POV Dakota:

Como eu sempre digo: não tá fácil pra ninguém.

Nunca tá fácil pra ninguém.

Mas ainda sim tá mais fácil pra você do que pra mim, acredite.

Experimenta viajar duas horas de carro com seus filhos gritando em seu ouvido e sua mulher te ignorando, ai vem falar sobre dificuldade.

Viu? Estou tão perturbado que estou falando sozinho, socorro.

–Pai, a gente já ta chegando?? – perguntou Suriname pela quinta vez em 10 minutos.

–Não, Suri... ainda não – respondi cansado.

Eu e Rachel havíamos combinado de espalhar nossos filhos com parentes que moravam perto, pois nenhum deles havia concordado em cuidar de todos de uma vez. Havíamos deixado Jupiara e Aloha, que eram bem próximas, com os pais da Rachel que mais pareciam Sr e Sra Weasley; Panda e Che ficaram com meu pai, que espero que não os embebede de novo; Apollo, que era o mais velho, ficou com um tio da Rachel que também chamava Apollo (ela colocou esse nome para homenageá-lo); e estávamos a caminho da casa da minha avó para deixar os gêmeos Marlon e Suriname.

–Papaaai, aquela moça bonita que tava pelada no seu consultório vai ta lá? – perguntou Marlon.

Era disso mesmo que eu precisava.

TE ADOTEI PRA ISSO, MARLON RAMIRO BRANDO TEMPLE?

TE SALVEI DE SER CRIADO POR UMA GAROTA DE 16 ANOS SEM EXPERIÊNCIA PRA ISSO?

–V-vai sim, filhote – murmurei tentando não fazer alardes sobre sua proeza e acordar a besta adormecida do ciúme dentro de Rachel.

Sem muito sucesso.

–Viu, Lonlon?? Viu Suri? – exclamou ela se virando para eles no banco de trás – é isso que tenho que aguentar. Aposto que uma hora dessas aquela desqualificada já contou pra todas as meninas que sua mãe é corna!

–Rachel! Eu nunca te traí. – exclamei – nunca faria isso com você.

Ela se voltou pra frente e cruzou os braços.

–Moranguinho... – tentei

–Não me chama de moranguinho.

Parei o carro; já havíamos chegado na casa da minha avó.

–Eu juro que não há nada entre Bianca e eu – eu disse a Rachel.

–Jura mesmo? – ela se virou para mim.

–Juro pelo meu pai desmaiado de bêbado atrás da porta. E você sabe que isso já aconteceu.

Rachel riu.

–Ah, meu moranguinho... – me inclinei para beijá-la, mas Marlon nos interrompeu:

–Faz favor né, pai! – ele abriu a porta e puxou Suriname.

–Tchau, gente!!– gritou Suriname fechando a porta do carro e correndo para a porta da casa.

Um tempo longe deles pra ficar sozinho com meu moranguinho seria bom... mesmo que Bianca estivesse lá também.

Chegando no cruzeiro a única coisa que pensava era em rever os caras. Percy estava tão feliz que podia jurar que a qualquer minuto poderia sair cantando e dançando como se estivesse em um musical; Frank tava todo pomposo com cara de advogado de porta de cadeia; não achei que Leo estava lá essas coisas, mesmo Rachel dizendo que ele estava “um pedaço de mal caminho”; Nico estava com cara de cansado, mas nada mal; Jason estava parecendo uma criança emburrada que acabara de ser obrigada a dividir um brinquedo, que no caso era sua noiva Piper que estava um pitelzinho; Luke estava... não ligo.

O que importava mesmo eram meus Sharks.

–É tão bom revê-los– comentou Frank.

–Só por que é advogado acha que tem que ficar falando chique, viado? – zombou Nico. – cadê sua namorada? A Reyna 2.0?

–O nome dela é Hylla e ela não tem nada a ver com a Reyna. – disse Frank emburrado.

–Graças a Deus! – riu Percy

De repente ouvimos o som de gritos femininos.

–HAZEL!! – gritava Piper.

Hazel havia chegado, aparentemente. Olhei para Frank, e ele estava corado.

As meninas fizeram um montinho em volta dela, gritavam e pulava. Quando conseguiu se desvencilhar delas, Hazel veio até nós.

–Que saudades! – ela exclamou abraçando Jason.

Deu um abraço em todos nós, pulou Frank, e deu um abraço ainda mais demorado em Leo.

–Esqueceu a educação em casa? – perguntou Frank amargamente.

Hazel o ignorou, então resolvi dizer algo para amezinhar a tensão.

