Unintentionally you loved ♥ escrita por GiovannaMendes28


Capítulo 3
23 de Agosto de 2013




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Longos dias de ininterruptos interrogatórios, suposições e correrias vinham se estendendo. A exatos sete dias Megan, a menina desaparecida, não dava nem um sinal ou pista de quem poderia estar em seu encalço. Não conseguíamos traçar uma linha de raciocínio clara e objetiva, que pudesse trazer pelo menos alguns nomes de suspeitos.


(...)


Eram 21:00 hrs, e o relógio parecia não querer andar mais rápido de maneira alguma.
Me remexi na cadeira tentando encontrar uma posição mais confortável para que minha costas aguentassem. Parecia que a dias eu não sabia o que era dormir confortavelmente bem, as poucas horas de sono somadas as inúmeras horas de trabalho árduo estavam resultando em belas dores por todo meu corpo.
Respirei fundo enquanto olhava aqueles milhares de papéis em minha frente. Na minha mesa existiam fotos e mais fotos de Megan com seus amigos, com sua família e parentes, nada que parecesse suspeito ao meu ver.


– Quer um café? - ouvi a voz de Ross soar atrás de mim, me causando um leve arrepio.
– Não, obrigada - respondi rispidamente.
– Ei qual é, eu trouxe especialmente para você. Aposto que vai gostar, é um delicioso Frappuccino de Chocolate Branco. - notei seu olhar insistente sobre mim e voltei a fitá-lo sentindo meus olhos conectarem com aqueles lindos olhos avelãs, tão hipnotizantes. - Será uma noite longa, é um ótimo jeito de manter-se acordada - continuei a fitar seus olhos e estiquei minha mão para alcançar o copo que estava com Ross.
Pela primeira vez, tive a sensação de que ele estava sendo simpático comigo. Não que eu fosse uma pessoa fácil de se lhe dar, mas Ross era sempre tão chato e inconveniente. Suas piadas sempre tão idiotas, que eu realmente não esperaria uma atitude dessas.


– Obrigada - sei um sorriso sem graça e peguei o copo de café de sua mão. Encostei meus lábios perto do copo e soltei um leve sopro em direção ao delicioso café.
Meus olhos vibraram, eu simplesmente AMAVA, aquele chocolate branco do Starbucks ainda. Ross havia acertado de primeira! Fechei meus olhos saboreando o sabor incrível e a sensação deliciosa que aquilo me proporcionava.


Permaneci imóvel por alguns segundos e assim que abri meus olhos lentamente pude ver John parado me observando. Senti meu rosto ruborizar no mesmo instante e deixei escapar uma leve tossida, fazendo-o desviar seu olhar sobre mim.


– Er, então. Como estamos evoluindo? - o vi sentar-se ao meu lado . Por alguns instante pensei tê-lo visto sem graça.
– Bem..Já li e reli todas as anotações possíveis, e apesar de tudo o que ouvimos até agora, não temos nenhuma linha de raciocínio que nos leve a um culpado. - dei outro gole em meu café.


Ross pegou um dos relatórios e ficou alguns segundos em silêncio, parecia analisar friamente o que estava escrito. Pela primeira vez, havia visto Ross tão centrado em alguma coisa, sem fazer piadas ou qualquer coisa do tipo comigo.
Por um momento me peguei fitando seu rosto. Os traços marcantes, os olhos intensos, a boca bem desenhada, os cabelos alinhados e a expressão séria, que o deixava mais sexy ainda.


– É.. - o ouvi falar e rapidamente desviei meus olhos para qualquer outro canto da mesa. Que ótimo, agora ele iria achar que eu estava o secando ou qualquer outra coisa do tipo e não era nada disso, claro que não.
– Oi - falei rapidamente enquanto evitar olhar em sua direção.
Notei ele hesitar antes de falar, talvez até pudesse não ter percebido o que tinha ocorrido.
– Bem, talvez possamos descobrir alguma coisa com Suzan Allen, a melhor amiga de Megan.
– O depoimento dela não a coloca na cena do crime, ela disse que deixou Megan perto de sua casa e depois seguiu até a sua. - falei observando os papéis sob a mesa.
– Notou a frieza de Suzan ao falar da amiga? Em nenhum momento ela demonstrou sentimentos relacionados a perda da amiga. - Ross comentou ainda analisando o pedaço de papel em suas mãos.

