Entre Vivos e Mortos escrita por TheBlackWings


Capítulo 17
Capítulo 17 – Assistência Inapropriada


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo. Espero realmente que meus leitores não tenham abandonado a historia por causa de todo esse tempo sem postar. Problemas familiares graves me causaram esse afastamento não somente da historia como de outros nucleos de minha vida.

Espero que gostem do capitulo.



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O sorriso simpático do visitante contrastava com a face de pavor no rosto de todos. Instintivamente, alguns cavaleiros entraram em guarda, outros apenas o encaravam assustados. A jovem Saori parecia assustada, porém mantinha-se séria. Com a reação dos cavaleiros de entrar em guarda, o homem levantou as mãos para o alto.

- Opa, não precisam se precipitar! Eu vim em paz! – Sorrindo, brincou tentando melhorar o clima do lugar. Jabu se adiantou.

- E como vamos saber se não é mais um inimigo? Você disse que veio do Santuário! – Com os punhos cerrados a frente do corpo, mantinha-se pronto para atacar.

- Se eu quisesse atacá-los, não teria me apresentado aos guardas, não é? – Retrucou, ainda com as mãos erguidas. Os cavaleiros em guarda se acalmaram, mas continuavam receosos. Abaixando as mãos, Dohko tirou seu chapéu de palha e fez uma breve reverencia a Saori Kido e logo depois a cumprimentou.

- Muito prazer em conhecê-la! Gostaria de pedir para que me cedesse um tempo para eu explicar os acontecimentos recentes. Espero que me entenda. – Segurando a mão já jovem, falava de modo bastante educado e cordial. Saori parecia confiar no estranho, mesmo sem nunca ter o visto.

- É claro que sim. Se puder me acompanhar até a mansão, onde poderemos conversar melhor. – A decisão foi contestada pelos cavaleiros, porém nada a fez mudar de idéia.

- Agradeço a confiança! – Sorriu, observando enquanto ela se afastava e seguiu-a. Os cavaleiros fizeram o mesmo, mantendo vigia sobre o estranho. Seiya e Jabu iam logo atrás de Saori, mas olhavam para o estranho o tempo todo. Os outros seguiam em silencio. Hyoga e Shiryu não haviam dito nada até aquele momento, apenas se olharam e seguiram para dentro.

Aquela aparição era estranha para todos, e principalmente para uma pessoa. Shun, que se mantinha afastado até o presente momento, olhava em silencioso espanto o recém chegado cavaleiro. De um momento para outro, as palavras ditas por Saori sem consciência sequer dela mesmo faziam sentido. Aquela historia não havia acabado ainda.

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A sala estava lotada. Todos os 10 cavaleiros estavam parados, sentados ou em pé, encarando o visitante. Sentado em uma poltrona que ficava próxima ao sofá principal, Dohko sorria simpático e despreocupado. A caixa de madeira repousava no chão ao seu lado, seu chapéu de palha em cima dela. Saori se sentou no canto próximo a ele do sofá principal. Ao seu lado Seiya e Jabu. Os outros, em roda dos quatro, ficaram em pé. Ikki estava encostado na parede ao fundo da sala, próxima a porta de entrada; Hyoga e Shiryu permaneciam frente ao sofá principal e ao cavaleiro; Shun estava em pé, pouco atrás do Sofá.

- Bem... – Dohko começou a falar. Sua voz era forte e passava segurança, porém também era calma e jovial. – Creio já ter me apresentado. Meu nome é Dohko, vim aqui explicar alguns maus entendidos entre vocês e o Santuário.

- Não ouve maus entendidos. – Protestou Jabu. – Vocês mandaram os cavaleiros negros nos matarem.

- É, foi isso mesmo que vim explicar! Como cavaleiros, devem saber que o Santuário repudiou os cavaleiros negros por usarem suas armaduras para fins próprios. Acham mesmo que o mestre faria tal tolice?

O silencio mostrava que os cavaleiros pareciam analisar as palavras. A única prova daquele fato que tinham era a palavra de um cavaleiro negro. Mesmo assim, nenhum deles estava convencido, por isso, Dohko continuou falando.

- Hum... Hey, você, garoto! – Falou, apontando para Seiya. – Você treinou no Santuário, não é mesmo?

- Ahn? Sim, treinei sim. Como você sabe?

- Ora, quem não sabe! Você é o cavaleiro de Pégaso! – Falou sorrindo, e fazendo um sinal positivo com a mão.

- Sim, mas eu nunca o vi no Santuário. – Seiya falou, tentando se lembrar do rosto de Dohko.

- Realmente, eu vivia muito ocupado e nunca assisti seu treinamento. – Coçou a cabeça, pensando nas suas ocupações. – Mas Aiolia havia me falado de você.

- Ah, Conhece o Aiolia! – Agora o cavaleiro de Bronze estava empolgado. Parecia que pelo menos uma pessoa Dohko havia conquistado.

