Entre Vivos e Mortos escrita por TheBlackWings


Capítulo 26
Capítulo 26 - O luar ofuscado por nosso poder


Notas iniciais do capítulo

Aqui esta o inicio da revelação. Aqui, dou inicio ao fim do mistério.

Esperava poder revelar mais aqui, mas mistério é o que mais gosto de fazer...

Espero que este capítulo os agrade! Estou muito feliz com o resultado!



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Já era tarde demais quando Dohko de Libra tentou avisar os subordinados. Em um segundo, uma energia gigante se formou e explodiu debaixo do solo para cima, arremessando todos os soldados e cavaleiros de prata para o alto. Os dois cavaleiros de ouro conseguiram apenas se esquivar de volta para a porta do castelo.

A explosão cessou logo, junto com a queda dos cavaleiros, que acabaram estirados no chão de terra revirada, inconscientes. Agora, restava apenas a presença a frente dos dois cavaleiros. Firmes em defensiva, aguardavam um ataque do misterioso inimigo a sua frente. Este, porém, não se mexeu. A névoa tremulava por causa da movimentação do golpe inesperado, mostrando mais detalhes sobre o homem. Sua sapuris negra tinha detalhes magníficos, e dois pares de asas abertas nas costas. O peitoral era inteiramente negro, mas camadas metálicas formavam uma proteção simples e ricamente decorada. Seus braços e pernas não exibiam grande riqueza, mas eram bem protegidos e deixavam um ar de simplicidade e divindade.

- Dohko de libra – Sua voz foi ouvida entre a névoa, calmamente. – Você foi o único sobrevivente na ultima guerra santa. Apenas você e Shion de Áries restaram vivos após a queda do Lost Canvas*. Devia estar vigiando um selo, não é mesmo?

- Parece que você estudou bastante sobre nós. – Libra retrucou. A névoa extinguia, mas não era possível para ambos verem a face do seu antagonista, o que era desnecessário, pois Dohko já sabia sua identidade.

- Tive bons professores. – Respondeu ainda de forma simples. Embora suas ações transpassassem calma, sua presença era forte. Mu apenas observava em silêncio.

- O que vocês estão fazendo? Hades ainda não esta totalmente livre. – Dohko questionou o inimigo.

- Parece que estão bem informados. – Concordou. – Mas como o mais sábio dos cavaleiros, devia saber que os espectros reencarnariam logo.

- Eu sei, mas não podem fazer nada até o selo ser destruído. – Retrucou, convicto. Porém, seu inimigo não se abateu.

- É o que vocês pensam. – Foi só o que disse, logo em seguida uma energia poderosa formou um vento em torno de si. As grandes asas de suas costas se abriram impulsionando o vento. Uma cosmo energia arroxeada do inimigo se intensificou. A névoa se dissipou, deixando a mostra a face do inimigo. Os cabelos esverdeados por baixo da mascara negra deixaram a vista agora os olhos de Shun.

Ambos os cavaleiros de ouro elevaram seus cosmos também. Ambos se preparavam para o confronto inevitável. O cosmo do jovem crescia e era algo que jamais haviam visto igual.

- você não é um espectro... – Dohko o questionava em meio à ventania. – Afinal, o que é você???

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O estrondo forte vindo do alto o fez despertar. Sentiu a umidade do chão em seu corpo e isso o lembrou de onde estava. Ikki olhava para o teto, que tremeu a pouco com o impacto. O que poderia ser?

Olhou em volta e nada podia ver, estava tudo escuro, e nada além do fraco reflexo vindo da chama de uma tocha no fim do enorme corredor era visível. Sabia que Saori estava próxima dele, em uma cela em frente, mas não conseguia ver ela. Seu corpo ainda amortecido pelos ferimentos continuava em uma leve sonolência, de olhos fechados, tentou imaginar o que poderia ter provocado o tremor, ou será que foi um sonho?

Retornou ao local de suas divagações quando ouviu um barulho vindo do corredor. Um bater de metais antigos em frente, mas não podia ver nada. Se levantou, ainda tentado enxergar quando viu que o barulho vinha da cela onde estava a jovem Athena. Correu para a grade quando ouviu passos correndo pelo corredor, mas só pode ver a silhueta negra e o vestido branco esfarrapado sumindo no escuro.

