Entre Vivos e Mortos escrita por TheBlackWings


Capítulo 25
Capítulo 25 - O Anjo da Salvação


Notas iniciais do capítulo

Capítulo curto por que acabei viajando de surpresa.... Espero que não fiquem decepcionados... Vocês sabem que amo vocês...

Capítulo que vem = A revelação que todos (principalmente o MiltonShun, calma cara!!!) Querem ver!



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Aos poucos retornava a consciência. Tentou olhar em roda, mas a vista embaçada dificultava tudo. A dor nos membros pelos choques que recebeu era terrível, mas mesmo assim conseguia se mexer. Algo o fez despertar, mas não se lembrava o que. Aos poucos seus sentidos retornavam, sentia o frio do chão em suas costas, e se sentou no chão. Suas roupas estavam rasgadas e haviam manchas de seu próprio sangue. Agora via, que a sua volta apenas paredes de pedra úmidas e negras, onde a iluminação era distante e fraca. Grades de ferro limitavam seu espaço já pequeno. A pequena cela não o apavorou, no máximo, fez o lembrar dos tempos de treinamento.

Agora consciente, tentava descobrir o que o acordou: Um murmúrio que surgiu em seus ouvidos de repente, uma voz delicada e calorosa que o revigorava. A voz fraca vinha de perto da-li, e era conhecida. Aproximou-se das grades pesadas, tentando olhar em volta. Um grande corredor, interminável. A luz vinha da chama azulada de uma solitária tocha no final daquele corredor. A voz não era de longe.

Afinal, era mais que uma voz: Era um cosmo quente e acolhedor. Notou celas do outro lado do corredor, vazias. E estas se estendiam pelo corredor todo, silenciosas. Tentando enxergar algo, viu de relance algo se mexendo de vagar em uma cela ao lado da que estava a sua frente. A cor branca de suas vestes o fez entender, era a fonte daquele cosmo, daquele som que orava calmamente.

- Saori? – Chamou, incrédulo. Viu a sombra se mexer com dificuldade, mas quando surgiu a luz junto as barras, ficou aliviado em ver a face da jovem.

- Ikki, é você?? – Falava incrédula, forçando a vista para vê-lo. O cavaleiro de Fênix concordou fazendo a moça sorrir. Sua face transpassava cansaço e dor, mas se encheu de alegria ao ver um rosto conhecido. – O que esta fazendo aqui??

- É uma historia complicada. Agora, precisamos sair daqui. – Tentou se levantar com dificuldade, segurando-se nas barras. De nada adiantou. Em pé, conseguia ver que o corredor era ainda mais longo, e quase nada de iluminação. As barras eram firmes como aço, e sequer se moviam ao serem forçadas.

- Ikki, sabe onde estamos?? – Saori perguntou ao jovem que agora tentava procurar a dobradiça da cela. Ao ouvi-la, parou, pensando no que acontecera ate agora. – Eu acordei aqui, e não me lembro do que ouve....

- É complicado, e Dohko ira saber explicar melhor... – Permaneceu segurando nas barras, pensativo. Saori o observou um pouco, mas logo voltou a perguntar.

- Quem me trouxe aqui foi Shun, não é? – O cavaleiro de bronze não esperava a pergunta. A o observá-la, notou que não era uma pergunta, ela sabia disso. Então ficou em silêncio.

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- Já está confirmada. Fênix saiu do Santuário. – Mu tentava seguir Dohko enquanto ele descia as escadarias apressadamente.

- Eu imaginava. – Disse, ainda andando rapidamente. Ambos desciam o atalho das doze casas em direção ao fim das escadarias, onde vários soldados e cavaleiros conversavam. Ao chegarem lá, todos se puseram em forma e saudaram ambos os cavaleiros de ouro.

A noite havia se ido, e agora começava a amanhecer. O santuário não parou a noite devido à tensão causada pelo perigo iminente. Nas ultimas horas, Áries se encarregou de tentar localizar o cavaleiro de Bronze de Fênix enquanto Libra tentava decidir uma solução com o Grande Mestre. Porém, tudo de forma sigilosa. Se a noticia de um provável ataque provocaria agitação e desordem no santuário, e desespero em rodório.

Saindo do templo do Mestre, Dohko já estava decidido. Juntou um grupo de cavaleiros de prata e soldados relativamente numerosos em uma suposta missão de resgate, mas o Cavaleiro de Ouro tinha mais ambições em mente.

