Entre Vivos e Mortos escrita por TheBlackWings


Capítulo 10
Capítulo 10 - A dor da Realidade


Notas iniciais do capítulo

Décimo capítulo.
Nunca pensei que chegaria tão longe com isto.

No inicio, era apenas uma "auto afirmação", que pensei que não iria progredir. Ja estava até conformada com a ideia de ninguem ler quando postei aqui.

Décimo capítulo.
Agora eu vejo tudo o que fiz, que escrevi, e o quanto me apeguei a essa historia e a meus leitores.

Lembro me que após o segundo capitulo eu pretendia desistir mas, quando eu fui postar o ultimo eu vi aqueles comentarios, o que me surpreendeu demais. E mesmo não tendo mais informações das duas primeiras pessoas a postarem eu agradeço do fundo do coração, por que aquilo me animou não só a escrever e postar, mas a viver.

Agradeço a: Vagabond, Layla-Angel, Arcueid, Vallim007, Drdilso e a todos que leram e irão ler no futuro.

Agora, após esse desabafo e agradecimentos, o décimo capitulo.



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Brincar em momentos sérios não era uma coisa que Ikki de fênix costumava fazer. Todos naquela sala sabiam. Aquele cavaleiro negro sendo enforcado por ele também. Suas palavras eram firmes e incontestáveis, de fato ninguém na sala ousaria fazer isso. A respiração do invasor era ofegante e o suor gelado corria pelo seu rosto, sentia a pressão no seu pescoço doer e sua visão começava a ficar turva. O cavaleiro de Fênix, por sua vez, não parecia inclinado a soltar a sua vitima, principalmente se não obtivesse respostas.

 

Todos os presentes continuavam estáticos. Jabu e Seiya ficavam ao lado de Ikki, esperando qualquer coisa acontecer; Ichi e Nachi atrás deles observavam tudo; Hyoga estava mais afastado, no mesmo lugar que estava durante a discussão com Saori. Observava tudo que acontecia e ainda tentava achar uma explicação para tudo; Saori estava bastante assustada com tudo, e se mantinha pouco atrás de Shun. Este parecia o mais calmo, mas também o mais intrigado com tudo.

 

- Eu... Não vou... dizer nada! – O cavaleiro negro se contorcia de dor, mas não revelava nenhuma informação.

- Maldito, será que não entende que não sairá vivo daqui se não falar? – Ikki continuava firme.

- Fale logo! – Seiya já estava ficando nervoso ao ver Saori assustada com o que acontecia.

- Ande logo, idiota!!! Senão eu mesmo que vou acabar com você!! – Jabu também.

 

O Cavaleiro negro gemeu um pouco, e depois mudou completamente de expressão. Um sorriso sarcástico aparece na sua face, o que surpreendeu a todos. Uma risada abafada mas irritante começou a soar de seus lábios. Mesmo em sua atual situação, o inimigo não se deixou abater completamente.

 

- Há hahaaha.... Vocês acham mesmo......que eu voltaria..... mesmo tendo falhado?... – A voz era cada vez mais fraca. O intruso começou a mexer um de seus braços com dificuldade, o que fez os cavaleiros de bronze perto de Ikki entrarem em guarda. Mas eles não esperavam mesmo o que se seguiu.

- Mas não se preocupem.... Logo vocês terão noticias sobre nós... – O homem agonizante segura o braço de Ikki com uma mão, e com a outra...

- O que você vai fa.... – foi tarde demais quando Seiya gritou. O cavaleiro negro segurou o braço de Ikki com uma mão e com a outra virou sua cabeça para as costas. O estalo da coluna vertebral do homem se partindo foi ouvido por todos. Rapidamente Ikki soltou seu pescoço, fazendo o corpo inerte cair sobre o carpete vermelho da sala de estar da mansão. Saori deu um grito ao ouvir aquele macabro som, e se encolheu atrás de Shun. Todos estavam paralisados, boquiabertos, observando o corpo estirado de costas para o chão, mas com a cabeça virada para o mesmo. Um filete de sangue escorria de sua boca, fazendo uma mancha escura abaixo da sua cabeça.

