Entre Vivos e Mortos escrita por TheBlackWings


Capítulo 32
Capítulo 32 – Aqui termina sua era




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O céu continuava coberto pela massa de nuvens negras, e agora aquela garoa transformava-se numa chuva fina. A silhueta negra de Thanatos cobria tudo ainda, uma sombra gigantesca que rodeava os espectros. Fazia surgir de sua base mais e mais soldados do inferno, que continuavam a batalha abaixo das doze casas.

 Das entranhas daquela sombra negra havia surgido o inimigo, Em sua sapuris diferente das demais, com asas gigantes, e um cosmo terrível e cálido ao mesmo tempo. Shun, que havia sido enviado para se tornar um cavaleiro como os outros, agora estava ali lutando contra Athena.

Concentravam-se na batalha.  Seiya e Shun, por mais que tivessem essências diferentes lutavam de igual para igual. Seiya golpeava freneticamente seus meteoros, mas o inimigo se desviava com muita velocidade. Pégaso também se desviava dos golpes de Shun, mas bloqueava a maioria. Saori observava em silêncio, mas sua face transpassava tristeza. Protegida sob o escudo de Dohko, que apenas se fazia protegê-la.

Ambos saltaram em direções diferentes, se afastando e elevando novamente os Cosmos, preparando novos ataques.

- Vou fazê-lo pagar por tentar matar Athena!! – Disse Seiya enquanto corria em direção ao inimigo. Shun agora parado continuava a elevar o cosmo. – Meteoro de Pégaso!!!!!

O golpe foi vários flashes de luz contra Shun, mas nenhum parecia atingi-lo. Seiya então jogou se contra ele, acertando seu punho na face silenciosa de Shun.

Assim permaneceram, Shun parado, e o punho de Seiya marcando a face do inimigo.

- Consegui! – Disse para si mesmo o cavaleiro de bronze, ao acertar o golpe. Porém Shun não parecia preocupado. Com os olhos ainda fechado, esboçou um sorriso.

- Acha mesmo que isso seria o suficiente para me derrotar?- Ao dizer isso, moveu-se rapidamente. Sua mão direita acertou o rosto de Seiya, que com a força foi jogado no chão. Shun continuava a segurar sua face contra a pedra fria e molhada pela chuva, enquanto o inimigo de vestes negras apenas o segurava ajoelhado.

Seiya tentava se livrar com força, mas era inútil. Segurava o braço de Shun, mas ele não se mexia. Porém, a força que o inimigo empunhava não o feria, apenas o segurava no chão. Ainda caído, conseguia enxergar apenas parte da face do inimigo. Viu que ele o fitou, por entre sua própria mão.

- Seiya, eu não quero matá-lo. - Ouviu dizer-lhe, em tom baixo. Não entendia aquela atitude de Shun, mas por um momento era como se estivesse vendo aquele com quem conversava no Japão. –Não interfira na minha missão.

Depois de proferir essas palavras, levantou-se soltando o cavaleiro de bronze. Seiya tentou levantar-se, mas Shun não permitiu. Com a face da mão virada para o cavaleiro, uma energia poderosa lançou Seiya para perto da entrada do templo, caindo fortemente no chão. Agora, novamente se encontravam naquela situação, apenas Dohko se pusera frente à Athena, era sua única barreira de proteção.

Fora do templo, entre as escadarias também havia batalhas. De um lado Aiolia de Leão media forças contra Aiacos de Garuda, mais abaixo Minos de Griffon tentava transpassar a barreira de Shaka de Virgen. O sangue e suor que caia no campo de batalha junto com a chuva, e os mortos se amontoavam no campo. Os soldados do inferno se acumulavam entre os corpos caídos, e soldados de Athena lutavam até mesmo feridos. A luta era desigual, e a derrota era certa. Vários espectros continuavam entre os soldados, exterminando os cavaleiros restantes, que caiam um atrás do outro.

A barreira de soldados de Athena caiu. Soldados do inferno que surgiam da terra invadiram os campos do Santuário. Rodório havia sido devastado, e seus moradores fugiram com o inicio da aproximação do mal. Os cavaleiros restantes foram obrigados a recuar até o inicio das escadarias de Áries, porém estavam totalmente cercados. Shiryu, Hyoga e alguns cavaleiros de prata eram os únicos restantes, alem dos outros corajosos soldados que continuavam a lutar e lutar. O santuário estava perdido. Alguns aprendizes e servos que estavam refugiados em cabanas tentavam fugir do exercito negro, inutilmente, sendo massacrados um a um.

- Não vê, Athena? Não há saída para seus cavaleiros. – Dizia a voz de Thanatos. A sombra agora se concentrava apenas sob o templo. A jovem escondida sob o escudo de libra ainda fitava Shun. Dohko de Libra agora estava frente à Saori, e elevava seu cosmo, pronto para a batalha.

