Destinos Interligados escrita por Risurn


Capítulo 26
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

GALERA EU TO SURTANDO AQUI
Primeiro, recebi os meus dez reviews (doze na verdade), E UMA RECOMENDAÇÃO. CARA, UMA RECOMENDAÇÃO.
Então, Fantasminha minha linda, o capítulo é todinho para você. E agradeçam a ela pessoal eu só ia postar no sábado mas adiantei pela recomendação. E um aviso, eu fiquei tão feliz que fiz um capítulo duplo. Ele é dividido em dois. A parte "triste" e a "feliz" e é bem visível onde divide, mas é tudo graças a ela.
Espero que gostem tanto quanto eu, não julguem as músicas e se possível ouçam os covers (um deles tem legenda).
Também queria agradecer a todos os que deixaram review e dar as boas vindas aos novos leitores.
Enfim, aproveitem a minha felicidade :3



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Annabeth VIII

You're insecure
Don't know what for

Minha cabeça girava. Sentia-me apunhalada e sozinha. Estou sozinha, é isso?

Batidas ecoaram pelo quarto e interromperam qualquer linha de raciocínio que eu pudesse ter começado. E eu sabia quem era antes mesmo que qualquer palavra fosse dita.

– Annie? – a porta fechou atrás dele. – Eu... Você está bem? – neguei com a cabeça, não precisava fingir, não na frente dele, não agora. – Tudo bem. Posso ir até você? –Assenti.

Calmamente ele andou até o meu lado e sentou sem se importar com o piso gelado no qual estava sentado. Encarei então aqueles olhos. Meu deus, que olhos! Lembro-me da primeira vez que os vi e da cara de boba que fiquei, sabia que agora não devia estar muito melhor, mas quem ligava? Um verde claro, o mais lindo que eu já vi, salpicado com pontinhos escuros que me faziam viajar e me perder na imensidão verde. Logo seus braços estavam envolta da minha cintura e me traziam para perto de si. Quando me dei conta minhas pernas rodeavam sua cintura e meus braços estavam envolta de seus ombros, bem como minha cabeça estava enterrada em seu peito. Eu fungava.

– Ei... Ei... Tá tudo bem...

– Não tá não... Dizer isso é só pra iludir a si mesmo.

– Shiu... Calma...

– E-eu pareço um ponto escuro no meio da sua luz. Sempre tentando engolir a sua felicidade, te trazer para baixo. Você sempre tenta me colocar para cima... E eu só te jogo pra baixo. E eu to fazendo isso de novo.

– Não... Quietinha. Nada disso. Eu to aqui para te ajudar, e porque eu gosto muito de você tá bom?

Eu ri contra seu peito.

– Você tem um dedinho podre Jackson. – pude ouvir a risada dele também.

– Eu sei.

– Ei! – me afastei dele lhe dando um tapa no peito.

– Que foi? – ele ria. – Eu amo esse meu dedo podre. – então ele sorriu e levou um dedo até meu queixo, me beijando. Era um beijo calmo e doce que eu fiz questão de não parar. Levei minhas mãos até sua nuca e ele apertou minha cintura. Eu sabia que aquilo era errado. Eu não deveria estar fazendo aquilo. Algo estalou na minha mente e aos poucos fui diminuindo o ritmo. Ele sorriu. – Sério. Esse dedo é demais.

– Idiota.

Ri também, como ele conseguia fazer essas coisas?

– Annie. – olhei naqueles olhos verdes, estavam sérios. O verde era calmo e limpo, agora sem pontinhos escuros, apenas aquela imensidão verde que me fez desligar por um segundo. Quando dei por mim eu havia desligado mesmo só via aquela boca mexendo sem ouvir nenhum som. Ele ria. – Terra chamando Annabeth, Annabeth responda.

– Sim capitão.

– Capitão? Legal. Mas... É sério, porque você saiu daquele jeito?

Eu sabia que mais cedo ou mais tarde aquela pergunta viria. Mas eu torcia do fundo do meu coração que fosse mais tarde.