–E então, Hazel... Rachel disse que você tava namorando o primo do Leo.

Hazel abriu a boca para dizer algo, mas Leo a interrompeu:

–É... nós Valdezes temos um “algo a mais” sabe?

–Um ego maior que o normal? – riu Hazel

–PARA TUDO! – ouvimos uma voz.

Ah, eu reconheço essa voz...

Silena.

–LINDOOOOOOOOSSS!!! – gritou ela se materializando perto de nós – vocês estão melhores que nunca, fofuras.

–E você não mudou nada – comentou Percy rindo.

Silena tirou os óculos de sol e abraçou Percy ainda gritando.

–Não acredito que meu bebê vai casar!! Eles crescem tão rápido. – ela o soltou – você vai amar a vida de casado, é a melhor fase da sua vida!

Eu segurei o riso, mas Leo não conseguiu fazer o mesmo.

É, talvez algumas pessoas, como Silena, nasçam com a bunda virada pra lua mesmo.

POV Zoe:

Desde quando cortar algumas arvores e pôr fogo no próprio jardim virou crime? Tá bom, eu como advogada sabia que era ilegal, mas não estava levando isso a serio realmente, quero dizer, tantos assassinos a solta e a policia atrás de mim querendo me prender por atentado à flora? E eu que sempre pensei que se fosse para ser presa seria por algo que valesse a pena... Como atentado ao Grover... Atentado seguido de assassinato, ai sim. Talvez eu incluísse o Nico também. Uma caridade para as pessoas de bem.

Enfim, é claro que são outros duzentos eles me pegarem. Advogar defendendo os piores bandidos e mal caráteres tem suas vantagens; Mesmo foragida consegui embarcar no cruzeiro. Imagina se meu ex-marido boicotaria minha viagem de cruzeiro custeado pelo casalzinho apaixonado do ano? De jeito nenhum.

Cheguei com o queixo erguido e a bunda empinada. Like a Diva.

Percy, Annabeth e toda aquela gentalha com quem cursei a escola estavam no deck bebendo champagne como se fosse água, provavelmente porque era de graça.

Frank estava mais gostoso e bem vestido do que da ultima vez que eu o havia visto. Dakota estava com os cabelos mais ralos (calvície à vista?) e uma pancinha nada sexy. Hazel estava muito bem, com um bronzeado e pernas torneadas. Percy e Annabeth não haviam mudado nada. Se eu acreditasse no amor, diria que ele rejuvenesce as pessoas, mas como não acredito, acho que foi o botox mesmo. Thalia estava um pouco mais cheinha... Grávida, talvez? Ou são só os dotes culinários do Luke, que por sinal, está mais atraente do que nunca? Piper estava assustadoramente magra, e Jason abatido. Charles tinha alguns cabelos brancos e Silena estava irritante de tão fofa. Calipso não era mais a beldade que um dia fora e Leo... Uau! Aquele é o Leo? Coloca o Brad Pitt no chinelo fácil, fácil. Bianca e Reyna ainda não haviam chegado, ao que parece. Mas é claro que eu estou me esquecendo de alguém. Alguém que eu ignorei intencionalmente porque ele não é importante.

–Hey, Nico! Sua tetéia chegou! – berrou Dakota rindo feito uma hiena, como costumava fazer.

Fiquei indecisa entre ir cumprimentar a todos ou dar umas boas bofetadas em Dakota. Ele aparentemente estava com saudade, tadinho. Não, eu sou uma lady, pelo menos por enquanto. Já passei dessa fase, meu negocio agora são serras elétricas. Vou ignorá-lo por hora e agir como a dama que sou.

Dei um abraço forte em Annabeth, Hazel e Piper, e cumprimentei os outros com beijinhos no rosto. Claro que não inclui Dakota e Nico no pacote. Para os lindos, da minha parte só tapas.

–Que saúde... – resmungou Nico verme Di Angelo.

Ele estava horrível. E mesmo assim ainda me sentia atraída por aquilo.

Inexplicável.

–Não posso dizer o mesmo de você, não é? – retorqui sorrindo cruelmente.

Nico também sorriu.

–Eu posso estar ruim por fora, mas tem gente que está amarga por dentro.

As únicas respostas que pensem eram mal educadas demais para a ocasião.

Nico se afastou e eu me reuni com as garotas.

–Pensei que vocês levassem uma vida tipo coelho. – disse a Rachel encarando a pancinha de Dakota.

Rachel franziu a testa.

–É vegetarianismo. E você acha que com sete filhos eu tenho tempo para ser a babá do meu marido também?

