POV Ally

Ansiedade era algo que definia todos nós. Já estávamos a ponto de embarcarmos para a cidade onde aconteceria o primeiro show da turnê. Vários jornalistas, fãs, lotavam o aeroporto. Austin se esforçava para atender todos. Ele falava com alguns jornalistas enquanto dava autógrafos.

Enquanto, tudo isso, Rydel, Carter, Dez, Trish e eu estávamos sentados com algumas outras pessoas da produção esperando o avião da produtora estar pronto. Minhas mãos tremiam de tanta ansiedade pela responsabilidade que aumentaria agora. E também por estar na frente de tanta gente.

– Ally? – chamaram-me delicadamente. Virei para o lado e vi que Ivie sentava ao meu lado. Fazia tanto tempo que eu não falava com ela, durante a semana eu quase não a encontrei. Ela que estava encarregada da parte musical da turnê.

– Ivie – falei surpresa e a abracei.

– Quanto tempo – ela riu me soltando. – Estava aproveitando o tempo antes da turnê? – perguntou.

– Com certeza.

– Oh, eu também. Já estou com saudades do meu pequeno – ela falou emocionada. Apenas agora lembrei-me que ela tinha um filho de mais ou menos um ano e meio.

– Como ele está? – perguntei atenciosa.

– Ele está bem. É tão pequeno que nem se percebeu que eu ficarei um tempo fora. Mas, estou tentando não me preocupar. Vou encontrá-lo várias vezes durante a turnê. Principalmente durante esses dois primeiros meses. Mas, depois meu marido também passará um tempo na Europa então nos veremos – ela falou um pouco mais animada.

– Vou querer conhece-lo – pedi e ela riu.

– Claro – concordou e depois fitou minhas mãos. - Um pouco nervosa? – ela perguntou sorrindo.

– Pouquinho – falei dando ombros.

– Ainda têm três dias para o show. Certamente ficará mais nervosa lá – ela falou e eu suspirei. Isso não me acalmou.

– Ally? Ivie? Vamos – Trish chamou e então eu percebi uma pequena movimentação em volta. Algumas pessoas já passavam para embarcar. Austin tentava se livrar de alguns jornalistas para poder ir também.

A equipe toda se dividia para seu determinado avião. Alguns embarcariam apenas um tempo depois. Provavelmente algumas pessoas já devem ter ido há algum tempo também, para montar o palco e tudo isso.

– Ally, pode arrastar Austin para cá? – Rydel perguntou assim que cheguei ao seu lado. Fiz uma careta que apenas a fez rir.

Fui até onde o loiro e sorri simpaticamente assim que cheguei perto dele e do jornalista.

– Austin, nós já podemos ir – falei chamando atenção dos dois. O loiro suspirou aliviado.

– Desculpe temos que ir – ele falou apontando para onde Carter e Rydel nos esperavam.

– Boa sorte para vocês – o jornalista falou de um jeito simpático e depois se afastou.

– Vamos lá, Moon. Você tem algumas coisas a fazer a partir de agora – falei rindo e ele suspirou concordando.

– Você também, Dawson – ele falou apontando um dedo para mim.

– Falando nisso – falei pegando meu celular. Pegando Austin de surpresa tirei uma foto dele. Foi uma boa foto.

– Ei – ele gritou surpreso e eu ri.

– Momentos especiais para seu documentário – falei piscando rindo. Ele me olhou indignado, mas acabou rindo também quando viu a foto. Desliguei o celular e voltamos a andar.

Assim que chegamos ao lado de Carter e Rydel, nós todos finalmente entramos no avião. Como não era muitas pessoas que iriam, faltava apenas nós. Trish e Dez já estavam sentados e bravos por ter que sentarem perto novamente. Revirei os olhos enquanto sentava na frente de Trish. Austin decidiu se sentar ao meu lado e na frente de Dez. Carter e Rydel se sentaram juntos atrás de nós. Ao ver isso Austin e eu sorrimos em divertimento.

Havia apenas mais quatro pessoas no pequeno avião. Ivie, Jimmy e mais duas pessoas diretores de alguma parte da turnê. Os dançarinos que nós havíamos conhecido e muitas outras pessoas iriam apenas depois.

*****

– Não acredito – falei tentando não rir.

Nós estávamos no meio da viagem. Todos nós não havíamos aguentado e dormimos um pouco, inclusive Austin. Mas, este era um dos únicos que continuava a dormir, assim como Carter. Dez teve a brilhante ideia de começar a turnê de um jeito alegre, ou seja, uma pegadinha.

Austin dormia de um jeito fofo. O cabelo bagunçado e abraçando seu travesseiro. Primeiramente nós tiramos várias fotos, inclusive algumas com nós. Como, fazendo caretas perto de Austin enquanto ele continuava dormindo. Jimmy, nem os outros se importaram porque estavam conversando distraidamente e não se importavam muito com o que estávamos fazendo.

Não me pergunte como, mas alguém havia conseguido uma caixinha de leite condensado. Por esse motivo agora as sobrancelhas de Austin estavam brancas e doces. Em seu nariz tinha apenas um pingo do doce. E na boca colocamos também, fazendo com que ele parecesse estar sorrindo.

– Faz isso no Carter – sussurrei mordendo o lábio para não rir.

Trish pegou a caixinha da mão de Dez e foi ao lado do meu irmão. A mesma coisa aconteceu com Carter. Mas, um segundo após de tirarmos várias fotos de Carter, ele passou a mão na boca como se estivesse limpando. Foi impossível não rir. Rydel até mesmo caiu em sua poltrona não suportando mais rir.

– O que? – Carter acordou gritando e depois franziu a testa. Um pouco de leite condensado escorreu ao lado de seu olho e comecei a chorar de tanto rir. – Ei – Carter gritou mais uma vez e não sabia o que fazer para tirar tudo aquilo de seu rosto.

Foi neste momento que Austin também acordou. O loiro se levantou e nos olhou confuso. Um segundo depois ele também reclamava para alguém tirar aquilo do seu rosto. Comecei a rir ainda mais, mas tive compaixão e fui ao seu lado ajuda-lo.

Passei a mão em cima de seus olhos antes que caísse. Ri quando ele lambeu o doce que estava em seus lábios. Ao nosso lado Carter xingava reclamando que ficaria cego. Até mesmo Austin não aguentou e gargalhou.

– Já tirei Carter – Rydel riu e meu irmão suspirou aliviado. Mas, mesmo assim ri quando vi um pouco de leite condensado em seu queixo e em sua boca, assim como Austin também tinha. Acho que eles estavam mais preocupados com os olhos.

Quando os dois perceberam ainda estarem sujos pareceu que tiveram a mesma ideia. Repentinamente Austin se aproximou de mim e antes de qualquer coisa beijou minha bochecha fazendo com que agora eu ficasse suja.

– Ei – gritei assim como Rydel. Carter parecia ter feito à mesma coisa e agora recebia tapas da garota. Já Trish não conseguia fazer nada além de rir desesperadamente.

Olhei para Austin e ele sorria culpado, mas também vitorioso. Soquei levemente seu braço e nós dois rimos.

– Ok. Corta – Dez falou chamando nossa atenção. Foi ai que percebi uma câmera gravando absolutamente tudo.

Nós todos ficamos estáticos enquanto o ruivo ria novamente olhando o vídeo. Estreitei os olhos por estar envolvida naquilo, mas também queria agradecer, pois isso com certeza me faria rir depois.