- Espere!! O que esta fazendo??? – Berrou, tentando chamar a atenção do estranho, mas era tarde demais. Apenas restou a cela vazia com a porta semi aberta em sua frente.

- Maldito!!!! – Na sua fúria, começou a socar a grade com raiva, embora esta continuasse firme. – Preciso sair daqui!!!

Gritava sozinho, enquanto tentava destruir as barras de ferro negro, incrivelmente fortes. Sua ira aumentou, junto com sua cosmo-energia, o que fez inundar o local de uma energia cor de fogo. Concentrou todo esse poder no punho e mirou seu golpe para o chão abaixo da grade. A explosão arremessou a grade para a cela da frente, batendo a porta entreaberta. A abertura agora estava livre.

Ikki não pestanejou, e saiu em direção ao fim do corredor em disparada.

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Não ouve resposta para a pergunta de Dohko, e uma enorme energia se jogou contra os dois cavaleiros de ouro. Mu de Áries que se mantivera observando até agora interveio com sua Muralha de Cristal, detendo a ventania de acertá-los em cheio, porém sua defesa não resistiu, mas perdurou o suficiente para que ambos esquivassem.

- O que eu sou? – Repetiu a pergunta o jovem inimigo, enquanto concentrava um novo ataque. Movimentou os braços fazendo o vento de cosmo arroxeado circular seu corpo como um turbilhão. – É uma pergunta diferente.

- Você é o hospedeiro, a reencarnação de Hades na terra. – Dohko protegia-se sob o escudo direito, esperando o ataque enquanto o questionava, fitando rapidamente no peito da Sapúris de Shun, onde um medalhão prateado era jogado pelo vento do seu cosmo. – Mas não é Hades. De onde vem esse poder terrível.

A conversa foi interrompida por uma rajada furiosa de poder vinda de Shun que circulo Mu e Dohko, confundindo-os. O jovem saltou, com as asas magníficas da armadura negra abertas e logo golpeou diretamente ambos os cavaleiros. Mu se teleportou para alguns metros a diante, e Dohko desviou em tempo de revidar, mas foi inútil: A velocidade do inimigo era fantástica, e este desviou com tamanha agilidade que surpreendeu o mais sábio dos cavaleiros de Ouro.

Revidou golpeando-o com seu cosmo de baixo para cima, arrastando Dohko por alguns metros mais próximo a porta do castelo. Mesmo atingido, o cavaleiro de ouro continuava em pé. Mu se teleportou para próximo dele. Shun se recompôs após o golpe, e continuava com sua expressão serena, porém agora transpassava também um poder incrível.

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Dentro do escuro refugio dos espectros, os espíritos que pairavam no ar desapareciam devagar. A luz das tochas iluminava o salão por trás de uma porta pesada. Ali, havia apenas duas presenças, que nada diziam, apenas observavam de longe a batalha que acontecia. O primeiro cosmo estava parado, concentrado. Sua aura prateada era o mais visível ali. Usava uma roupa branca e volumosa que escondia uma brilhante armadura. Com tantos detalhes divinos, tinha uma beleza jamais vista. Sua face pálida era calma, Uma estrela de 6 pontas reluzia em sua testa, seus cabelos e olhos dourados o elevavam a um grau mais alto que um ser humano qualquer.

Alguns metros atrás, porém, uma figura semelhante andejava pelo cômodo escuro. Suas vestes idênticas destacavam apenas uma armadura divina com detalhes diferentes, mas não menos magníficos. Ambos de iguais feições não tinham iguais expressões. O segundo que andejava tinha os cabelos e olhos prateados, e em sua testa a estrela comum era negra. Os deuses Gêmeos do Sono e da Morte.

- Devemos ir agora. – O primeiro disse, sem mudar o foco de sua atenção. O segundo que andejava não concordou e nem discordou. – Não há nada para fazermos aqui mais.

