Entre Vivos e Mortos escrita por TheBlackWings


Capítulo 9
Capítulo 9 – Intromissão e revelação!


Notas iniciais do capítulo

Nova capa!

Essa capa é de minha autoria, como a ultima. Fazia algum tempo que não trabalhava em algo assim, estou feliz com o resultado.

Agradeço a todos os reviews. E vocês nunca leem minhas respostas, não é?



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Após um dia conturbado, a noite foi tranqüila para todos. O dia já amanhecia, o céu estava claro embora o sol estivesse encoberto por nuvens. Os empregados da mansão já trabalhavam, deixando tudo pronto para o café da manhã dos cavaleiros. Saori Kido já estava de pé, e zanzava de um lado para o outro pela mansão demonstrando estar nervosa com algo; O torneio, era o que imaginavam os empregados. No andar de cima, os cavaleiros começavam a se manifestar em seus quartos, os sons de portas se batendo ou falatório vindo dos corredores já eram audíveis pela mansão. A suspensão do torneio por alguns dias pareceu abater um pouco os cavaleiros, mas não muito. Jabu e seus companheiros desciam conversando normalmente, Hyoga saiu do quarto logo depois deles e os seguia em silencio mais afastado. Ikki também estava acordado, mas nem pensava em sair do quarto. Shun estava de pé há muito tempo, mas não saiu de seus aposentos, estava sentado numa grande poltrona que ficava perto da janela, mas seus pensamentos pareciam estar longe. Em seu apartamento Seiya roncava enrolado em um cobertor.

 

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- Bom dia Saori!! – Jabu cumprimentou a jovem herdeira da fundação Graad, se sentando logo a seguir na cadeira que ficava do lado da dela. A jovem respondeu com um movimento da cabeça. Se sentava na ponta da grande mesa de jantar, e os cavaleiros em sua maioria se espalhavam pelo centro da mesa, menos Jabu que insistia em sentar ao seu lado.

 

- Esta tudo bem? – Saori pegou se de surpresa pela pergunta do cavaleiro, que olhava curioso para ela.

- Sim, estou sim. – Respondeu e logo corrigiu sua postura preocupada.

- Ótimo! O que tem para comer? – Jabu se entreteu novamente com a comida. Hyoga desceu as escadas e se direcionou a mesa, sentando se mais no meio da grande mesa. Os cavaleiros brincavam e conversavam como sempre, e Saori permanecia pensativa.

 

- Parece preocupada hoje, Senhorita Kido. – A voz lhe pegou de surpresa, Shun estava passando por trás de sua cadeira. Nenhum cavaleiro o viu chegar ao local.

- Ah, Bom dia Shun! Não o vi chegar. – Se recompôs e lhe indicou a cadeira ao seu lado, onde Seiya costumava sentar para brigar com Jabu. – Sente-se conosco.

- Obrigado. – Shun se sentou como de costume, todos na mesa continuaram sua rotina de comer e falar. Hyoga realmente parecia desconfortável na presença do cavaleiro misterioso, e mais ainda com a simpatia que Saori Kido tinha por ele.

- Coma alguma coisa, por favor. Tudo esta delicioso. – Saori correspondia à simpatia do cavaleiro ao seu lado, E percebeu que Hyoga não parecia feliz. Jabu também não parecia, principalmente com as “cordialidades” do cavaleiro de Andrômeda.

- Obrigado, mas não preciso. – De canto de olho o cavaleiro observou a retaguarda, todos pareciam não dar bola para ele, menos o Cisne. Ele lhe traria muitos problemas.

- O que? – Saori estranhou a resposta, mesmo sendo a única na mesa que ouviu.

- De manhã, não costumo comer de manhã.

- Ah sim, desculpe. – A jovem voltou a pensar sobre as afirmações de Hyoga, mas chegou a conclusão de que precisava falar com ele novamente.

