As Nações de Sidgar escrita por Maria Beatriz


Capítulo 4
Capitulo 4 - Acordo Selado


Notas iniciais do capítulo

OMG! Muito, muito obrigada mesmo por comentarem *_* De verdade, não esperava que iria receber tantos comentários no inicio da fic, geralmente eu demorava um tempão para receber um, chegava a ser frustrante XD Mas to feliz da vida agora *-* Obriga da a Penguin Revolts por ter lindamente favoritado :) E a Dinossaura que lê a minha outra fic também e começou a ler essa *_* Isso me inspira, com certeza XD
Ai está mais um capitulo o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/466379/chapter/4

Fez-se um silêncio perturbador naquela sala. Por um instante, Creta acabou ponderando se deveria ou não continuar com aquela história, afinal, poderia inventar uma mentira e dizer que aquilo não era verdade. Estava temendo em saber o que aquele rei enigmático iria dizer sobre o que ela acabara de pronunciar.

Contudo, estamos lidando com Féris, o rei de Tibéria. Féris não tinha nada de bobo. Sabia que Creta não estava mentindo. Não iria adiantar ela inventar uma desculpa.

Levantou-se, e caminhou até a garota. Poderia perceber-se naquele momento, que a diferença de altura de Creta comparada aos outros dois ali, era ligeiramente grande.

–Tenho uma proposta para você. – Quem olhou para o rei com espanto foi Demeter. Mas manteve-se em silêncio como antes, afinal, a conversa não era consigo.

–Fala – Creta respondeu simplesmente.

–Você desrespeitou leis, oficiais perderam a vida por sua causa e, ainda estava roubando. Além de você ser uma murky, as consequências por isso não são nada boas. – Fez uma pausa. – Os outros dois escolhidos das outras nações ainda não se manifestaram você foi à primeira. Gostaria de fazer algo por mim, em troca de sua liberdade?

Creta estava começando a sentir-se em casa – isto é apenas um modo de falar, não era nada tranquilizante saber que acabara de ser presa e poderia ficar em uma situação assim por muito tempo -, porém entendia exatamente o que o rei queria dizer.

–O que eu tenho que fazer?

–Encontre os outros dois escolhidos. E eu lhe darei a liberdade de ter sua vida em troca.

E aquelas palavras, meus caros, fizeram Creta gelar. Sim, de fato ela ficara nervosa. Então significava que, se não fizesse o que estava sendo pedido, iria perder a vida? Estava certa ao pensar que seria seu fim, seu julgamento, o rei iria mata-la pelos crimes que cometera. Afinal, sabia de sua natureza, sabia muito bem que ela não era confiável. E é exatamente isso que acabou de ser dito, Creta estava ciente de que ela mesma, não era de total confiança. Havia aprendido a confiar apenas em si mesma. E ao mesmo tempo não.

Mas a voz da razão é grande, ela sempre escolhe o lado que lhe trará mais benefícios.

–Em troca de minha liberdade e de minha vida, eu terei apenas que encontrar os outros dois escolhidos? Apenas isso? – Disse, poderia parecer não se importar, mas se importava em demasia.

–Exatamente. Claro, com algumas condições. – Féris fez uma pausa. – Em primeiro lugar, você devera se manter sendo monitorado o tempo inteiro, não poderemos perder o contado com você e vamos precisar saber onde está. Em segundo lugar, vejo que você é mais inteligente do que aparenta, então, não poderá ir sozinha. Entenda que, o negligenciado ainda não se manifestou. Isso é péssimo. Pois não sabemos o que pode acontecer por causa disso e, precisamos então, estar preparados.

–Espera ai... – Creta gesticulou os braços presos com as algemas. –Entendo que você não confia em mim. Eu mesma não confiaria. Mas você quer que alguém vá comigo para me monitorar? É serio? E além do mais, querem se preparar para algo que nem sequer sabem se vai acontecer?

–Sim. Sabemos das consequências passadas, as coisas nunca ficavam boas. E sobre monitoração, Demeter poder seguir viagem com você. Ele será uma boa companhia e acredito que será de grande ajuda também.

E naquele momento, Demeter foi totalmente despertada de seus devaneios, finalmente resolvendo entrar na conversa. Seu nome havia sido citado, afinal.