- Ele deixou aqueles cavaleiros partirem, irmão. – Parecia não dar atenção ao outro, e continuava a andar pelo local.

- Por que esta preocupado com isso, Thanatos? Ele teve razão, eram apenas dois cavaleiros.

- Isso é indiferente, Hypnos. São nossos inimigos, devem ser exterminados. – O deus de cabelos prateados parou, finalmente, ao lado do irmão gêmeo. Ambos eram idênticos fisicamente. – Se eu estivesse lá fora...

- Haverá um melhor momento para isso. – Hypnos era benevolente, diferente do outro que o desdenhou.

- Ele não mudou. Após seis anos ele ainda não mudou... – Resmungava aparentemente irritado. Hypnos esboçou um sorriso irônico.

- Bem, o que você esperava? – Disse o deus do sono, deixando o irmão gêmeo em silêncio. Observaram um pouco mais a batalha.

- Ele é diferente dos outros Hospedeiros. – Hypnos ouviu o irmão falar. – Eram fracos, desprezíveis, e eram apenas usados por Hades.

- Sim, mas com o tempo isto mudou. – continuou o assunto. – Eles criaram uma consciência e Hades se agradava disso. Ele adorava mostrar a eles o lado abominável da humanidade e os convencer que a morte era a salvação.

- Mas Shun é diferente até mesmo destes. – O deus da morte falou, lembrando se do passado. A seis anos, a imagem de uma criança entrando pela porta principal do castelo, ao lado de um homem, ofuscados pela luz brilhante do sol. Vários espectros os olhavam, e no fundo os dois gêmeos juntos da infanta Pandora. Mal vestido, com vários ferimentos, andava em silencio segurando fortemente a mão do acompanhante, mas não ousava olhar para ninguém, apenas para o chão.

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Ainda encarando o chão a sua volta, o jovem de sapuris negra mudou sua posição. Elevou seu cosmo aos poucos preparando um ataque.

- Você esta certo em uma coisa. – Shun respondeu a pergunta, surpreendendo ambos os santos de Athena. – Eu sou o hospedeiro, tem razão.

Respondeu simplesmente, andando lentamente na direção dos dois, que não se abalaram com sua cosmo-energia se elevando. Em posição defensiva, aguardaram até o momento em que o inimigo se preparava para atacá-los, quando foi detido. Parou bruscamente, logo localizando o seu infortúnio.

-  Pare, seu espectro maldito!!! – A mão ferida de Jabu segurava uma das pernas do inimigo. Durante a batalha, haviam esquecido dos cavaleiros que foram arrebatados pelo golpe inicial. O unicórnio, mesmo ferido, tentava se erguer e encarar o inimigo, quando o reconheceu. – V-você é o... Shun?!

Em roda dele, vários soldados se juntaram a Jabu, segurando os membros inferiores do inimigo. Vários cavaleiros de prata também o seguravam mesmo muito feridos.

- Seu desgraçado!!! – Nachi gritou segurando-o.

- Sempre achei que era estranho! – Ichi também. Todos os cavaleiros de bronze o reconheciam e perdiam o controle sobre si. O jovem os olhava, perdendo aos poucos sua serenidade natural. Todos eles juntos conseguiam segura-lo

- Essa é nossa chance. – Mu perguntou a Dohko, que permanecia apenas assistindo. – Devemos matá-lo.

Dohko, porém se mantinha parado, observando-o. O jovem tentava livrar agora os braços de alguns soldados, empurrando-os.

Shun elevou novamente seu cosmo, e com um movimento libertou-se. Os cavaleiros foram jogados no chão, mas continuavam encarando ele. O inimigo porém já preparava o golpe. Seu cosmo se elevou ainda mais.

- Não tenho escolha, vocês são um estorvo. – Disse, levantando os punhos e logo direcionando as mãos para os cavaleiros caídos. Uma energia gigantesca arroxeada se formou atingindo com uma força terrível todos os cavaleiros caídos. Dohko, mesmo afastado, se protegia com o escudo de Libra, porém os cavaleiros que ficaram sob fogo inimigo não tiveram chance.

