –– a enfermeira –– era uma garota bem legal, era irmã da Anna –– minha professora elementar ––, e jovem o bastante para eu gostar de conversar com ela sobre certas coisas...

Agradeci o velho pirado acenei para Amy e Becky e para os gêmeos, saindo dali o mais rápido que eu conseguia –– o mais rápido que eu conseguia sem acabar me estatelando no chão, é claro.

O ar estava mais gelado do que antes. Ou talvez estivesse do mesmo jeito, mas a falta do moletom e de estar com uma blusa com mangas curtas e fina e com o cabelo molhado mudasse o clima radicalmente, até mesmo para mim, que nunca sentia frio. A brisa gélida incomodava, e os pelos da minha nuca estavam eriçando. Provavelmente, iria nevar logo, logo. Apressei o passo, e entrei na enfermaria frechando a porta rapidamente atrás de mim.

Abby estava sentada em uma cadeira acolchoada de estampa floral atrás do balcão, onde apoiava os pés que estavam com seus famosos Coturnos enquanto lia uma revista sobre culinária italiana.

–– E aí, Bree? –– Levei um susto quando ela me cumprimentou. Eu não tinha feito muito barulho ao entrar e ainda não tinha falado nada. –– Ah, e antes que pergunte: quem mais vem aqui além de você?

Ela levantou os olhos da revista e me encarou por trás daqueles óculos enormes e redondos que escondiam seus belhos olhos azuis.

Sorri sem graça, dando de ombros.

–– Qual é o machucado da vez? –– perguntou distraída. –– Ei, por que está toda molhada?

Ah, ela finalmente havia notado.

–– Huumm... Não estou machucada; não hoje, pelo menos.

–– Tá, e quem te molhou?

Arqueei uma sobrancelha para ela, como se fosse óbvio. Bem, e era, e até o mais acéfalo de Forks (não, eu não estou falando do Kevin, não desta vez) sabia.

–– Emma –– dissemos em uníssono, fazendo uma careta.

–– Essa menina é uma peste!

–– E como é... –– Suspirei, me abraçando.

–– Ah, meu Deus, como eu sou burra! Você está com frio, não é, Bree?

Abby pulou da cadeira e foi até um armário branco que ficava do lado esquerdo da sala de recepção da enfermaria. Ela o abriu, e de dentro dele tirou uma jaqueta de couro, uma calça jeans preta e justa –– muito justa ––, uma T-shirt e um Coturno marrom escuro, amontoando tudo em uma pilha nos braços e frechando a porta do armário com o pé. Eu a observei curiosa, tentando entender o que ela faria com aquilo.

–– Ei, pra quê tudo isso?

–– Pra você, sua boba –– ela respondeu como se fosse muito óbvio, e eu quase engasguei com o ar.

–– E-Eu não posso usar isso.

Abby largou as coisas no balcão e veio até onde eu estava, parando a minha frente.

–– E por que não? –– Ela cruzou os braços, fazendo bico.

–– Porque essas roupas são, sei lá, muito você e nada eu.

Ela suspirou, colocando a mão na testa.

–– O que eu faço com você, Abelhinha? –– O jeito que ela falava meu apelido estranho era tão doce que eu nem me importada muito com isso.

–– Sei lá, Srta. Carter, só que eu vou sentir vergonha de andar pela escola vestida assim. Não que seu estilo seja feio, pelo contrário, é muito divo –– ela riu quando eu disse isso. –– Mas eu sou muito tímida, você sabe...

–– É, eu sei –– assentiu. –– Mas eu tenho certeza de que quando você trocar de roupa a sua timidez vai embora junto com o seu frio estranho. Se bem que, se foi a Emma quem jogou a água em você, faz sentido... –– murmurou, pondo a mão no queixo.

–– Não entendi.

–– Pense, Bree: se foi a Emma quem jogou água em você, e a Emma é uma Conjuradora da Água, ela poderia facilmente...

–– Conjurar a água para me fazer sentir frio –– completei, finalmente compreendendo.

–– Mais que vaca!

–– Vadiazinha de quinta –– Abby assentiu, tirando minha touca encharcada da minha cabeça. Passei os dedos pelos meus cabelos, tentando arrumá-los de alguma forma já que agora estava sem a touca que escondia o ninho de ratos que ele era. –– Ei, há quanto tempo você não penteia o cabelo?

–– Sei lá... Acho que desde sábado passado, talvez –– dei de ombros, e ela me olhou zangada.

–– Você devia se importar mais com isso. Você pelo menos está lavando-o com frequência?

Revirei os olhos.