– Ross, às vezes as pessoas reagem dessa maneira. Você como detetive deveria saber isso, nem todo mundo reage a mesma forma, algumas pessoas ficam em choque, não choram, não falam, não reagem, simples assim. - falei como se fosse óbvia.

– Desculpe detetive Crawford, mas frieza por estado de choque é uma coisa, frieza por não ter sentimentos é outra. Essa menina em nenhum momento sorriu ou demonstrou qualquer tipo de afeto com a amiga. E o mais estranho nisso tudo, é que ela diz que deixou a amiga na esquina da casa dela, mas o segurança da rua não viu nenhuma das duas por lá no dia do crime, Megan simplesmente não voltou para casa. - Ross se esticou na cadeira cansado. Ser detetive não era um trabalho muito fácil, principalmente pelas horas que passávamos sentados tentando encontrar soluções para os casos mais estranhos, nojentos e horríveis possíveis.


Dei um pequeno suspiro e fiquei quieta por alguns segundos.


– Vamos ter que interrogar Suzan novamente. - falei e vi Ross assentir com a cabeça de acordo. - Amanhã mesmo vou ligar para solicitar um novo depoimento dela. E quanto ao namorado?
– Bem, ele disse que ela terminou com ele alguns dias antes, e que vinha estado estranha nos últimos dois meses. Acho que ele não é culpado, seu depoimento foi as claras e ele estava realmente abalado - Ross perguntou inclinando um pouco a cadeira onde estava sentado.
– Voltamos a estaca zero, precisamos procurar mais pistas.
– Amanhã iremos a escola de Megan, vamos ver se encontramos algo que possa nos ajudar e clarear nossas idéias.


Após diversas especulações, Ross e eu olhamos para o relógio. O mesmo já marcava meia noite, estava bem tarde e logo pela manhã teríamos que estar de pé para continuar mais um longuíssimo dia de trabalho.

Peguei meu casaco e me vesti, ajeitando-o em seguida.


– Você veio de carro? - ouvi a pergunta de Ross que me fitava curioso.
– Não. Vim a pé mesmo, moro aqui perto e gosto de andar, me faz refletir. - respondi terminando de me ajeitar.
– Refletir sobre?
– Sobre a vida Ross, sobre a vida. É bom consigo espairecer um pouco, desligar um pouco a mente - o respondi séria.
– Porque você é tão brava? - ouvi sua pergunta e parei por alguns instantes. Eu não era a pessoa mais simpática do mundo, eu era reservada, não gostava de abrir minha vida para ninguém, talvez por isso era difícil me ver radiante, toda feliz, eu simplesmente gostava de viver no meu canto, na minha privacidade. Eu não estava errada sobre isso estava?
– Não sou brava Ross, sou apenas eu mesma. - respondi naturalmente e fomos seguindo até a porta do Departamento. Ross fez questão de me acompanhar até minha casa, não sei para que, afinal eu morava bem perto e poderia muito bem ir sozinha, mas ele era bem teimoso, mais do que alguém que eu conhecia por sinal.


Estávamos caminhando pelas ruas de Nova York, o vento estava bem gelado, para um dia de verão.


Continuamos caminhando em silêncio apenas sentindo a brisa do vento, o barulho de alguns galhos de árvores se remexendo, e nossas respirações. As ruas estavam desertas, já era tarde da noite.


– Bem.. chegamos - falei quebrando o silêncio que se instalará durante todo o caminho.
Ross parou observando o prédio branco, a sua frente. As varandas pequenas, davam um ar aconchegante confesso.
– Então é aqui que você mora? - Ross perguntou e deu um pequeno sorriso.
– Sim aqui mesmo. - respondi rapidamente.
– Bem, está entregue então, eu vou indo senhorita Crawford - fitei o rosto de Ross e o sorriso de canto formou-se em seus lábios. Eu odiava sorrisos de canto.
– Muito obrigada Detetive Ross, agradeço a companhia - dei um pequeno sorriso a ele em agradecimento.
– Não se preocupe. - ele falou e virou-se em direção a grande avenida.
Me virei indo em direção a porta do prédio. Assim que subi os poucos degraus da pequena escada ouvi a voz rouca de Ross me chamar.
Virei-me e lá estava ele, com aqueles olhos avelãs tão charmosos e convidativos.
– Sim? .
– Boa noite - ele falou e deu outro sorriso pequeno.
Dei um sorriso um pouco maior do que eu costumava dar , acenei com a cabeça e entrei em meu apartamento.
Estava exausta e só precisava de um belo banho e uma ótima noite de sono.
(...)


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