 

O silencio predominou o local novamente. Jabu virou o rosto e fechou os olhos, Seiya apenas abaixou o rosto. Ikki continuava serio, só parecia um pouco surpreso. Hyoga não mudou muito sua expressão, apenas levou um susto no auge dos acontecimentos. Saori estava aos prantos escondida atrás de Shun, tapando o rosto com ambas as mãos e soluçando baixo. Shun estava surpreso também, mas não tanto como os outros. No fundo, sabia que isso iria acontecer. De canto de olho, observava as expressões de cada um no local, e isso o surpreendia mais do que a própria morte que acabou de presenciar. Voltou sua atenção para a jovem que chorava. Parecia tão frágil, tão... Humana. Olhando de relance para ela ficou pensativo, mas logo mudou quando sentiu um olhar frio lhe observando, e frio literalmente. Hyoga parecia tentar decifrar aquele ser estranho que não demonstrava nada mesmo com tudo que aconteceu. Shun não o encarou novamente, ao invéz disso continuou em silencio de cabeça baixa.

 

Após um certo tempo, todos voltaram a si. Shun virou se e falou com Saori para acalma-lá e, junto com Seiya e Jabu a levaram para cima.

 

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Não ouve almoço naquele dia. Os hospedes que tiveram fome comeram algo na cozinha, mas o clima na casa não estava muito agradável. Saori estava no seu quarto, sentada em uma cadeira na grande varanda, com Seiya e Jabu. O cavaleiro de Pégaso estava sentado em outra cadeira, já o cavaleiro de Unicórnio andava de um lado para o outro, bajulando a jovem. Hyoga estava em seu quarto dês de que teve a discussão com Saori. E não parecia que iria sair tão cedo de lá. Ikki não deu satisfações e saiu. Shun ficou um pouco perto de Saori após levala para seu quarto, e depois disse que iria andar um pouco para espairecer.

 

- Como esta Saori?

- Já estou melhor, Jabu. Obrigado.

- Tudo que acontece foi muito forte para alguém que não esta acostumada a isso.

- Eu sei.

- Se tiver algo que eu possa fazer para...

- Pare de puxar o Saco dela! – Seiya se irritou com a atitude infantil de Jabu,

- Não se meta Seiya! – Os dois já iam começar a brigar se não fosse por causa da jovem. Um momento de silencio se instaurou no local.

- Obrigado por ficarem comigo. – Ambos se surpreenderam com a atitude da moça.

- Não precisa agradecer, que tipo de homens seriamos se não ajudássemos? – Seiya sorriu um pouco para a moça que retribuiu. Jabu se mordia com aquilo.

- É claro que sempre estarei a disposição para ajudá-la, Saori! – Estufou o peito para dizer isso, mas murchou novamente a receber apenas um “obrigado”.

 

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Hyoga não podia estar mais furioso. Sempre odiou quando as coisas fugiam ao seu controle, e era exatamente o que acontecia naquele momento. Sentado em uma das macias poltronas dos quartos de hospedes, arcado pra frente e com o queixo apoiado no braço, pensava em uma solução para virar o jogo. Saori estava fora de alcance, e Seiya sempre foi contra as idéias dele. Pensava seriamente em conversar com Ikki, mas sempre repensava nessa idéia. Poderia acabar piorando sua situação ainda mais. As vezes dava graças ao Dragão ter ido a China e estar longe de tudo isso.

 

No fim, concluiu que tudo que poderia fazer agora era esperar.

 

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A brisa agradável, com um perfume característico da época soprava, fazendo Shiryu se sentir relaxado. Estar na sua “terra natal” era uma bênção para ele, mesmo nunca se esquecendo do Japão. Caminhava calmamente rumo a pedra onde seu mestre ficava sentado observando a grande cachoeira de Rozan, Para finalmente conversar com o mestre, o que havia sido adiado por causa do horário.

 

- Olá mestre. – Se aproximou e se curvou em sinal de respeito ao ancião, que se virou para ver o Jovem.

- Shiryu, como é bom velo novamente pela manhã, como na época em que você era apenas um aprendiz. – O Jovem cavaleiro se ajoelhou perto do mestre, que continuou observando a cachoeira.

- Sim mestre. Sinto saudades daqui, e mais ainda agora que não sou mais um pupilo seu, e sim um cavaleiro de verdade.

- Deve ficar contente com isso, agora é mesmo um homem.

- Claro mestre. Ahn, mestre...

- Sim?

