Sombrio Limiar escrita por Anwar Pike


Capítulo 30
Neblina Sobre as Ondas


Notas iniciais do capítulo

Ok, espero que gostem, e se nao, deem a opiniao de voces doque precisa melhorar..



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Voltando já de noitinha a casa de Bocão, Jack se deparou com duas garotas no meio de uma discussão. Uma delas era loira e tinha o cabelo trançado, como uma princesa barbara. A outra tinha as faces delicadas, e os olhos inteligentes.

– Eu te avisei que não mexesse nas minhas coisas! – A loira gritava ate a morena, os punhos fechados, os olhos semicerrados perigosamente.

– Eu precisava de uma faca nova, e só encontrei no seu quarto.

– Isso não é desculpa... – A loira começou, mas então se deu conta da presença de Jack. As duas ficaram sem graça e o saudaram tentando disfarçar a voz raivosa da discussão anterior.

– Olá, eu sou Astrid e essa é a Heather. Nos somos sobrinhas do Bocão. Eu estou aqui para aprender a fazer machados e armas e lutar e Heather...

Bocão, que havia entrada no preciso momento a interrompeu:

– Heather esta aqui para estudar todas as ciências e modos da alta corte. – Ele disse o orgulho evidente em sua voz.

O garoto percebeu Astrid desviar o olhar, com tristeza. A preferencia que Bocão tinha pela morena era inegável e ele sentiu pena por Astrid.

Depois de algumas apresentações mais, Jack se banhou rapidamente e deitou em sua nova cama. Era dura e não tão confortável como a de sua casa. Mas o que ele mais sentia falta, era da irmãzinha, que dividia a cama com ele, fazendo com que ele não ficasse tão frio e o beijo de boa noite da mãe, sem faltar uma noite sequer. Mas ele afastou as lembranças. Agora era ele quem sustentava a casa, ele era quem deveria trazer o alimento e conforto para a família. Ele não deveria ficar triste por estar afastado delas. Isso apenas o ia atrapalhar. Com um ultimo suspiro alto, ele se virou de lado e adormeceu.

♠♠♠

Frio. Muito, muito frio. Soluço sentia seu corpo balançar junto com o navio. Os cobertores grossos não adiantavam muita coisa em aguas como essas. Mas ele só tinha que aguentar mais três dias. Logo eles estariam voltando a Aaron, e o calor da cidade seria muito bem vindo a seu corpo endurecido.

Seu pai, um Viking de temperamento tempestuoso, era o capitão da embarcação. Ele simplesmente decidira trazer o garoto dessa vez. Uma ideia horrível, em sua opinião. Não que Soluço fosse um completo inútil, ele tinha um conhecimento muito bom de armas e tinha um dom natural para inventar coisas. Além do mais, tinha especial talento com criaturas magicas, o que era muito útil nos mares que eles tinham pela frente.

Mas Soluço não tinha experiência marítima, e apesar de não enjoar frequentemente, ele se sentia péssimo com o balanço constante do navio.

E tinha também a questão das lutas que eles teriam que travar. Essas expedições não eram somente por conhecimento de outras terras. Tinha haver com a conquista delas. Seu pai queria estender o domínio marítimo de Aaron aos reinos do oriente e aos extremos do planeta também.

Eram objetivos malucos, mas ninguém ousava desafia lo, nem mesmo Soluço.

Depois de um longo tempo se revirando em sua cama, ele resolveu sair de sua cabine, e tomar um ar noturno.

Tentando se equilibrar, com os braços esticados, ele caminhou ate o convés.

Olhando por cima da borda, ele viu o mar escuro revolvendo se abaixo deles. As ondas pretas como piche tinham uma beleza estranha, e em seus movimentos pareciam estar dançando com o barco, rodopiando e fazendo o flutuar. Soluço ficou um tempo a admirar o seu movimento.

Seus pensamentos então, se concentraram no problema que eles tinham. Para chegar a ilha onde iriam aportar para buscar suprimentos, eles teriam que passar por território escocês. Vikings e Escoceses eram inimigos ferrenhos. Suas lendárias batalhas atravessavam gerações. A pouco mais de um século, eles haviam feito uma aliança de paz, para que assim pudessem comercializar com o reino de Aaron, mas uma inimizade não se resolve tão facilmente com um tratado de paz. Eles procuravam manter a maior distancia possível dos territórios uns dos outros, mas as vezes isso era impossível. E sempre que se juntavam algo saia extremamente mal. Da ultima vez um homem perdeu uma perna, por uma briga, que se iniciou de uma simples disputa por quem ficaria com o peixe maior.

O temor de Soluço era que outra dessas brigas estourasse enquanto eles passassem por la.

Mas ele respirou fundo, tentando se acalmar. Você é um Viking, é um risco que você tem que correr.

Ele se afastou da borda e começou a voltar a seu quarto ao ver os primeiros raios de sol iluminando o céu cheio de neblina.

Ele fez um pedido silencioso quando se deitou novamente. Que dessa vez, pelo menos dessa vez, algo de bom acontecesse.

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Notas finais do capítulo

comemtem! :D



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