–Caramba Rachel! É assim que você está quase chegando ao Nirvana? – perguntou Thalia.

Esforcei-me para não revirar os olhos.

Thalia e Rachel estão tentando ser zen. Não me pergunte sobre isso. Para mim é coisa de quem mora num hospício e come gelatina todo dia.

Rachel suspirou sofregamente.

–Você tem razão! – choramingou, e tirou uma flor amarela do bolso. Fechou os olhos e começou a cheirá-la como se fosse uma mascara de oxigênio. Então levantou os braços como se estivesse alongando, abriu os olhos e deu um sorriso que me perturbou. Eu estava prestes a rever minha decisão de viajar num cruzeiro com essa desequilibrada quando aconteceu uma coisa mais esquisita ainda.

No deck, carregada por dois caras musculosos, muito provavelmente contratados do catalogo da Abercrombie entrou minha melhor amiga dos tempos de escola, Bianca. Gente, o que tinha na agua daquela escola? Sinceramente, não era normal.

–Sexy sem ser vulgar? – comentou Nico e tossiu - Objetivo não atingido.

Não acho que nenhuma das meninas tenha ouvido. Eu mesma, mal ouvi. Como prestar atenção nele com aqueles dois pedaços de mau caminho ali?

Eles colocaram Bianca no chão, para se reunir com nós, meros mortais, e ela desavergonhadamente tirou duas nota de cem dólares do decote do vestido e entregou uma a cada um.

–Uma gorjeta por vocês serem tão lindos – e piscou.

Os rapazes saíram sorrindo enquanto ela nos olhava com uma expressão de superioridade.

–Eles não podiam ficar? – perguntou Hazel

Frank a olhou aborrecido.

–Essas pervertidas que não aguentam ficar um dia sem um homem...

–O que você tem haver com isso Zhang? – perguntou Hazel enfurecida.

–Ah, pelo amor que vocês têm à vida, eu juro que se começarem uma DR agora alguém vai nadar com os tubarões. - ameacei

Todos gritaram como garotinhas de nove anos, exceto Nico que gritou como uma de cinco.

Reyna havia brotado do chão, sem que ninguém visse.

POV Reyna:

Existe uma boa razão para a frase “o passado deve ficar no passado”. Você não vê gente como a Angelina Jolie relembrando seus anos de sexo, drogas e rock n’roll. O que importa é que hoje ela tem uma vida respeitável sendo altruísta e essas coisas. Mas você pensa que, é claro que se forem desenterrar o passado de alguém não vai ser da promotora fodona que põe os criminosos na cadeia e torna o mundo um lugar um pouco mais seguro para se viver. É claro que eles vão atrás do passado da Angelina Jolie. Ou deviam ir, pelo menos.

Filhos da égua desgraçados.

Essa nova coluna no The New York Times está me cheirando a desespero, é claro. Só isso para fazê-los publicar coisas que aquela desocupada da Clarisse escrevia no ensino médio.

E ainda mais esse tipo de coisa. Sobre mim. Não acredito que a minha mãe agora sabe disso.

Levei o jornal comigo para o navio. É claro que aqueles imbecis não estavam sabendo de nada.

Cheguei sorrateiramente.

Hazel e Frank estavam prestes a começar uma daquelas discussões de relacionamento que todo mundo sabe que acabaria em sexo, exceto eles.

–Ah, pelo amor que vocês têm à vida, eu juro que se começarem uma DR agora alguém vai nadar com os tubarões. - disse Zoe impaciente

Não havia tempo para abraços, cumprimentos ou discussões.

O mundo estava prestes a conhecer a nossa escandalosa historia.

–Ah Reyna, sempre chegando de forma tão formidável. – comentou Jason.

–Sentiu saudades? – perguntei irônica.

Jason pigarreou desconfortável sob o olhar penetrante de Piper.

TSC, TSC

Quanto mais as coisas mudam, mais elas ficam do mesmo jeito.

Apesar da minha relutância todos fizeram questão de me abraçar.

Eu não podia esperar nem mais um segundo, então soltei a bomba.

–Você leram o The New York recentemente? – perguntei impaciente.

Todos me encararam como se eu estivesse louca. Falando de um jornal depois de sei lá quanto tempo sem vê-los.

Coloquei o jornal na mesa e os observei ler curiosos, o conteúdo que eu já havia decorado de cor.

