Entre Vivos e Mortos escrita por TheBlackWings


Capítulo 18
Capítulo 18 – Delicada dádiva


Notas iniciais do capítulo

Agradeço pelos comentarios e peço perdão pelo atraso!

Como uma leitora comentou no ultimo capitulo sobre meus erros ortograficos, fiquei envergonhada quando reli algumas partes! Neste capitulo, tentei evitar erros ao maximo, porém meu tempo é muito curto e as vezes posto as pressas.

Espero que entendam, e continuem lendo, comentando e criticando!



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O ânimo dos cavaleiros contrastava com os dias de calor que faziam. A chegada de um cavaleiro novo sempre provoca murmúrios e exaltações de todas as partes. Contudo, com todo o movimento do dia anterior, este segue de forma calma e tranqüila. A brisa refresca as pessoas agoniadas pelo calor, o que fez com que quase todos os cavaleiros ficassem fora da mansão praticamente o dia inteiro.

Sentada em um belo jardim em alguma parte da enorme residência, Saori observava os jovens cavaleiros entediados. Jabu, Ichi e Nachi estavam jogados em um gramado verde, Seiya conversava animadamente com Shun perto de uma árvore, Hyoga resolveu não sair do quarto, e Dohko estava explorando a vasta área com ajuda dos outros cavaleiros.

Seiya falava, empolgado, sobre o tal Dohko de Libra, o que ouviu falar sobre ele no Santuário. Shun escutava em silêncio, encostado a árvore.

- Não é incrível, Shun? – Dizia Seiya, inquieto. – Ele é um cavaleiro de Ouro! Como pudemos imaginar que o Santuário tentaria nos matar? Que besteira!

- É você tem razão. – Shun respondeu automaticamente. – Ele parece ser muito poderoso.

- Com certeza é! Nunca vi um treinamento entre cavaleiros de ouro, mas ouvi dizer que é fantástico! – Completou confiante, secando o suor de seu rosto com a mão. – Nunca vi fazer um calor assim aqui no Japão.

- Realmente. Desse jeito ficaremos sem o que fazer por um bom tempo. – Completou Shun, fechando os olhos e aproveitando a brisa. Seiya se sentou na raiz da árvore.

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Ikki como sempre, se mantinha a distância, entre a sombra refrescante de algumas árvores. Em silêncio, o único som que ouvia era o das folhas se batendo ao vento. De repente, ouviu uma voz falando com ele.

- Que belo dia, não é cavaleiro? – Se virou rapidamente com o susto. Dohko andava em sua direção, arrumando o chapéu chinês em sua cabeça.

- Acho que sim. – Respondeu friamente. – Não deveria estar explorando o lugar?

- Estava! Mas esse lugar é enorme! – Se apoiou em uma árvore próxima a Ikki. – Ahh, estou velho demais para isso!

Ikki olhou para o estranho, de aparentes 18 anos com uma expressão duvidosa, e logo retomou a olhar o nada. O mais velho olhou em volta.

- Aquele garoto ali – Apontou para onde estavam os cavaleiros. – Conhece ele?

Ikki olhou na direção que ele apontava.

- Conheço. – Disse, retomando a olhar para o outro lado. – É meu irmão.

- Sério? Humm – Dohko olhou para Ikki e novamente para Shun. – Creio então que vocês não se dão muito bem.

-...  – Ikki não respondeu.

- Hum... Bom, quando eu falei com ele, ele me disse que treinou na ilha de Andrômeda, não é?

- Sim.

- Entendi. Obrigado amigo! – Dohko agradeceu sorridente e começou a ir em direção a Saori. Ikki ficou olhando-o enquanto ele se afastava.

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E a tarde continuava monótona. Dohko estava junto de Saori e raramente se afastava. Com a noite se aproximando, o céu começou a se tingir de laranja claro, os ventos começaram a esfriar o calor, fazendo Saori se encolher. Junto com todos os seus cavaleiros, ela decidiu por se recolher na mansão, menos Dohko, que resolveu explorar mais um pouco o território, sozinho.