- Gostaria de pedir um conselho seu sobre um assunto que esta me deixando em dúvida. – Shiryu confiava na sabia palavra de seu mestre, aquele que tinha como pai.

- Com prazer.

- Bom vou explicar:  No oriente já estavam quase todos os 9 cavaleiros que eram confirmados para irem ao torneio, foi quando apareceu um décimo cavaleiro de surpresa. Esse homem havia sido dado como morto pouco depois que partiu para seu treinamento, e não ouve mais noticias dele após isso.

 

 O mestre apenas ouvia, sua expressão não mudava. Shiryu pensava enquanto contava os acontecimentos para ele.

- Ele explicou que ouve um acidente, mas que logo depois conseguiu chega ao seu destino e se tornou cavaleiro, mesmo sem noticias da fundação. Mas alguns cavaleiros ficaram intrigados com isso, e tem fundamento. Não acha mestre?

 

- E o que você pensa sobre isso, Shiryu?- O velho homem continuava a observar as furiosas águas da cachoeira de Rozan. A pergunta deixou Shiryu surpreso, afinal nem o próprio sabia direito sobre isso.

- Eu não sei, no inicio eu concordava com o Hyoga, que foi quem criou essas idéias, mas depois quando falei com ele um pouco fiquei em duvida. – Shiryu se lembrou das atitudes serenas de Shun, não via um motivo para duvidar dele, mas algo lhe dizia para não se deixar levar. – Mesmo assim, ainda não confio totalmente nele. Gostaria de saber o que pensa sobre isso mestre.

- Shiryu, às vezes a vida pode nos pregar peças imensas. Isso pode ser com vocês ou com o próprio rapaz de quem me falou. Não deve tirar conclusões precipitadas por causa de aparências.

- Entendi mestre. – As sabias palavras do mestre sempre acalmavam Shiryu, que pensava melhor no assunto. – Mas realmente os indícios são muitos. A história que ele contou não estava muito convincente, as mãos dele ficam cobertas por umas faixas estranhas, fora um homem suspeito com quem ele foi visto um dia pelo Seiya.

- Lembre-se Shiryu, as aparências podem sempre enganar.

- Eu sei mestre, tem razão. – Shiryu se levantou e esticou os braços.

 

– Vou pensar bem no assunto, mas mesmo assim uma pessoa que se encontra com um homem com um terno antiquado e uma cartola velha na cabeça é algo que não me passa confiança. – O velho homem pareceu se alertar ao ouvir a frase do jovem, mas o mesmo não percebeu nada. – Vou lá ajudar a Shunrei. Até logo mestre.

 

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- Se eu ficar aqui plantado feito uma arvore vou acabar criando raízes...

- Queria ficar passeando pela cidade?

- E se eu quisesse? Qual seria o problema?

- Nenhum. Jamais alguém iria notá-lo.

- Senti certa nota de Sarcasmo e Hostilidade na sua frase...

- Não vou discutir isso...

- Você é um idiota. Estou curioso, o que o garoto deve estar fazendo agora?

- Procurando dois idiotas numa floresta escura.... – A voz vinda do fundo fez com que os dois estranhos que discutiam se virarem.

- Garoto!! Finalmente redescobriu o rumo da família! Achei que havia nos abandonado!

- Não faça dramas. E já disse para parar de chamá-lo de garoto.- A segunda sombra totalmente oculta na escuridão era dura com o primeiro, que jazia sentado na raiz de uma enorme arvore centenária.

- Não se preocupe com isso. – Shun se aproximou de ambos, atrás dele o cão branco que já nos era familiar saltitava correndo entre as pernas dos presentes. – Preciso falar uma coisa que aconteceu.

- Finalmente, aqui não acontece nada...

- Deixe-o falar!!! – O misterioso e bizarro homem não tinha muita paciência para piadas.

-...

- Como eu dizia... Apareceu um homem estranho lá na mansão. – Os dois presentes olharam curiosos para ele. – Um cavaleiro negro foi encontrado escondido nos arbustos da mansão, obviamente espionando.

- Que estranho... –  A segunda sombra pareceu ficar intrigada.

- Ele foi capturado por... Um cavaleiro... E quando foi interrogado falou que estava a mando do Santuário.

