Entre Vivos e Mortos escrita por TheBlackWings


Capítulo 20
Capítulo 20 – Moradas Divinas.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 20! que incrivel!

Agradeço aos meus leitores e seus comentarios construtivos!! Vocês me fazem feliz demais!

Feliz natal a todos!!!



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Horas e horas se passaram. O sol da quente Grécia castigava a todos, diferentemente do Japão, onde o sol já havia baixado. Seu brilho fascinante refletido pelas grandes colinas e montanhas da área da Acrópole de Atenas era fascinante. Seus turistas se fascinavam com seu brilho de dia e suas estrelas lindíssimas à noite.

O jovem cavaleiro de bronze de Fênix seguia Dohko pela fina, porém interminável escada. Seus degraus disformes e quebradiços pendiam sobre um abismo. A trilha que circulava a grande montanha tinha pequenas ramificações que de vez em quando sumiam sob a montanha.

- Essas escadas seguem para cada casa do Zodíaco. – Dohko ia explicando para o jovem. – Apenas os cavaleiros de Ouro têm permissão de usar esse atalho.

Ikki o seguia em silêncio. Dohko andava um pouco a frente.

- Não se preocupe! – Disse, sem se virar. – Já estamos chegando.

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A mansão não estava nem um pouco tranqüila. Serviçais e empregados andavam de um lado para o outro, preocupados. A maioria defendia chamar autoridades para investigar o desaparecimento, alguns apenas rezavam. Os cavaleiros presentes andavam impacientes de um lado a outro. Haviam decidido ir ao Santuário após ouvir o estranho que surgiu diante deles.

- O que estamos esperando?? – Reclamava Nachi.

- Tatsumi nos disse que iria pedir para o jato da fundação Kido nos levar. – Jabu falou enquanto andava de um lado para o outro. Seiya não queria esperar, mas foi obrigado. – Alem do mais, ele disse que quer nos falar algo importante.

- O que é mais importante que salvar Saori? – Seiya protestou.

- Acalme-se Seiya. – Shiryu estava junto dele e o acalmou. – Ele deve ter um bom motivo.

Seiya bufou algo e logo se acalmou. Um serviçal se aproximou e falou que Tatsumi esperava a todos no Coliseu. Ao ser questionado do motivo, o pobre serviçal apenas se desculpou e disse que apenas recebeu ordens. Intrigados, todos se dirigiram para o local.

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A longa e estreita escadaria parecia ficar para trás a cada segundo que passava. Ambos os cavaleiros andavam pela escada quando ela se converte em uma curva por entre pedras montanha adentro, e do nada termina em uma lateral de uma grande escadaria.

- Estamos quase lá. – Dohko falou, seguindo agora o amplo caminho. Atrás deles, Ikki observou uma enorme casa zodiacal. – Esta é a ultima escadaria até o templo do grande mestre. É a escadaria após a casa de peixes. Em tempos de guerra, essa escadaria estaria intransponível por uma barreira de Rosas venenosas. 

Ikki ouviu em silencio, agora observava apenas a enorme estátua que surgia vagarosamente no horizonte. Uma enorme estátua da Deusa Athena, com seu escudo e a mão erguida como se segurasse algo em sua mão.

Metros antes da Morada do Grande mestre, Ikki parou de repente. Dohko notou, e logo o questionou.

- O que ouve?

- Me responda uma coisa. – Falou de forma seca. – Por que estão tão preocupados com o desaparecimento de Saori Kido?

O mais velho sequer parou de andar. Ikki o seguia com o olhar, mas logo disparou atrás dele. Logo chegaram ao topo da escadaria. Em sua frente, um enorme templo grego, com sua entrada ornamentada com relevos e estatuas de deuses e personagens mitológicos. O jovem ficou um tempo observando. Dohko parou em seguida, e se virou para Ikki.

- Você quer saber o por quê? – Disse ao cavaleiro de bronze. – Antes de seguirmos, irei te explicar.

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O coliseu estava coberto pelas trevas. O único lugar com um foco de luz brilhante era onde se encontrava a urna da armadura de Sagitário, e o observatório onde Saori Kido acompanhava as lutas durante o torneio. Era para lá que os cavaleiros se dirigiam. Ao adentrarem o local, apenas o mordomo estava lá.

- O que você quer, afinal?? – Jabu quebrou o silêncio, enfurecido. – O homem se virou, sério. Todos o encaravam, com pressa.

- Eu tenho o dever de contar a vocês algo que me foi confiado pelo senhor Kido, antes de sua morte. – Tatsumi pigarreou. Todos prestavam atenção nele. – Admito que já deveria ter feito isto antes.

