O Renascer dos Saiyajins escrita por jdredalert


Capítulo 9
Capítulo 9: A luta tão esperada começa!


Notas iniciais do capítulo

Chega o momento de Lenia e Asus se enfrentarem na arena. O jovem e ambicioso Saiyajin, sabendo que não tem chances de vencer, bola um plano maligno para poder ganhar a luta trapaceando. Mas as coisas podem complicar para seu lado, se por algum acaso Spark resolver se meter na luta.



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Capítulo 9: A luta tão esperada começa!

Com uma hora de antecedência, Asus já estava vestido para o combate. Sua armadura preta e dourada estava reluzente. Era um modelo indicado para combates extremos, que oferecia bastante agilidade ao usuário: ao invés do colant padrão que acompanhava a maioria das armaduras, aquela era composta apenas por uma espécie de sunga preta. As botas e as pulseiras eram extremamente robustas e nenhuma oferecia um visual tão “bárbaro” quanto aquela. Agora, contemplava o relógio na parede, acusando que faltavam menos de quinze minutos para a hora da luta.

Asus estava sentado em sua cama, de punhos cerrados pensando no que o aguardava. Lembrava-se muito bem dos momentos após o inusitado encontro com Spark no refeitório, quando ele e sua gangue se dirigiram para os mesmos aposentos onde ele encontrava-se agora, sozinho.

– Mas que diabos aquele verme desgraçado quer fazendo aqui na Fortaleza!? – ele esbravejou, após o último de seus companheiros, Klaus, passar pela porta – Ele não tinha como sobreviver!! Eu o matei, EU O MATEI!!

– Relaxe Asus... foi um choque para todos nós, mas não se esqueça que você tem uma luta importante hoje! – falou Dirk, recostando-se na parede – De alguma forma aquele desgraçado sobreviveu, mas seu adversário hoje será a Lenia, não ele.

– Dirk está certo cara... – disse Klaus, próximo à porta – Foque-se na sua adversária atual... se for o caso, nós nos encarregaremos de acabar com ele logo depois da luta. O que me diz?

Asus pareceu estar finalmente saindo do estado de choque que se encontrava. Algo em sua mente pareceu começar a funcionar novamente, como o maquinário de um relógio. Suas feições foram ficando menos carregadas e por fim ele conseguiu expressar um sorriso.

– Eu acho que eu tenho uma idéia ainda melhor... sim... esse tipo de coisa não acontece por acaso, não mesmo. Há, há, há, há, há! A sorte está do meu lado novamente!

Nenhum dos três companheiros de Asus entendeu o que ele quis dizer com aquilo. Observando as expressões dos três ele iniciou uma explicação, embora meio à contra-gosto.

– Não vai haver oportunidade melhor para humilhar aquele vermezinho insolente e sua instrutora ao mesmo tempo! Que ele vá para a arena assistir o combate, e quando eu tiver vencido Lenia, vou esmagá-lo como uma barata na frente de todos! Aquele miserável não perde por esperar!!

– Mas Asus... – falou Dieter, olhando para todos os presentes na sala, demorando-se no líder da gangue - Todos nós aqui somos testemunhas do avanço de seus poderes... Mas todos nós aqui também sabemos que ainda não é páreo para a instrutora Lenia.

– He, he, he! Isso não será problema... – ele respondeu, sorrindo com extrema maldade – Meu orgulho de Saiyajin obviamente não concorda com os métodos que utilizaremos, mas este é um caso onde eu devo dar o troco por uma humilhação sofrida! Klaus! Conseguiu uma dose daquele remedinho?

– Sim, Asus, está aqui. – sibilou Klaus, com o mesmo sorriso maléfico – Uma pequena dose e qualquer um ficará paralisado... mas como se trata da Lenia, acho que podemos usar um pouco mais de que uma pequena dose, não acham?

Todos riram do plano maldoso, o que fez com que Asus ficasse bem mais tranqüilo, sensação esta que agora estava começando a passar. Ele levantou-se de sua cama iniciou sua caminhada até a arena. Queria estar lá no horário e não suportaria um atraso.

Enquanto isso, Lenia já se encontrava no local da luta. A grande arena ficava numa área isolada da Fortaleza, era feita de concreto e aço. Tinha a extensão de um campo e meio de futebol e era cercado por uma arquibancada que conseguia comportar com sobra toda a população da Fortaleza. Num lugar privilegiado encontravam-se o Governador Dio e os outros membros do antigo governo dos Saiyajins.