- Não tocará em Athena!! – Disse, a Shun, que permanecia em silêncio, parado. A risada de Thanatos ecoou pelo templo, enquanto do meio da sombra surgia à figura do Deus. Com uma armadura belíssima, refletida na sombra gigante que ainda a cobria. Era apenas um corpo, um hospedeiro sem valor para o deus, porém o cosmo que o rodeava era terrível.

- Acha que irá mesmo protegê-la? Vocês estão perdidos, não há saída. – Dizia Thanatos. A voz ecoava de seu corpo e da sombra de seu gigantesco cosmo.

- Protegerei sim. Com a minha vida! – Dohko confirmou, ainda frente à deusa. A risada de Thanatos ecoou novamente, agora seguida pelo incrível crescimento do seu cosmo. Seu corpo, entre as sombras de seu cosmo, flutuando pouco atrás de Shun, moveu sua mão direita, direcionando-a para Dohko. Uma energia incrível se formou, sendo lançada contra Dohko de Libra. O escudo de Dohko não foi páreo para o poder de um Deus, estilhaçando-se. A energia continuou avançando, sob o corpo do cavaleiro de ouro que foi lançado ao chão. A jovem Saori também foi atingida, sendo lançada pouco para trás. O corpo de Dohko ainda sim a havia protegido.  

- Esse é o fim de uma era. – Disse o eco da voz do Deus, e Shun confirmou com a cabeça, se aproximando de Saori. Passo a passo o inimigo se aproximou calmamente da jovem deusa. Passou ao lado do corpo inconsciente do cavaleiro de libra. O poder de Thanatos havia destruído parte da proteção de libra. Athena permanecia ajoelhada, com suas vestes rasgadas e vários cortes causados pelo golpe, mesmo que indiretamente. Parou frente a ela.

Athena o fitou, mas não a deusa, a jovem Saori Kido. Ambos se fitavam, e a expressão de Shun era séria, mas os olhos eram tristes. Elevou seu cosmo, devagar.

- Terminou, Athena. – Seu cosmo formou-se em uma energia arroxeada cobrindo seu corpo, com a face da mão virada para Athena. O golpe começou a se formar.

- Sinto muito... - Apenas ela ouviu-o dizer isso.

A energia cobriu tudo, era o fim de Athena? Um segundo foi o que durou o flash de energia. Uma luz branca surgida no mesmo momento ofuscou a visão novamente, e mudou o resultado.

A energia surgida no ultimo segundo foi uma rajada surgida de trás de Saori, que o empurrou alguns metros. Agora, parados, era possível ver Seiya frente a frente com Shun. Atacando no ultimo segundo, Seiya havia golpeado da mesma forma anterior, agora cravando o punho no lado direito do peitoral de sua Sapuris. A força fez com que uma rachadura se forma-se. Ao contrario da impassibilidade do ultimo golpe, Shun parecia ter sido atingido em cheio. Sua face se contorceu de dor, mostrando que o golpe havia sido efetivo. Mesmo com a aparente agonia, segurou o punho de Seiya com a mão esquerda, retirando-o de cima do ferimento. Com o outro, um soco certeiro sob o queixo do cavaleiro o jogou longe. O ato, porém continuou inútil, e Shun caiu de joelhos, segurando fortemente o lado ferido do peito.

- ATHENA NÃO IRÁ SOBREVIVER!- Thanatos vociferou furiosamente, elevando seu cosmo rapidamente para atacar a deusa caída. A energia formada em seus punhos cresceu rapidamente, e o deus preparou-se para atacar à jovem, quando foi detido.

Sua energia concentrada dissipou-se. Sem entender, o deus teve sua atenção atraída para o foco de poder que o havia atrapalhado. Papeis brancos, escritos com sangue exalavam uma porção de cosmo que o prendia. Esses papéis se debatiam com o vento formado pela sua movimentação de cosmo, presos nas pontas dos dedos do homem que os trouxe. Parado agora em frente à jovem deusa, o grande mestre do Santuário, Saga direcionava os selos contra o poder do deus da morte.

- Então foi você... – Disse Thanatos, enfurecido, sua face humana se contorceu de ódio ao ver o mestre do Santuário, oculto sob seu elmo dourado. – Maldito acha mesmo que esses papéis inúteis irão me deter?

- Não são apenas estes selos. – O jovem mestre falou, segurando fortemente os selos, de Athena. Os poderosos artefatos, feitos pelo sangue da deusa haviam sido usados em todas as guerras até ali, e também nessa era. – Eu tenho o artifício para acabar com suas ações.

O representante de todo o santuário abaixou os selos, que haviam prendido o poder do deus momentaneamente, erguendo sua outra mão, e apresentando diretamente para o deus da morte, uma pequena urna dourada ricamente decorada. – É aqui que você passara a eternidade!!!

Ao ver o objeto, o deus se enfureceu ainda mais.

