O assassinato do Leão escrita por Andhromeda
Brienne tentou levar a serio as suas ordens, mas no fim percebeu que apenas umas três pessoas lhe lançaram olhares bem nervosos – o que a fez se perguntar o porquê – porem, da grande maioria recebeu apenas olhares desdenhosos e reprovadores.
O que não a incomodou nem por 1 segundo, tinha trabalhado muito duro para conseguir seu distintivo – principalmente por ser uma profissão predominantemente masculina – mas com muito esforço e dedicação havia demonstrado seu valor e conseguido um lugar de respeito na corporação.
Seu pai uma vez dissera que ela tinha um “coração de cavaleiro”, que era justa e honrosa. Infelizmente essas foram as suas ultimas palavras, só ditas em seu leito de morte, quando se cansou de repreendê-la “por não ser uma mulher normal” e se conformou com o fato de que Brienne seria sua única herdeira.
A loira não tinha certeza se as palavras eram verdadeiras, na época. Mas assim que conseguiu seu distintivo jurara que esses seriam os lemas que regeriam sua vida – tanto profissional, quanto pessoal – e que iria fazer seu pai orgulhoso de sua primogênita, seja lá onde ele estivesse.
Um alvoroço se formou, tirando-a de seus pensamentos.
De uma forma muito discreta, ninguém disse uma palavra, mas uma tensão coletiva tomou conta da sala, como se todos ao mesmo tempo tivessem prendido a respiração a espera de um grande acontecimento. Logo a policial percebeu qual era o motivo da comoção.
Um homem muito bonito, vestindo um terno escuro e de olhos risonhos, vinha entrando na capela de braços dados com outro homem, igualmente bonito, de terno cinza e cabelos encaracolados ate o ombro. Ambos param em frente à Cersei Lannister e sei irmão Jaime.
Sem perceber, Brienne foi se aproximando da cena, como uma mosca atraída por uma lâmpada.
– Meus pêsames Cersei – disse o homem de preto, fazendo uma pequena mesura zombeteira – ou devo dizer majestade? – brincou, se referindo ao apelido que a mídia havia dado ao evento.
– Não seja sínico Renly – disse a leoa Lannister, sua mascara de gelo se rachando com a raiva – não tem o direito de vir aqui e fingir que se importa com a morte do meu filho.
– Tem razão, não me importo – deu de ombros – na verdade, estou ate surpresa que isso tenha demorado tanto, nós sabemos que Joffrey não era conhecido por ser agradável.
– Renly- advertiu o homem que estava preso ao seu braço como um adorno elegante e bonito.
– Calma Loras – deu um sorriso para o seu acompanhante cheio de intimidade, do tipo que só amantes trocariam – a situação é ate bem filosófica, mataram o Robert para conseguir a presidência, mas poucas semanas depois seu filho morre antes que possa se quer esquentar o trono que roubou, isso diz alguma coisa sobre a justiças dos Deuses.
– Como ousa – disse Cersei, a indignação tornava suas palavras estridentes - Robert morreu porque era um bêbado inconsequente...
– Cersei controle-se – Jaime apertou seu braço em advertência.
– Não diga o que eu tenho que fazer e haja como um homem – soltou o braço da mão cautelosa do irmão, sua raiva elevará a tensão do ambiente quase à ruptura – tire essas aberrações daqui.
Brienne viu os olhos do Lannister escurecerem com fúria e por alguns segundos poderia jurar que ele iria se virar contra a irmã, porem surpreendentemente manteve a calma.
– É hora de irem rapazes – disse Jaime imperiosamente com sua voz rouca.
– Vamos querido, não ficamos onde não somos bem vindos – disse as palavras carinhosamente, deixando bem claro para todos os presentes que tipo de relação compartilhavam.
Seguiram pela multidão – que tentava a todo custo esconder seu interesse no espetáculo – e foram em direção as portas.
No fim não são tão discretos assim, pensou Brienne vendo as pessoas disfarçadamente se dispersarem.
– Belo espetáculo, não acha? – perguntou uma voz grossa e brincalhona.
A policial se virou e encarou um anão, com cabelos loiros e olhos inteligentes.
– Cersei sempre teve um fraco por dramas – sorriu – infelizmente também sempre teve um fraco pela perfeição, o que confirma como os Deuses podem ser irônicos.
– Não entendi – disse Brienne, confusa
– Cersei preza a perfeição acima de tudo, no entanto, os Deuses lhe presentearam com um cunhado gay, um irmão anão e um filho psicopata – disse com sarcasmo – a propósito, caso não tenha percebido, eu sou o anão da historia.
– Você é um Lannister? – ele não combinava com a perfeição e frieza que ela havia começado a associar a família.
– Devo admitir que não o mais bonito, mas com certeza o mais inteligente.