– Eu preciso falar?

Ele ficou quieto por um segundo, olhando em meus olhos, tentando me decifrar, e eu juro, fiz o máximo possível para deixar transparecer todo o medo, confusão e angustia que eu estava sentindo naquele momento. E acredite, não era pouca coisa. Até que ele finalmente suspirou, derrotado, negando com a cabeça. Mas eu consegui ler a decepção nos seus olhos. Ele confiou em mim. Já não estava na hora de retribuir?

Abaixe as minhas mãos e trouxe para cima das minhas pernas, apertando meus dedos. Eu iria chorar.

– Foi há uns três anos... Eu era uma menina boba de catorze anos. – eu lembrava de tudo aquilo como se fosse ontem. – Na minha festa de aniversário... Apareceu muita gente. E eu não conhecia a metade. Mas... Apareceu um em especial que fez meu coração bater diferente. –Eu não conseguia olhar para Percy – Ele era loiro, alto, de olhos azuis. Todas as meninas queriam ficar com ele, e por incrível que pareça, ele se interessou por mim. Eu. A menina mais estranha do planeta. Depois da festa nós começamos a nos ver sem parar. Todo dia. Sem falta. Mas... Ai... Bem. Eu nunca havia ficado com menino nenhum. Eu sei, parece loucura uma garota com catorze anos nunca ter ficado com ninguém... Mas era verdade. E eu achava aquilo mágico. Sentia-me especial. Ele fazia com que eu me sentisse assim, então... Um dia... Eu achei que ele merecia aquele “premio” – ri, sem graça – marcamos de sair e foi maravilhoso. Ele foi romântico e finalmente me beijou. Me senti nas nuvens e começamos a namorar. Rápido assim, sem rodeios. Erámos crianças, ainda sou uma criança, só que eu não vi isso na época. Mas... Os dias iam passando e ele deixou de gostar dos meus beijos, apenas beijos, mas eu simplesmente não podia com aquilo. Fui criada por uma mãe tradicional. Casamento. Vestido branco. Afinal, qual é a graça do branco se você não é realmente pura? É a hipocrisia batendo na cara das pessoas – já senti uma lágrima escorrer – Mas, ele? Ele não pensava assim. Queria mais. De qualquer jeito. Então, mesmo apaixonada eu terminei. E me senti feliz com isso. Mas ele não. – fiquei em silêncio, com um sorriso amarelo olhando para baixo. Não queria deixar transparecer o que estava sentido. Não ainda.

– Annie... Você não preci... – levantei a mão, ainda sem olhá-lo, num pedido de silêncio. Se ele começasse a falar eu choraria e perderia toda essa pose de “não faz a menor diferença o que aconteceu, não sinto mais nada”. Mas eu sinto. E doí. Cada vez doí mais.

– Depois de sair da escola... Bom, nós tínhamos terminado a cerca de um mês. Ele me pegou na saída da aula e me enfiou em um carro. Mencionei que ele era dois anos mais velho? Me debati mas não adiantava. Ele estava sedento. Me arrastou para um lugar afastado. Uma casa vazia. E, bom, ele disse coisas horríveis. – olhei para cima, sorrindo, Percy apertou minhas mãos, estava doendo. – Então... Acho que você consegue adivinhar o resto da história. Por três dias eu gritei sem parar, pedindo por socorro. Gritei tanto que pude sentir minha garganta sangrar até ficar sem voz. Mas ninguém me ouviu. Três dias a mercê daquele... Daquele psicopata. Foram os piores três dias da minha vida. Então, quando eu não tinha mais forças para nada, em um descuido, ele deixou a porta aberta depois de... De... – engoli em seco. – Cambaleando, eu fui até lá e corri para a rua, em trapos, mas aquilo não importava, corri até meus pés sangrarem e alguém me encontrar, eu só queria dormir. Quando acordei minha mãe e eu estávamos em um hospital. Meu pai ficou furioso, mas Luke ameaçou fazer um escândalo e destruir a carreira dele se alguém soubesse. E ele preferiu fugir. Aquele... Filho da mãe preferiu preservar a preciosa carreira dele a fazer jus a filha. Vir para longe. Então saímos da Florida. Fiquei dois meses em uma clinica psiquiátrica. E...