 

O café seguiu seu rumo normal, todos conversavam e comiam, e não ouve nenhuma briga “significativa” sem Seiya presente, tirando algumas pequenas crises de ciúmes de Jabu. Tudo normal.

 

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Depois de todos terem comido se retiraram do local. Shun disse que iria ao seu quarto e depois ia andar um pouco, convidou Saori mas esta recusou o convite. Antes de Hyoga sair a jovem o chamou.

 

- Sim? – Hyoga parou de andar e se virou para Saori que andava até ele.

- Preciso conversar com você. É muito importante.

 

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Ikki saiu da mansão sem ser visto, o que era uma raridade considerando o numero de pessoas que residia ali. Andava em direção ao portão de saída do local, quando viu uma figura conhecida. O cão branco que havia lhe investigado no dia anterior estava sentado junto ao portão, pelo lado de dentro. “Ainda não entendo como esse animal entra aqui dentro.” Ao vê-lo, o cão pôs se a correr até ele, mas parou na metade do caminho e começou a farejar o ar. O Cavaleiro estranhou o ato. “Tudo nesse animal é estranho”.  O cão se aproximou de uns arbustos próximos a umas arvores e continuou farejando, até que o próprio começou a se mexer. O cão começou a latir, Ikki resolveu se aproximar para investigar, mas logo viu um vulto negro tentar acertar o cão.

- Quem esta ai?? – Sua voz firme fez o movimento do arbusto cessar. Mas logo viu se um vulto tentando fugir por dentre as arvores. O cavaleiro o seguiu. O vulto negro corria por entre as arvores, mas Ikki o alcançou rapidamente, se pondo à sua frente para detê-lo. Ambos pararam e se encararam. Ikki pareceu bastante surpreso.

 

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- O que queria falar comigo? – Hyoga se sentou no sofá da sala de estar. Saori se sentou no sofá a sua frente.

- Eu queria falar sobre aquelas coisas que me disse sobre... você sabe.

- Não deveríamos falar sobre isso aqui.

- Eu sei, mas preciso mesmo saber se você tem alguma prova do que disse.

- Já falei, não tenho provas sobre o que eu disse. É apenas uma suposição. – Aquela afirmação não agradou a jovem. Não sabia mais em quem confiar.

- Eu sei que deve estar confusa pelo modo que ele age, mas eu só peço que não se deixe levar por isso.

- Esta dizendo que sou influenciável?

- Não quis dizer isso. Só entendo que ele é cordial com você, e que você parece estar sendo convencida por isso. – Saori não gostou nada dessa ultima afirmação do cavaleiro.

- Pois saiba que eu sou educada por que, ao contrario de vocês, ele é o único que me respeita como se deve. Não estou sendo convencida pelo jeito dele.

- Você não me entendeu e...

- E se não tem nenhuma prova do que diz não quero mais ouvir falar de fofocas sobre qualquer um nessa casa. – Se levantou bruscamente, e Hyoga fez o mesmo.

- Não se faça de boba, como não vê isso? Esta sendo levada na palma da mão dele.

- Não levante o tom de voz comigo, Tenha mais respeito!

- Me perdoe, Saori, mas eu...

- O que esta acontecendo aqui?? – Ambos que discutiam se viraram em direção à escada onde Jabu descia acompanhado de Ichi e Nachi.

- Não é nada Jabu – Saori parecia irritada, mas se recompôs.

- Como assim não é nada, ele esta lhe desrespeitando! – Jabu fuzilava Hyoga com os olhos e logo se pôs a sua frente. – Não sabe que deve respeitar a senhorita, Cisne?

- Saia da minha frente. – Hyoga parecia irritado com todos ali, e a gota d água logo chegou.

- O que ouve aqui? – Shun, que estava vindo pelo corredor quando ouviu as vozes exaltadas de Hyoga e Jabu, descia as escadas agora.

- Ele estava desrespeitando a Saori – Nachi falou sem tirar os olhos de Hyoga. Shun se dirigiu até onde Saori estava.

