As Nações de Sidgar escrita por Maria Beatriz


Capítulo 3
Capitulo 3 - A Prisioneira


Notas iniciais do capítulo

Yooo! Fiquei muito feliz pela Ádria Carolina ter comentado :) Espero que continue acompanhando a fic, viu? Eu tenho umas ideias bem malucas para essa história mesmo >—



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Amaldiçoou-se mentalmente de todas as pragas que conhecia. Como conseguira ser tão burra a ponto de se deixar ser presa? E agora, estava em uma cela, um lugar escuro e cavo. Gelado com as paredes metalizadas, as grades a sua frente e o guarda mal encarado.

Sim, Creta havia sido presa. Pega pelos oficiais do exercito de Tibéria. Logo iria ser levada para falar com o Rei, pois o mesmo queria explicações sobre os motivos de tal invasão violenta que os murkys haviam arranjado. E o que Creta poderia fazer? Apenas estava com os murkys por que queria ter a chance de poder viajar entre todas as nações, sem ter tanto trabalho para isso, passava nos locais para tentar encontrar informações sobre seu verdadeiro objetivo. Mas também, claro que se você tem apenas oito anos de idade, e passa a fazer parte de uma comunidade assim, torna-se um pouco complexo. Creta sempre soube demais, sobrevivência era algo que, poderia se dizer, uma especialidade. Conhecia o mundo, embora não todos os seus lugares, mas sabia de seus maus e estava ciente de tudo isto. Já havia deixado de pensar em contos de fada e finais felizes há muito tempo. Meus caros poderia dizer que Creta era bem diferente de nossa querida Alécia, que no momento, deve encontrar-se bem longe dali.

Creta era uma pessoa previsível e imprevisível. Pois se podia prever que ela seria imprevisível.

–Ei! Como a ratinha está? – O guarda aproximou-se, com a cabeça coberta pelo capacete, em frente ao seu rosto apenas uma espécie de vidro fume estava presente. Impedindo Creta de ver o rosto daquele que a observava de fora da cela.

–Se sou uma rata, o que você é? – Creta perguntou, sentada no canto da cela, com as costas escoradas nas paredes de metal. Sim, as celas eram divididas por paredes metalizadas e geladas. E o motivo: simples, menos espaço para mais presos. Embora cada cela devesse conter dois presos, Creta estava sozinha, assim como em todo o bloco o qual permanecia. Haviam a separado, afinal, um murky não era qualquer preso.

–Não me desafie... Sua rata. – Se não tivessem tirado seu arco, iria acertar uma flecha com chamas diretamente na testa daquele maldito. Mas não, não poderia fazer aquilo agora.

Entretanto, Creta era uma escolhida e só naquele momento lembrou-se daquilo. Tentou formar uma esfera de luz em suas mãos, iria explodir aquela coisa que a cercava de uma vez e acabaria finalmente com toda aquela idiotice.

Mas meus caros entendam: em um reino como Tibéria, principalmente em sua capital, localizada naquela mundo. Não seria tão simples usar magia enquanto estiver preso.

Creta sentiu vontade de gritar, pois ao invés de fluir aquele fluxo tão fantástico que a magia conseguia ser, Creta viu apenas uma sombra fosca exalar de suas mãos. Sabia exatamente o que aquilo significava.

E o guarda do lado de fora da cela começou a rir, debochado gargalhou.

–O que estava pensando? A ratinha iria tentar fazer algo contra mim? – Creta apenas fulminou-o com o olhar. – Existe um selo em torno desta cadeia. Você não pode usar magia, ratinha manipuladora. Se tentar fazer algo, a única coisa que acontecera é essa coisa que você acabou de ver.

–Não me chame de rata. – Disse seca. – E eu sei que tipo de selo é esse. Não é preciso uma barata estupida me explicar. E sou muito mais do que uma simples manipuladora.

De tantas coisas que existem nesse mundo, não acho que seria interessante ficar explicando tudo de uma vez só. Os acontecimentos serão explicados com forme chegam a hora certa. Manipuladores eram aqueles que conseguiam manipular a magia como bem quisessem, era algo que qualquer um poderia fazer, entretanto, era uma arte complicada. Apenas aqueles que descendiam de uma família já com ligações à magia, bem, esses normalmente tinham extrema facilidade. Entretanto, meus caros, essas leis não se aplicavam a Creta. Seu caso era diferente, bem diferente. E ela estava ciente daquilo.