Inteligente o bastante para cometer um crime e não deixar pistas? Perguntou-se Brienne enquanto encarava o homenzinho.
– Você é o anão, presumo que o homem que saiu seja o cunhado... – disse deixando o resto da frase no ar.
– Renly sempre foi conhecido pelo seu humor negro, só mais um rapaz mal compreendido, somos milhares espelhados pelo mundo.
– Como o filho psicopata?
– Ah, me induzindo a revelar algo incriminador – sorriu – mas pergunte a qualquer um e saberá que Joff sempre foi um garoto com um fraco pela crueldade.
– E qual seria o seu fraco, senhor Lannister?
– Muitos, sendo mulheres e bebidas, o principal deles – passou a mão pelos cabelos loiros, o despenteando – não tenho nada a vê com o assassinato do meu sobrinho.
– Como sabe que se trata de um assassinato?
– Considerando que tem uma policial no enterro e um detetive interrogando as pessoas, não foi muito difícil deduzir – colocou a pequena mão no queixo em uma postura pensativa – se tivesse que apostar minhas fichas em alguém, seria no Aranha.
– Aranha?
– Varys, Aranha é um apelido carinhoso que eu o batizei, sinceramente acredito que combina bem mais com ele – começou a andar pela sala, obrigando-a a acompanhá-lo – quem da um nome desses a um filho, Varys, que merda significa isso?
– O nome é mais significativo para os pais que para as pessoas a sua volta.
– Umas das coisas mais injustas do mundo, você é que vai ser obrigado a carregar um nome merda o resto da vida – falava como se estivesse lecionando em uma sala sobre um tema serio como o aborto – é errado pessoas que ainda não nos conhecem, tomarem decisões que afetarão o resto de nossas vidas.
– Não penso dessa forma, geralmente escolhem um nome por um motivo importante e não pra fazer da vida de seus filhos algo ruim.
– Exato, mas os motivos deles pode não ter significado algum pra mim – seus olhos brilhavam com entusiasmo – meu nome por exemplo, Tyrion, um nome forte, onipotente, demanda bastante autoridade, poderia ser facilmente um nome de um Deus, no encanto, ele apenas pertence a mim, um anão.
– Talvez para seus pais você seja tudo isso – disse ela com uma simplicidade que fez o homem gargalhar.
– Oh, com certeza não, e não me venha com essa de que são nos menores frascos que se guardam os melhores perfumes – disse em meio à crise de risos.
– Ou os piores venenos – disse Sandor a poucos passos deles.
Brienne pulou como se tivesse sido pega fazendo algo errado e corou como uma criança.
– Uma coisa bem idiota de se dizer, em minha opinião – disse o homenzinho nem um pouco ofendido – se eu tivesse o melhor veneno, iria querer toneladas dele.
– E iria envenenar quem? – questionou o detetive.
– Ninguém em especial, sou apenas um jovem e carismático anão – fez uma reverencia – e agora que já me incriminei o bastante, irei apreciar um pouco mais o espetáculo dos Lannister, é bom não ser o centro das atenções em uma reunião familiar, pelo menos uma vez na vida - foi assoviando em direção a multidão.
– Quem é ele? – perguntou Sandor quando perderam Tyrion de vista.
– O irmão de Cersei – Clegane a olhou com descrença – aparentemente esse fato também é uma grande fonte de lamento por parte da senhora Lannister.
– Ele disse isso?
– Com todas as palavras, é um sujeito bem singular.
– Não gosto de sujeitos singulares.
– Você não gosta de sujeitos, Sandor – disse a loira com um sorriso – na verdade, você não gosta de sujeitos, pessoas, gente, homens, rapazes e todos os seus derivados.
– Foda-se, deixe de ser uma novata irritante.
– Não sou irritante, você é que é intransigente.
– Intransigente – repetiu com uma voz exageradamente fina, o que foi uma coisa engraçada para um homem do tamanho dele - porque não pode me chamar de filho da puta como qualquer outro policial normal, isso nem parece uma ofensa.
– Nem todo mundo tem que usar um xingamento pra enfatizar um fato, alguns preferem a educação.
– Não tenho que ser educado, tenho uma arma – deu de ombros.
Brienne o olhou exasperada, mas no fim acabou sorrindo.
– Não que saber o que descobri?
– Despeja.
Ela contou tudo sobre a “inteiração familiar” que presenciou entre Cersei e o polemico Renly, o dialogo intrigante que teve com o notório Tyrion e suas suspeitas sobre o assassino.
– Maravilha, todos esses malditos almofadinhas tem um suspeito, o garoto era um psicopata.
– Segundo seu tio.
– Agora tenho que investigar a morte do filho de Sam, caralho.
– Com quem vamos falar agora?
– Com a noiva.
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Suspeitos?!