–Eu? – Foi à única coisa que conseguiu perguntar. Sentiu-se um idiota por aquilo.

–Sim, você mesmo meu filho. – O Rei Féris respondeu. – Creio que seja a pessoa mais adequada para isso. É da minha confiança.

Demeter suspirou. Já imaginava que seu pai pediria alguma coisa, só não na possibilidade de ter que sair em uma viagem com uma murky. E também, não imaginava que seu pai iria pedir para aquela presa fazer algo que, de certa forma, era um acontecimento importante.

Também não fazia a menor ideia de que Creta era a escolhida da Nação da Terra.

–Está bem – não iria retrucar, não valia a pena.

Apesar de nem sempre demonstrar, não sabia fazer aquele tipo de coisa direito. Féris sentia orgulho do filho. Por isso, sorriu, embora ainda mantivesse semblante sério.

–Vocês irão partir em alguns dias, primeiramente teremos de resolver algumas coisas e, hoje ainda temos o aniversario de Alécia – o rei dizia a Demeter, Creta apenas observava. – Mas hoje, com ainda temos tempo, você poderia tratar algumas coisas para mim. Primeiramente, a leve para a enfermaria. Logo mais iremos discutir sobre o que vocês irão precisar – Ele olhou para Creta. – Estamos de acordo?

Féris estendeu a mão para que Creta a apertasse. Iria selar um contrato.

E Creta o fez.

–Estamos de acordo.

***

A enfermaria na qual o Rei Féris se referia, ainda fazia parte da prisão. Sento assim, agora estavam em uma sala grande de cores claras. Com varias macas espalhadas e algumas espécies de cortinas que as separavam. E estava vazia e silenciosa.

E então, Creta observou a pulseira que havia lhe dado, era grossa e de cor preta, com uma luz vermelha que ficava piscando. Aquilo deveria servir para que se mantivessem atentos sobre tudo o que ela fazia.

–O seu nome é Demeter, não é? – Não sabia por que estava perguntando aquilo, era a primeira vez que se pronunciara desde que havia chegado ali.

–Sim... – Falou enquanto abria uma caixa branca de metal, que estava sobre a maca que Creta permanecia sentada. – E o seu?

–Creta.

Demeter pegou as gazes que estavam guardadas junto do quite de primeiros socorros que tinha, passou álcool em um pedaço e o colocou sobre onde o rosto de Creta estava machucado. Ardeu, mas a mesma ignorou, enquanto Demeter limpava o sangue seco em seu rosto.

–Prazer em conhecê-la, Creta – ela iria responder, entretanto, resolveu ficar em silencio. Demeter pegou outro pedaço de gaze, largando o sujo em uma bandeja e voltou a limpar o sangue seco. – Foi Saleme quem fez isso, não é?

–A barata voadora? – Creta perguntou, enquanto Demeter mexia novamente na caixa de primeiros socorros. – É, foi ele sim. – Disse, de maneira que, parecia não se importar.

Demeter mexeu a cabeça negativamente, reprovando em silencio as atitudes de quem falavam.

–Ele cortou o seu rosto e bateu em você. Você irá ficar com uma cicatriz, pois terei de fazer pontos. Saleme é um dos piores que existe aqui. – Ele pegava um pequeno pode de pomada anestésica.

–Isso já aconteceu antes? Quer dizer... Aquela barata já bateu alguma vez em outra pessoa?

Demeter suspirou e começou a passar a anestesia em Creta.

–Sim. Normalmente ele faz esse tipo de coisa com prisioneiros que acredita ser “indefesos”. Mas normalmente ninguém se importa com isso, então Saleme nunca teve uma punição por isso. Só que os presos no qual ele faz isso, tempos depois às vezes acabam sendo soltos, por não serrem culpados. É uma história longa e complicada. – Disse enquanto guardava a pomada.

–Mas eu sou uma murky, ou era, então, de certa forma, sou culpada. – Creta passou a mão em seu rosto, sentido o mesmo estar com uma leve camada pastosa da pomada.

–Mas você é uma escolhida. Então, terá de arcar com a responsabilidade que tem. São as leis de Sidgar.

–“São as leis de Sidgar” – Creta imitou a voz de Demeter. – Tem ideia quantas vezes na minha vida já ouvi isso?