- Claro que sim. – Sorriu para o jovem. Alguns cavaleiros pareciam mais convencidos, porem a maioria se mantinha preocupada. – Hum... deixa eu ver se conheço mais algum.

Coçando o queixo, olhava na cara de cada cavaleiro.

- Ah! Você! – Gritou apontando. – Cavaleiro de Dragão, certo?

- Hã. Sim. – Shiryu parecia sem jeito.

- Eu... Hã... Conheço seu mestre!!! Pelo que sei dele, você é um ótimo cavaleiro!! – Piscou para ele, que aparentemente não entendeu nada. Apenas agradeceu com uma reverencia chinesa. O Cavaleiro mais velho continuou olhando os cavaleiros, até mesmo Ikki, que estava encostado perto da porta. Depois de um tempo, voltou a falar.

- Bom, nenhuma pergunta? – Falou olhando a todos os cavaleiros a sua frente. Saori parecia bastante confortável a perguntar.

- Então Sr. Dohko, não é?

-Por favor, nada de Senhor! Isso me faz parecer velho! – Deu uma risada sozinho, a jovem assentiu.

- Ok, Dohko. Você disse ter vindo por ordem do grande mestre do Santuário, certo?

-Isso.

- E como ele ficou sabendo, então, do ataque que os cavaleiros negros nos fizeram? – Todos ficaram curiosos com a pergunta.

- Bem, que eu saiba, o mestre tem muitos contatos.

- Entendo... Obrigado.

Os cavaleiros perguntavam coisas sobre o Santuário, que eram respondidas logo. Hyoga, até agora calado, resolveu fazer a única pergunta que ainda não havia sido feita.

- Me diga Dohko. Para ser enviado para tão longe do Santuário, deve ser um cavaleiro bastante importante. Qual é sua constelação?  - Dohko sorriu ao ouvir a pergunta.

- Finalmente! Achei que ninguém ia perguntar! Eu sou o cavaleiro de Libra!

O murmúrio se espalhou entre os cavaleiros.

- Libra? – Seiya disse sério. – Então, você é um cavaleiro de Ouro?

Aquilo repercutiu em todos os cavaleiros. Um cavaleiro de Ouro ali, na frente deles. Os mais altos cavaleiros na hierarquia dos 88 cavaleiros. Todos estavam tremendamente surpresos, ou melhor, quase todos.

- Isso mesmo! Sou o cavaleiro de Ouro da sétima casa zodiacal! – Falou sorridente. – Dohko de Libra!

Os cavaleiros não tinham mais preocupações. A presença daquele cavaleiro ali era uma prova de paz e da inocência do Santuário. Todos agora conversavam de forma alegre e descontraída, perguntavam coisas e brincavam. A sensação de paz parecia agora apenas ter se reforçado.

- Mas por que um cavaleiro de ouro para vir até aqui? – Nachi perguntou, agora sentado no tapete como quase todos os cavaleiros. Quase.

Ikki permanecia encostado a parede. Não desconfiava mais do cavaleiro de ouro, porém também não acreditava na historia dos cavaleiros negros. E Shun, ainda parado, de pé, logo atrás de Saori e Seiya, e de Dohko também. Já sabia que ele era um cavaleiro de ouro, e pior: Já sabia muito bem quem era Dohko de Libra.

- O Mestre ficou preocupado caso os cavaleiros negros resolvessem atacar novamente. Então me mandou para ter certeza que tudo ficaria bem. Infelizmente, Receio que eu tenha que ficar algum tempo aqui até descobrirem o motivo do ataque dos cavaleiros negros.

Essas palavras preocuparam Shun. “Ficar algum tempo aqui”. Era a confirmação de que ainda não havia acabado. A conversa prosseguiu por boa parte da tarde, até Saori se levantar.

- Ficaremos honrados em recebê-lo em minha mansão. Se me seguir, pedirei para algum empregado lhe mostrar um quarto.

- Agradeço muito! – Disse sorridente, ainda sentado. A Jovem começou a andar em direção das escadas, os cavaleiros já se levantaram e agora iam em direção aos seus quartos. Ao levantar-se, Dohko olha em torno da sala, e para quando olha para trás do sofá.

- Ora, ora. Não havia visto você ai! Diga-me seu nome, garoto! – Quando chamou, Shun já preparava-se para seguir os outros cavaleiros. Este parou, e olhou para trás.

- Meu nome é Shun. Muito prazer. – Falou encarando agora pela primeira vez dês de que Dohko havia chegado.

- Prazer, Shun. – Abriu um sorriso ao ver o jovem cavaleiro, porém um sorriso diferente do simpático que abria para os outros cavaleiros. Levantou a urna e a pos nas costas, botando em seguida o chapéu em sua cabeça. – Diga-me garoto, onde você treinou?

Shun estranhou a pergunta mas respondeu assim mesmo.