– É a primeira vez que eu venho aqui – disse ela, olhando seriamente ao redor – Me sinto como um animal num zoológico, como um entretenimento para todoos.

– Aqui tem bastante espaço para lutar... – observou Spark, de olho na arena – Quem sabe um dia eu venho lutar aqui também?

– Contra o Asus, você diz? Heh, não vai sobrar muita coisa dele depois que eu... ai!

Automaticamente Lenia levou a mão esquerda ao pescoço, esfregando-o com força até que este ficasse um pouco vermelho.

– O que foi? O que houve mestra Lenia?

– Estes malditos insetos... um deles acabou de me picar – respondeu a mulher, sem dar muita importância – Mas que droga, onde aquele moleque está?

Quase que instantaneamente, Asus apareceu do outro lado da arena. Junto a ele estava Tank, que sorria para todos. Asus também sorria, parecendo extremamente confiante, acenando para todo mundo na arquibancada.

– Engraçado – disse Tank ao seu discípulo – Nestes trajes, você está me lembrando muito o Raditz, principalmente com esse seu cabelo enorme... se não fossem por essas mechas que lhe recaem no rosto...

– Ora Tank! Não ouse me comparar com um inseto daqueles! Entre eu e os guerreiros de baixa classe – Asus fez questão de encarar Spark, do outro lado da arena – existe um abismo! Agora, é melhor eu ir para o centro da arena. Me deseje sorte... he, he, he!

Tank ergueu o polegar para ele, embora intimamente soubesse que Asus não teria chances contra sua antiga companheira de combate. Talvez fosse aquilo que o deixasse tão tranqüilo, a certeza de que seu aluno seria derrotado por Lenia. No entanto, a certeza de Asus era outra. Enquanto se aproximava do centro da arena, ele tocou num dos botões do seu rastreador para poder se comunicar diretamente com Klaus.

– E então, como anda o plano? – ele perguntou, enquanto saudava o público.

– Tudo ótimo Asus – respondeu a voz de Klaus em seu ouvido – Apenas um único disparo de zarabatana vai ser o suficiente. Eu a atingi no pescoço, dentro de pouco tempo Lenia mal vai agüentar se mover! Essa luta é sua, cara!

– Ótimo. Bom, vamos começar o show agora. Te encontro no final do massacre, no bar!

Os dois lutadores ficaram frente à frente. Asus fazia questão de fitar Lenia nos olhos com seu sorriso arrogante no rosto. Lenia devolvia o olhar com ferocidade, séria. A voz alta do Governador Dio então pôde ser ouvida, pelos grandes auto-falantes que cercavam toda a arena.

– Vocês dois vão se enfrentar perante todos nós, num combate limpo e autorizado. Que todos os Saiyajins da Fortaleza sejam testemunhas! As regras são simples: o lutador será dado como derrotado no momento em que ele se render ou quando tiver sido morto pelo oponente, ou caso ele já não tenha mais a menor condição de lutar e nós o julgarmos inapto para continuar o combate. Caso haja a intervenção de terceiros não-autorizados na luta, o lutador que tiver sido ajudado será automaticamente dado como perdedor. De resto, todos os tipos de golpe são permitidos. Cumprimentem-se e que vocês façam um bom combate.

Asus estendeu a mão para Lenia, que apertou apenas para cumprir a ordem dada pelo Governador Dio. Ambos pareciam querer quebrar as mãos um do outro.

– Eu posso pegar leve com você, se quiser... – disse Asus, zombeteiro.

– Vai sonhando, lixo!

Os dois se soltaram e deram um pulo para trás, ficando em posição de guarda. Asus não conseguia perder sua expressão cínica do rosto, enquanto via que Lenia parecia estar ficando um pouco mais pálida a cada segundo. Ou seria sua imaginação?

– Como você é uma mulher, eu te deixarei atacar primeiro, por puro cavalheirismo!

– Olha aqui moleque... eu não sei o que você ta pensando com essa luta, mas eu ser insultada por você e tudo continuar numa boa pra seu lado... PODE ESQUECER!