–E têm ideias de quantas vezes na minha vida meu pai me manda fazer as coisas sem nem ao menos saber se eu quero ou não fazer? – Demeter agora tentava imitar o mesmo tom de voz indignado de Creta. – Desculpe essa história das leis de Sidgar também me parecem repetitivas.

Creta ficou em silêncio e Demeter pegou uma agulha, já a preparando para começar a fazer os pontos.

–Um lado de seu rosto de está dormente? –Perguntou.

Creta fez uma careta, mexendo a mandíbula.

–Sim... Poderia arrancar um pedaço que eu não sentiria.

Demeter riu, de fato, aquela murky era uma pessoa complexa. Falava de mais e aquilo, lhe parecia interessante. Era como se, as palavras saíssem da boca de Creta sem ela ter tempo de impedir, como se seus pensamentos fossem altos de mais.

–Ótimo. – Pegou a agulha e a linha e começou a costurar o rosto d e Creta. De fato, saber se virar em qualquer situação, era uma das coisas que havia tido de aprender a fazer. Assim como, no momento, servia de enfermeiro. O que de certa forma, contatar deste jeito, parecia meio ridículo, mas era a situação. Infelizmente, ou, felizmente. Tudo depende do ponto de vista.

E para a sorte de Creta, com a pomada anestésica, não sentiu nada. Absolutamente nada. Agradecia mentalmente por aquilo, pois a sensação de ter sua pele costurada não deveria ser nada boa. Se bem que, naquele momento, também pode ver que Demeter fazia tudo com ligeiro cuidado, com os olhos azuis concentrados. E assim, ela ficou encarando-o até o ultimo ponto ser feito.

–O que foi? – Demeter disse, reparando que era observado. Pôs a agulha e a linha na bandeja onde as gazes sujas estavam. Creta iria preparar-se para dizer algo, mas Demeter a interrompeu. – Fale pouco e não mexa de mais a boca. Se não os pontos irão abrir e eu ainda tenho que colocar os curativos.

Ela assentiu. E, pela primeira vez, meus caros, Creta falou de maneira calma.

–Não ouve nada. – E se alguma coisa havia acontecido? De fato, ela ficara o observando, e no momento, tentava adivinhar sua idade. Quantos anos Demeter teria? Não aparentava ser velho, não era velho. – Quantos anos você têm? – Mudou de assunto.

–Vinte e seis... – Falou ligeiramente confuso. – Mas por que perguntou?

–Apenas por perguntar – ainda falava com a voz menos acelerada. Afinal, o corte iniciava-se um pouco abaixo de sua mandíbula e terminava no meio de sua bochecha.

Após isso, Demeter começou a fazer os curativos.

E agora, meus caros, iremos para outro lugar. Não tão distante, pois ainda continuaremos na capital de Tibéria. Apenas, iremos deixar Demeter e Creta um pouco de lado.

O quão injusto estava sendo aquele dia. Bufou e continuou com os braços escorados na mureta da sacada de seu quarto. Nesse momento, meus amigos, Alécia estava vislumbrando a imagem da Capital de Tibéria. Local que há poucas horas havia sido atacado por murkys e, que por sorte, seu irmão, Demeter avisara diretamente ao rei. Há tempo.

Mas entendam, quando digo que aquele dia estava sendo injusto para Alécia, não era totalmente assim. Primeiramente, ela acordara de manha e fugira de casa. E por qual motivo? Queria poder nadar, no dia de seu aniversario não queria ficar presa em casa como sempre acontecia. Por sorte, Demeter a seguiu, pois poderia se dizer que Alécia nem sempre se virava bem sozinha, sua personalidade por vezes não deixava. No entanto, agora, meus caros, enquanto o sol pairava no céu. Ela refletia, ou melhor, tentava.

–Mãe... Eu sei que você está me observando. – Disse arrastada, enquanto ouvia o som dos passos da Rainha Selene se aproximar.

–Percebeu apenas agora?

Selene era parecida com Alécia, àquilo era inegável. Os olhos azuis e os cabelos compridos e negros. Contudo, Alécia tinha a personalidade do pai e Demeter a da mãe. Aquilo era incontestável. Vestia-se com um longo vestido de cor azul bebê, seus cabelos eram trançados com mechas finas que se prendiam detrás de sua cabeça com um prendedor de prata e desciam também trançados com uma fita azul, deixando algumas mechas caírem em seu rosto.

