Entre Vivos e Mortos escrita por TheBlackWings


Capítulo 8
Capítulo 8 – Um futuro conturbado




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- Deixa eu ver se entendi: Você fugiu do hospital de manhã cedo, foi pra praia e encontrou o Shun e o Ikki lá? – O cavaleiro de dragão até se esqueceu de que estava de viagem marcada para a china.

- Isso! – Seiya realmente odiava ser questionado.

- Isso não faz sentido Seiya – Cisne desdenhou Pegaso como se ele tivesse dito um absurdo.

- Eu to falando serio!!! – O jovem deitado quase saltou no outro cavaleiro. – Eles tavam lá sim!!

- Seiya, tem certeza que não foi outro dia?

- Não, Shiryu, foi hoje sim! Por que não acreditam em mim?

- Bom, quando encontrei com ele, ele havia recém saído do quarto, não estava nem no café da manha. – Shiryu recordou se de toda cena, inclusive da sua tentativa frustrada de ver as mãos do cavaleiro.

- Bom ele me disse que estava cansado por que tinha levantado cedo para ver o amigo dele, e que ia voltar para o...

- Amigo? – Shiryu e Hyoga falaram juntos.

- Eu não falei dele?

- Não. – Ambos ficaram curiosos.

- Serio?

- Fale logo!! – Cisne protestou – De que amigo está falando.

- O Shun me disse que era um amigo que ele conheceu no treinamento.

- E o que ele estava fazendo no Japão? – Shiryu se levantou e ficou do lado do Cisne, agora sim Seiya se sentia num interrogatório de verdade.

- Pelo que ele disse ele era japonês e tinha vindo a passeio.

- Isso é muito estranho, mas não podemos provar nada... Pode ser que seja mesmo só isso. – Shiryu ainda não sabia de que lado ficar.

- Tem razão. Eu queria ter visto esse cara... – Hyoga se jogou para traz na poltrona e ficou com um ar pensativo.

- Ele era bem estranho... – Seiya fez o mesmo na cama, menos a parte do ar pensativo.

- Você o viu??? – Novamente a voz de Shiryu e Hyoga era uma só. O ultimo deu um solavanco e se sentou novamente na ponta da poltrona. Ambos assustaram Seiya.

- Sim, eu vi sim, ele e o Shun estavam sentados na areia na praia.-

- Por que não disse isso antes???

- Por que você não perguntou Hyoga!

- E como ele era?

- Bom.... ele não era muito alto e nem forte, não parecia ser cavaleiro. Usava uma roupa muito estranha, parecia ser social, mas ao mesmo tempo parecia muito velha. Ah é, usava uma cartola na cabeça.

 

Ambos os cavaleiros mais velhos se entre olharam. Não sabiam se acreditavam no Pégaso ou chamavam uma enfermeira. A descrição que ele havia dado era deveras estranha. Ou seja, ainda sem provas.

 

- Seiya, tem certeza disso? – Dragão não parecia convencido.

- Tenho sim!!! Eu vi direitinho!! Ele estava sentado, depois esse levantou e saiu caminhando. Ai eu fui falar com o Shun e ele me falou.

- Perguntou o nome dele? – Embora Hyoga já soubesse a resposta.

- Não...Deveria?

- Ahhh – Shiryu continuava encima do muro. Seiya ficava do lado de Shun e Hyoga era o próprio muro. Nesse momento, Shunrei apareceu na porta para apressa-lo.

- Preciso ir pessoal. Hyoga, se descobrir mais alguma coisa me avise quando eu voltar, não ficarei mais que alguns dias.

- Certo, deixe comigo.

- E você Seiya, quero te ver melhor ein? Nada de fugir novamente.

- Sem graça. – Shiryu pegou sua urna e pôs nas costas, despediu se e saiu com Shunrei.

 

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O pobre soldado corria desesperadamente pelo corredor que levava a sala do grande mestre. Sé conseguia ver as enormes portas que protegiam o local sagrado, mas foi detido antes de chegar lá. Dois soldados rasos e um soldado superior estavam parados na frente. O soldado superior e mais bem vestido se dirigiu a ele.

- E então?

- Já recebemos noticias! Precisamos avisar o mestre agora mesmo!

- Me diga o que ouve e eu passarei ao mestre.

- Nosso contato avisou que eles tem a armadura de ouro!

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Shun estava de volta ao seu escuro quarto, a hora voou dês de que tinha voltado para a mansão, mas foi muito produtiva. Tirando o pequeno susto de umas horas atrás com o cão, tudo correu como o planejado. As cortinas do quarto estavam entre abertas, e a cor clara permitia que a luz traspassasse. O cavaleiro tirou novamente o sobretudo, deixando ele encima da cama. Uma brisa passou pelas cortinas e ele sentiu um tremor em seu corpo.