- Ilha de Andrômeda.

- Ahh sim, já ouvi falar. É um lugar horrível.

- É sim.

O silencio durou pouco, e logo ele perguntou novamente.

- Eu conhecia alguns mestres lá. Me diga, quem treinou você?

Shun parou novamente de andar. Pensou um pouco e respondeu, virando se para ele.

- Albion, cavaleiro de prata de Cefeu.

- Ouvi falar nele. Era um bom mestre?

- O melhor.

- Excelente! – Aumentou o passo para seguir a jovem Kido, ultrapassando Shun. Parou apenas para comentar uma ultima vez.

- De fato, ouvi dizer que Albion era um ótimo cavaleiro de prata e mestre. É uma pena que tenha morrido há alguns meses atrás. É uma perda inestimável para Athena.

Shun concordou com a cabeça.

- Realmente.

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Há noite, os cavaleiros se recolhiam tarde. Sem grandes agitações, ficavam até tarde conversando. Todos já estavam em seus quartos, às janelas da mansão se viam entreabertas ou fechadas. A luz vista se apagava aos poucos, e quase nenhum som era ouvido dentro da enorme casa. O pateo, então, estava mergulhado em total breu. Entre as arvores, não havia luz alguma naquela noite sem lua e sem estrelas no céu.  A clareira não se distinguia das outras partes do bosque, apenas era visto a mínima luz vinda da brasa de um cigarro.

- Se demora-se mais um pouco, eu ia embora sem você! – Reclamava Youma, deitado encima do banco de pedra polida no centro da clareira. O vulto de Shun apareceu e se encostou na única arvore que ficava ao lado do banco. – Já fez as malas?

- Mudança de planos. – Youma não pareceu surpreso. Soltou uma baforada de fumaça no ar.

- É mesmo? Não me surpreende. – Segurando sua irreverente cartola, sentou-se no banco. – E o motivo é?

- Você sabe.

- He, realmente, estou surpreso! – Abrindo um sorriso horripilante, parecia bastante feliz com a situação. – E o que ira fazer a respeito?

- Você vai voltar para lá. Se ele descobrir você aqui, estaremos perdidos.

- Certo, e você?

- Eu fiz uma alteração nos planos.

Soltando outra baforada, protestou.

- O plano foi concluído, não acha que deveria voltar para casa agora e esperar?

- Não posso perder essa chance.

- Tem certeza? – Shun pensou um segundo.

- Absoluta.

Youma o encarou na escuridão. Seu rosto transparecia uma confiança inabalável.

- Então faça o que quiser! Mesmo que estivesse errado, eu não poderia fazer nada para impedi-lo hehehe...

- Exato, mas eu vou precisar de um favor seu antes.

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A noite seguia seu curso, e ainda faltava muito para amanhecer. Shun já havia voltado para mansão. Havia apenas a escuridão. No meio da escuridão daquele bosque, apenas aquele ponto brancoera precariamente visível. O cão branco andava devagar pelo meio do bosque, farejando tudo que via pela frente. De repente, em meio a algumas arvores, parou ao farejar algo estranho.

Em meio às folhas secas caídas estava o corpo de Jango. O sangue já coagulado ainda era visível escorrido pelos ferimentos e empoçado pelo chão. A armadura fragmentada deixava a mostra os hematomas deixados por Youma, além da cabeça esmagada sobre a terra, cheia de sangue seco saindo do ferimento. O corpo já exalava o cheio de carne podre e sangue característico da decomposição. Enquanto cheirava o corpo, ouviu uma voz conhecida.

- Ola, amiguinho, veja o que encontrou. – O cão alegrou-se ao ver Youma. – Esse idiota já esta morto a alguns dias. Se ele continuar ai, logo vão encontrar o corpo e isso não vai ser bom não é?

O Cão continuou a farejar incessantemente o corpo.

- Então, meu amigo, não quer dar um jeito nele para mim?

As palavras de Youma foram o suficiente. De forma assombrosa, o animar pequeno e de indefesa aparência de transformou de forma grotesca em um animal horripilante. Seus membros se expandiram, dobrando e triplicando de tamanho. O pelo escurecendo e sua cauda se transformando em um tipo de serpente. A partir do pescoço começaram a aparecer duas enormes cabeças, com dentes afiados e um cheio de morte saindo de suas bocas. O animal demoníaco começou a brinfcar com o corpo, arrancando-lhe membros e disputando-o com as outras duas cabeças de forma feroz.

Youma observava tudo como se fosse algo cotidiano. Depois, direcionou sua vista a uma breve visão que era possível ter daquele ângulo da mansão. Falando para si mesmo, pensava que situação engraçada estava acontecendo.

- Quem diria, Dohko de Libra esta vivo! Adoraria vê-lo novamente, temos muitas coisas para conversar! – Falou, jogando seu cigarro fora. – Afinal, faz muito tempo que não te vejo!


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