mau-mau e eu nos beijamos por muito tempo, tenho que confessar que o beijo dele tinha algo de diferente de todos os beijos que eu já recebi na vida. sua boca era perfeitamente suave e delicada, o que deixava o beijo cada vez mais delicioso. eu não sabia ao certo o que estava acontecendo entre nós. eu não consigo me imaginar namorando mau-mau. o meu melhor amigo, o meu parceiro... o meu irmão!

porém, estava cada vez mais encantada por ele.

depois de muitos beijos e carinhos, acabamos adormecendo. dormimos agarradinhos um no outro. o que era muito bom!

na manhã seguinte, o despertador começou a fazer um enorme barulho então dei um salto na cama.

– mau-mau o que é isso??!!

– meu despertador.

– eu sei, mas você quase me matou com ele! uma música de rock no volume máximo não é o que chamo de um bom despertador.

–claro que é. a gente não acordou por acaso?

– aff. porque despertador se você nunca o aciona?

– a gente vai voltar para casa, lembra? ... bem cedinho!

– nossa, é mesmo! eu esqueci disso...

então me levantei da cama, e logo depois mau-mau fez o mesmo. eu estava um pouco envergonhada... a gente havia se beijado com a maior liberdade! eu não sabia o que ainda éramos.

descemos as escadas, e não havia ninguém por lá, pelo fato de ainda ser muito cedo. me lembrei de lucas que dormia no meu quarto. o que eu faria se ele não acordasse logo? não seria muito agradável eu acordá-lo pessoalmente, porém não seria muito legal ele acordar e eu já não estar na república, certo?

eu e mau-mau fizemos torradas e café-com-leite, nos sentamos na mesa da cozinha e ficamos conversando um pouco. depois me surpreendi quando vi lucas descendo as escadas e vindo em nossa direção.

– nossa, você já está acordado! -falei. - é muito cedo ainda.

– lembrei-me que você me falou que teria de acordar cedo para ir até a casa de seus pais. -ele olhou para mau-mau que estava quieto na mesa.- só não sabia que ele também iria!

– pois é. mau-mau também está com saudade de casa. -respondi.

– seria uma pena se.... -lucas se interrompeu.

– se o quê? -mau-mau perguntou sério.

– nada não! -lucas sorriu amigavelmente. porém mau-mau ainda o encarava sério. eu vi que o clima não estava nada bom, então mudei de assunto rapidamente.

– lucas, você dormiu bem?

– teria dormido melhor se você estivesse comigo e não com ele!

mau-mau largou a xícara de café que tinha na mão e se levantou.

– o que você quer dizer com isso?

me levantei também e segurei mau-mau pelo braço.

– ei! vamos manter a calma, certo?

lucas estava parado imóvel apenas encarando mau-mau. o clima estava super tenso. lucas estava provocando e eu não sabia o porquê.

– lucas, acho melhor você ir. -falei por fim.

– achei que gostaria de uma carona até a casa de seus pais. -ele respondeu.

mau-mau deu mais um passo, então o segurei. lucas sabia perfeitamente que os pais de mau-mau moram ao lado da casa dos meus, e que mau-mau me levaria em seu carro, então foi mais uma de suas provocações.

– não precisa se preocupar. eu já tenho como ir! liguei para meu pai e falei que ma-mau também irá, e ele me levará.

não era necessário. mas eu expliquei mesmo assim. então lucas pegou sua mochila e colocou-a sobre as costas. deu uma bela encarrada em mau-mau e em mim. por fim, deu um sorriso malicioso e falou:

– espero que tenham um bom dia!

abriu a porta e se mandou. então, soltei o braço de mau-mau e bufei.

– mas o que foi isso?! eu não acredito que vocês dois iriam brigar!

– ele estava querendo! você viu como me provocou.

– mas você.... sempre tão na sua. não te imagino batendo em alguém.

– quando se refere à ele, eu perco a paciência rápido. -respondeu mau-mau se dirigindo a sala.

então, arrumei a cozinha toda e fui atras de mau-mau que estava na sala sentado no sofá olhando alguns papéis.