–Então a ratinha está estressada? Interessante, sabia que com esse objeto eu poderia entrar ai dentro e lhe ensinar algumas coisas? – ele retirou do bolço um cartão magnético, que era usado para abrir as portas das celas. Mas apenas mostrou para Creta, não se aproximou e nem tentou abrir a cela.

–Tsc... E vai fazer o que, barata? – Disse, com ligeira arrogância. – Levantar voou e sobrevoar em círculos a cela para ver se eu saio correndo e gritando? Como se fosse uma garota mimada com medo de um inseto?

Neste momento, queria dizer que, existem pessoas que são ainda mais burras do que outras. Creta não era burra, embora não soubesse tratar muito bem as pessoas. No entanto, aquele guarda sim. Primeiramente, por que ele estava trabalhando e não deveria nem mesmo ter iniciando uma frase direcionada a Creta. Mas dizem o que querem e ouvem o que não querem. E pessoas burras, ainda se irritam com isso. Ofendem-se, de certa forma, por culpa da resposta que receberam, devido outra pior que já haviam dado.

O guarda imediatamente retirou o cartão de dentro do bolço da calça da farda, rapidamente e com raiva, aproximou-se de porta passou o cartão e a abriu, fazendo com que o som das grades ecoasse onde estavam. Creta apenas o seguiu com os olhos, secamente. Ele curvou-se para ficar mais próximo da Creta e segurou com força a gola do colete que ainda usava. Levantou-a e prensou-a contra parede, batendo com força sua cabeça no tapume.

–Quem você pensa que é para falar assim comigo? –Disse ameaçador.

E naquele momento, o que esperavam que Creta fizesse? Bem, ela poderia muito bem dar uma resposta para ele, tinha varias na ponta da língua. Mas não. Creta cuspiu na cara do guarda, embora, a mesma estivesse coberta pelo vidro.

E o guarda novamente riu

E após isso, acertou um soco certeiro no rosto de Creta. Soltando-a e a derrubando no chão, com um lado da face vermelha e arranhada, logo mais iria inchar. E ela iria agir defender-se. Mas não, o guarda segurou novamente seu colete, prensou-a contra a parede, impedindo-a de fazer qualquer movimento. Pegou o canivete que guardava em seu bolço.

Não, aquele homem não era um oficial de respeito, então, digamos que o que ele fazia nem sempre era o que fora mandado.

–Eu poderia usar essa arma que carrego – apontou para a pistola que estava presa em seu sinto. – Mas não poderia mata-la, se fizesse isso às coisas não ficariam muito boas para mim. – Ele levou a lamina do canivete na direção do rosto de Creta, logo, prensando-a contra sua bochecha esquerda.

E aquilo doeu.

Em Creta, obviamente.

Sentiu apenas seu sangue escorrer, em um corte que o maldito fizera em seu rosto. Naquele momento, Creta também pode constatar que acabara de receber uma cicatriz em sua bochecha, pois o corte não era raso. Iria ficar uma marca.

–Desgraçado... – Creta disse, ignorando completamente a ardência que sentia em um lado de seu rosto, encarando o guarda.

E naquele exato momento, ele aprofundou um pouco mais a lâmina no rosto da mais nova, agora doendo ainda mais, Creta teve a sensação de que o corte seria um pouco maior do que esperava.

Entretanto, apesar de parecer repetitivo ver alguém estar em uma péssima situação e de repente chega um salvador. Foi isso o que aconteceu. Não exatamente, mas chegaria quase lá.

Ouviram o som de uma porta maior ser aberta, ecoando no corredor o barulho logo cessou. Mais alguém havia chegado naquele bloco.

O guarda silenciosamente afastou a lamina do canivete do rosto de Creta, soltando-a com cuidado para não fazer barulho. Ainda fazia sinal para a mesma manter-se em silencio. Enquanto fechava a cela para ver quem se aproximava.

–O que está fazendo, Saleme? – Era Demeter.