Os dois se atacaram de frente, Lenia preparando um poderoso soco e desferindo-o assim que seu inimigo estava perto o suficiente, mas Asus simplesmente defendeu-se com extrema facilidade. Ele contra-atacou com um chute na altura do rosto, que também foi defendido por Lenia, com a palma da mão e com um soco que forçou a instrutora a se abaixar. Porém quando o fez, foi recebida com um veloz chute no rosto. Incapaz de desviar, ela apenas absorveu o impacto, que a lançou alguns metros para trás. Após dar uma cambalhota no ar, ela caiu agachada, ainda mirando Asus. Ela concentrou uma grande quantidade de ki em uma das mãos, disparando uma rajada azulada contra seu adversário, que esquivou-se dela facilmente, parecendo ter desaparecido no ar. Lenia fez um movimento similarmente rápido e quando ressurgiram, estava em pleno ar, trocando golpes extremamente velozes a vinte metros do solo, criando um intenso deslocamento de ar a cada pancada. Lenia conseguiu atingi-lo na barriga, o que fez com que Asus interrompesse sua seqüência e então desferiu sem dó uma grande quantidade de socos e chutes por todo o corpo do jovem Saiyajin, finalizando com um poderoso cascudo com ambas as mãos na sua cabeça. Ele caiu em altíssima velocidade, mas antes de chegar ao solo conseguiu se recompor, pousando magistralmente sobre as duas pernas. Lenia o olhou realizar sua manobra, enfurecida, e disparou do alto em direção a Asus já preparando outro soco destruidor. Mirou-lhe o rosto, de onde aquele sorriso irritante insistia em não sair e desferiu o golpe. Mas ele nunca chegou a atingir o Saiyajin que, num movimento ainda mais rápido, acertou Lenia em cheio entre os dois olhos. O corpo da instrutora voltou ao ar com a mesma velocidade que desceu. Asus ainda a observou subir por uns instantes, antes de desaparecer no ar e ressurgir às costas de sua adversária, acertando-a com uma voadora no meio de sua coluna. A força do golpe fez com que o corpo de Lenia destruísse parte da arena ao se chocar com ela. Uma cortina de poeira se ergueu.

– Mestra Lenia!! – gritou Spark, com um mal-pressentimento.

– Ora, mas o que é isso!? Asus não ficou tão poderoso a ponto de poder vencer Lenia com essa facilidade! – disse Tank, abismado.

Um raio de energia azul foi disparado do meio da cortina de poeira, sendo direcionado a Asus, que teve de fechar sua guarda rapidamente para não receber o golpe em cheio. Quando a mesma se dissipou, lá estava Lenia, em pé e com ambas as mãos voltadas para a frente, na horizontal. Estava ofegante e coberta de pequenos ferimentos.

– E quem falou pra você Tank, que eu estou derrotada? – disse ela, virando-se para o velho amigo.

Dando um impulso com suas pernas, a guerreira Saiyajin disparou correndo até chegar abaixo de onde estava Asus, ainda de guarda fechada. Ela saltou, ficando ligeiramente acima de seu adversário e o atingiu com ambas as mãos fechadas, o que mandou o Saiyajin de volta ao chão. Mas, valendo-se de sua incrível agilidade, Lenia chegou ao solo primeiro e antes que Asus se chocasse com o mesmo, o atingiu com um soco no rosto que o arremessou longe mais uma vez e enquanto o Saiyajin se deslocava involuntariamente no ar, Lenia o perseguia castigando-o com uma velocíssima seqüência de socos. Terminou sua furiosa onda de golpes dando-lhe um chute para cima, que o atingiu no queixo e o fez atingir o chão duro da arena, onde permaneceu imóvel.

O público foi ao delírio, gritando o nome de Lenia, que estava parecendo muito cansada e respirava com dificuldades. Todos já anunciavam a vitória da instrutora, todos exceto Spark. Conseguia sentir o ki de Asus, que estava praticamente inabalado, ao contrário do de Lenia que parecia enfraquecer a cada respiração da guerreira.

Asus então levantou-se, limpando um filete de sangue que lhe escorria da boca com as costas da mão direita. Olhou para a  guerreira e sorriu novamente, provocativo. Inconformado, gargalhou.

– É esse o seu poder, Lenia? É assim que espera vencer o grande Super Saiyajin? Não me faça rir!

– Você... é um maldito... que se acha demais!!