- O santuário mandando cavaleiros negros para espionar seus próprios cavaleiros?? Estou completamente convencido que Athena ficou louca! – O sarcástico homem sentado no chão brincava energicamente com o cão branco enquanto ouvia.

- Pela primeira vez devo concordar com ele, isso não me parece coisa de Athena fazer.

- Eu também acho, mas a única coisa que sei é que o mestre atual do santuário o mandou para vigiar os cavaleiros e exterminá-los por rebeldia e por terem roubado uma armadura de ouro.

- Armadura de ouro??? – A voz dos dois desconhecidos se tornou uma só.

-Ah... é mesmo, esqueci de te contar isso não é?   - Shun deu um sorriso diferente do que era mostrado normalmente com os cavaleiros, era mais espontâneo, como se estivesse mesmo se divertido ao conversar com aquelas pessoas estranhas. – Eles têm uma armadura de ouro sem dono guardada aqui.

 

Os dois espectadores se entre olharam sem entender nada. Shun percebeu a interrogação que pairava encima de suas cabeças e logo tentou explicar, após encostar-se a uma arvore.

 

- Bom, pelo que a herdeira da fundação me explicou a armadura foi encontrada pelo avô dela, o Mitsumasa Kido, que enviou cada órfão pra um lugar do mundo. Parece que um cavaleiro a beira da morte o entregou a armadura numa viagem dele a Grécia. – ambos ouviam a explicação atentamente. O cãozinho branco agora estava deitado perto de Shun.

 

- Intrigante... – O primeiro a falar depois da explicação foi o ser bizarro.

- Só tenho uma coisa a dizer sobre isso... Que constelação que é???

- Vocês nem imaginam. – Shun esboçou um sorriso quando contou a eles. – Sagitário.

 

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Com a suspensão do torneio, o coliseu voltou a ficar vazio, o que foi conveniente para Ikki de Fênix. Enquanto andava pelo enorme local, pensava no cavaleiro negro que havia invadido a mansão.

 

- Isso não é um bom sinal. – Continuava andando até parar e ficar olhando em direção ao altar onde estava posta a armadura de ouro. – Eu sabia que esse torneio idiota não iria dar certo.

 

Seguiu andando e aproveitando o silencio e a tranqüilidade.

 

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- Quando eu disse que o mundo havia virado de ponta cabeça, ninguém acreditou. – O Estranho se sentou novamente após a explicação de Shun sobre a armadura de Sagitário.

- Eu não estou entendendo mais nada. – O Segundo homem balançava a cabeça. – mas e alem disso? Algum progresso?

- Não sei dizer. – Shun agora abaixou se para acariciar o saltitante cão. – As vezes acho que já encontrei, mas as vezes eu questiono isso. Preciso de mais tempo.

- Mais tempo... mais tempo...os jovens sempre querem mais tempo!

- Pare com isso! Mas o que eu digo para eles? – O homem alto e estranho de aparência nada humana parecia ser bastante responsável com seu dever.

- Diga que logo irei confirmar isso, tenho certeza que esses cavaleiros negros me ajudarão a confirmar.- Ao dizer isso o jovem se ergueu novamente. – Preciso voltar para a mansão, quando puder eu mando noticias. Até mais.

 

Os dois acenaram com a cabeça e observaram o rapaz se afastar com o cão. Quando ambos sumiram na floresta o homem sentado se levantou e limpou a roupa.

- Aonde vai?

- Ver uma coisa que eu estava curioso.

 

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A tarde voou, e o sol já começava a se esconder. Foi um dia estranho para todos. O púrpura já tomava conta de tudo, enquanto luzes de postes e casas começavam a se acender devagar. Na mansão Kido todos se moviam lentamente, como se estivessem enfeitiçados pelas lembranças e duvidas que ali pairavam. Saori havia decidido que iria fazer uma reunião antes do jantar com todos os cavaleiros para decidir o que fazer diante da situação. Todos eles já haviam sido avisados, menos Ikki e Shun que estavam ausentes.

 

Os criados já se movimentavam na preparação do jantar, Saori descia as escadas até a sala de estar quando Shun estava entrando pela porta da frente.

- Esta melhor Senhorita? – A jovem não havia visto ele até ouvir sua voz. Levantou a cabeça e o cumprimentou.