“Aquela época horrorosa da vida em que enfrentamos espinhas, temos de lidar com sexo, drogas, amigos, rivais e muitos dramas. Tudo é demais na adolescência. Mas apesar da experiência perturbadora a verdade é que são os melhores anos de nossas vidas. E para mostrar que não importa o quão vergonhoso seja seu passado, sempre tem alguém com um pior, publicaremos trechos do que um dia foi um jornal muito lido e comentado em sua época de publicação na West Side High School.

Reyna Spencer não vai mais ser conhecida apenas como conselheira dos Jets. A partir de hoje ela também é a fundadora e líder do recém-fundado Clube das Chuveirosas, do qual só fazem parte Hazel, Zoe e Bianca até o momento. As atividades do grupo são imorais demais para que eu as explicite aqui, mas envolvem chuveiros, ou melhor, chuveirinhos – que servem para levar para aquilo o que o chuveirão não consegue alcançar. Para os lerdos: SIM, eu estou falando de masturbação. E NÃO, é improvável que elas fiquem gravidas do Aquaman. Será que essa atividade extracurricular será acrescentada ao histórico das meninas já que é um grupo tão sério a ponto de ter até mesmo encontros semanais e tarefas especificas para cada uma? Espero não ter mais detalhes sobre isso. Quando não conseguimos pensar em mais nada indecente para Reyna fazer, ela vai lá e faz. Haja fogo no rabo. Pobre Jason. Se esse namoro continuar firme e forte ele vai precisar de ajuda medica para se manter vigoroso.”

Em poucos minutos os semblantes de Hazel e Zoe se tornaram indignados. Os meninos, para variar, riam feito hienas, liderados por Dakota. Rachel, Annabeth e Thalia pareciam preocupadas. E Bianca estava com cara de quem estava adorando aquilo tudo. OI?

–QUE PORRA É ESSA? – berrou Zoe histérica.

–É isso que eu quero saber – murmurei.

–Chuveirosas?? Séério?? Cara, como eu não me lembrava disso?? – Nico estava quase chorando de rir.

–Elas tinham um clube da mangueira e nos zoavam pelas nossas coleções da playboy. – lembrou Dakota quase se engasgando entre as palavras e s risos.

Hazel parecia prestes a esmurrar alguém. E eu a ajudaria com prazer.

–Calma galerinha – Percy estava com um sorriso bobo que o tornava a vitima perfeita para ser esmurrado. Se acalme Reyna. Annabeth quer se casar com um cara em perfeito estado. – Vamos ter muito tempo para pensar nisso já que estaremos de férias juntos em alto mar. Estamos partindo!

A perspectiva disso não me animou. Ainda mais com aqueles colecionadores de playboy. Nem quando Annabeth estava oferecendo às meninas sua maravilhosa banheira de hidromassagem.

Ah, não, esquece.

Essa porcaria de jornal não vai arruinar as minhas férias maravilhosas e gratuitas.

Eu vou aproveitar o sol e relaxar ao mesmo tempo em que descubro que bunda chutarei quando voltar à Nova York.

POV Frank:

Como havia comentado com Percy que não estava mais me aguentando em pé de cansaço da viagem, ele sugeriu que eu usasse a banheira enorme que ele e Annabeth tinham no quarto.

Awn, isso é que é um bom amigo.

Então eu fui né. Como iria recusar uma coisa assim oferecida com tanta boa vontade?

Quando entrei naquela banheira enorme, minhas preocupações foram imediatamente embora, e todas elas tinham a ver com Hazel.

Eu estava esperando que meu reencontro com ela depois de seis anos fosse ser menos estranho do que havia sido realmente. Mas quem eu estava querendo enganar? Eu nem consegui olhar na cara dela direito. Agora pensando melhor, devia ter elogiado sua aparência, mas duvido que qualquer coisa que dissesse ia fazer jus ao que eu realmente pensava. Era possível ela estar mais linda do que nunca?

Ah, que ótimo. Minhas preocupações voltaram.

De repente senti a algo se mexendo e abri os olhos, bem no momento em que Hazel emergia da água me olhando como se eu fosse um ladrão que tinha acabado de entrar em sua casa pedindo licença.

Era o que me faltava: alucinações.

“Não é real, não é real” repeti comigo mesmo e voltei a fechar os olhos.

–COM LICENÇA – a voz da alucinação de Hazel disse.

–Eu estou estressado, só isso. – murmurei sem abrir os olhos.

–ENTÃO DEIXA QUE EU TE DESESTRESSO.

Senti um tapa muito forte no rosto e abri os olhos; Hazel alucinação havia acabado de me estapear.

–FICOU LOUCA? – gritei para Hazel-não-tão-alucinação-assim.