Ela uniu suas mãos novamente, frente ao próprio rosto e disparou outro poderoso ataque de energia. O brilhante raio azul rasgou o ar e quase que instantaneamente chocou-se com Asus, que tinha ambas as mãos voltadas para frente. Ele travou os pés no chão, fazendo afundar o chão da arena com a força que estava colocando e, com um impulso com os joelhos, empurrou o ataque de volta para sua dona. A grande energia explodiu aos pés de Lenia, que foi arremessada longe. Ela se levantou rapidamente, não querendo demonstrar fraqueza ao adversário, mas foi atingida em cheio por um soco no rosto, dado por Asus, que apareceu diante da instrutora. Ela estava caída novamente.

Asus parou diante do corpo da guerreira e a segurou por um dos pés, erguendo-a com um veloz movimento e jogando-a violentamente contra o solo. O concreto cedeu à pancada, mas Asus não estava satisfeito com aquilo. Sentou-se em cima das costas de Lenia, segurando a mulher pelos cabelos e batendo sua cabeça com toda a força contra o chão. Fez isso cinco vezes, quando se levantou e a acertou com o bico do pé nas costelas, mandando-a longe.

Spark não conseguia entender o que estava acontecendo. Sabia que o ki de sua instrutora era de longe muito mais poderoso que o de Asus. Porque ela estava apanhando tanto? Porque Asus parecia tão forte? O jovem Saiyajin travou os punhos e cerrou os dentes, assistindo Asus massacrar sua instrutora diante de seus olhos. Vários socos, um chute nas costelas e outro no peito. Lenia foi atirada longe, caindo próxima de onde encontrava-se Spark.

– Mas que droga... tem alguma coisa... errada com meu... corpo! – ela disse, se esforçando para se levantar – Está tão pesado... ele não me obedece... e meu pescoço... arde muito...

– O seu pescoço?! Mestra Lenia, você...

Spark recordou-se do momento que antecedeu a subida dela na arena e sentiu um calafrio percorrer a espinha.

– Estes malditos insetos... um deles acabou de me picar.

Ele olhou para o meio da arquibancada, instintivamente, à procura de algo ou alguém suspeito. Passava-lhe pela cabeça apenas uma coisa: a luta havia sido de alguma forma sabotada. E teve certeza no instante em que, enquanto olhava a arquibancada viu Klaus e o resto da gangue de Asus, próximos do local aonde ele e Lenia estavam anteriormente. Sentiu o coração apertar e, tentando não pensar que eles poderiam ter feito alguma crueldade extrema com sua instrutora, ele apenas voltou os olhos para a luta, bem a tempo de ver Asus enterrar o joelho no estômago de Lenia, que estava caída no chão.

A Saiyajin cuspiu bastante sangue, enquanto Asus gargalhava satisfeito e a levantava pelos cabelos. Observando-a dos pés a cabeça. Lenia estava completamente ferida, com bastante sangue lhe escorrendo da testa e da boca, além de várias marcas de pancada espalhadas pelo rosto e pelo corpo. Parte da ombreira de sua armadura havia se quebrado e o resto dela estava severamente avariado. Ele a arremessou longe e ergueu a própria palma da mão, num gesto terrivelmente familiar para Spark.

– Diga adeus Lenia! Espero que aproveite a sua estadia no inferno, pois ela será a longo prazo! Big Bang Attack!

O disparo de energia rasgou o ar violentamente, em direção à indefesa guerreira. Ela viu o clarão e sentiu o calor da técnica, fechando os olhos em seguida e resignando diante da morte. E então, veio a explosão e uma grande cortina de fumaça. Mas ao contrário do que pensava, não estava morta, pelo contrário. Fora protegida por alguém e ao erguer os olhos reconheceu a armadura negra com detalhes em verde esmeralda e o cabelo negro e espetado, preso num rabo de cavalo. Spark havia se colocado diante da técnica.

A fumaça logo se dissipou e Asus, que sorria cinicamente antes, agora pareceu extremamente irado. Spark estava parado diante de Lenia, com a mão direita erguida à frente, sem nenhum arranhão sequer. Sua expressão era da mais pura revolta e parecia querer fuzilar Asus apenas com seus olhos.

– O que você pensa que está fazendo, seu moleque enxerido? – ele urrou, enraivecido – Saia já dessa arena antes que eu arranque sua cabeça com um tapa!

– Essa luta acabou, Asus. Eu acabei de interferir e a mestra Lenia está automaticamente desclassificada. Você não vai matar ela numa luta suja, muito menos diante dos meus olhos!

– Desgraçado! Como um lixo miserável de classe baixa como você ousa interferir na minha luta!? Eu devia te matar agora mesmo!