- Sim, estou melhor, Seiya e Jabu me fizeram companhia à tarde inteira. – Sorriu e teve seu sorriso correspondido. – Shun nós marcamos uma reunião antes do jantar para decidirmos o que fazer sobre... Aquilo. Espero que esteja aqui também.

- Com certeza estarei.

 

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Uma brisa fria soprava aquela noite, e isso fazia os cabelos escuros de Ikki se mexer. O cavaleiro estava sentado no topo da parede de arcos do coliseu, observando aquele céu escuro sem estrelas, por causa das luzes da enorme cidade que o rodeava. Seus pensamentos voavam longe dali enquanto olhava, mas sua atenção logo foi chamada novamente por um som de passos vindos de dentro do coliseu. Ele olhou, mas era impossível ver qualquer coisa com a escuridão que estava.

 

Com um pulo, ele saltou de seu assento e desceu silenciosamente até uma parte mais afastada do enorme prédio. Os passos continuavam lentamente por entre a escuridão. O cavaleiro se dirigiu a um local mais afastado onde havia alguns controles de energia, e puxando uma alavanca acionou as luzes do local. De repente, varias lâmpadas acima do ringue principal se acenderam do nada, mostrando o placar gigantesco. Ikki andou um pouco até identificar o visitante inesperado.

 

- É proibido entrar aqui sem ser convidado. – Ikki falou com um tom serio. O intruso estava no meio do ringue das lutas, parado e observando a urna da armadura de ouro que estava a metros de distancia. Fênix se aproximou para ver melhor o homem e teve uma surpresa. A sua frente estava o mesmo homem que viu conversar com seu irmão dias atrás. O estranho, vestindo seu terno antiquado e cartola, observava a urna enquanto fumava um cigarro artesanal. Se virou para o cavaleiro e, ao ver de quem se tratava, abriu um grande e sádico sorriso.

 

- Ora ora, não esperava ser pego assim! – Se virou novamente para a direção da armadura. Ikki mantinha a feição surpresa, mas logo se recompôs.

 

- O que esta fazendo aqui? – O jovem subiu no ringue de lutas “pela primeira vez” e andou um pouco na direção do estranho. Este o observava de canto de olho, mantendo sempre o mesmo sorriso.

- Só queria ver de perto a famosa armadura de ouro! – Abriu os braços como que mostrando que veio em paz. Cada movimento dele, Ikki instintivamente ficava em guarda. – Fantástico, não acha?

- Não importa o que diga. Somente cavaleiros entram aqui. – A irreverência do sujeito desagradava Ikki, desagradava muito. Logo o ser irritante se virou e se aproximava lentamente, observando tudo em roda. Mesmo não aparentando ser um cavaleiro - e nem sequer um Soldado - Ikki mantinha a guarda. – Se não sair imediatamente terei que me livrar de você.

- Opa, não vamos partir para a violência, amigo! Estou apenas de passagem! – O homem estranho se aproximou mais ainda de Ikki, que por sua vez tinha a certeza absoluta que ele estava examinando-o. – Quem é você mesmo, meu rapaz?

 

O cavaleiro ficou meio receoso com o jeito do outro. A proximidade dele também o incomodava, e a fumaça de seu cigarro chegava até seu rosto.

- Ikki, cavaleiro de bronze de Fênix. – O sorriso do sujeito se alargou mais ainda.

- Fascinante! – Ikki realmente estranhou a reação dele. – Fênix... É uma ave que renasce das cinzas, não é?

- Sim...

- Isso é magnífico! – O homem era realmente muito estranho. Sua empolgação aparentemente sem fundamento o incomodava. O estranho homem andou em roda dele, o observando de cima baixo, o que fez o cavaleiro se irritar. Após isso ele se afastou um pouco, mas manteve o sorriso constrangedor. Andava lentamente, como se estivesse imaginando algo, lembrando de algo.

 

– E você. Não disse seu nome.

 

Quando questionado, o homem teve uma surpresa leve, mas logo voltou à mesma face irônica. Olhou em roda, pensando um pouco e lembrando-se das regras lhe impostas. Soltou uma baforada de fumaça do cigarro – Ora, que se dane! – Se virou novamente para o cavaleiro, arrumou a gravata borboleta no seu pescoço e estendeu a mão direita para ele.

 

- Tem toda razão! Muito prazer, meu nome é Youma!

 


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