– Não precisa de mais nada. Eu já entendi. – finalmente abaixei os olhos e o encarei. Ele estava vermelho, talvez de raiva? Seus olhos estavam escuros. E eu estava apavorada.

– Se... Se você não quiser mais falar comigo... E-eu vou entender. – A realidade abateu-se sobre mim como um tapa. O que me fez pensar que ele iria querer saber? O que me fez pensar que ele ainda falaria comigo? O que me fez pensar que Percy Jackson iria querer algo comigo? Estúpida. Estúpida. Lentamente, fui levantando, (percebi que ainda estava no colo dele, o que foi constrangedor) mas mãos fortes me puxaram de volta. Espera. Me puxaram de volta?

– Nunca mais diga isso.

– Você merece algo melhor. Alguém... Que não esteja quebrada. Você é O Percy Jackson. Eu ouço os cochichos das outras meninas. Todas elas dariam qualquer coisa pra ficar com você. Alto. Forte. Bonito. Os olhos mais lindos que eu já vi – estava nervosa e as lágrimas já corriam sem a minha permissão.

Ele me puxou e pressionou meus lábios nos seus com uma fúria que não sabia que ele continha, foi apenas um encostar de lábios, mas que tinha um gosto salgado pelas lágrimas estupidas.

– Nunca, nunca mais diga isso. Você é perfeita. E eu vou quebrar a cara daquele babaca.

– Não Percy. Por favor. Não que eu não queira a cara daquele babaca quebrada em quinze pedaços, mas... Não quero você em problemas. Ele conhece todo tipo de gente...

– E eu não me importo.

– Mas eu me importo. Sua segurança. Em primeiro lugar. Por mim. – eu queria muito ver aquele desgraçado destruído. Mas não por Percy. Eu não podia fazer isso com ele.

Ele assentiu, e me beijou novamente.

– Vem cá. – o moreno levantou, segurando meu corpo, para então deitar na cama, me ajeitando em seu tronco. – Descanse um pouco. Eu continuarei aqui.

Senti um beijo na testa e um cheiro de maresia. De inicio me senti tensa, todos os músculos retesados. Percy não me faria mal, não é? Logo minhas pálpebras pesaram e lembro-me de ter sonhado com olhos mais verdes que o mar.

***

Quando acordei, fiquei desesperada por um momento. Que lugar era aquele? Não é o meu quarto. Minha respiração acelerou e me senti sufocada. Logo percebi que era a casa de Percy, olhei então pela janela. O sol estava alto lá fora. Eu havia apagado por quanto tempo? Não era tão tarde quando chegamos da festa, mas agora já devia passar do meio dia.

Sentei na cama e Percy não estava ali. Onde ele se meteu?

Levantei e fui até a porta. Na maçaneta havia um papelzinho com uma caligrafia elegante.

Está preparada?

Sorri nervosa. Preparada para quê?

Abri a porta e caminhei em direção à cozinha. Tinham pétalas de rosa no chão. Aliás, quando olhei para baixo percebi que estava sem o (desconfortável) vestido de festa. Apenas uma camisa do Percy – que tinha um cheiro maravilhoso devo lembrar. Preciso dizer que corei? Afinal, foi ele que colocou em mim, porque eu não fui.

Sob a mesa havia uma jarra de suco de laranja, torradas, queijo e doce de morango. Meu café da manhã favorito.

Após comer, fui até o banheiro, quando cheguei lá vi roupas limpas, uma escova de dente e meu telefone. Colado no espelho havia outro bilhete.

Por mais que eu tenha simplesmente amado ver você com a minha camisa, você vai precisar trocar de roupas. Te espero no meu refugio.