– Não seja por isso, Asus... – falou Spark, mostrando que sabia ser tão provocativo quanto seu rival - Eu não iria me sentir bem em saber que estraguei sua diversão, então eu aproveito que estou aqui, em pé na arena e te desafio diante de todo o povo Saiyajin para um combate. Nós dois temos contas a acertar e eu quero resolver nosso pequenino... problema agora mesmo!

Asus o encarou, enfurecido. Nisso, os seus lacaios decolaram imediatamente das arquibancadas, unindo-se ao líder da gangue. Os quatro permaneceram a encarar Spark, mas sem dizer uma única palavra.

– Como é Asus? Você vai lutar comigo, ou vai fugir com medo? Você não é o Lendário Super Saiyajin? Ou está com receio de perder para mim? Podem vir os quatro se quiserem. Eu deixo.

– Seu verme insolente! – esbravejou Asus, com as veias da cabeça e do pescoço se alterando de raiva – Como ousa falar assim comigo?! Eu nunca vou sentir medo de ninguém, principalmente de você! Eu aceito seu desafio e vou partir sua cara aqui na frente de todo mundo! Governador Dio! O senhor nos dá o consentimento para que se inicie a luta?

O velho Saiyajin havia ficado muito curioso com o fato de Spark, que sempre fora taxado como um fracassado ter conseguido repelir um poderoso golpe de Asus. Sabia que isso significava uma grande evolução nos poderes do garoto e, juntando isso ao fato do público estar altamente alvoroçado para saber o que seria do combate, ele autorizou que a luta se iniciasse no momento em que Tank removeu o corpo de Lenia da arena.

– Nós vamos acabar com você!! – gritou Dirk, disparando junto com os outros dois. Asus havia ficado parado, de braços cruzados.

Os três atacaram Spark com todos os golpes que poderiam dar, desferindo incontáveis socos e chutes, mas, para o espanto geral de todos os presentes, Spark estava esquivando de todos os ataques com uma certa facilidade.

Os quatro combatentes desapareceram em meio à movimentos rápidos, ressurgindo no ar por uma fração de segundo, onde Spark atingia Dirk com uma poderosa joelhada na cabeça. Em seguida tornaram a desaparecer, quando ressurgiram novamente Spark estava levando vantagem, defendendo-se de um chute de Klaus e acertando o nariz de Dieter com uma cotovelada – o que tornou a quebrá-lo. Tornaram a desaparecer os quatro, mas não tardaram a ressurgir, quando o corpo de Klaus atingiu o a arena como uma pesada bola de chumbo, ao ser atingido por um cascudo de mão dupla do aluno de Lenia, que o seguiu até o chão.

Todos se posicionaram ao redor de Spark, partindo simultaneamente para o ataque. O jovem Saiyajin segurou ambas as mãos de Dirk e Dieter, que tentaram socá-lo ao mesmo tempo, e com seu joelho protegeu-se de uma voadora de Klaus. Então liberou seu ki, envolvendo-se pela aura clara que já lhe era comum, fazendo os três se afastarem, assustados. O poder no rastreador não parava de aumentar. Dez mil, cinqüenta mil, oitenta mil, cento e cinqüenta mil. Então os rastreadores explodiram, ao mesmo tempo em que Spark partia para o ataque: acertou Klaus com um  poderoso soco no rosto, que o arremessou longe, mas antes que pudesse se afastar muito, o aluno de Lenia o segurou pela trança e após rodá-lo duas vezes, o atirou em Dirk. Os dois se bateram de cabeça, resultando em inconsciência instantânea. Restava apenas Dieter, que reuniu energia em ambas as mãos e disparou desesperado diversos raios luminosos em Spark. Todos eles causaram fortes explosões, e novamente ergueram uma densa cortina de fumaça. Por um momento, ele pensou ter vencido, mas foi atingido no meio das costas por Spark, que se dera apenas o trabalho de evitar todos os disparos de energia e chegar em sua retaguarda. O soco, de tão potente, fragmentou a armadura do guerreiro Saiyajin, que caiu de joelhos. Spark o finalizou acertando um chute na lateral de sua cabeça, mandando-o de cara com uma parede da arquibancada, tirando-o de combate.

Por um momento, houve apenas silêncio na arquibancada. Ninguém acreditava naquilo que estava vendo. Era um milagre, um assombro... e definitivamente, um espetáculo. Todos então gritaram o nome de Spark, entusiasmados, como se clamassem o nome de um herói. Asus estava tão surpreso quanto todos, mas não parecia feliz. Duas gotas de suor brotaram em seu rosto, e ele gritou para Spark, incapaz de se conter.