Quando o golpe cessou, os corpos estavam afundados no chão, sem vida. Shun se reposicionou, olhando agora novamente para os cavaleiros de Ouro. Ambos estáticos, apenas o encaravam.

- Onde paramos? – A face de Shun agora não era mais tão serena quanto anteriormente. A noite agora estava escura, e a neblina os rodeava, mas nãos mais os atrapalhava. Em frente à entrada do castelo, ambos os cavaleiros de ouro ficaram em guarda rapidamente, mas antes de atacar, foram interrompidos. Uma voz os chamou de dentro do local.

- Então são vocês! – A voz de Ikki surgiu com sua figura agora vinda na direção de ambos. Usava a armadura de Fênix, que encontrou próxima a saída do calabouço. – Eu devia saber.

- Estou contente em ver que está vivo. – Dohko falou, sem encará-lo. Agora voltou a fitar o inimigo a sua frente. – Volte para o Santuário, nós.

- Eu cuido disso. – Disse seriamente, se pondo a frente deles. Shun e Ikki se fitavam a distancia, em silêncio.

- Não, você não entend... – Mu tentou questioná-lo, porém foi interrompido.

- Vão atrás de Athena. – O cavaleiro de bronze os avisou. – Ela esta sendo levada para longe do castelo. Sigam seu cosmo.

- Mas... – Dessa vez foi Dohko que interrompeu Áries apenas com um gesto de mão. Concordou com a cabeça e ambos os cavaleiros de ouro se dirigiram para dentro da neblina.

Shun continuava na mesma posição. Nada fez para deter os cavaleiros de ouro, apenas encarava o cavaleiro a sua frente. Ambos se fitavam de forma indiferente. Ikki deu alguns passos para a frente, se afastando do castelo. Ao redor dos dois restavam os corpos de vários soldados e cavaleiros de bronze, esmagados pelo golpe do inimigo.

- Eu não queria acreditar. – A voz de Ikki era baixa, mas Shun podia ouvir suas palavras perfeitamente. – Tudo que aconteceu dizia isto, mas eu me negava a acreditar.

Shun não respondeu. Ikki, agora pouco mais próximo, notava que seu olhar não era correspondido. O jovem não o encarava, seus olhos fugiam para o chão em vez de se encontrar com os dele. Não teve resposta, mas sabia que ouvia suas palavras.

- Eu não sei por que esta fazendo isso, ainda não entendo o que esta acontecendo. – Continuou. – Mas, eu me tornei um cavaleiro de Athena, como havia lhe prometido. E meu dever é protegê-la. E se isso significa lutar com você...

Parou de falar. Não surtiu efeito. Um vento frio da noite transpassou-os, e o brilho da lua por entre a neblina reluzia nas armaduras e iluminava o cenário do embate. Depois de um curto período, o silêncio foi quebrado.

- Não sei o que quer dizendo isso. – A voz era calma, mas não tinha a mesma tranqüilidade de antes. Seus olhos baixos se direcionaram, encarando realmente o cavaleiro de Fênix pela primeira vez dês de que surgiu no campo de batalha. Seus olhos não tinham tanto brilho quanto antigamente, e sim um sentimento diferente, difícil de explicar. – Não irá me comover com suas palavras.

Seu cosmo se elevou furiosamente, embora mantivesse sua postura. Um vento os rodeou, fazendo as asas de sua Sapuris se abrirem. Ikki não se abalou. Elevando o cosmo também, colocou-se em uma pose defensiva. Ambos se encaravam e seus cosmos se embatiam de forma terrível. A luz do luar se ofuscou com o brilho dos cosmos.

- Se é isso, então vamos lutar, Irmão.

*** Spoiler!!***

* Lost Canvas: Referia-se ao quadro que Alone (antiga reencarnação de Hades) pintava, para onde as almas de todas as pessoas eram sugadas.


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Notas finais do capítulo

Estou tão anciosa para saber o que meus leitores acharão da historia do Shun que fico nervosa quando vou escrever sobre. Ja estou até imaginando: Ao fim da fanfic, escreverei um capítulo dedicado a contar sua historia com todos os detalhes! Mas até la, vou revelando o ouro devagar!



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