- O foco é localizar os espectros. – Explicava a Mu. – Pórem, se meus cálculos estiverem certos, teremos uma chance de resgatar Athena.

- É bastante arriscado. – Mu não protestou, apenas comentou. Sabia que seria inútil. – Se a missão é essa, porque não levar mais cavaleiros?

- Não quero arriscar de estar errado. Seria um desperdício. – A experiência do cavaleiro mais velho entre os santos de Athena era imensa. Varias batalhas passadas, marcadas por tristes derrotas o faziam pensar bem nos próprios atos, afinal repercutiriam em todos os cavaleiros ali. – E se eu estou certo, não haverá nenhum inimigo lá. Os cosmos dos espectros foram selados com o cosmo de Hades, logo deveriam apenas ressurgir após o próprio se libertar.

Chegando ao local combinado, viu o numeroso grupo em silêncio, aparentemente intrigados com a estranha convocação. Entre eles, alguns cavaleiros que não haviam sido convidados.

 - Vocês não deveriam estar aqui, apenas cavaleiros de prata foram convocados. – Dohko falou sem olhá-los nos olhos, logo foi questionado.

- Nós iremos também, não podemos deixar que Saori corra perigo! – Jabu falava a frente de seus companheiros de bronze Ichi, Nachi, Ban e Geki. – Eu vou resgata-la!!!!

Os dois únicos cavaleiros de ouro fitaram-nos com desaprovação, e Libra apenas consentiu – Não digam que eu não avisei. Vamos, nosso caminho é longo.

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No topo daquela alta e desgastada torre de pedra, observando o céu escurecido pelas nuvens de chuva pesadas que pairavam e derramavam sobre a terra apenas uma chuva monótona, Shun permanecia debruçado sobre o batente da pequena sacada antiga. As gotas de chuva fracas deixavam suas roupas escuras úmidas, mas ele não se importava. De olhos fechados, o rosto semi escondido entre os braços cruzados na pedra fria, viajavam para o passado, para um tempo difícil.

Passados alguns dias após o surgimento de Ikki, o local parecia ter se revivido aos poucos.

O dia que saiu do Japão parecia distante, mas cada detalhe se mantinha vivo em sua mente: O céu turvo, a brisa gelada do mar no porto, o desprezo do segurança da fundação ao seu lado e o olhar amedrontador do capitão do navio no qual seria levado. Tantas coisas aconteceram, e aconteciam até aquele momento. Abriu os olhos levemente. A chuva criou uma neblina fina sob o chão. Nada ali se movia, era apenas silencio. Pandora havia pressentido que logo não seria mais assim.

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Já era tarde, e começava a anoitecer lá fora. O castelo sinistro, escuro, em total silêncio, se não fossem alguns vultos que andavam de um lado para o outro se confundindo com as sombras. Murmuravam frases entre si, em vários idiomas, vagavam agitadas. No fundo, onde antes havia um rico aposento decorado com um vitral redondo no teto decorado com cenas sacras e mitológicas, surgia um som delicado e ao mesmo tempo sombrio. No centro, em um pedestal, a jovem pandora se mantinha concentrada, tocando uma bela harpa de prata com detalhes negros e cordas brilhantes.

Sua mente estava preocupada, mas procurava não demonstrar, sabia o que fazia e não deveria questionar ordens.

- “Seja o que for acontecer, aguarde. Se resolverá.” – As palavras de Shun lhe vieram à mente e logo se acalmou. Pressentindo a aproximação de cosmos, se pôs apenas a esperar. Não havia motivos para preocupação.

As notas da harpa formavam uma bela melodia que exalava para fora do local, se ritmando com os movimentos dentro e fora do castelo. Na floresta próxima, o som ouvido eram galhos quebrando e se batendo contra os movimentos rápidos. A alguns dias, o grupo de cavaleiros de Dohko saiu da Grécia em direção a Alemanha, especificamente até a propriedade Hestein. Os soldados e cavaleiros de prata seguiam o líder, usando sua armadura dourada que pouco reluzia no escuro gerado pela chuva e pela densa floresta. Porém logo a frente a luz já despontava revelando a clareira coberta por uma nevoa sinistra. Todos pararam para observar a visão fantástica à frente.

Projetada sobre a nevoa, ao fundo a silhueta de um belo castelo antigo se erguia vagamente iluminado. A aparência fantasmagórica se devia a chuva que dificultava a visão e a nevoa que dava um ar de flutuação. Se aproximaram devagar, tentando ouvir algum som.