– Seu miserável! Como foi que conseguiu ficar tão forte em tão pouco tempo!?

– Eu treinei. Suponho que tenha feito a mesma coisa, embora você seja sempre chegado à uma trapaça...

– Desgraçado! Eu vou te partir em dois agora mesmo!!

Asus liberou toda a sua fúria, convertendo-a em poder de luta, como pôde ser sentido por Spark e em seguida avançou, envolto por uma aura branca, como a de seu rival. Com um rápido movimento desferiu um soco que foi defendido por Spark na última hora, valendo-se das duas mãos. A força do impacto afundou o chão da arena, além de ter feito um som similar ao de uma explosão de canhão. Asus rapidamente deferiu um chute, o qual Spark teve de saltar para trás a fim de evitar, mas foi atingido em pleno ar por outro chute do rival, que o acertou no peito. Spark teve de planar rapidamente, ou iria atingir a arquibancada. Neste instante, Asus surgiu às suas costas, pronto para acertá-lo com as duas mãos juntas. Ele desferiu o potente golpe, mas consegui acertar apenas o ar. Spark desapareceu no momento certo, ressurgindo atrás de Asus e lhe acertando um potente chute que o mandou de volta para o chão da arena. O aluno de Tank no entanto provou que era bem treinado e antes de atingir o solo com o rosto usou ambas as mãos para dar um giro e cair em pé. Em seguida botou a guarda e se preparou para mais uma investida de Spark, que vinha rasgando o ar à toda velocidade. O aluno de Lenia veio com um soco armado, desejando mais que tudo acertá-lo em seu oponente. Mas numa fração de segundos Asus desapareceu, ressurgindo alguns metros atrás. Spark acertou o soco no chão da arena, caindo de joelhos, o que causou mais uma severa avaria ao chão feito de metal e concreto. Em seguida saltou novamente contra o seu adversário e os dois começaram uma intensa disputa de golpes em alta velocidade, rápida o bastante para poder enganar os olhos de muitos dos presentes que se encontravam agora boquiabertos. Os dois acabaram se atingindo ao mesmo tempo com um soco no rosto e foram atirados longe pela potência do golpe. Em seguida se levantaram mais uma vez, ficando frente a frente um com o outro.

– Então você evoluiu bastante... – disse Asus, sorrindo de excitação – Mas ainda assim é um guerreiro de classe baixa, e nunca será capaz de me vencer! Não importa o quanto você tente, tendo apenas cento e cinqüenta mil de poder de luta você não será páreo para mim!

– Ah, é mesmo? Então porque não experimenta mirar esse seu aparelhinho em mim para ver uma coisa? E em seguida, nós vamos lutar mais a sério!

Asus aceitou a proposta, levando o dedo ao seu rastreador, enquanto Spark se colocava numa posição agachada, de punhos travados. Ele deu um grito e começou a liberar ainda mais energia. Logo, o chão da arena começou a tremer e os fragmentos de rochas espalhados pelo local – que agora eram muitos – começaram a flutuar no ar. E, os apitos incessantes do rastreador de Asus pareciam deixá-lo cada vez mais incrédulo com os números que surgiam em sua pequena tela verde.

– Cento e oitenta... duzentos e vinte... duzentos e cinquenta... duzentos e oitenta... NÃO, É MENTIRA!!

Os números ainda continuavam a subir quando Asus removeu o rastreador do rosto e o destruiu com uma mão. Estava pasmo. Pasmo demais para poder aceitar até o que surgia em seu rastreador.

Duzentos e oitenta mil!? Spark com mais de duzentos e oitenta mil, isso é impossível!! Este maldito aparelho tem que estar quebrado, é impossível que ele tenha chegado a essa marca!!

Asus recordou-se de sua última avaliação de poder, três dias atrás. Com muito esforço, havia conseguido alcançar a marca de duzentos e noventa mil de poder de luta e fora muito parabenizado por seus companheiros e por Tank. Não poderia aceitar que um guerreiro de classe baixa e que ele mesmo havia surrado até quase a morte há um mês tivesse alcançado sua marca. Precisava fazer algo. Rápido.

Esse desgraçado... eu sou melhor que ele e vou provar isto agora mesmo! Se ele acha que pode me vencer, igualar ou superar os meus poderes... este maldito está muito enganado!