P.S.: Não me deixe esperando, está frio aqui fora.

Sorri indo em direção ao chuveiro, me despindo. Tomei um banho rápido e vesti as roupas que Percy separara: uma legging preta, botas também pretas sem salto, uma camisa segunda pele clara, um casaco vermelho que chegava perto dos meus joelhos e uma touca bege. Onde raios ele conseguiu essas roupas?

Andei pelas ruas de Manhattan praticamente correndo até chegar ao prédio. A porta lateral estava aberta e lá havia outro bilhete.

Torça para eu não ter morrido congelado, seria terrível.
O mundo detestaria esta perda.

Sorri do bilhete e subi correndo. A porta estava emperrada e precisei de um pouco de força para que ela abrisse.

Enquanto meus olhos se acostumavam com a claridade, olhei para baixo. Mais pétalas. Uma música começou a tocar. Mordi o lábio. O que seria aquilo tudo?

(Clique aqui)

You're insecure (Você está insegura)
Don't know what for ( E eu não sei pra que)
You're turning heads when you walk through the door (Você faz virar cabeças quando você passa pela porta)
Don't need make up (Não precisa de maquiagem)
To cover up (Para se cobrir)
Being the way that you are is enough (Sendo do jeito que você é, é suficiente)

Mordi o lábio. Eu não sabia se era de frio ou vergonha, mas senti meu rosto ficar vermelho, a brisa do alto do prédio vinha até mim bagunçando meu cabelo.

Everyone else in the room can see it (Todos na sala podem ver)
Everyone else but you (Todos menos você)

Ele estava lindo. Uma calça jeans e uma camisa eram escondidas por um casaco de inverno que ele usava, os fios negros estavam parcialmente cobertos por uma touca beanie escura. O frio havia chegado de repente, mas aqueles olhos ainda brilhavam.

Baby you light up my world like nobody else (Querida, você ilumina o meu mundo como ninguém)
The way that you flip your hair gets me overwhelmed ( O jeito que você vira o cabelo me deixa arrepiado)
But you when smile at the ground it aint hard to tell (Mas quando você sorri para o chão não é dificil dizer)
You don't know oh oh ( Você não sabe oh oh)
You don't know you're beautiful oh oh ( Você não sabe que você é linda oh oh)
But that's what makes you beautiful (Mas é isso que te deixa linda)

Eu não pude acreditar. Ele havia composto uma música? Pra mim? E ainda por cima, dizendo que sou linda? Era demais para eu acreditar. Meu coração batia fora de ritmo e ele continuava a cantar, começou então a se aproximar de mim e eu soube que o fim da música estava próximo, mas eu já não conseguia ouvi-lo. Perdi-me em seus olhos.

Quando a música finalmente acabou, ele sorriu para mim.

– P-percy, o que é isso?

Ele ficou com uma expressão triste.

– Você... Você não gostou? Ficou terrível não é? Eu sabia...

Comecei a rir e pulei em seu pescoço.

– Nada disso, eu amei. – Então lhe beijei. Beijei muito, afinal ele merecia.

– Ei... Calminha ai. Ainda não acabou. Essa foi a parte dois do meu planinho maravilhoso. Sim, os meus lindos bilhetes foram a parte um.

– E o que é a parte três? – o frio cortava as minhas bochechas, mas eu estava toda boba.

– Apressadinha. Eu vou ter que te levar até ela. Vamos?

Concordei e comecei a segui-lo. Eu parecia uma criancinha indo comprar sorvete com a mãe, saltitante e olhando para todos os lados como se nunca tivesse visto nada daquilo. A felicidade foi interrompida ao lembrar a noite passada. Será que ele não sabia que eu seria sempre... Incompleta?

– Annie? Tá tudo bem? – acenei, assentindo, enquanto o seguia pelas ruas movimentadas até chegarmos a outro prédio.

– Percy, quantos prédios mais ou menos você frequenta?

– Bem mais.