Isto mesmo, Demeter, estava ali a mando de seu pai, o rei de Tibéria. Um fato interessante sobre o crescido Demeter é que, ele não fazia parte dos exércitos de seu reino, não era tão ligado a “governar” as coisas. Entretanto, havia sido quase que obrigado a ter um treinamento superior ao de qualquer soltado, ou, oficial comum. Era mais forte do que muitos. Isso era impossível negar. E também, era bem respeitado, não por ter nome importante, mas por vezes, era por ele mesmo. Algumas vezes ainda tinha de ajudar o pai em certos casos que ocorriam no reino, este era um deles.

–Nada de mais, senhor. – Disse, com ligeiro nervosismo, afinal, ainda tinha de ser educado com o filho do rei, se não, suas consequências não seriam agradáveis. – Apenas ensinado certos prisioneiros a terem respeito com homens da lei.

Demeter ponderou, não havia visto Creta ainda. Deu alguns passos e vislumbrou a cela, sua expressão mudou.

–Não entendo, como ensinar uma pessoa ter respeito se, você certamente, faltou respeito com ela? – Alternou o olhar entre Creta, que permanecia em silencio, corroendo-se por dentro por não poder fazer nada e já se cansando daquela situação. E Saleme, que de certa forma, sentia ligeiro desespero com os problemas que poderia acabar tendo.

–Mas eu não faltei respeito com ela, senhor. – Manteve-se na posição de sentido.

Em certos momentos, pode-se dizer que sentimos vontade de intervir em situações. A cara lavada de algumas pessoas é irritante.

Demeter suspirou, entendia muito bem o que estava acontecendo e não lhe parecia nenhuma novidade. E aquilo o irritava, ligeiramente, pois sempre tentava manter-se o mais calmo possível.

Meus caros, não queiram imaginar como o nosso querido Demeter ficaria ao chegar a seu limite de paciência.

–O Rei Féris mandou-me buscar ela, poderia ao menos, abrir a cela? – Perguntou sério.

–Sim senhor. – Pegou o mesmo cartão de antes e rapidamente abriu a porta se afastando.

Demeter passou, sendo seguido pelo olhar penetrante de Creta, poderia dizer que ela iria matar alguém apenas encarando-o. Mas Demeter ignorou aquilo e aproximou-se dela agachando-se para ficar da mesma altura. Creta por sua vez, estava sentada no canto da sela. Pegou as algemas que levava consigo e viu a garota hesitar, afastando-se ligeiramente enquanto a bochecha esquerda estava manchada de sangue, quase que escondendo a parte machucada.

–Ei... Não vou fazer nada. Apenas tenho que por essas algemas em você. – Disse plácido e levantou o objeto, com a corrente que o prendia era uma espécie de fio de aço.

–Você fala as coisas como se estivesse dialogando com um animal. – Resmungou Creta virou a cara.

Demeter suspirou. A ainda estranha – para si – que estava a sua frente, não aparentava ser uma grande ameaça. Era uma pessoa birrenta e complicada, que havia juntando-se aos murkys. Naquele momento, pensou na possibilidade de que ela poderia não ser tão ruim assim quanto os outros murkys. Bem, aquelas eram as ideias que se passavam na mente de Demeter.

–Você tem que colocar as algemas. Se não fizer isso, não vai poder sair. – Disse sério, novamente. – E além do mais, eu não estava vendo você como um animal. Falei aquilo apenas por que realmente, não vim fazer mal nenhum, apenas preciso leva-la.

–Use palavras melhores da próxima vez - esticou os braços na direção de Demeter, para que o mesmo colocasse as algemas. Já havia desistido, não tinha mais jeito, havia sido presa, talvez a sentenciassem a morte. Não tinha duvidas, estava indo para um “julgamento”. Só poderia ser aquilo.

Mas entendam, aqueles eram os pensamentos de Creta, não significa que era exatamente algo assim. Ser sentenciado à morte era algo que levava certo tempo, digamos. Mas as possibilidades ainda estavam presentes, apesar de tudo.

Demeter rapidamente colocou as algemas em torno dos pulsos finos de Creta. Logo em seguida ajudou-a a ficar de pé.

–Eu irei leva-la. – Disse para Seleme. – Há mais dois guardas nos esperando fora do bloco, e creio que você tenha mais o que fazer. – Encarou-o, embora sua expressão não fosse tão ameaçadora, seus olhos azuis queimavam em chamas de cor anil. Mas por favor, não vamos exagerar nas coisas, não era para tanto assim. – Espero que ninguém mais precise ser “ensinado” por você a ter respeito.