Todos estavam preocupados e curiosos para saber o que era tão importante e o que isso tem haver com Saori.

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- Bem... – Começou Dohko, com total atenção de Ikki. – É uma longa historia, e não terei tempo de explicar, porém existe algo que você precisa saber.

Ikki ouvia atentamente. O cavaleiro de Ouro pensava no modo mais fácil de dizer. Por fim, suspirou e olhou nos olhos de Ikki dizendo em seguida.

- Cavaleiro de Fênix. A jovem Saori Kido é a reencarnação da Deusa Athena!

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- O que?? – A reação dos cavaleiros no coliseu foi imediata. As palavras ditas por Tatsumi eram inacreditáveis.

- Esta brincando conosco? – Nachi falou, duvidoso.

- Tem razão, essa não é hora para brincadeiras!! – Ichi reclamou.

Todos desconfiavam, menos Shiryu e Hyoga que pareciam bastante céticos e pensativos.

- Quem me contou foi o senhor Kido. – Tatsumi tentou completar. – Vou lhes contar a historia que ele me confiou.

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- Como? – A reação de Ikki foi de surpresa.

- Exatamente o que ouviu. – Dohko confirmou. Ikki parecia confuso. – Não há mais o que eu possa lhe explicar, apenas que há Treze anos a reencarnação de Athena desapareceu do Santuário.

- E como pode ter certeza que ela é Athena? – Dohko não convenceu o cavaleiro.

- Eu senti seu cosmo, ainda que imaturo, é poderoso e tranqüilo. – Ikki teve que concordar com ele.

- Como descobriu que ela estava no Japão? – Questionou o jovem cavaleiro.

- Foi o acaso. Meu objetivo era averiguar uma coisa que descobri ao conversar com um cavaleiro de bronze.

Ikki parecia assimilar a idéia de que Saori era uma Deusa. Depois de um tempo, outra idéia lhe passou pela cabeça.

- E você acha que... Que o Shun... – Receou terminar a frase, mas Dohko já concordava.

- Sinto muito. – Ikki não mudou de expressão, porém era visível sua decepção. Agora, não havia nada que pudesse provar o contrario, e tinha que aceitar a realidade. Dohko resolveu continuar explicando.

- Athena deveria estar no Santuário. Porém, há treze anos um cavaleiro a raptou e depois disso nunca mais ouve informações dela.

- Um cavaleiro?

- Sim. O cavaleiro de Ouro Aiolos de Sagitário. – Ikki logo se lembrou da Armadura de Sagitário, que se encontrava no Japão. – Porém, os seus motivos são desconhecidos. Acabou sendo considerado um traidor.

- E não é?

- Não acredito nisso. O grande mestre atual não me inspira confiança. – Ambos olharam em direção do templo a frente. – Acredito que ele esteja envolvido nisso.

- Então o que estamos fazendo aqui? – perguntou novamente o jovem.

- Vamos tirar isso a limpo. – Dohko falou, se pondo a andar logo em seguida, Ikki o seguiu.

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- Isso é incrível. – Exclamou Seiya. Essa era a frase na cabeça de todos no local, após ouvir a incrível historia de Mitsumada Kido ter encontrado Saori nas ruínas próximas ao Santuário e ao Herói Aiolos. Porém, todos também se encheram de Ódio pelo santuário e pelo mestre.

- Deve ter sido o Santuário – Exclamou Jabu. – Vamos lá!

- Sim – Todos os outros concordaram e logo se dirigiam para fora do local. Tatsumi apenas os observou sair.  Os cavaleiros correram para fora do coliseu. A fundação os levaria até a Grécia.

- Aquele cavaleiro que apareceu na mansão, devia ser uma armadilha!! – Exclamavam os cavaleiros.

- Com certeza, queriam nos pegar desprevenidos. – Jabu reclamou, enquanto corriam.

- Não vamos deixar. Vamos encontrar a Saori!! – Seiya disse por ultimo.

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O templo do Grande mestre era enorme e ricamente decorado. Estátuas gregas, com seu realismo e poses naturais esculpidas num mármore branco pareciam criar vida com o cintilar da luz das tochas acesas nos grandes pilares. A pintura nas paredes mostrava cenas de lutas mitológicas entre cavaleiros, pintadas com tinta negra sobre um fundo predominantemente avermelhado. Ikki admirava tudo, enquanto seguia o cavaleiro de ouro.

Após alguns metros, onde já não era mais visível a luz do sol dentro do templo, uma grande porta dourada finalizava o caminho. Dois soldados menores a protegiam. Ao verem Dohko, logo se puseram a abrir com dificuldade as pesadas portas. Dentro do local, a luz avermelhada das tochas era a única iluminação visível, o que deixava o local sombrio.