Ri daquele ser e o segui prédio adentro. Pulamos os degraus até o terceiro andar.

– Então, agora você precisa fechar os olhos.

– Preciso? – ele assentiu e fez um biquinho com olhos pidões. – quero que você saiba que eu não estou fazendo isso por esse bico, certo?

Ela concordou sorrindo e me guiou para dentro da sala. Admito, abri os olhos para espiar, mas estava escuro demais.

– Nem tente espiar, as luzes estão apagadas.

– Nunca me passou pela cabeça tentar algo assim. – ele murmurou algo como um “aham” e me largou.

– Fique ai, quietinha. – um estalo – agora, pode abrir.

Percy estava sentado em um banquinho e um holofote apontava para ele, o único ponto de luz da sala. E em seus braços, um violão repousava.

– Você tem me inspirado muito mocinha. Essa noite foi fora de série. – ele riu e uma melodia começou a preencher o lugar.

(Clique Aqui)

You had a lot of crooks tryna steal your heart (Você tinha um monte de bandidos tentando roubar seu coração)
Never really had luck, couldn't never figure out (Nunca teve sorte, nunca pode descobrir)
How to love (Como amar)
How to love (Como amar)

Só pelo começo da música eu soube que ela me faria chorar. Muitos bandidos? Sim. Mas eu precisei de um só para fazer estrago. E nem sabia se queria aprender a amar. Comecei mesmo que sem perceber a me mexer no ritmo da música.

You had a lot of moments that didn't last forever (Você teve vários momentos que não duraram para sempre)
Now you in the corner tryna put it together (Agora você está em um canto tentando junta-los)
How to love (Como amar)
How to love (Como amar)

Momentos. Foram tantos. Meus pais. Meus “amigos”. Luke. Piper. Sinto-me confusa. Lagrimas surgem dos meus olhos, mas não as deixo descer. Não vão descer. Percy tinha um sorriso doce enquanto me olhava.

For a second you were here, why you over there?(Por um Segundo você esteve aqui, porque você está lá?)
It's hard not to stare the way you moving your body (É difícil não olhar a maneira que você move o seu corpo)
Like you never had a love (Como se você nunca tivesse um amor)
Never had a love (Nunca tivesse um amor)

É bem mais complicado que isso e você sabe. Eu não quero ficar aqui. Desconfio como isso irá acabar. E tenho medo.

When you was just a young'un you're looks but so precious (Quando você era apenas uma garota nova, mas tão preciosa)
But now your grown up so fly it's like a blessing (Mas agora você cresceu tão estilosa, é como uma benção)
But you can't have a man look at you for five seconds (
Mas você nunca conseguiu ter um homem olhando cinco segundos pra você)
Without you being insecure (
Sem você ficar insegura)

Estilosa? Ele realmente me acha bonita? Parece tão difícil acreditar. Você foi o primeiro que eu deixei se aproximar e agora penso se não foi um erro. Não podia coloca-lo em risco. E bom, dava pra entender a insegurança, não é?

You never credit yourself so when you got older (Você nunca se dá crédito, então quando você envelhecer)
It's seems like you came back ten times over
(Parece que você voltará atrás umas dez vezes)
Now you're sitting here in this damn corner
(Agora você está sentada aqui neste maldito canto)
Looking through all your thoughts and looking over your shoulder
(Olhando através de todos os seus pensamentos e olhando sobre seu ombro)

Uma ideia louca passa na minha cabeça. Eu, já idosa, com alguém ao meu lado. Ele segura minha mão. Suspiro e a lágrima escorre. Você vai morrer sozinha.
A música continuou a tocar e eu passei a me sentir melhor. Talvez... Talvez... Não. Absurdo.

See I just want you to know (Veja, eu só quero que você saiba)
That you deserve the best, you're beautiful
(Que você merece o melhor, você é linda)
You're beautiful, yeah
(Você é linda, yeah)
And I want you to know
(E eu só quero que você saiba)
You're far from the usual
(Você está longe do comum)
Far from the usual
(Longe do comum)


Então uma coisa aconteceu. Luzes coloridas começaram a piscar e uma chuva de pétalas caiu em cima de mim. E depois balões. Azuis. Sorri. Mas o que estava acontecendo? A música terminou e ele andou até mim.

