Os Cavaleiros do Zodíaco - A Saga de Zeus escrita por Diego Tavares


Capítulo 5
Capítulo 4 - O Lar dos Heróis.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/470413/chapter/5

Capítulo 4

O Lar dos Heróis.

Vilarejo próximo do Santuário.

Sete dias haviam se passado desde a morte de seus pais. Sirah ainda permanecia bastante introvertida e calada. Sua angústia parecia não ter fim de forma alguma. O modo como tudo aconteceu, tão rápido e inesperado, sem mesmo poder dizer um adeus. A ultima vez que falara com seu pai e sua mãe... Sirah nunca pensou que aquela seria a ultima vez.

Ao seu lado, Perseu também estava quieto. Embora fosse o mais extrovertido dos três, perder os pais da forma como fora era a coisa que ele menos cogitava. E por isso, o seu silêncio se misturava ao de sua irmã. O pior de tudo foi que ele não pôde fazer nada. Enquanto que Cadmo tentou fazer algo, ele simplesmente travou. Ficou congelado como uma criança indefesa, sem reação. Era a pior sensação que Perseu sentira na vida, apesar de que seus pais já estavam mortos quando chegaram ao local. Nunca imaginaria que um monstro apareceria do nada.

Já Cadmo era uma verdadeira incógnita. Tinha apenas doze anos, mas agia algumas vezes como adulto. E isso nem sempre era bom.

O ambiente estava quase mudo, se não fosse a brisa que refrescava o local. O cemitério era somente para aqueles que trabalhavam no Santuário. Em sua maioria as covas pertenciam aos aldeões e os cavaleiros mortos em batalha. Estes últimos estavam um pouco afastados. Muitas vezes havia somente a sepultura em memória do guerreiro. Certos conflitos eram capazes de sumir completamente com os corpos dos falecidos.

A ultima Guerra Santa, o conflito entre Atena e Hades pelo domínio do mundo, fora cruel e devastadora. Varrera de vez todos os doze cavaleiros de ouro, sem sobrar nenhum. Morreram de forma heroica é claro, mas isso não o muda o fato do embate ter sido violento. Por isso suas covas estão vazias.

Os pais das crianças trabalhavam dentro do Santuário. Perseu se lembrou das vezes que insistia para que o pai pudesse leva-lo. Os cavaleiros, ou heróis como ele gostava de chama-los, estavam todos lá. No entanto seu pai nunca o fizera. As regras do Santuário proibiam que qualquer pessoa perambula-se pelas redondezas sem uma razão importantíssima. A seu ver, chegar perto de um cavaleiro era algo importantíssimo.

– Está na hora de partir. – A voz chamou atenção dos irmãos fazendo-os olhar para trás. Era Shiryu. Estava apaisana, vestindo sua tradicional roupa dos Cinco Picos Antigos da China. Nas costas, carregava a Urna de Pandora. Um objeto em forma de cubo com os símbolos da sua constelação protetora.

– Eu pensei que cavaleiros usassem armadura o tempo todo. – Disse Perseu. – Tipo uma segunda pele.

– Depois de tanto tempo é exatamente como uma segunda pele. – Sorrindo, Shiryu falou lembrando-se dos tantos anos como servo de Atena.

– Ah, essa caixa ai nas suas costas é onde fica a armadura? – Perseu referindo-se é claro a Urna que servia para carregar a vestimenta de batalha – Usando dessa forma você fica igual a um entregador de pizza – gargalhou o garoto.

– Não ria, Perseu. Se quiser se tonar um cavaleiro você terá que tê-la também.

O Cavaleiro de Libra advertiu que deveriam chegar ao Santuário o quanto antes. Hoje é o dia em que os aspirantes iniciarão suas atividades em busca de uma armadura. Os meninos e meninas chegarão de diversas nacionalidades escolhidos a dedo pelos Cavaleiros de Prata, ou em certos casos por um Cavaleiro de Ouro.

Antes de partir, Cadmo solicitou a Shiryu se ele poderia esperar um minuto. Havia algo que ele queria dizer para seus irmãos mais novos.

– Se partirmos com ele, nossas vidas mudarão para sempre. – Avisou o primogênito. – Nós só temos um ao outro, agora. Eu não quero deixa-los e também não quero ir sozinho.

– Cadmo, nós também nos tornaremos Cavaleiros de Atena! – Confirmou o caçula batendo no próprio peito.

– Sim, – disse Sirah, falando pela primeira vez – eu me tornarei uma amazona! Eu não quero que ninguém passe por aquilo que nós passamos.

Os irmãos estavam firmes enquanto a seus objetivos. Prometeram uns aos outros que alcançariam suas metas. E ali, no lugar onde estavam enterrados seus pais, decidiram que só voltariam trajando suas futuras armaduras.

Por fim, Sirah deixou uma pétala de flor em cada tumulo – do pai e da mãe – despedindo-se deles.

Era dia e o céu estava quase limpo, com poucas nuvens. O quarteto deixou o cemitério, indo ao Santuário. Os moradores do vilarejo olhavam para eles curiosos, se perguntando o que estariam tramando ainda mais depois do incidente do outro dia.

Não se importando com os olhares alheios, Perseu caminhou ao lado de Shiryu deixando Sirah e Cadmo pouco atrás. Os três levavam consigo pequenas trouxas onde guardavam roupas e outros utensílios.

O lugar onde moravam, embora fosse considerado perto do Santuário eles tiveram que dar uma boa caminha. Obviamente, Perseu era o mais entusiasmado com a ideia, porém não esperava andar tanto. Sua camisa vermelha já estava enxercada de suor. Já podia até sentir as primeiras bolhas nos pés.

Cadmo aparentava está bem, assim como Sirah, embora também estivessem suados.

Enfim, depois de muito caminhar, o coro chegou ao local. O Santuário de Atena. O lugar onde residiam os heróis.

A vista era ainda mais impactante do que nos sonhos de Perseu. O grupo estava num penhasco que dava para observar todo aquele complexo localizado numa região estratégica. Afastada dos grandes centros urbanos e de difícil acesso.

Era possível ver um grande anfiteatro, o Relógio de Fogo cujas chamas azuis indicavam ser meio dia. Dava para ver também as sagradas Doze Casas que se esticavam numa montanha íngreme e rochosa. Lá no topo, um templo maior do que qualquer outro visto por Perseu chamava atenção em sua imponência e beleza. Era o lar da deusa. Atena devia estar ali naquele momento.

Agora era a hora. O lugar onde Cadmo, Sirah e Perseu passariam por muitos anos, defendendo a humanidade e a própria Deusa da Justiça.

Era o inicio da jornada dos três irmãos como aspirantes a Cavaleiros de Atena.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os Cavaleiros do Zodíaco - A Saga de Zeus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.