–Eu? – ela apontou para si mesma – você que veio entrando numa banheira já ocupada.

E então, surpreendentemente, ela riu. Como se aquilo fosse normal, como se o fato de nós dois estarmos nus numa banheira fosse uma atividade corriqueira.

–Se estava com saudades de mim era só falar – disse ela sorrindo – não precisava desse showzinho.

–Showzinho? – perguntei indignado – você que está fazendo showzinho saindo da água como uma sereia prestes a me arrastar para uma morte agonizante. E por que você estava em baixo d’água numa banheira? – decidi entrar em seu joguinho - estava tentando se matar por que percebeu que mesmo sem você eu continuo tudo isso?

Ela riu debochando.

–Eu estava tentando quebrar o meu recorde de mais tempo embaixo d’agua, pra sua informação.

–Nem parece que tem 27 anos – revirei os olhos.

–27 anos muito bem vividos, com licença, obrigada. – ela respondeu – principalmente os vividos sem você.

–Ah, com certeza... você mora no México, né? Mexendo em ossos de dinossauros. Uhu, que excitante.

Hazel levantou uma sobrancelha como se me desafiasse.

–E você? Ajudando os fracos e oprimidos e vivendo com a irmã mais velha de Reyna que nem ela mesma aguenta? Estou molhadinha.

–Que tal você sair da banheira e se secar? Assim eu posso continuar o meu banho.

Hazel sorriu sugestivamente.

–Suas estratégias para me ver pelada já foram melhores.

Não sabia o que responder, então fiquei calado.

–Por que você não sai? – perguntou ela chegando mais perto.

–Assim você vai me ver sem roupa – respondi, agora cara a cara com ela.

–Não é nada que eu já não tenha visto – ela levantou uma sobrancelha – várias vezes.

Recuei um pouco e ela fez o mesmo.

–Você está muito assanhadinha pra uma menina comprometida.

–Não sou mais comprometida – ela disse sorrindo e brincando com a espuma.

–O primo mexicano do Leo terminou com você? – perguntei.

–Eu terminei com ele.

–Por quê?

–Ele escondeu meu convite pro casamento da Annabeth e do Percy.

–POR QUÊ?

–Por que ele não queria que eu te reencontrasse.

–... por que?

Ela parou de brincar com a espuma, me encarou e chegou mais perto novamente.

–Por que ficou com medo de que fosse acontecer alguma coisa entre nós.

–N-nossa, que idiotice – eu disse tentando não gaguejar muito.

–Pois é, idiotice.

Ela estava perto demais de mim, então decidi mudar o assunto.

–Hazel?

–Uhm?

–Você está pelada.

É, não foi uma boa ideia.

Ela se fez de surpresa, e exclamou:

–SÉRIO? MEU DEUS, FRANK! NÃO ACREDITO QUE TIREI A ROUPA PRA TOMAR BANHO!!!! ME COLOCA NA CAMISA DE FORÇA HOMEM SOCORRO!!!!!!!!!!!!!

–Hahaha – fiz sarcástico – muito engraçada.

–Essa situação está de deixando desconfortável, tubaraozão? – perguntou ela como se falasse com um bebê.

–Na verdade estou mais confortável do que deveria para o meu próprio bem. – murmurei

SÓ PRA DEIXAR CLARO: quem disse essa ultima frase não fui eu, e sim o meu inconsciente.

Com licença, obrigada.

Antes que Hazel pudesse responder, ouvimos a porta abrir e vimos Rachel entrar.

Quando percebeu eu e Hazel juntos na banheira, arregalou os olhos e sorriu sugestivamente.

–Desculpa incomodar... esqueci que você era a primeira na fila para usar a banheira gigantesca da Annabeth, Hazel – Rachel deu uma risadinha – só não sabia que podíamos usar pra esse tipo de coisa.

Depois, sem dizer uma palavra, começou a procurar alguma coisa nas gavetas do banheiro. Quando achou, me entregou: era uma camisinha.

Antes de sair do banheiro ela piscou para mim como se dissesse: “manda ver, garotão”.

–Era só o que faltava! – exclamei – e se ela disser pra Reyna? E SE A REYNA DISSER PRA HYLLA?

–Relaxa – Hazel riu e olhou pra camisinha – é melhor você guardar isso, talvez precise.

Com isso, ela saiu da banheira e eu fiz o maior esforço para não olhar.

Gritei internamente até ela sair do banheiro. Quando saiu, murmurei baixinho:

–Por que, Senhor? POR QUÊ?