- Esta certo, mas tem certeza que não quer que alguém lhe acompanhe? – Disse Saori, já se dirigindo a mansão.

- Tenho sim! Eu vou ficar bem! – Sorriu e agradeceu logo depois se direcionando as áreas ainda não exploradas.

- Ok, divirta-se.

Junto com a moça, todos se recolheram. Dohko seguiu perto do bosque onde já havia andado há pouco, por onde havia um caminho de pedra semi escondido pela grama verde. A certa distancia da mansão, começou a conversar com alguém.

- Então? – A voz surgiu antes da pessoa com quem conversava. Aparecendo do nada, o ser invisível se mostrou ser Mu, aquele com quem Dohko havia conversado antes de ir para o Japão.

- Tenho quase certeza! – Disse, sorrindo para o amigo. – Porém, preciso esperar mais.

- O que descobriu? – Perguntou Mu, se aproximando do outro.

- Há um garoto muito estranho. – Dohko lembrava-se da curta conversa que teve com Shun. – Não tenho nenhuma prova sobre ele, mas só o que Shiryu havia me dito, além de minha intuição, me dizem que tem algo estranho nessa historia.

Mu pensou um pouco nos fatos.

- O que devo dizer ao mestre Ares? – A pergunta fez Dohko pensar.

- Diga que é para ele continuar neutro. Eu tenho que confirmar meus temores, e creio que em pouco tempo, tudo será confirmado.

Como num piscar de olhos, Mu desapareceu sem deixar vestígios. Dohko olhou em volta e logo retornou a mansão.

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O crepúsculo havia dado lugar à escuridão da noite. As luzes da mansão se apagavam uma após a outra. A mansão exalava um silêncio lúgubre pelos corredores sombrios. Nenhum sinal daquela vida que era exaltada durante o dia era visível à noite. Nos quartos, apenas a respiração e o bater das cortinhas ao vento.

Sentado sob os brancos lençóis de cetim de sua cama, Shun parecia esperar alguma coisa. Seus cabelos esverdeados, ocultos sobre um escuro tom de cinza que a escuridão impôs, balançavam com o vento vindo da janela entreaberta. Vestido com uma camisa branca desgastada, o vento frio o fazia estremecer de vez enquanto. Reagiu apenas com o barulho das janelas se batendo quando o vento pareceu dobrar sua intensidade por alguns segundos.

- Ola, garoto! – Um sorriso sarcástico e demoníaco surgiu das sombras, tomando a forma de um homem. – Sentiu saudades?

- Não muito. – Brincou Shun, que não pareceu se perturbar com a aparição.

- Engraçadinho. – O vulto de Youma se aproximou do jovem.

- Trouxe minha encomenda?

- É claro que trouxe. – Disse o homem, tirando algo do bolso e entregando a Shun. – Mas tem que me contar o seu plano!

- Já vai saber. – O jovem pegou a sua encomenda, e a observou no feixe de luz do luar que vinha de sua janela. – Agora, volte para lá.

- O que? – Contestou Youma.

- Eu logo irei ao seu encontro.

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O sangue de Shun parecia ferver. Era um sentimento incrível saber que logo terminaria sua missão, e com mais resultados. Suas coisas permaneciam prontas para a volta para casa. Vestiu seu sobretudo e seguiu pelo corredor escuro da mansão.

Não havia som nenhum além de seus passos, amortecidos pelo tapete vermelho que cobria todo corredor. Ninguém o veria ir a qualquer lugar da mansão àquela hora. As luzes vindas das grandes janelas de vidro que seguiam o lado contrário do corredor iluminavam o suficiente para formar uma enorme e disforme sombra de Shun na parede. Fez uma curva, aonde terminava o longo corredor dos quartos de hóspede. Os passos rápidos, porém macios seguia o caminho predestinado. Os olhos varriam o perímetro, ninguém estava acordado àquela hora, nem os empregados. 