- Está tudo bem, Senhorita? – Saori olhou nos olhos de Shun, que como sempre transbordavam sinceridade e sentiu-se mais calma.

- Esta sim, Shun. – Sorriu e logo olhou novamente para Cisne. Este demonstrava estar muito irritado com a situação constrangedora. Shun o encarou pela primeira vez dês de que chegou. Hyoga sentiu o mesmo que quando recebeu o olhar gélido antes de ir a clinica da fundação. A última coisa que ele sentia a ver aqueles olhos era tranqüilidade.

 

O clima no local ficou pesado de repente, mas foi quebrado por algo mais pesado ainda. O baque da enorme porta de entrada se abrindo com um empurrão assustou todos e fez mudarem o foco de sua atenção para ela.

 

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Longe dali, céu era claro e limpo, de um azul belíssimo coroado por um sol forte e brilhante. O ar não se comparava a de uma grande cidade, era puro e tinha o agradável perfume das flores da época que nasciam todo ano nos cinco Picos Antigos de Rozan. No alto delas, uma gigantesca cachoeira jorra suas águas furiosamente sobre as rochas e segue seu curso. Perto dessa beleza natural, havia uma pequena casa com um estilo chinês antigo, e perto da cachoeira uma grande rocha se extendia formando um observatório natural. Acima dela, no meio dessa rocha Shiryu se ajoelha em reverencia a seu mestre.

 

- Mestre, estive preocupado com o senhor. – O jovem cavaleiro mantinha a pose enquanto olhava seu mestre, um ancião sentado na ponta da rocha usando uma roupa esverdeada e um chapéu típico chinês. Seus olhos se mantinham fixos a cachoeira. – Shunrei me disse que não estava bem de saúde.

- Era mentira. – A voz calma e relativa a idade do homem era ouvida – Eu mandei Shunrei mentir para você.

- O que? Mas... Mas por que mestre?

- Quando fiquei sabendo que iria lutar, queria testar sua frieza em batalha. – O Homem velho se virou para o jovem, mostrando suas barbas longas e brancas. – E pelo que Shunrei me contou você perdeu.

- Mestre, como eu poderia...?

- Quando se luta, Shiryu, devemos ignorar o que acontece fora de nossa batalha.

- Sim mestre.

- Bom agora não vamos mais falar disso, você esta aqui para descansar e é isso que deve fazer. – Shiryu ficou mais calmo, estava bastante envergonhado pela derrota. – Quero que me conte sobre os jovens cavaleiros, mas isso depois do jantar.

 

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- O que significa isso? – Saori berrou intuitivamente quando a porta se abriu, mas todos se silenciaram quando viram o acontecido. Na porta, Ikki estava parado e parecia estar arrastando alguma coisa, que logo foi jogada no meio da sala, fazendo todos que estavam em roda se afastarem. Todos ficaram pasmos olhando um homem com uma armadura negra caído tentando se levantar.

- Encontrei esse homem espionando nos arbustos da mansão. – Ikki deu um pisão nas suas costas que o fez cair novamente junto de um gemido de dor. – É um cavaleiro negro.

- Cavaleiro negro? – Jabu olhou para o estranho. – Nunca ouvi falar.

- Eu já ouvi – Hyoga esqueceu o clima anterior do local. Todos esqueceram. – São cavaleiros renegados que lutam por causas próprias.

- O que esta acontecendo aqui?? – As atenções se redirecionaram novamente para a porta. Seiya acabara de chegar e tinha visto o tumulto que estava acontecendo ali. Olhou para o cavaleiro negro debaixo do pé de Ikki. – Quem é ele?

- Segundo o Ikki é um cavaleiro negro. – Nachi e Ichi se abaixaram para olhar o homem mais de perto. – Já ouviu falar?

- Cavaleiro negro? – Seiya entrou no cômodo e foi observá-lo mais de perto também. – Já ouvi falar sim, são traidores que não obedecem ao Santuário.