- Parece abandonado... – Comentou um soldado, e alguns concordaram. Dohko pediu silencio. Andando a passos vagarosos, se aproximaram do portão de entrada.

- É aqui... – Libra confirmou. Mu, também com sua armadura de ouro, o fitou. – Sinto a energia negra dos espectros, estão reunidas aqui.

- Mas não sinto nenhum cosmo. – O jovem Áries o questionou.

- Não se preocupe. – Disse, enquanto seguiu até a porta de entrada, de madeira antiga. Os soldados acompanharam. Um deles, ao andar mais para a direita viu algo estranho no chão. Se aproximou para ter certeza, e deu um salto para trás.

- S-são cavaleiros!!! – Todos o olharam ao ouvir sua voz. No chão a sua frente, entre a nevoa os corpos de Algol, Babel e Algheti. Todos gravemente feridos tinham membros e partes do rosto queimadas completamente. O soldado se juntou novamente o grupo, e nada mais foi falado sobre isso.

Foi Dohko que se aproximou e empurrou a enorme porta de madeira, deixando o ar quente do local sair. Estava tudo escuro, tirando uma luz fraca que vinha do fundo que era indistinguível. Todos seguiram ele na entrada, se mantendo em posição defensiva.

- Não tem ninguém aqui... –Geki reclamou. – Esta abandonado. É o lugar errado...

- Shhh... – Foi corrigido por um cavaleiro de Prata.

Não havia nenhum sinal de espectros ali, nem um cosmo, nem um som, estava tudo em silêncio. Pararam poucos metros depois da entrada, ainda intrigados com a calmaria. Lá fora, a chuva batia forte e ecoava dentro do local. Os cavaleiros de bronze pareciam mais irritados ainda com isso.

- Esta vazio!! – Disse Jabu, em tom elevado. – Eu não admito ficar aqui esperando nada acontecer!!

Dito isso, se pôs a andar em direção reta castelo adentro. Alguns cavaleiros de prata tentaram detê-lo, mas não foi necessário. Do nada, todos pararam. De todos os cantos, presenças surgiram de forma estranha. Cercando-os, sombras disformes amedrontavam como fantasmas. Todos se juntaram em torno do centro, em circulo. As presenças negras nada faziam, apenas se aproximavam lentamente. Alguns cavaleiros tentavam acertá-las, mas as transpassavam inutilmente, como se fosse nada mais que meras ilusões.

- Por Athena!!! O que é isso??? – Um cavaleiro de prata gritou, outros também ficavam apavorados aos poucos com a situação. Vozes murmuravam em torno das sombras. Mu, sem entender a situação perguntou a Dohko.

- São eles? Os espectros?? – Dohko negou com a cabeça. Não tinham um cosmo, eram apenas uma presença negra e fantasmagórica os rondando.

- São espíritos de pessoas. Estão tentado nos confundir usando essas almas confusas e enlouquecidas. – Disse, mas não surtiu efeitos. Os cavaleiros sob seu comando se apavoravam cada vez mais, até que um deles avistou a saída.

Em disparada, um a um os soldados e cavaleiros corriam para a porta de saída do castelo, o único caminho livre entre os fantasmas. Dohko tentou impedi-los, mas era tarde demais e teve de segui-los. O soldado que saiu primeiro correu poucos metros, assim como os outros. Foram forçados a parar, pois uma presença ainda maior surgiu à frente deles. Oculta entre a nevoa, apenas seu cosmo poderoso era pressentido. Em posição defensiva, todos esperavam pelo pior. Os dois únicos cavaleiros de ouro então se posicionaram atrás e tentavam enxergar o que aos poucos a neblina revelava.

Flutuando no ar, descendo lentamente, uma silhueta divina surgiu. Com dois pares de enormes asas, apenas sua sombra empunhava respeito. Descendo no chão, era cada vez mais visível a cor negra de sua Sapuris magnífica. Todos estavam preparados para um ataque e de certa forma atônitos com a presença poderosa. O cavaleiro de bronze de unicórnio, porém, não queria demonstrar medo.

- Finalmente, um desses espectros surgiu!! – Disse, em tom alto. – Por que não vem me enfrentar??

Todos o olhavam, ainda em silêncio. Não ouve resposta, apenas o estranho cosmo que pairava no ar. Em uma fração de segundo, uma mudança repentina na energia pôs alerta o líder.

- Tomem cuidado!!!!! – Gritou Dohko, tentando alertar os jovens, mas era tarde. – Este não é um espectro....!!!


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