Saleme assentiu, xingando-se mentalmente por não poder fazer nada contra. Ora, maldito principezinho, achava-se por ter nome importante. No entanto, o que Saleme não sabia e talvez nunca fosse saber, é que, Demeter nunca se importou tanto assim com seu título. Por vezes, não gostava tanto assim de tê-lo.

Guiou Creta até a porta de ferro que havia no fim do corredor de selas. Parou em frente da mesma e digitou o código de segurança, mas Creta mesmo que tentasse, não conseguiu ver qual era. A porta de metal abriu-se, dividindo-se na vertical, dando a vista do corredor à frente e, como Demeter dissera antes, os dois guardas que o esperavam.

Silenciosamente passaram, deixando a porta se fechar sozinha, Demeter continuou a segurar o braço direito de Creta, os outros dois guardas armados os seguiram a alguns passos de distancia.

Creta permaneceu em silêncio, apenas analisando aquele estranho corredor. Seu piso era feito claramente de ferro assim como o teto, tendo alguns canos que deveria pertencer a algum tipo de tubulação. Entretanto, as paredes das sua esquerda e direita... Eram de vidro? Creta ponderou, mas eram de fato. Feitas de vidro, a prisão do Reino de Tibéria ficava localizada abaixo de sua capital, sendo assim, era feita submersa. Em baixo d’agua, de fato. Uma bela maneira de impedir que presos fugissem, não acha? Contudo, podia-se ver, mesmo que com ligeira escuridão que nem mesmo as lâmpadas fluorescentes pudessem retirar. Podia ver o mar, talvez algumas centenas de metros abaixo de solo firme.

–Estamos... Em baixo d’agua? – Creta acabou deixando a pergunta escapar, ligeiramente boquiaberta.

–Exatamente. – Demeter respondeu. – A principal prisão do Reino de Tibéria fica em baixo d’água, então sim, tecnicamente estamos no meio do oceano, submersos. E todas as estruturas e blocos são selados, não se pode utilizar magia aqui dentro, manipuladora.

–Não sou uma manipuladora. – Creta tinha os olhos pregados em um cardume de peixes que via do outro lado dos vidros blindados.

Totalmente interligada a uma estrutura principal, a maior de todas e corredores iguais aqueles os interligando até aos blocos de celas. Era de fato, uma grande construção, tal construção que demorara anos para ser completa. Mas, que nos dias de hoje, funcionava quase que perfeitamente.

–Então é o que? – Demeter ousou perguntar, enquanto aproximavam-se do fim do corredor. A essa altura, a ferida de Creta já estava com o sangue seco.

–Sou algo diferente... – Respondeu simplesmente, torcendo para que ele não perguntasse mais nada.

E Demeter realmente não perguntou. Resolveu pensar. Seu pai falara que a presa era uma garota, de fato, realmente era aquilo. Ele também havia dito que a única coisa que acontecera antes dela ser presa é que, haviam dado lhe um choque e deixado desacordada. Nada sobre ter um corte em seu rosto e marcas avermelhadas perto do olho. Também haviam mencionado que a mesma usara a manipulação de magia. Mas se não era uma manipuladora, então era o que? Demeter estremeceu ao pensar na possibilidade de estar lidando com uma escolhida, conhecia as histórias e sabia que não havia nada de extraordinário nisso, era o ciclo de Sidgar. Entretanto, estava lidando com uma escolhida, que fazia parte dos murkys e que acabara de ser presa. Mexeu a cabeça, negativamente, tentando não acreditar no que acabara de constatar.

Embora, Demeter não imaginava que estava de fato, certo sobre tudo aquilo.

Chegaram ao fim do corredor, era possível ver que atrás da porta do mesmo, uma enorme estrutura de cor escura tinha vários outros corredores ligados à mesma. Creta ainda não acreditava onde estava. Novamente Demeter digitou um código de segurança para que a porta se abrisse, passaram pela mesma e seguiram caminhando por mais alguns corredores. Estes por sua vez não eram possíveis ver o que se passavam além deles, as paredes era cobertas por uma cor escura e metalizada.

E após algum tempo caminhando por corredores, com os guardas armados ainda seguindo-os – o que vale lembrar, que isso fora ordem direta do Rei. Chegaram a mais um corredor, pararam em frente a mais uma porta, Demeter digitou outro código que Creta não conseguiu ver – embora tentasse, afinal, ainda era uma murky e principalmente, era Creta.