Acho que um fato interessante sobre a família Dilzian, governante de Tibéria, é que: Selene e Féris eram primos. Mas ao contrario do que se poderia pensar, não haviam se casado por obrigação. Por isso a aparência semelhante que tinham.

–Eu, simplesmente, não entendo... – Alécia desabafou.

–O que não entende? – Selene disse calma.

–Hoje é meu aniversário, completo dezoito anos e, queria apenas ter um dia pra mim. Sem precisar ficar presa nesse palácio – ela olhou ao redor. Não, não exatamente um palácio como os de antigamente, a arquitetura tinha suas diferenças e semelhanças, porém, o nome havia pegado desde muito tempo. – Eu sempre tenho que ficar aqui, Demeter pelo menos ajuda o pai de vez em quando, como agora por exemplo. Mas nunca há algo que eu possa fazer, me sinto uma inútil.

A rainha sorriu.

–Mas você é uma princesa Alécia. Apesar de nem sempre portar-se como uma, admito, seu nome é importante. E, aliás, qual é o problema em tudo isso? – E Rainha disse calma.

–Eu sei disso também... – Virou de costas e apoiou-se na mureta, olhando para o céu cinzento. – Mas queria algo a mais, sabe poder viajar... Conhecer lugares, pessoas.

–Você se parece com seu pai, quando tinham a mesma idade.

–E agora ele passa boa parte do tempo enfurnado dentro de uma sala, em baixo da cidade em uma prisão se segurança máxima submersa. Não quero um futuro como esse.

–Então você quer uma aventura, Alécia?

Alécia virou-se e votou a observar a cidade. Não era tão grande, um lado era cercado por montanhas que não ficavam tão distante, seu centro encontrava-se uma enorme praça pavimentada com asfalto. As casas subiam os morros, dando uma visão bonita das varias casas juntas, a cidade “montanha”. E, de onde estavam ainda podia ver o mar que cercava a ilhota.

–Talvez... Existe algo de errado em sonhar com isso?

–Não existe nada de errado em sonhar. O único problema é quando deixamos nossos sonhos atrapalharem a nossa realidade. Crie objetivos Alécia. Quando criamos objetivos acabamos correndo atrás deles para poder conquistar. Mas sonhos, sonhos apenas ficam em nossas mentes e nem sempre se tornam concretos.

–Então, quer dizer que eu devo criar um objetivo? – Naquele momento, meus caros, ideias totalmente controvérsias passavam na mente daquela princesa.

–Mas isso não significa deve sair por ai, para encontrar uma aventura. – A rainha disse calma, lendo os pensamentos de Alécia. – Mas não proíbo nada, faça o que bem entender. Já está fazendo dezoito anos, não está?

Era o dia de seu aniversário, e aquilo, fez lembrar-se de algo.

–Hoje não é o dia em que Tereza, a última escolhida morreu? – Seu semblante era sério agora.

–Sim, lembro-me que seu irmão ficou muito abalado por causa disso. Ele a considerava uma avó.

–Dizem que os escolhidos nascem após o ultimo dos que os antecederam morrer. Eu nasci no mesmo dia em que ela morreu. Existe a possibilidade de eu ser uma escolhida? – Perguntou, já havia ponderado sobre aquela ideia muitas vezes, de fato, mas nunca havia dito.

–Não sei, não posso dizer. Se for, qualquer hora descobrirá. – A rainha fez uma pausa. – Mas agora vamos, temos muitas coisas para fazer.

Alécia assentiu, seguindo a mãe que saia do quarto.

Imagem do Capítulo - Demeter


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Antes de tudo, para ver a imagem, é só clicar no link, é a mesma do capitulo anterior que nao abriu por que a minha net ta muito lenta, então eu resolvi colocar em forma de Link, da verdade, acho de agora em diante vou fazer assim quanto tiver um desenho novo.
Duvidas? Criticas? Elogios? Sabem que tem que comentar né? LOL
Se o link não pegar: https://scontent-b-dfw.xx.fbcdn.net/hphotos-prn2/t1/1601203_508856495893854_1368191913_n.jpg

Até o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Nações de Sidgar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.