O Renascer dos Saiyajins escrita por jdredalert


Capítulo 10
Capítulo 10: A maior batalha chega ao fim!


Notas iniciais do capítulo

A continuação da feroz batalha entre Spark e Asus. O fim está próximo e apenas um vai continuar de pé. Seria o ambicioso Asus ou o esforçado Spark? A mesa costuma sempre virar nos últimos instantes e um final emocionante desta metade da saga aguarda os leitores.



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Spark estava em pé, num local completamente escuro. Não fazia idéia de como nem quando havia chegado lá, apenas de ter batido a cabeça com força no chão. Seu corpo, coberto de feridas não doía mais e suas pernas cansadas já não encontravam problemas em sustentar seu corpo. Onde estaria? Estaria morto? Ele apenas continuou a andar, sem saber nem sentir para onde andava. Foi então que viu uma luz e correu até ela. Não tinha nada a perder. Quando finalmente a alcançou, se deu conta que estava numa sacada. Uma sacada sob um céu vermelho. Encostado no parapeito, havia um guerreiro Saiyajin, com trajes bastante parecidos com os seus. Ele possuía uma faixa vermelha amarrada na cabeça e seu corpo também encontrava-se muito ferido. Tentou chamar o homem, mas se deu conta que sua voz não saía.

- Eu vou mudar... vou mudar o destino do Planeta Vegeta! – ele gritou e após tomar um impulso no próprio parapeito, ele se elevou aos céus, voando a toda velocidade.

Spark precisava de respostas, precisava saber o que estava fazendo ali, como havia deixado a arena e teria ido parar naquele lugar desconhecido e voou atrás dele. Eles saíram do planeta, indo em direção a uma nave espacial em formato circular. Spark tentou varias vezes chamar aquele homem, mas novamente sua voz não saiu. Em seguida, vieram incontáveis guerreiros em direção aos dois. Spark se preparou para lutar, mas viu que todos os soldados pareciam simplesmente ignorá-lo, apenas atacando o curioso guerreiro. Ele assistiu aquele guerreiro derrotar inúmeros inimigos e simplesmente atropelar os demais. Estava obstinado a realizar algum feito, isso era evidente para Spark, e aqueles soldados não iriam pará-lo. Finalmente o viu se aproximar da nave, mas foi agarrado por mais de vinte soldados ao mesmo tempo.

- FREEZA! – o Saiyajin misterioso gritou, se desvencilhando de todos os inimigos em seguida.

Mais cinco o seguraram, e novamente ele tornou a chamar pelo nome de Freeza, mandando-o sair de sua nave.

- Seu covarde! Eu jamais te perdoarei! – ele gritou, mesmo estando devidamente seguro em uma chave de pescoço de um dos soldados.

Uma comporta se abriu, e dela saiu um pequeno ser sentado numa espécie de trono circular, que se movia. Os soldados pareciam aterrorizados com a visão daquela criatura.

Então aquele é o Freeza? Depois de tantos anos ouvindo o meu povo contar histórias sobre ele, finalmente eu o estou vendo... mas ele não parece tão poderoso assim.

Ele viu que o guerreiro Saiyajin foi o único que não pareceu assustado. Pelo contrário, ele sorriu antes de começar a falar de novo.

- Esta vai ser uma oportunidade para mudar... o destino do Planeta Vegeta! E também, mudar o meu destino!

O pequeno Freeza ergueu o indicador, com uma pequenina esfera reluzente em sua ponta. Só então Spark se deu conta de que não conseguia sentir o ki de ninguém além. Era como se nenhum daqueles guerreiros de fato existissem. O guerreiro Saiyajin então continuou a falar.

- Mudar o destino de Kakarotto... e é claro, também mudar o seu destino!

Nisso, ele concentrou em sua mão uma esfera de energia, que vibrava sem parar. Freeza continuava parado, com o indicador levantado e a minúscula bola dourada pairando poucos milímetros acima. O Saiyajin então arremessou sua energia contra o imperador do Universo, com toda a sua ira.

- Este será seu fim!

Freeza começou a gargalhar como um louco, fazendo a pequenina esfera de energia brilhar intensamente e crescer de forma acelerada. Até mesmo a energia lançada pelo Saiyajin foi absorvida pelo poder daquele que se dizia o grande imperador do Universo. Quando ela já estava absurdamente grande, Freeza a lançou sem dó nem piedade contra seu inimigo, atingindo não só a ele mas também a todos os seus soldados que ainda estavam lá fora. Por instinto, Spark fechou suas defesas, mesmo sabendo que aquilo significava o fim do Planeta Vegeta e que não sobreviveria à explosão. Mas no momento que ela ocorreu e que Spark foi envolvido pelo clarão, ele já estava em outro lugar.