–– Ei, eu só não gosto de pentear, certo? Eu lavo meu cabelo todos os dias! –– Ela levantou as mãos em rendição.

–– Não está mais aqui quem perguntou.

Eu tremi de frio, e me abracei com mais força, e Abby percebeu isso.

–– Vamos lá, não seja teimosa. Ou você quer que eu chame a Anna aqui para nós duas te vestirmos a força?

–– Hey, eu não gosto de ameaças –– resmunguei. –– Ainda mais quando a Anna está envolvida.

Ela riu de mim.

–– Por Deus, Anna é minha irmã mais nova, e ela nem dá tanto medo assim.

–– É, então deixe ela te levar ás cinco da manhã para uma floresta ainda escura e gélida só pra te dar aula e depois me diga se ela dá medo ou não.

Ela enrugou o nariz.

–– Talvez tenha razão, Anna é muito mal-humorada nesse horário –– concordou, caminhando até a bancada e pegando o monte de roupas, depois voltando até onde eu estava e me entregando. –– Lá no banheiro tem toalhas sequinhas.

–– Vou parecer uma idiota –– avisei.

–– Não, vai parecer uma diva. A diva que você é. –– ela pegou a touca molhada de minhas mãos e jogou para trás, que caiu em cima do balcão.

–– Tenho opção?

–– Definitivamente não.

–– Então eu vou me trocar –– dei-me por vencida, e fui ao banheiro.

O banheiro era todo branco, exceto no azulejo das paredes, que eram um mosaico de vários tons de azul acinzentado. Mas não prestei muita atenção na decoração depois disso. Eu estava com frio, e queria vestir algo quente o quanto antes.

Comecei a tirar minha roupa, primeiro a calça jeans, depois a t-shirt, e por fim as peças íntimas. Então uma questão veio a minha mente: se tanto meu sutiã quanto minha calcinha estava encharcados e desconfortavelmente gelados, o que eu usaria agora? Com essa pergunta na cabeça eu me enrolei numa toalha que tinha o mesmo tom azul acinzentado das paredes e abri a porta, eu precisava falar com uma certa morena. Mesmo estando muito envergonhada por estar só de toalha, eu caminhei até onde Abby estava, e ela virou-se para me olhar confusa.

–– Não tenho peças íntimas secas... –– Não entre em desespero, não entre em desespero, não en... –– E agora?! –– Indaguei, completamente desesperada e corada até o último fio de cabelo. Meu mantra não tinha dado muito certo.

A expressão dela mudou de confusa para... entediada?

–– Calma, Bree. –– Abby levantou da cadeira, soltando um suspiro enquanto ia novamente até o armário e tirava algo de lá, e voltou com uma coisa azul-bebê bem dobrada e lacrada num saquinho transparente. Era um conjunto de calcinha e sutiã. –– Aqui –– disse me estendendo o saquinho com o conjunto, eu peguei, tendo cuidado para não deixar a toalha cair, já que era a única coisa que tapava minha nudez ––, eu sempre trago algumas coisinhas para o caso de um imprevisto. –– Deu de ombros, voltando para sua cadeira florida. –– Ah, e é novo, nunca usei. Pode ficar pra você.

Soltei um suspiro de alívio, sorrindo para ela.

–– Sim, eu sei, você me ama mais que sua própria vida –– Abby sorriu brincalhona e eu não tive com não rir. –– Agora vá trocar de roupa, você ainda tem que voltar para a escola.

–– Nem me lembre... –– murmurei, fechando a porta do banheiro atrás de mim, e, assim que entrei lá, joguei a toalha em cima da pia e abri o pacotinho que continha o conjunto, dando graças aos Deuses por Abby ter as mesmas medidas que eu. Observei o conjunto azul em minhas mãos. O sutiã era simples, sem bojo e haviam listras bem fininhas em um tom de azul marinho dando um contraste fofo. A calcinha tinha as mesmas listras, e poderia até ser fofa, se não fosse pelo tamanho dela –– ou a falta disso. Suspirei. Abigail e seu gosto por fios dentais! Aquilo era uma calcinha ou uma fita?! Mesmo contrariada, vesti aquilo e coloquei a roupa rapidamente. Coube tão bem, que parecia até ser feito especialmente para mim.

Já completamente vestida –– e envergonhada ––, abri a aporta e encontrei Abby ouvindo músicas em seu computador, e cantava junto. Sorri ao identificar a música, e cantei com ela:

With this 4/4 beat I'm in time with you

With this 4/4 beat I would die for you.

(Lets stop this song)

Ela não se assustou, apenas sorriu e levantou-se da cadeira, e me puxou para uma de nossas danças malucas, curtindo o som das guitarras.