- O que será que um cavaleiro negro estava fazendo espionando a mansão?? – Jabu coçou o queixo encarando ele.

 

Todos observavam o cavaleiro caído no chão. Jabu, Ichi e Nachi observavam-no sem dar muita importância para o seu cosmo. Hyoga se mantinha neutro, nem o subestimava nem ficava na defensiva. Sabia que havia algo errado ali, e logo interligou a situação atual com suas desconfianças quanto ao cavaleiro de Andrômeda... Mas achou melhor manter silencio devido às atuais circunstancias. Saori olhava assustada a cena, mesmo sendo uma jovem cheia de responsabilidades e que demonstrava firmeza na maioria das vezes, ainda era apenas uma jovem que não tinha tanto contato com aquele “universo”. Ao seu lado, Shun era um misto de surpresa e duvida. Sabia bem quem eram aqueles desprezíveis cavaleiros, mas não entendia como um deles foi parar em uma moita da mansão Kido.

 

- Vamos interrogá-lo até ele falar tudo o que sabe!! – A idéia obvia veio de Ichi, e todos concordaram. Ikki tirou seu pé das costas do desgraçado e o levantou pela gola de sua armadura. Seu rosto era coberto pela máscara presa ao seu elmo.

- O que veio fazer aqui? – Ikki começou com uma questão simples. O interrogado resmungou algo e não respondeu, Ikki o levantou mais e repetiu a pergunta.

- Estou numa missão – A voz dele era rouca e fraca, possivelmente pela surra que levou do Fênix.

- Missão? – Jabu se pôs do lado de Ikki.

- Sim, do santuário.

- Santuário?? – Seiya pulou entre Ikki e Jabu e ficou frente a frente com o espião. – O Santuário jamais mandaria um cavaleiro negro fazer uma missão!

- Então reveja isso, garoto. – O cavaleiro negro mesmo em um estado lastimável ainda deu um sorriso irônico, o que deixou Seiya muito irritado.

- E que missão é essa? – Ikki fez o intruso voltar a olhar para ele.

- Temos que levar de volta pro santuário a armadura de ouro que foi roubada e...

- A armadura de ouro?? – Saori ficou mais preocupada ainda. – A armadura de ouro é um legado da família Kido, era do meu avô e agora esta sob minha responsabilidade.

- O Santuário é o dono de todas as armaduras... e quer essa de volta. – A voz do morimbundo cavaleiro ficava mais rouca.

- Eu não deixarei que a levem !!! –  A jovem se irritou, tentou se aproximar do cavaleiro mas sentiu uma mão segundo seu braço, a detendo.

- Tenha calma, senhorita. – Shun, que permanecia ao lado da jovem, a deteve e se pôs um pouco a sua frente. Saori se acalmou um pouco, mas continuou encarando o desconhecido.

- Continue! – Jabu deu um empurrão no cavaleiro que continuava firmemente sendo erguido por Ikki. – Você ia dizer mais alguma coisa.

- Como eu dizia, o mestre nos ordenou que recuperasse-mos a armadura e exterminasse-mos os cavaleiros rebeldes.

- Isso é um absurdo – Nachi estava pouco atrás de Jabu.

- E quantos mais alem de você? – Ikki controlava o interrogatório.

- Nosso comandante, Jango, mobilizou os cavaleiros negros restantes, alem dos cinco grandes cavaleiros negros.

- Cinco grandes cavaleiros negros? – Seiya continuava metido entre Ikki e Jabu. – Quem são esses?

- São os mais fortes cavaleiros negros. – O cavaleiro de fênix continuava segurando o cavaleiro negro – E onde seu comandante esta?

- Hahaha... acha mesmo que vou dizer Fênix??

- Ou você diz, ou você não sai daqui vivo.


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Notas finais do capítulo

P.S1: Eu sei que no original são " Os quatro grandes cavaleiros negros", mas aqui estou contando o Fenix negro, que no original seria o proprio Ikki.