 

- Depois de tudo eu ainda estou com frio... realmente, tudo tem seu preço. – Se dirigiu ate a janela e a fechou. Após isso, puxou sua mochila, sentou se na cama e começou a revirar algumas coisas dentro dela. Dentro dela havia roupas bonitas, a maioria brancas ou negras. Sentiu uma tontura, o que o fez parar de mexer nas roupas por um segundo, Mas logo voltou a mexer. Dentro das roupas encontrou uma caixa de metal. Era pequena, um pouco maior que sua mão, negra e com detalhes prateados. Pôs encima da cama, fechou sua bolsa e deixou encima de sua urna como estava antes. A tontura voltou quando voltou para buscar a caixinha, e sentiu que iria cair se não tivesse se apoiado na parede.

 

- Não deveria ter demorado tanto com aquela garota. – Pegou a caixa e se dirigiu a porta do banheiro, fechando atrás de si. Largou a caixa encima de um armário perto da pia. Ao fazer isso sentiu o gosto de sangue vir a sua boca novamente e se apoiou na pia, mas dessa vez não foi apenas algumas gotas. Viu a pia suja e a tontura voltou. De costas, se apoiou na parede e com a mão segurou a cabeça. Esperou uns segundos até melhorar. No canto da boca ainda persistia uma mancha de sangue. Sua respiração ofegava um pouco, mas voltou ao normal. Retornou para a frente da pia, ligou a torneia e viu o sangue se diluindo e descendo pelo ralo, limpou a boca e se encarou no espelho.

 

- É, realmente... ele é muito cruel... – Voltou seus olhos para a pequena caixa, a pôs na sua frente e abriu. Dentro havia faixas negras enroladas e arrumadas de forma muito organizada. No meio delas havia um pequeno frasco de cristal. Shun pegou delicadamente aquele frágil objeto e observou o seu conteúdo: Um líquido vermelho escuro cintilava dentro do frasco. O cavaleiro deu um leve sorriso enquanto o observava.

 

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- Mestre... – O soldado superior estava ajoelhado em frente a escadaria que levava ao trono do mestre do santuário. Parecia nervoso, primeiro por que a presença daquele homem imponente assustava qualquer um, e segundo por estar descordando de uma ordem dele. – Me perdoe... mas acha mesmo prudente fazer... isso?

 

- Esta questionando minhas ordens??? – A voz grave e assustadora ressou pelo local, o que fez o soldado sentir um frio na espinha. – Você não tem que gostar ou não, tem que obedecer.

- S-Sim mestre.... Mas lembre-se que eles foram rejeitados pela Athena em pessoa...

- Exatamente por isso que acho que os cavaleiros negros serão perfeitos para esse trabalho. Eles não são dignos para lutarem contra cavaleiros de verdade. E também não podemos admitir que fiquem com a armadura de Sagitário! Ela é um legado de Athena! – A voz do mestre ficou mais grave nesse momento, o que fez o soldado tremer por dentro. - Contate Jango, o líder deles o mais rápido possível.

- Sim mestre. Com licença. – Se retirou dando graças a Athena que saiu vivo daquele lugar.

 

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A luz já aparecia no céu quando Seiya foi finalmente liberado do Hospital. Saltitante como sempre, acompanhado de Minu e os órfãos da fundação, se dirigia a sua casa no porto. Andavam por uma rua brincando e se divertindo.

- Eu já não agüentava mais aquele lugar, a comida era péssima, e eles me tratavam como um bebe!

- Mas você às vezes parece um bebe!

- Não seja chata Minu!

- Ela tem razão Seiya – Makoto coçou o nariz, as três crianças iam na frente.

- Você não se meta! Hã? – Pégaso olhou em direção a uma rua paralela a que estavam e viu Ikki caminhando despreocupadamente. – É o Ikki! Eu preciso falar com ele, Minu te encontro depois!

- Hã, ta.

 

Seiya saiu correndo mas Ikki estava bem a frente e nem se quer ouvia os berros de Seiya. Depois do que tinha presenciado da janela de seu quarto estava muito pensativo sobre o seu irmão. “Será possível que haja algum segredo?”. Seu pensamento foi desviado quando sentiu algo gelado tocar sua perna por baixo de sua calça. Deu um sobressalto com o susto mas logo se acalmou quando viu que foi apenas o focinho negro de um cão branco que estava fuçando perto de seu pé. O animal o encarou e continuou a farejá-lo. “Realmente, eu não estou entendendo mais nada”. O Cachorro, aparentemente jovem, passeou por entre suas pernas e continuou fazendo círculos e analisando o cavaleiro. Fênix o observava quando ouviu o berro do comportado cavaleiro de Pégaso gritando seu nome.

 

- IKKI!! HEY IKKI!! – Seiya corria em sua direção gritando e acenando. – Eu tenho que falar com você!!!!!!

 

Ikki tentou fingir que não ouviu, mas não adiantou. Segundos depois Seiya já estava do seu lado, ofegante e incomodando-o. Antes de começar a falar sua atenção se desviou para o cão que zanzava distraidamente em roda do cavaleiro mais velho.