– Como você teve tempo de fazer tudo isso?

– Conheço pessoas.

– E a música?

– Eu estava torcendo para não esquecer nenhuma palavra.

Ri, junto com ele, a risada dele era gostosa de ouvir e eu queria ouvi-la para sempre. Aproximei-me dele e coloquei minhas mãos na sua nuca, ainda sorrindo. “Quer saber? Que se dane!” a única coisa que eu queria agora eram aqueles lábios nos meus. E ele também queria, pude perceber.

– Annie... – outro beijo – Preciso – outro – lhe- outro- dar – outro – uma coisa. – então me afastou.

Andou em direção ao seu violão e pegou algo que não vi. Começou a passar a mão nos cabelos, nervoso.

– Olha, eu só fiz isso uma vez na vida, ao menos, uma vez pra valer. - ergui a sobrancelha, confusa. Ele pigarreou. - Você é linda. Por dentro e por fora. Tem o sorriso mais bonito que eu já vi e seus olhos. Meu deus. Eu consigo ver você entrando dentro da minha alma com esses olhos e sabe o que me assusta? Eu quero que você veja tudo o que está lá dentro. Quero que você me entenda. E isso é apavorante. Eu confiei e você e você confiou em mim eu posso estar sendo precipitado mas não consigo voltar atrás agora. Nem mudar o que está acontecendo comigo. Agradeço imensamente que você tenha deixado que eu me aproximasse de você, não vai se arrepender, garanto. E você é linda. Eu já disse isso? - ele estava coçando a cabeça com um olhar confuso- Acho que estou nervoso.– E ele se ajoelhou. Ai. Meu. Deus. Não – Annabeth Chase, você me daria à honra de ser seu namorado?

Abriu então a caixinha e lá dentro eu vi um colar, um colar lindo. Dourado. Ouro? Com uma pequena pedra azul. Arregalei aos olhos ante a percepção do que era. Uma turmalina paraíba. (N.A./ Eu simplesmente amo essa joia, por isso ela veio dar oi) Como eu sabia disso? Bem, eu estive pesquisando sobre tudo o que é azul nos últimos dias. Não pergunte. Eu não podia acreditar. Era o colar mais lindo que eu já havia visto na vida.

– Ai. Meu. Deus. E-eu não posso aceitar. Isso deve ter sido muito caro.

– Nem tanto.

– Eu... Ai meu deus. – ele riu, nervoso – Eu não posso aceitar o colar e... Ai meu deus.

– Dá pra parar de falar ai meu deus e dizer se aceita ou não? Estou com medo da resposta.

Eu fui obrigada a rir.

– Seu bobo? Tem alguma duvida? – lhe dei um beijo – se eu namorasse com alguém você seria o único da lista. E eu vou lhe dar essa chance – lhe beijei. – Mas não preciso do colar.

– Obvio que precisa. – ele então me virou e colocou em meu pescoço. – É lindo. Feito pra você.

Eu estava sem palavras, queria responder a ele na mesma altura ao que ele me disse, mas não conseguia, eu estava muda. E feliz. Muito feliz.

Pulei em seu pescoço e o beijei de novo, e de novo, e de novo...

Aquele era, sem duvida, o melhor namorado do mundo...

Espera. Namorado? Deuses, isso não vai prestar.


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Notas finais do capítulo

Hahaha
Eu estou in love com esse capítulo, sério.
Vai dizer que ele não é fofo? Não me matem pelo passado dela. Desculpe. Até no meu rascunho original de 12 humildes páginas isso rolava (tenho esse rascunho a uns dois anos).
Enfim, parei com as chantagens e afins mas se quiserem deixar review ou recomendação tá valendo :3
Beijos ^^



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