Chegou ao topo da escada que descia até a sala de estar, mas fez a curva e seguiu pelo corredor paralelo. Ali, não havia portas, apenas ricas decorações que tomavam um ar fantasmagórico àquela hora. No fim do corredor, havia apenas uma porta dupla. O quarto de Saori Kido.

Quanto mais se aproximava, mais lentamente andava. Mirou direto na maçaneta, quando parou de repente. Uma fraca luz escapava pela fresta da porta. Tentou ouvir algum som. Depois de alguns segundos, deu alguns toques leves na madeira da porta. Por alguns segundos, achou que ela estava dormindo.

- Entre. – A voz fina veio do fundo do quarto. O jovem recuou, mas logo abriu a porta e entrou no cômodo.

Estava pouco iluminado por um abajur. Saori se encontrava, com seu vestido branco, observando as luzes que vinham da cidade na grande janela do seu quarto. Ela olhou para Shun, que parecia surpreso.

- Também não conseguiu dormir? – Perguntou, de forma doce, com um sorriso calmo no rosto. Shun se aproximou lentamente.

- Não consegui. Deve ser pelo calor. – Sorriu de volta, se aproximando mais ainda.

- Tem razão. – voltou seu olhar para a cidade logo a frente da mansão. – Quando não consigo dormir, fico olhando as luzes de Tókio. Fico imaginando tantas pessoas que estão lá, o que deve estar acontecendo nesse momento.

Shun olhou a janela de longe, enquanto Saori continuava a falar.

- Os humanos são tão fracos. – Essa frase surpreendeu o jovem. – É tão triste imaginar o que pode acontecer de ruim para as pessoas inocentes.

Shun ouvia, mudo. Parecia surpreso com aquelas frases. Não parecia a mesma jovem que via à alguns dias. Pegou-se imaginando o que ela dizia. As fracas pessoas, passando por tantas provações. Como num clique, pareceu ver o que estava fazendo. Voltando a olhar a jovem, tentou se focar novamente.

- Por que esta dizendo isso? – Perguntou, se aproximando e ficando lado a lado com ela, olhando a vista.

- Não sei me deu vontade. – Falou, simplesmente. Depois sorriu e completou. – Mas me sinto segura que os cavaleiros como você protejam as pessoas.

Shun pensou um pouco.

- Tem razão... – falou olhando para outra direção. Pensou que deveria terminar sua missão ali. E era isso que iria fazer. Pôs a mão no bolso.

- Senhorita? Tenho um presente para você. – Falou, gentilmente, atraindo a atenção da jovem. Puxou sua encomenda do bolso.

- O que é isso? – Perguntou, antes de ver. Shun segurava, em sua mão com faixas negras puídas, uma delicada flor púrpura, que logo entregou à jovem. – É linda! Obrigado.

A jovem observava à bela flor. Suas pétalas delicadas e rugosas se iluminavam pelo luar e davam um ar misterioso e sublime. Após observá-la por um tempo, sob o olhar de Shun, ela aconchegou a flor de forma majestosa no cabelo, sob a orelha direita. Ali ambos permaneceram por um tempo, observando a cidade que se movia lentamente mesmo àquela hora.

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Mesmo com o amanhecer brilhante de um dia perfeito, os ânimos não refletiam isso. Algo perturbava todos os cavaleiros na mansão. Algo estava errado.

Todos estavam na enorme sala de estar, Até Ikki. Conversavam de forma calma e contida, e alguns permaneciam em silêncio, este que não durou muito tempo. Todos se alertaram quando uma voz gritava de cima da escada. Um serviçal ofegante surgiu.

- A senhorita Kido Desapareceu!


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Notas finais do capítulo

A flor que descrevi no capitulo, leitores do LC ja devem conhecer. Sim, essa mesmo!! Como não tem uma cor exata para ela ainda (ou pelo menos eu não lembro dela!!!) resolvi por a que achei apropriada!



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