Entre Vivos e Mortos escrita por TheBlackWings


Capítulo 5
Capítulo 5 – Visitas infortúnias


Notas iniciais do capítulo

Agradeço a todos que comentaram e me ajudaram a escrever melhor!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/46869/chapter/5

Todos no coliseu estavam em festa. A platéia gritava palavras como “Viva” e os nomes de Seiya e Shiryu. Os cavaleiros comemoravam, enquanto levavam ambos os cavaleiros para o hospital. Na rua a festa era a mesma, carros eram parados, gritos e comemorações por toda a cidade. O golpe de Seiya havia sido certeiro, e Shiryu estava salvo agora.  Shunrei chorava de felicidade enquanto acompanhava a pequena procissão de cavaleiros e médicos. De longe Shun observava eles saírem do coliseu pela porta de entrada dos cavaleiros.

 

-----

 

Algumas horas depois tudo já havia se acalmado. O sol começava a se esconder vagarosamente, e as pessoas que antes estavam vidradas no telão ou dentro do próprio coliseu voltaram a suas atividades rotineiras. Seiya, Shiryu, Saori, Hyoga e Shunrei ficaram no hospital, enquanto o resto voltou para a mansão.

 

- Tem certeza que esta tudo bem com você Seiya? Esses machucados parecem muito graves!!! – Minu estava nervosa andando de um lado pro outro no quarto de Seiya.

 

- Eu já disse que esta tudo bem Minu! – Seiya tentava se concentrar na leitura de um mangá. – Já passei por coisas piores na Grécia.

- É isso mesmo Minu! Ele é um cavaleiro! – Makoto concordou com Seiya. Todos conversavam ate ouvirem um barulho na porta.

 

- Com licença. – Shunrei abriu a porta. Shiryu estava logo atrás dela.

- Olá Seiya, como você esta? – Shiryu parecia totalmente recuperado da luta, seria impossível dizer que horas atrás havia sido dado como morto.

- Shiryu, estou feliz em ver você! Que bom que se recuperou. – Seiya estranhou a visita do cavaleiro.

- Vim agradecê-lo, Se não fosse você eu não estaria aqui. – Shiryu se sentou em uma poltrona perto da cama de Seiya, que já havia largado o mangá de mão.

- Não precisa agradecer Shiryu, nos cavaleiro temos que ser unidos, mesmo sendo rivais numa luta. – Sorriu – Espero que sejamos amigos!

- Eu também – Shiryu concordou.

 

Algum tempo depois, todos no quarto conversavam normalmente,quando foram interrompidos por uma voz familiar.

 

- Que bom que estão melhores! – Saori apareceu na porta do quarto. – Estava preocupada.

- Não precisava se preocupar, Saori! – Seiya respondeu, animado com a conversa com Shiryu. – Somos fortes!

- Ah é claro que são, mesmo assim não posso evitar. – A jovem adentrou o cômodo, cumprimentou as garotas e as 3 crianças. – Mas não é por isso que estou aqui.

 

Seiya e Shiryu mudaram sua fisionomia despreocupada.

 

- Aconteceu alguma coisa? – Perguntou Shiryu.

- Não necessariamente- Hyoga surgiu na porta. – Mas pode ser que aconteça.

- Como assim Hyoga? – Seiya ficou confuso. Hyoga pediu para conversarem a Sós, Minu, Shunrei e as crianças se retiraram.

 

- Então, o Hyoga me procurou para falar sobre uma coisa importante... – Saori continuou falando enquanto se sentava em outra poltrona ao lado de Shiryu. Seiya já estava sentado na cama. – Seobre o Shun.

- O Shun? O que poderia falar dele? – Seiya começou a protestar, afinal era a única pessoa ali que lhe dava ouvidos.

- Eu acho que eles têm razão, Seiya, também notei algo estranho nele. – Shiryu pôs a mão no queixo, com uma expressão pensativa. Seiya se calou vendo que era o único a favor dele.

- Bom como vocês perceberam, algumas coisas nele não parecem ser muito “sinceras!” – Hyoga começou a falar. - Como a historia do “naufrágio” e de ter perdido o contato com a fundação.

- O que isso tem a ver? Eu o achei bem convincente – Seiya comentou de novo.

- O Hyoga esta certo. Acho que seria muito improvável sobreviver a um naufrágio, alem do mais ele também não pareceu sincero quando disse que não sabia nada sobre o desvio da rota.

- Saori, acha que seria possível isso? O barco mudar de rota sem ele perceber? – Hyoga encarou Saori e todos fizeram o mesmo.