– Se prepare, verme nojento! Eu vou acabar com você e provar diante de todos os Saiyajins que eu sou o único digno de me tornar o guerreiro mais forte do Universo!

Asus disparou repentinamente um poderosa rajada de energia em Spark, que foi forçado a saltar por não estar esperando um ataque daqueles. No entanto, enquanto ainda se elevava no ar, seu adversário surgiu em sua frente.

– Agora eu peguei você!! – disse ele, acertando um fortíssimo soco no rosto do jovem Saiyajin

Atordoado, não pôde evitar de tomar outros golpes em altíssima velocidade, sendo que o último fora uma feroz voadora que o arremessou novamente contra o chão da arena, por onde ele deslizou forçadamente. Súbito, lá estava Asus diante dele novamente.

– Eu vou esmagar sua cabeça! – disse o malvado Saiyajin, descendo o pé com tudo no chão.

Foi por um triz, mas Spark conseguiu rolar para o lado bem a tempo de evitar ter sua cabeça pisoteada. O pé de Asus atravessou o chão da arena, tamanha era a sua força. Num movimento instintivo, Spark chutou as pernas de Asus e, antes que ele sequer caísse no chão, o chutou para o ar. Em seguida os dois se atacaram mais uma vez, tão velozes que eram como apenas vultos que se cruzavam, quer seja no ar ou em terra, sempre deixando um som de pancada para cada vez que passavam rentes um do outro. E quando ressurgiram, estavam parados, um diante do outro no centro da arena, com as mãos entrelaçadas. Ambos faziam força ao máximo que podiam para sair do impasse em que se encontravam, mas nenhum dos dois lados parecia querer ceder. Eles lutavam até mesmo na troca de olhares, agora que estavam a menos de um palmo de distância um do outro.

– Seu fim vai chegar... verme! – disse Asus – Assim como a sua instrutora, aquela vagabunda que ousou tirar meu sangue, você também vai ser massacrado por mim!

Insultos a ele mesmo, Spark poderia aceitar. Estava acostumado com aquilo desde pequeno. Mas ninguém poderia ousar ofender Lenia em sua frente. Irado, Spark conseguiu fazer mais pressão sobre as mãos de Asus, quase quebrando-as, fazendo o Saiyajin gritar em agonia. Em seguida, o atingiu com uma joelhada na barriga e, após soltar as mãos do adversário, o chutou no peito, lançando-o longe. Mas antes que ele atingisse qualquer coisa, se recompôs em pleno ar e avançou contra Spark, com o dobro da velocidade, acertando-lhe uma furiosa cabeçada na testa, abrindo um corte que jorrou sangue na mesma hora. Em seguida, o pegou pela cauda e, após girá-lo uma vez o enterrou com violência no chão, saltando em seguida e bombardeando incessantemente o local com diversos disparos de energia.

Quando a fumaça decorrente do ataque se dispersou, Spark revelou-se no mesmo lugar, com a posição de guarda fechada. Havia sido atingido pela grande maioria das explosões e aquilo era evidente em suas queimaduras pelos braços. A calça do uniforme estava rasgada na altura do joelho direito e também na coxa esquerda e o peitoral da armadura estava rachado. O jovem respirava com uma certa dificuldade, mas o que o tranqüilizou foi ver que lá do alto, Asus também parecia cansado. Dava para sentir que seu ki também estava se esgotando e se a luta se mantivesse naquele nível, logo ambos os lutadores estariam com problemas.

Spark desapareceu do solo, ressurgindo no ar de frente para Asus e enterrou com todo o gosto o punho direito no estômago de seu oponente, que não esperava por um ataque tão veloz. Ele ficou sem ar, com ambas as mãos na barriga.

– Este golpe foi pela mestra Lenia, canalha! E este agora vai ser por mim!