– sobre o que são esses papéis, mau-mau?

– não importa, agora. -ele respondeu guardando os papéis.

eu achei estranho mais não quis me meter, se fosse algo importante ele me contaria. e como ele disse o '' agora '' tive certeza que não era um bom assunto para aquele momento.

– está pronta? -ele me perguntou.

– estou sim, só espere eu pegar minhas coisas. -ele sorriu e eu fui até meu quarto. arrumei minha cama onde lucas havia dormido, peguei minhas coisas e sai.

o resto do pessoal continuava dormindo, quando me aproximei de mau-mau perguntei:

– não seria melhor a gente deixar um bilhete ou algo do tipo para eles?

– se você quiser deixe. -então eu anotei em um pequeno bilhete o aviso e colei na geladeira.

assim, que fiz isso, pegamos nossas coisas e fomos até a garagem. ela estava aberta o que fez mau-mau estranhar.

– achei que tivesse fechado a garagem ontem à noite.

– vai ver Ricardo ou alguma outra pessoa abriu. -respondi.

– mas para quê? ... e a gente sempre a fecha depois.

nada respondi. apenas acompanhei mau-mau para perto da garagem. seu carro estava ali como de costume. porém, mau-mau estava o analisando.

– o que foi? -perguntei.

– deixa eu ver se meu carro está intacto! - eu achei que ele havia falado brincando mas na verdade não era brincadeira.

– não tem nada de errado com ele. -falei.

– a não ser o fato deste pneu estar completamente vazio. -ele foi até o outro pneu dianteiro- e este.... e este....e este!

– como? os quatros pneus??

– sim! os quatro pneus estão completamente vazios! - ele parecia preocupado. caminhou em torno do carro e se abaixou pegando um prego que estava no chão. - alguém os furou com isso!

– mas....mas... quem?... porque?

mau-mau não me respondeu. então continuou analisando seu carro e de repente gritou.

– quebraram os pára-brisas!! os dois!! - continuou dando voltas e voltas até que reparou que o vidro do lado do motorista estava trincado. sinal de que alguém tentou o quebrar. - MAS QUE MERDA!

– calma mau-mau. não adianta se exaltar!

– como eu posso ficar calmo com isso?? destruíram meu carro!

mau-mau abriu o carro rapidamente e entrou nele. tentou dar a partida nele, porém nada aconteceu. mau-mau saiu furioso e deitou-se no chão embaixo do carro. eu fiquei o observando.

– cuidado mau-mau!

– eu não acredito! -ele falou revoltado. - cortaram os fios de contato! por isso o carro não dá nem partida!

eu me abaixei e olhei também. realmente estavam todos cortados. mau-mau estava furioso.

– eu preciso registrar um B.O! preciso saber quem foi! - mau-mau correu até a casa batendo forte a porta. provavelmente acordando o resto do pessoal.

eu permaneci na garagem olhando para o carro. estava confusa. nossa rua era tão tranquila, e mau-mau falou que havia trancado a garagem na noite passada. então como....?

foi aí que me lembrei de Lucas. era o único estranho na república que teria acesso a chave da garagem. e aquele '' tenham um bom dia'' que ele nos deu minutos antes me fez pensar bastante na possibilidade. a discussão com mau-mau.... tudo levava a ele. mas mesmo assim eu não quis acreditar que fosse lucas. e nada falei a mau-mau.

porém, quando voltei para a república, encontrei mau-mau, Ricardo, Bruna, Tadeu e Samira conversando na sala. todos estavam com cara de assustados e mau-mau permanecia muito nervoso.

quando todos confirmaram que não haviam tocado na garagem, e não sabiam de nada, mau-mau quase teve um ' chilique ' .

– eu tenho certeza que fechei a garagem! -falou mau-mau enquanto pegava seu celular para ligar à polícia.

– mas aqui na rua é muito difícil alguém fazer isso! -Bruna falava.- nos damos bem com todos os vizinhos, e além do mais, aqui é super tranquilo durante todo o dia e noite.

foi aí que mau-mau bufou de vez.

– LUCAS!!!