No fundo, uma luz mais forte vinha de grandes tochas ao lado de uma escadaria íngreme que levava até um trono dourado e reluzente. Não havia ninguém ali, apenas os dois. Dohko andou até próximo ao pé da escada e Ikki o seguiu. Logo depois de pararem, sentiram um cosmo muito poderoso vindo do fundo, além das grandes cortinas atrás do trono do mestre. Dohko se ajoelhou em reverência, e Ikki fez o mesmo.

Iluminado pela luz do fogo crepitante, a silhueta do grande mestre, com suas vestes brancas, seu elmo de ouro e seus cabelos azuis esvoaçantes formava uma sombra gigantesca atrás de si. Ikki levantou a cabeça para observar o home. Seu cosmo era poderoso, como nunca havia visto igual, porém calmo. Lembrou-se das desconfianças de Dohko.

- Levantem-se. – A voz firme do mestre ecoou, fazendo ambos se levantarem.

- Mestre. – Dohko começou a falar. – Este é Ikki de Fênix, um cavaleiro de bronze.

- Um dos cavaleiros rebeldes do Japão, imagino. – Ikki iria dizer algo, mas foi detido por Dohko.

- Sim. Viemos aqui por um motivo importante. – Continuou o cavaleiro de Ouro. – Saori Kido desapareceu.

Por um momento, o mestre pareceu se abalar, porém não demonstrou. Todos se mantiveram em silêncio por um tempo, até Dohko falar.

- Você sabe o que isso significa, não é, Ares? – Disse, o encarando. Ikki observava os dois.

- Sim. Eu sei muito bem. – Respondeu o grande mestre, de forma preocupada.

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Escuro e Sombrio, iluminado apenas por fracas tochas de luz azulada. Um grande corredor de pedras envelhecidas e escuras. Nas paredes, poucos detalhes. Luminárias antigas, de prata. Portas laterais decoradas com imagens sombrias. O chão de pedra era frio e úmido. No fim do local inóspito, uma enorme porta de madeira pesada e decorações antigas.

Por mais sombrio que fosse, dava sinais de que um dia já foi um lugar rico em vida. Suas riquezas pareciam escondidas por uma profunda tristeza que ecoava pelas passagens daquele enorme lugar. Pinturas, esculturas, tapeçarias, moveis antiguíssimos, tudo mostrava uma nobreza fascinante da morada de uma das mais belas e ricas famílias da Alemanha. O belo e esquecido Castelo Heinstein.

A porta pesada começou a se abrir, mostrando agora uma fraca iluminação de pôr do sol vindo das janelas. Uma sala de beleza distinta. Algumas estantes de livro cobriam uma parede. As grandes janelas deixavam adentrar a luz púrpura do crepúsculo formado no céu. A área tomava um tom avermelhado. Entrando no grande salão, uma figura conhecida anda vagarosamente até o meio do local.

- Terminei minha missão. – A voz de Shun era baixa e respeitosa. Sua pose era de respeito aos presentes.

- Shun. – Uma voz também calma veio ao seu encontro. Uma bela jovem de cabelos negros e um vestido escuro se aproximou. Um sorriso simples combinado com sua pele branca e seus olhos lilás contrastavam com a escuridão de suas vestes decoradas com bordados prateados e um colar simples, alem de suas jóias de prata, que relembravam o tempo de glória daquele lugar. A mulher se aproximou de Shun, segurando seu braço de forma carinhosa. – Que bom te ver novamente.

- Pandora tem razão. – Uma voz firme veio do fundo. Um homem alto, de cabelos e olhos dourados se levantava de uma cadeira em frente a uma mesa quadrada com um tabuleiro de xadrez. Suas vestes eram simples. Em sua testa, era visível uma estrela de seis pontas. – É bom ver que completou sua missão com êxito.

- Mas isso já era esperado. – A voz de outro homem foi ouvida. Este, de cabelos e olhos prateados, estava sentado do outro lado da mesa, e parecia encarar as peças do jogo, sem fitar Shun em momento algum. O cosmo de ambos era terrivelmente poderoso.

Shun os observava calmamente. Parecia para ele uma cena comum. Fitou a jovem abraçada em seu braço e sorriu para ela, sendo correspondido. Novamente olhou para os dois homens de poder inconcebível.

- Fico feliz em estar de volta. – Sorriu para ambos. – Meus mestres.


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Notas finais do capítulo

Aiai... quem estiver acompanhando o Lost Canvas como eu (poucos, eu creio) devem ver que a Shiori Teshirogi adora dificultar minha vida....

Agora, tenho que dar um jeito no Youma rapidinho, mas eu vou conseguir!



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