A porta abriu-se e eles entraram os guardas também, logo em seguida. E poderia se dizer que, o local era interessante. Sendo o que ficava no ultimo andar, de cima para baixo, era uma sala enorme. Apenas com uma mesa distante deles, no qual um homem permanecia lendo alguns papéis a sua frente. A parede atrás de si era de vidro e, sendo assim, a imagem a mostra era do oceano e pouca luz entrava. As lâmpadas fluorescentes não eram tão eficazes, ou seja, estava tudo relativamente escuro, embora, muito pouco.

Os dois guardas pararam na porta e Demeter e Creta seguiram caminhando em direção à mesa que havia no fim da enorme – quando digo enorme, é por que era realmente grande – sala.

–Não tenho tempo para muitos rodeios. – Homem pronunciou-se sério, sua voz ecoou ao redor e Demeter pareceu ficar ligeiramente tenso, Creta pode perceber aquilo devido à aproximação que tinham no momento. Ao constatar aquilo, a mesma ficou com ligeira pusilanimidade.

E só então, Creta tocou-se de que, aqueles dois homens que estavam ali era muito parecidos. Era inegável. E mais um pensamento venho em sua cabeça, estava diante ao Rei Féris Dilzian. E seu filho. Demeter soltou o braço de Creta com calma.

–Você é a murky que estava em meio ao caos que a cidade ficou hoje de manhã, não é? – Homem levantou o semblante, encarando Creta com os olhos azuis. Olhos parecidos com os de Demeter, aliás.

–Sim, algum problema com isso? – Sim, meus caros, Creta pouco se importava se aquele homem a sua frente era um Rei. Para ela, era apenas mais uma pessoa não era por isso que teria de mudar o seu jeito.

O homem pareceu ficar ainda mais sério.

–Mandei meu filho ir buscar você por que, além de ser a pessoa de mais confiança, seria quem provavelmente iria conseguir se comunicar melhor com você. Mas vejo que os guardas estavam certos, você realmente fala de mais. – Ele fez uma pausa, e naquele instante, Creta lembrou-se de que, havia apagado e há algum tempo depois acordou em uma cela, tendo de aturar aquele guarda dos infernos. – Diga-me, por qual motivo tivemos nossa cidade atacada por vocês, Murkys? – O Rei Féris disse sério.

Creta suspirou, não adiantaria ficar em silencio e, além do mais, não iria ganhar e nem perder dedurando os murkys.

–Suprimentos. Apenas isso, atacamos cidades para pegar suprimentos e, como pode ver, não somos nem um pouco amigáveis.

–Mas você deixou os dois irmãos no armazém ilesos. Então, não é como os outros murkys.

–Como sabem? – Creta alternou o olhar entre Demeter e o rei.

–Vistoriamos o local que você estava apenas isso. – Fez uma pausa e mudou de assunto. – Além do mais, a cidade por sorte, não foi tão destruída. Apenas perdemos alguns oficiais. Você por acaso é uma manipuladora?

Já haviam feito àquela pergunta para ela quantas vezes mesmo?

–Não, eu não sou uma manipuladora.

–Então o que? – Naquele momento, não só o rei pareceu ficar interessado, como Demeter também.

Creta silenciou-se. Era interessante ver a curiosidade explicita nos olhos dos dois homens. E, por um momento, ponderou se deveria ou não dizer quem era. Mas entenda, Creta é alguém que, não tem um lado certo para uma história. Ela será do lado que tiver mais vantagens. Apenas isso. E com esse tipo de pensamento, ela respondeu.

–A escolhida da Nação da Terra.


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Notas finais do capítulo

Duvidas? Criticas? Elogios? Não esqueçam de comentar, viu? Eu sempre respondo os comentários, mesmo que demore, sempre respondo :)
O desenho é do Demeter, ele deve mais ou menos assim atualmente na história. Também quero fazer um desenho da Creta, mas vou postar somente nos próximos capítulos, isso vai depender um pouco de vocês também :) Se a imagem não abrir, é só entrar nesse link https://www.facebook.com/photo.php?fbid=508856495893854&set=a.441958929250278.1073741825.100003085259057&type=1&relevant_count=1



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