- Bom, eu não tenho certeza mas creio que sim, em um barco a mudança de rota é muito dificilmente percebida.

- Bom, assim não temos nenhuma prova de nada. – Hyoga parecia desanimado.

- Tem razão, mas ainda tem outros fatores estranhos. – Shiryu não parecia tanto. – Como ele sempre estar com aquela roupa quente nessa época do ano, e não tirar as mãos do bolso....

 

Com a ultima frase do Dragão, Hyoga se lembrou de uma coisa que observou durante a luta dos dois cavaleiros presentes.

 

- Falando nisso, tem uma coisa que vocês tem que saber. – Hyoga se encostou na poltrona de Saori. – Eu percebi isso durante a luta de vocês.

 

------------------------------------------------------------------------------------------

 

Não muito longe da mansão, Shun caminhava lentamente indo de volta para sua casa. As luzes começavam a se acender, e o sol a se apagar. Tinha andado um bocado pela cidade, passeado por vários pontos que se lembrava e agora ia em direção a uma praça. Ao chegar lá sentou-se em um dos bancos. A praça estava quase vazia, poucas pessoas ainda passavam ou iam embora aquela hora. Era um grande local com varias cerejeiras um tanto dispersas, bancos e trilhas. O chão jazia coberto de folhas das arvores.

 

- Ar fresco... que saudade... Ahn? – Enquanto relaxava olhando o céu alaranjado, Shun notou uma presença se aproximando. Um cão branco estava correndo em sua direção. – Ah, ola amiguinho. Onde você andou todo esse tempo?

 

O animal pulou em seu colo e começou a lamber seu rosto. Parecia que havia muito tempo que não o via.

 

- Calma amigo, eu sei que não tem me visto muito mas é por uma boa causa você sabe. – Acariciou a cabeça do cão. – Logo voltaremos para casa.

 

---------------------------------------------------------------------------------------

 

- Faixas? Isso não prova nada!! – Seiya disse eufórico. – Eu também usei faixas nas mãos varias vezes durante meu treinamento!!

- Claro que sim Seiya, todos usamos, mas o estranho eram as próprias faixas – Hyoga tentava convencê-los.

- Como assim? – Shiryu estava só de ouvinte.

- Eram faixas negras. – Hyoga completou, deixando Seiya, Shiryu e Saori surpresos. – E tinham uma aparência antiquada.

- Que estranho – Saori estava tentando assimilar. – Mas por que usaria faixas... negras?

- Isso é estranho mas infelizmente nada disso prova qualquer afirmação. – Shiryu estava constatando os fatos. Seiya finalmente ficou calado. – Não sabemos os costumes da ilha de Andrômeda por isso não podemos acusá-lo de nada.

- Tem razão – Saori concordou. – O melhor a fazer agora é descansarem.

- É mesmo... – Seiya deitou novamente na cama – E vocês, o que vão fazer agora?

- Eu vou voltar aos cinco picos antigos, onde treinei. – Disse Shiryu, se levantando da poltrona onde estava sentado. – Shunrei me disse que ele não esta bem.

- É uma boa idéia Shiryu – Saori se levantou também – O torneio ficara paralisado por alguns dias por causa do incidente da luta de voces, por isso não precisa ter pressa.

- Certo. Obrigado Saori.

- Bom, acho melhor voltarmos para a mansão. Seiya ficara aqui ainda essa noite não é? – Saori olhou Seiya, que resmungou algo.

-Infelizmente...

 

Após isso, os três voltaram para a mansão, e Seiya ficou em observação, contra a sua vontade. Claro. Shun já havia voltado para lá, Ikki também. Todos se reuniram para jantar, o que foi rápido e logo se retiraram novamente para seus aposentos.

 

--------------------------------------------------------------

 

A noite estava linda, o céu estava estrelado e a luz da lua era tão forte que nem parecia ser a hora que o relógio indicava. Ikki, sentado em sua cama, tentava entender o que havia acontecido perto da praia. Sentiu seus músculos enrijecerem e pararem seus movimentos. Nunca havia sentido tal sensação, e do nada voltaram ao normal. Já estava convencido de uma coisa. “Isso não é coisa da minha cabeça! Tem algo de errado.”

 

Se levantou, e começou a andar pelo quarto. Não conseguia tirar aquilo da cabeça. Queria sair do quarto agora e ir lá falar com ele. Parou na janela e ficou olhando a vista para o jardim central.

 

- Devo estar ficando louco. Cachorros fantasmas, paralisia repentina... acho que preciso de umas férias... – Mesmo estranhando a situação, ele não perdia sua veia sarcástica.

