Elsa não tinha dormido nada na noite anterior.

Acordara inúmeras vezes com lembranças de Jack.

Naquela manhã como sempre, na sua cama feita de gelo. Mas desta vez, ao contrário de muitas outras, não havia uma bola de neve a bater-lhe na cara. Não havia Jack a chama-la para acordar. E ela sabia que ele também não estaria numa das divisões do palácio a divertir-se com o gelo.

Mesmo assim, a vida continuava e Elsa não se preocupou em esconder a sua tristeza. Vestiu se e saiu do quarto. Voltara a estar sozinha naquele imenso castelo.

Embora adorasse a sua casa. Ela agora parecia cruelmente vazia e gelada.

Ao descer para o salão principal viu o resultado da sua briga.

Lascas de gelo afiadas, havia vestígios de uma luta em todo o lado.

Elsa fechou os olhos e deixou escorrer as lágrimas, com movimentos lentos e penosos transformava as camadas de gelo em mais colunas que subiam até ao teto.

Pela primeira vez deixara os sentimentos rolarem, soltarem-se dela. Ela precisava deitar tudo para fora. Ela precisava chorar. Ela precisava sentir as saudadas, a falta que ele lhe fazia!

O que tinha feito? Onde estaria Jack?

Jack Jack Jack

Ela sentia tanto a falta dele e mandara-o embora a praticamente tão pouco tempo.

Mas era doloroso estar ali sozinha. Muito doloroso.

Os dias foram passado, um seguido do seguinte. Elsa foi se esquecendo. E a tristeza virou conformação. Era melhor assim, ela estava melhor assim. Sem risco de o poder magoar Jack.

Durante os dias que se passaram, a sua única companhia era o seu fiel amigo, o marchimelo gigante que criara.

Ele levava-lhe flores, tentava faze-la rir e por pequenos momentos era o que chegava para viver. Mas a paz de Elsa não podia durar muito tempo….

Um dia quando a noite caiu. Elsa estava sentada no seu quarto no chão. Fazia pequenos nevões com os dedos. Enquanto observava a lua lá fora.

Estava uma noite fria e Elsa decidira fechar as grandes portas que davam para a varanda e estava do lado de dentro – ele está bem lua? – inocentemente Elsa perguntou a lua por Jack.

Riu-se do seu estado de desespero – pff ele tinha razão, acabas sempre por não responder não é? – ela falava olhando a lua lá no alto do céu.

Mas uma negra e grande nuvem tapou a lua e Elsa ouviu o seu grande marchimelo fazer barulhos lá fora.

Elsa estranhou, não era habito ele emitir qualquer ruido depois de se recolherem. Então ela saiu do quarto, atravessou o castelo e foi para o salão principal. Começava a ficar assustada, quando foi abrir as grandes portas da entrada não queria acreditar! Eram homens vários homens a lutar com o seu marchimelo! Ele estava a fazer todos os esforços para proteger o palácio mas os homens eram muitos e fortes, estavam a resistir!

Tinha de fugir! Tinha de se esconder!

Mas por fatalidade do destino Elsa tinha sido vista! Correu para dentro, alguns dos homens já a seguiam pela escadaria de gelo.

Elsa tentou alertá-los para que ficassem longe. Ela não queria magoa-los mas eles estavam ataca-la ela tinha de se defender!

Elsa estava numa renhida batalha, astuta conseguiu encurralar os dois homens que a seguiram no palácio e quando estava, quase, para os matar, quase..Rainha Elsa! Não seja o monstro que todos temem que seja! – disse o Príncipe Hans, antes que ela continuasse. Elsa reconhecia-o! Era ele, o mesmo príncipe com quem Anna pedira a bênção para casar no dia da coroação.

No meio da confusão Elsa teve de fugir do seu castiçal de gelo e perdeu os sentidos. Quando acordou. Estava presa, nas masmorras do castelo de Arendelle.

Hans visitou-a, tal como Anna pedia-lhe para parar o Inverno. Mas Elsa cada vez que ouvia esse pedido ficava mais frustrada. Ela não conseguia! Ela não sabia como fazer parar o Inverno!

Porque é que ninguém entendia!?

Assustada com o perigo que podia ser para Arendelle, Elsa fugiu das masmorras. Ela tinha de voltar para o seu palácio. Não pertencia mais a Arendelle. E ali também não conseguia ajudar ninguém. Não conseguia parar o Inverno.

Perdida no nevão Elsa foi iludida por Hans que lhe dissera que Anna estava morta pela sua magia. Elsa sentia-se como se o próprio gelo a tivesse perfurado. Quando expulsara Anna do seu palácio não sabia que a tinha atingido com a maldição do gelo. E Anna estava morta por sua causa!

Diluída no seu arrependimento, dor e agonia nem percebeu que Hans tentava a matar. Para sorte de Elsa, Anna não estava morta e protegeu-a do príncipe.

Mas já era tarde…

Anna tinha congelado completamente.

Elsa não queria acreditar, Anna, a sua irmãzinha! E entre as lagrimas um milagre aconteceu! A maldição foi quebrada e um ato de amor verdadeiro foi concretizado entre as duas irmãs.

Elsa aprendera que o amor conseguia descongelar o coração mais gelado e restabeleceu o verão de Arendelle.

Tudo tinha terminado bem. Elsa voltara para junto de Anna e do seu povo. Mais adorada do que nunca!

Criou pistas de gelo para que todos pudessem sentir as maravilhas do seu poder! Pois ele não tinha coisas más. Podia ser muito belo se utilizado com amor.

Elsa voltara a ser Rainha de Arendelle. E jurou proteger o Reino de todos os males. O seu poder deixara de ser um perigo para as pessoas. Mas uma dadiva, com a qual Elsa prometeu usar para proteger todos.

Elsa sentia-se acarinhada e amada por todos. Mas de tempos a tempos, entre as multidões e grandes festas. Havia uma lua que lhe lembrava de algo que faltava na sua vida…

Anna respeitara a sua decisão de não falarem do que se passou na montanha. E sempre que Elsa desaparecia Anna fazia de tudo para a encobrir até que voltasse.

Elsa precisava do seu palácio, da sua casa, do seu mundo. E principalmente das lembranças de Jack.

Restaurou com o tempo o palácio e ele ficou resplendoroso de novo.

Mas independentemente das vezes que visitasse o palácio da montanha. Independentemente do tempo que ficasse lá.

Jack não aparecia e nunca mais apareceu