I've gone too far to come back from here

But you don't have a clue

You don't know what you do... to me

I've gone too far to get over you

And you don't have a clue

You don't know what you do... to me

Won't someone stop this song

So I won't sing along

Someone stop this song

So I won't sing

A essa altura eu e Abby já tínhamos rodopiado por toda a sala gritando/cantando em algum momento nós subimos em cima do balcão e cantamos:

A lovesick melody

Is gonna get the best of me tonight

But you won't get to me

If I don't sing

Quando chegou nossa parte preferida, cantamos de modo mais arrastado, lento, mas continuando com as mesmas caras de malucas.

It creeps in like a spider

Can't be killed

Although I've tried and tried too

But don't you see I'm falling

Don't want to love you but I do.

Abby me abraçou, e eu retribuí o gesto, aquela parte era tão... perfeitamente fofa!

Uma pequena pausa, então as guitarras começaram com tudo, e nós também. Abby pegou uma caneta e fez de microfone, o que me fez rir dela, que nem ligou.

Won't someone stop this song

So I won't sing along

Someone stop this song

So I won't sing

A lovesick melody

Is gonna get the best of me tonight

But you won't get to me

No you won't get to me

Because I won't sing!

Quando a música terminou, eu estava rindo tanto que meu peito doía. Abby fez uma careta.

–– O que foi agora? –– inquiriu, colocando as mãos na cintura ainda sem descer da bancada. Continuei ali em cima, também. Vermelha feito um tomate. Sem ar como uma bexiga estourada por uma criança sapeca. Rindo feito uma idiota. Abby bufou, desfazendo a pose e descendo da mesa.

–– Você é engraçada –– falei, entre uma gargalhada e outra.

Em resposta, Abby revirou os olhos, e mudou de assunto.

–– A roupa coube muito bem em você –– observou, enquanto eu descia da bancada.

Suspirei, exasperada.

–– Estou me sentindo uma idiota.

–– Não, está parecendo uma diva. A diva que você é; mas acho que eu já te disse isso –– estreitou os olhos na minha direção.

–– Eu tenho medo quando você faz isso –– falei. –– O que se passa por essa mente nebulosa? –– perguntei, desconfiada.

Ela riu, e sacudiu uma touca preta. Obviamente não era a minha, mas era bonita e num modelo muito parecido com a minha habitual.

Ela a estendeu para mim. Com um risinho animado, joguei os cabelos para trás, os amontoei usando uma mão e com a outra coloquei a touca. Uma mecha irritante que não era da franja se soltou e caiu bem encima do meu olho esquerdo. Eu a soprei, mas ela voltou para o mesmo lugar. Abby a colocou dentro da touca, um sorriso brincando nos cantos de sua boca, e recuou um passo.

Nem a touca ajudou a me sentir melhor. Eu me sentia com três metros de altura.

–– Seja sincera, eu estou ridícula, não estou?

Ela deu mais um passo par trás e meio que contraiu os lábios, meio que fez um beicinho.

–– É tão ruim assim? –– murmurei.

–– Não, não, Bree. Na verdade... Sabe... –– Abby tinha dois dedos encostados nos lábios, que ainda estavam contraídos enquanto ela me avaliava. –– Você está sensual.

Eu gargalhei alto.

–– Tá legal, Abigail.

–– Na verdade, muito sensual. Acho que vai abalar a escola. Vai ter muitas garotas putas com você depois que passar por aquela porta, Abelha.

–– Só está dizendo isso para eu usar e me sentir melhor –– comentei. –– Mas tudo bem, eu não estou mais tão incomodada como antes. E é melhor que nada, afinal.

Ela balançou a cabeça, e me lançou um meio sorriso.

–– Você é uma completa retardada. Acho que faz parte do seu chame. Mas creio que deveria ir para o refeitório agora e aproveitar seu almoço, porque eu não vou dividir o meu com você.

Revirei os olhos e me despedi dela, agradecendo pela roupa. Abri a porta da enfermaria e fui para o refeitório.


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Notas finais do capítulo

Roupa da Bree:
http://www.polyvore.com/bree/set?id=115018725

E aí, pessoal? O que acharam? Amam a Abby? Odeiam a Emma? Acham a Bree meio estranha? Notaram como eu a-m-o Paramore? Estão gostando dos gêmeos? E da Amy e da Becky? o.O
Comentem, tá?
Ah, e a música que a Abby e a Abelha dançam é "Stop This Song (Lovesick Melody)". Uma das minhas preferidas, se querem saber...
Beijos,
Elle