Como em qualquer outra noite, Jack admirava do telhado de uma casa Sandy a trabalhar com os sonhos das crianças de todo o mundo.

Ele admirava imenso Sandman, costumava pensar que se alguém tinha o melhor trabalho era ele! Os sonhos das crianças eram a coisa mais pura e magnifica que Jack conhecia no mundo.

Aquela areia dourada era um espetáculo que Jack recusava perder. Mas muitas vezes o dourado perdia-se no céu estrelado. Nele, as estrelas cintilantes, lembravam-no de alguém especial. Perguntava-se se Elsa estaria bem.

Jack desde a discussão com Elsa, nunca mais voltara a Arendelle.

Mas depois lá estava. A Lua. A sua velha amiga que já a muitos anos não lhe dizia nada! Era assim todas as noites. Nem uma palavra. Nem uma esperança. Ela permanecia silenciosa todas as noites.

Porque é que ninguém me vê? – perguntava Jack sempre, todas as noites. Sem obter resposta alguma. Colocas-te me aqui porquê? O que é que tenho de fazer? Diz me por favor! – por vezes o desespero era imenso! Jack sentia-se sozinho, não tinha ninguém no mundo. Era a essa a vida que estava destinado? Sozinho. Sem ninguém ou propósito na vida!? Não Jack recusava-se acreditar nisso. Tinha de haver um motivo! Tinha! Ele só ainda não tinha consigo descobrir qual.

Porquê é que estou aqui? Porquê? – e sem perder as esperança, sempre que falava com a Lua. Perguntava-lhe o mesmo todas as noites. E todas as noites não recebia resposta alguma.

Naquela noite em especial, Jack recebera uma visita peculiar.

Uma visita que acabaria por lhe mudar a vida para sempre. Depois disso Jack nunca mais voltaria a ser o mesmo Jack Frost.

Era o coelho da Páscoa, Bunny captara Jack. Levou-o para o Polo Norte, onde estavam todos os Guardiões reunidos.

Era preciso avisar Jack sobre o que a Lua dissera, ou melhor, escolhera sobre ele.

Jack achava tudo aquilo muito estranho, quando saio do saco. Estavam lá todos, Sandman, Pai Natal, Coelho da Páscoa, até a Fada dos Dentes! Mas o que ele não esperava era o anuncio de Norte.

É preciso celebrar! És um Guardião Jack Frost! – disse Norte com a sua comitiva de celebração a tocar musica, havia fogo, tudo estava preparado para receber o novo membro dos Guardiões.

Sou um quê? Só podem estar a brincar comigo – disse Jack incrédulo. Achava tudo aquilo ridículo Como era possível? Ele um Guardião? Sim, isso e nevar no deserto Sahara.

Jack não ia aceitar tão facilmente! Quem disse que ele queria ser um Guardião? Nem sequer encaixava no perfil! Ele era diversão, bolas de neve.

Mas Norte não se deixava vencer tão facilmente, quis explicar qual o trabalho de um Guardião. Era o trabalho mais gratificante que podia haver, todos eles, cada um com os seus poderes, a sua especialidade, protegem todas as crianças do mundo. Protegem a sua esperança. No globo cada ponto dourado era uma criança que ACREDITAVA. E só por isso já merecia proteção.

E ser um Guardião, não se é por querer! A lua escolheu cada um deles e escolheu Jack Frost por alguma razão. Ela acreditava que ele podia ajudar as crianças.

Ainda mais com o Boogeyman a destruir os sonhos de todas as crianças do mundo. A destruir as suas esperanças. Era preciso parar isso! E a lua escolhera Jack para esse trabalho. Ele tinha de aceitar. Era o seu destino.

Mas como é que Jack salvaria todas as crianças do mundo? Com o quê? Ele nem o seu centro sabia qual era! Do que é que é capaz? Qual a sua razão no mundo? Não, Jack não era assim, Jack não era espetacular como Norte, que via maravilhas em tudo! Luzes nas arvores, criações que arrancam sorrisos das crianças e lhe preenchem as brincadeiras, Jack não era um Guardião. Ou pelo menos, era assim que ele pensava que era. Algo vazio, sem maravilhas… isso iria mudar.

Mas antes disso, era preciso recuperar as memórias dos dentes de Tooth. Boogeyman roubara as suas fadas. Ele queria destruir os Guardiões, tal como eles o destruíram em épocas passadas.

Pois quando as crianças deixam de acreditar, tudo desaparece.

Para começar os Guardiões e Jack tentaram eles próprios apanhar todos os dentes deixados atras das almofadas. Todos os dentes de todas as crianças do mundo. Algo fácil, para quem faz o natal ou a páscoa num dia apenas.

Mas apesar de todos os esforços, nada parecia parar o Boogeyman.

E Jack começava a não gostar nada do Boogeyman. Ele tinha passado de tudo tolerado por Jack. Atingira Sandman com os seus pesadelos. Sandy desaparecera para sempre.

Jack adorava Sandy. Não se perdoava, não conseguira fazer nada para o salvar. Ele não conseguia ser um Guardião. Não sabia de onde vinha como é que iria descobrir para onde iria? Para onde estaria o seu centro? Bem, ainda era cedo para descobrir… e a Páscoa era dai a um dia! Era preciso agir! As crianças estavam todas a deixar de acreditar.

E tudo iria cair em escuridão, medo, frio da solidão. E no meio das aventuras para salvar o equilíbrio, Jack descobriu que até na maior escuridão, se tivermos esperança, se acreditarmos, uma luz acende.

E foi isso que aconteceu. Jack confiava em Jaime, ele sabia que ele os ajudaria, ele acreditava em todos! Pai Natal, Coelho da Páscoa! Todos! Porque é que não acreditava nele? Ele precisava que Jaime acreditasse. E foi isso que aconteceu ..

Pela primeira vez depois de Elsa, alguém acreditava nele! E era, era uma criança! Jack delirou! Acreditavam nele! Finalmente acreditavam nele! Ainda havia esperança! Ainda podiam salvar todos do Boogeyman! E do seu medo.

Tudo mudara! As crianças já acreditavam em Jack, acreditavam em todos! Na fada dos dentes! Na Páscoa! Num piscar de olhos Sandman tinha voltado, pois já não havia medo!

E era essa a lição que Jack aprendera ao tornar-se um Guardião. Já não era preciso temer o Boogeyman, porque não havia medo, havia esperança! As crianças acreditavam neles! Todos acreditavam! Jack descobrira também que no passado teve uma casa, uma família. Uma irmã que morrera para proteger. E descobrira o seu centro. Salvar as crianças fazendo as acreditar na diversão. No fim dos problemas por alguns momentos porque existe algo melhor lá fora. Algo mais divertido. E na neve claro! Era esse o seu poder! Trazer diversão e felicidade as crianças com a neve, o inverno, a esperança.

E pela primeira vez sentiu o que era gostarem dele, admirarem-no, acreditarem nele. Tinha de agradecer a Lua. Foi melhor descobrir-se, descobrir que tinha amigos, descobrir que pertencia ao coração de alguém, do que ela ter lhe contado. Foi … Divertido! E Diversão era Jack Frost.

A partir desse dia Jack jurou proteger as crianças, jurou proteger a esperança, jurou ser um Guardião. E aprendeu que sempre, sempre que a lua falar, mesmo que não consigamos ouvi-la, mesmo que seja difícil. Devemos ter atenção ao que ela diz e o mais importante..

ACREDITAR!