- Maldito, como conseguiu isto...? –

- Isso não importa. – O mestre segurou a caixa entre as mãos, junto com o selo. – Sua fúria acabará aqui, Thanatos. Você retornara para onde nunca deveria ter saído.

- ISSO É O QUE VOCÊ PENSA!! – Gritou, antes de atacar o mestre com ódio. Não teve tempo para defender-se, apenas tentando proteger a urna. A energia o empurrou, atirando seu elmo no chão.

Saga manteve-se firme. Seus cabelos azulados caíram sobre o rosto descoberto. Abaixando-se, entregou a urna e os selos nas mãos da jovem, voltando novamente a sua frente. A sua frente, a enorme silhueta do deus da morte e seu corpo na terra, protegido pela sua armadura negra. A luta que ocorria sob o pé da estatua de Athena.

Levantando-se, pôs-se de pé novamente Shun. Em seu peito, a rachadura causada pelo golpe de Seiya sangrava, e um filete de sangue escorria de sua boca. Sua mão ainda permanecia sob a ferida. Sua face séria mostrava que ainda sentia dor.

- Mestre Thanatos, eu cuidarei dele. – Disse, sem receber resposta. Concentrou sua energia novamente, e sentiu que o grande mestre, que até ali não havia demonstrado seu cosmo, fazia o mesmo.

O cosmo de Shun fez surgir correntes de ar que o rodeavam. Juntando todas, preparou-se para atacar. De repente, sentiu a cosmo energia do grande mestre. Saga elevava seu cosmo pouco a pouco, revelando uma energia terrível. Seiya, até agora caído mais afastadamente tentava se levantar.

- Não é possível, como pode o cosmo do Grande mestre é tão poderoso. – Disse ainda olhando o homem com as vestes brancas elevar sua energia.

Shun lançou as correntes de ar em direção ao mestre, mas no mesmo instante sentiu uma leve vibração vinda debaixo dos seus pés. Aquele poder vinha do mestre, agora concentrando seu poder e preparando seu golpe.

- Não irão tocar em Athena, meu dever é protegê-la!- Disse, agora movimentando os braços. Isso fez com que todo aquele poder se reunisse, e em um segundo, lançado na direção dos inimigos. – Explosão Galatica!! –

Aquela rajada de luz era rápida, Shun saltou no momento exato que a energia tocou o chão do local, explodindo. A força daquela energia empurrou tudo, atirando o inimigo a vários metros, para fora do penhasco que rodeia o templo. O chão se pulverizou, e a luz da explosão foi vista em todo santuário. Todos que lutavam pararam para observar aquele clarão seguido por um tremor. Os dois cavaleiros de ouro que enfrentavam os Juízes pararam um momento e observaram aquele cosmo.

- Essa energia, não é possível. – Disse Aiolia, incrédulo.

- Tamanho poder só poderia ser um cavaleiro de ouro. – Shaka afirmou.

O local do golpe foi totalmente destruído. Pilares próximos ao epicentro viraram um amontoado de pedras, enquanto que Thanatos continuava a flutuar metros acima, não parecia ter sido afetado por tal energia. Shun, empurrado para o penhasco pela energia, flutuava com as asas abertas. Sua armadura tinha vários trincados, e parecia ter sido bastante afetado pelo golpe. Pousou novamente na superfície de pedra, agora atrás de seu mestre, caindo de joelhos em seguida.

- Eu não poderia esperar menos do mestre do santuário. – Disse Thanatos. – Mas ainda sim, você não poderá me deter, muito menos me selar.

O cosmo do deus cresceu novamente, e se juntando uma massa gigante de energia negra seguiu em direção ao mestre. Saga temeu pela vida da deusa, que tentava proteger. Aquele poder destrutivo vinha em grande velocidade e iria engolir todos ali em um segundo. Saga colocou-se frente a deusa para tentar, salva-la, mas seria inútil.

Shun, ainda caído, sentiu que algo estranho estava acontecendo. A terra tremia novamente, mas dessa vez não era por causa de nenhum dos ali presentes. O que poderia estar causando aquilo? Thanatos também sentiu, seu golpe recuou. Aquele cosmo que fazia tudo tremer era algo terrível. Seiya se levantou. Todos os cavaleiros que ainda lutavam pararam, como os soldados de Hades também fizeram. Os juízes do inferno e os cavaleiros de ouro também pararam de lutar.

Aquele que tinha feito tudo parar, que havia pausado o combate mortal em todo o campo de batalhas. Sua energia fantástica havia surgido.

- Hades não faria um ataque tão covarde quanto este. – Disse uma voz forte que ecoou por todo o santuário. – Mas é claro que é você, Thanatos, deus da morte.


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer a todos que comentam minha historia (mas denovo?? simmm, denovo)

Só escritores como nós sabem como é bom um review, por menor que seja, é importante. E quando temos verdadeiras obras primas de critica como alguns de meus leitores eu pessoalmente fico emocionada T.T obrigado!



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