Ele ergueu ambos os braços, entrelaçando os dedos das mãos e canalizou todo o seu ki naquele ponto, até que ficasse rodeado por uma aura de energia brilhante. Em seguida, desferiu o golpe na cabeça de Asus, que não pôde fazer nada senão assistir. Ele foi atirado pelo poderoso ataque direto no chão, onde criou uma imensa cratera com seu corpo, causando um intenso tremor na arquibancada da Fortaleza. Mas tão rápido quanto havia entrado na cratera, Asus saiu voando de lá. Também estava severamente ferido, com bastante sangue lhe escorrendo pelo rosto e uma das ombreiras de sua armadura de batalha havia sido arrancada. O resto estava severamente avariado também. No entanto, o corpo robusto de Asus não parecia querer parar de lutar, e ele se ergueu com uma esfera de energia concentrada em sua mão direita. Quando chegou a uma distância considerável a disparou, como um intenso raio de cor azulada. Spark desapareceu no ar para poder esquivar-se do ataque ressurgindo ao lado de Asus e lhe acertando um forte soco no rosto. Ele desapareceu novamente, ressurgindo atrás de seu adversário e o segurando com força por dentro dos ombros.

– Agora eu peguei você! Vamos ver o quão cabeça dura você é! – disse Spark, cantando vitória.

O Saiyajin elevou seu ki o máximo que podia, envolvendo a ele e Asus em uma aura azulada, elevando-se aos céus por alguns segundos. E, num brusco movimento inverteu a trajetória, ficando de ponta cabeça, indo rapidamente em direção ao solo.

– Idiota!! O que... o que pensa que está fazendo!? – gritou Asus, vendo a arena se aproximar mais rápido que queria e incapaz de se soltar.

– Já disse! Estou testando a resistência de sua cabeça! Se prepare para perder, Asus!

– Não! Espera! Você vai matar nós dois! Idiota!!

Em seguida veio o impacto e, por causa da grande quantidade de energia que Spark estava emanando, uma poderosa explosão,  que abalou as estruturas da Fortaleza e que fez os presentes arregalarem os olhos, tentando ver algo em meio à grande quantidade de fumaça que se fez no local.

* * *

Mesmo estando altamente debilitada, Lenia tentou correr até a arena, sendo detida pelo braço musculoso de Tank.

– Me solta...! Eu quero ir lá ver!

– Lenia! Você mal agüenta se mover! Você deveria ter ido à ala hospitalar ao invés de ter permanecido aqui!

– É o meu aluno! Eu vou ficar e assistir...!

Tank olhou para o meio da cortina de fumaça, enorme e pensou na frase de Lenia. Seria mesmo o Spark? Aquela luta era simplesmente um absurdo. Spark nunca tivera forças para poder sequer se manter no mesmo nível de Asus e agora estava ganhando a luta.

Aquela forma de lutar... movimentos tão precisos, velocidade extrema... ele conseguiu se igualar ao Asus em um mês, o que significa que o avanço dele foi muito superior ao do meu aluno. Que tipo de treinamento ele passou? Como um Saiyajin visto por todos como um fracassado pode ter superado o gênio? Será que ele... será que ele tem o potencial para se tornar um Super Saiyajin?

Lenia também parecia surpresa, embora não tanto quanto Tank. Na noite anterior vira a marca em seu rastreador do poder do Canhão Supernova de Spark, enquanto este se elevava aos céus. Um poder espantoso.

Sim... uma marca espantosa de quinhentos e cinqüenta e cinco mil. Dói na minha alma ter que assumir isto, mas nem mesmo eu consigo disparar uma técnica com tanto poder. Mas eu pensei que ele tivesse dado um golpe de sorte. Mas não... pelo que vejo, o moleque de fato está conseguindo superar todos os limites... inclusive os meus. Só espero que ele não morra nesta batalha ou tudo terá sido em vão. Viva Spark... viva!

Quando a fumaça começou a se desfazer, ambos estavam jogados no chão. Asus estava coberto de ferimentos e sangrava bastante, principalmente de um enorme corte na cabeça. Estava deitado de bruços e parecia fazer força para se levantar, enquanto gemia de dor. Spark estava deitado de barriga para cima, parte do peitoral de sua armadura havia se desfeito e o resto dela estava altamente danificado. Uma das pernas de sua calça também havia sido pulverizada e ele também tinha uma grande ferida na cabeça. Mas, ao contrário de Asus, não parecia fazer forças para se levantar. Parecia inconsciente, ou na pior das hipóteses, estaria morto.



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Notas finais do capítulo

Olá gente! Tenho uma coisa muito importante a dizer: O capítulo 9 e o capítulo dez tem uma ligação direta um com o outro... e eu estou postando os dois ao mesmo tempo. O capítulo dez é o capítulo que fecha este período da saga, então não haverá aquele "momento making of" de sempre. Os comentários ficarão para o final do capítulo dez. Não deixe de conferir o capítulo dez! O final da luta promete ser emocionante!



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