- Que cãozinho é esse Ikki? – Ele se abaixou e o cão o encarou. – Vem Ca, rapaz!

 

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Saori andava de um lado para o outro em seu quarto. Lembrava se do que Hyoga havia dito sobre Shun, mas não queria acreditar. A conversa com ele foi tão agradável, era quase impossível imaginá-lo diferente. Sua vontade era ir lá e falar com ele sobre isso. Nunca gostou de segredos e intrigas. Pensou um pouco e depois decidiu.

 

- Vou falar novamente com Hyoga, ele deve estar errado.

 

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Shun estava deitado em sua cama, olhando para o teto. Estava se sentindo muito melhor, não havia mais tonturas e nem sangue. E o frio diminuiu. Se sentia melhor também com a situação. Lembrou-se do olhar frio que recebeu ao descer as escadas com Shiryu, principalmente do cavaleiro de Cisne. Ele é esperto, mas não pode fazer nada sozinho. Pensou se os outros estariam desconfiando dele.

- Seiya? Não. Enquanto ele aturar suas infantilidades ele ficara do seu lado. A jovem Saori Kido também não será obstáculo. Quanto ao dragão, esta em duvida. Logo colocarei todos contra aquele cavaleiro.

 

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O Cão deu uns passos em sua direção e farejou-o de longe. Quando fez isso, começou a latir freneticamente na direção do Pégaso.

- O que? O que foi? – Após isso saiu correndo em direção ao bosque. Seiya se levantou e coçou a cabeça. – Animal doido. Hey Ikki, eu precisav... Ikki!

 

 O cavaleiro de fênix continuou seu caminho a passos lentos ignorando o cavaleiro. Já estava a uma boa distancia dele. Seiya foi atrás dele.

 

- Ikki quer me ouvir um minuto??

- ...

- É importante!!!

- ...

- É sobre o Shun!!

- Fale logo.

- Agora quer ouvir né?

- ...

- Ta bom, bem.... Ikki você percebeu algo “estranho” no comportamento dele...

- Talvez...

- Então... Bom o Hyoga tava desconfiado de algumas coisas, como o jeito dele se vestir, a historia sobre o naufrágio, as faixas negras nas mãos, o estranho que tava....

- Faixas?

- Ah é, você não sabia né? O Hyoga viu as mãos dele durante minha luta, e disse que ele usava umas fixas negras, sabe, como aquelas que a gente usa no treinamento.

- Hum...

- Eu não sei mesmo o que pensar... Eu conversei varias vezes com ele e me pareceu de total confiança, o Shiryu esta em duvida e o Hyoga esta totalmente contra ele...

-...

- Eu não sei se você ficara do lado dele... Só queria que soubesse das desconfianças do Hyoga...

- Não me importa o que vocês digam. Eu sempre vou confiar nele até ter provas concretas de que há algo errado. – Após falar, Ikki deu meia volta e foi embora, Seiya não o seguiu dessa vez.

 

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O Cão continuou correndo pela floresta até chegar em uma parte mais alta, com algumas arvores caídas. Lá diminuiu o passo até chegar perto de um homem sentado com as costas encostadas num tronco derrubado. A figura de terno antiquado e cartola acariciou a cabeça do animalzinho.

- O que foi garoto, parece que viu um fantasma! Deveria estar acostumado hehehehe.

- Que piada sem graça.... – Uma voz seria veio do fundo escuro das arvores.

- Você não pode falar nada! Não tem senso de humor!

- E não quero ter. – A figura não tinha forma nem um pouco humana, seu cosmo era diferente de tudo.

- Chato... – O estranho continuou brincando com o animal, que agora se sentou do seu lado. – E me diz o que esta fazendo aqui afinal? Veio para vigiar o garoto?

- Por que acha isso?

- Não sei, você é um espião e tanto!

- Você sabe que ele é quem eles mais confiam. E pare de chamá-lo de garoto!

- Por que, ora! Para mim ele continua o mesmo garoto de antes.

- Ele não é mais um garoto, você sabe disso, estava lá, não estava?

- Claro que sim, todos estavam. Quem iria perder?

- Então por que insiste nisso?

- Por que fui com a cara dele! Diferente de você....

- Que eu saiba em “épocas remotas” vocês não se davam bem...

- Isso são águas passadas. Ele é diferente.

- Eu desisto, não discuto mais com você.

- Finalmente! Até eles desistiram de discutir comigo!

 

O ser anormal andou um pouco, mas continuou na escuridão. Já nosso ilustre desconhecido se levantou e abanou a poeira das roupas.

 

- Mas você não me disse por que veio.

- Ele me pediu um favor.

- O garoto? Que favor... Ah já sei, já sei, com o tal fênix não é?

- Isso.

- Entendi. Alias, você também sentiu...?

- Sim, eu percebi.

- Haha, quando eles souberem disso......

 


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Notas finais do capítulo

P.s: O lider das tropas do santuario sera o unico personagem original usado nessa historia. Achei melhor fazer um soldado superior do que usar o gigars ou algum filler.