 

----------------------------------------

 

O maior quarto do lugar era belíssimo! Papel de parede com um tom pastel, Flores sobre uma mesa de cabeceira que ficava ao lado de uma grande cama arrumada com lençóis de seda. Havia um grande guarda-roupas embutido do outro lado do quarto, uma lareira e um belo tapete entre ambos, e uma sacada do tamanho de um salão de festas. O local era digno para a rainha da Inglaterra passar as férias de inverno. Na ponta da sacada Saori kido observava a cidade. Lembrava do que aconteceu no coliseu, Tinha medo que acontece-se denovo.

 

- As lutas são muito perigosas. Mas não podemos cancelar o torneio. Era o sonho do meu avô! – Virou- se e voltou ao quarto. Mas parou repentinamente. – Mas, algo me diz que algo ruim vai acontecer.

Uma brisa gélida passou pela jovem, fazendo seus cabelos arroxeados balançarem. Ela se encolheu e retornou ao seu quarto.

 

----------------------------------------------------------------------

 

O quarto estava escurecido. Apenas a luz da lua passava pelos vidros da janela aberta. As longas cortinas claras balançavam com a brisa. Shun estava jogado encima da cama. Seu sobretudo jogado encima de uma poltrona, junto com sua mochila. Olhava o teto com o pensamento vago. Sentiu uma brisa gelada vindo em si e teve um arrepio. Como num salto, se levantou e fechou as janelas sem fazer barulho. As cortinas pararam de tremular, mas a luz da lua continuava iluminando o local. Voltou à cama se sentando. Ouviu um barulho e viu a janela se abrir do nada. Não se surpreendeu, ao contrario, deixou se cair na cama. Do outro lado do quarto, onde a luz da lua não chegava, uma presença se manifestou.

 

- A quanto tempo, garoto. – Uma voz não muito seria saiu do nada. – Achei que tinha esquecido de casa.

- Só estou um pouco sem tempo. – Shun nem se mexeu. – Como entrou aqui?

- Não me pergunte isso! Esta me ofendendo hehehe.

- O que quer aqui?

- Só vim fazer uma visita, mal agradecido. – A sombra tomou forma de um homem não muito alto, mas a face continuava nas trevas.

- Você sabe as regras. – Se sentou na cama novamente.

- Eu sei, não me lembre delas. Sem nomes, Sem mortes... Pessoalmente é a que acho mais chata...

- Você não pode ficar aqui, podem ouvir você.

- Não vou ficar, acontece que “você sabe quem” quer noticias.

- Você sabe que quando eu puder eu darei noticias.

- Hehe, mas você sabe como é.

- Certo... Então, amanha cedo naquela praia onde eu fui. – Virou para ele – E pareça normal!

- O que quer dizer com isso? – O desconhecido andou ate a janela. – Olha como fala comigo, garoto. Esta certo. Amanha bem cedo ein, esteja lá! Eu não gosto de esperar!

 

Shun sorriu e o ser se desfez do mesmo jeito que apareceu. O Cavaleiro se levantou e fechou a janela, depois se deitou novamente na cama e dormiu.

 

--------------------------------------------------------------------------------

 

O sol estava começando a aparecer, o dia prometia ser quente e agradável. Nas ruas pessoas se movimentavam lentamente e carros não estavam mais em um numero tão grande quanto normalmente era. Na mansão Kido, todos dormiam profundamente, menos Ikki. Aparentemente ele não dormiu muito bem a noite inteira. Estava deitado na cama rolando de um lado para o outro como se algo estivesse lhe incomodando.

 

- Essa sensação... Não entendo por que estou sentindo isso. – Se sentou na cama – Nunca senti algo ruim assim...

 

Levantou-se e andou um pouco pelo quarto.

 

-----------------------------------------------------------------------------------------

Ele já havia se levantado antes do sol. Shun estava em pé, olhando o sol nascer pela janela, com seu habitual sobretudo. Ajustava as faixas nas mãos, enquanto olhava o horizonte. Pouco depois, fechou as cortinas e saiu do quarto, tendo o cuidado de não fazer barulho e conferir se havia alguém acordado pelos corredores. Tudo confirmado, Ele seguiu ate o salão principal. Lá havia uma chave sobre a mesa, para caso um dos convidados quiser sair à noite não precisaria acordar os empregados. Pegou-a, abriu a porta e devolveu-a ao mesmo lugar. Não iria demorar tanto assim.

 

- É isso ai, espero que não dêem falta de mim hehe...

 

 

-----------------

 

 

Ikki saia do quarto nesse momento.

 

- Uma volta pela praia vai me acalmar um pouco.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!