Era um campo aberto, ao entardecer. Haviam algumas pessoas lá e pareciam estar lutando. Ao olhar direito, Spark viu que haviam alguns cadáveres pelo local. Um homem usando um estranho conjunto laranja, de longos cabelos pretos e com um curioso símbolo em suas costas encontrava-se imóvel, deitado no centro de uma cratera que parecia ter sido causada por uma explosão. Afastado, havia um outro homem, alto e forte, que era careca. Também estava morto e lhe faltava metade do antebraço esquerdo. Havia também um jovem menino que deveria ter uns cinco anos de idade no máximo e um outro careca pequenino. Este estava lutando contra um Saiyajin alto e robusto, que pela semelhança com Tank julgou ser aquele que Lenia costumava sempre associar ao guerreiro, Nappa. Se não fosse pela ausência de cabelo daquele Saiyajin, Spark poderia dizer que eram irmãos gêmeos.

O baixinho arremessou um disco feito de energia contra o gigante. Com extrema confiança ele ficou parado, pronto para peitar aquele ataque. Mas um outro Saiyajin, que Spark não tinha notado a presença ainda gritou ao longe.

- Nappa! Desvie!!

O gigante desviou bem à tempo de evitar ser morto, mas teve um corte feito em sua face. A montanha atráz dele não teve a mesma sorte e foi cortada ao meio. Irado, Nappa começou a gritar.

- Seu miserável! Seu desgraçado! Como se atreve a ferir o meu rosto! Não sairá vivo desta! – e após concentrar bastante energia numa das mãos, decretou – Eu vou acabar com você!

O primeiro disparou explodiu aos pés do baixinho, que voou com a força da explosão. Quando Nappa se preparou para lançar o segundo ataque, foi surpreendido por um raio em suas costas, disparado por um ser até então nunca visto por Spark. Um ser careca e verde, com antenas e orelhas pontiagudas e cujos músculos rosados dos braços eram expostos. Ele parecia extremamente cansado, respirando com dificuldade e com um grande hematoma na testa. Mesmo assim, ele teve forças para poder gritar.

- Não se metam... não se metam com a Terra, Saiyajins!

Mas em seguida, tudo se tornou um grande clarão e quando a imagem voltou a ter foco, Spark estava na superfície de outro planeta, cujo céu era verde. Havia muito mais água do que terra naquele lugar onde estava, mas junto a ele estavam mais quatro pessoas. O jovem garotinho, o baixinho careca e o homem verde de orelhas pontiagudas da visão anterior estavam lá, juntamente com um outro homem. Ele era muito semelhante ao bravo Saiyajin da primeira visão, embora fosse um pouco mais pálido que ele e não possuísse nenhuma cicatriz no rosto. Todos estavam bastante cansados e pelo estado de suas roupas, eles haviam acabado de vencer uma árdua batalha.

- Vamos indo, filho? – perguntou o homem semelhante ao Saiyajin ao pequeno garotinho, que só então Spark percebeu que se parecia bastante com ele – Se voltarmos na minha nave espacial, levaremos apenas cinco dias para chegar na Terra.

Ele tinha um tom de voz bondoso, que não lembrava em nada o Saiyajin que havia morrido diante de Freeza. Também tinha um olhar completamente diferente.

O garotinho festejou com o que o seu pai havia dito e pareceram muito felizes por um instante, até que o carequinha deu um grito, assustado e todos olharam surpresos para ele.

- Mas, mas... como eu sou burro! – ele disse, após o menino cair sentado no chão – Eu estava me esquecendo da Bulma!

- Ah, não assusta a gente assim, Kuririn! – disse novamente o pai do menino – Eu até pensei que o miserável do Freeza tinha aparecido outra vez.

- Bom Goku é porque você não tem visto a Bulma ultimamente, ela agora está pior do que o Freeza! – respondeu o baixinho careca e todos começaram a rir. Riram tanto que até mesmo o pai do garoto se queixou, por estar com o corpo todo doendo.

Quando todos estavam se preparando para ir embora, o carequinha que atendia por Kuririn olhou para o alto de uma rocha, aterrorizado, incapaz de falar alguma coisa. Assim também foi o pequeno garoto e o homem verde, todos paralisaram diante de Freeza, que estava numa forma diferente da ocasião em sua nave espacial. Sem dizer uma única palavra, ele disparou um finíssimo raio de energia vermelho contra o pai do garoto, mas este foi protegido pelo homem verde.

- Goku! – disse ele, tombando seu corpo no do outro homem e recebendo o ataque diretamente no peito. Em seguida tombou, aparentemente morto.

O que? Então este que é o Goku, o lendário Super Saiyajin que derrotou Freeza? Mas como... porque eu estou vendo estas coisas? Será que eu estou morto?

O segundo a ser alvejado foi o pequeno careca, Freeza ignorando completamente os gritos do pequeno menino, que chamava pelo homem verde que acabava de tombar, pelo nome de “Senhor Piccolo”. Mas não sem que antes Freeza se manifestasse, do alto da rocha.

- Por um instante eu pensei que havia deixado este mundo! O Grande Freeza esteve prestes a morrer!

Goku ainda pediu para que os dois fugissem, depois gritou com eles dizendo que eles apenas o atrapalhavam. Mas nada daquilo adiantou. Freeza ergueu novamente seu dedo indicador.

- Por um acaso acha que vou perdoá-los? Eu não deixarei nenhum verme com vida!

Ele acertou em cheio o baixinho careca com um disparo de energia, e então o ergueu no ar, controlando-o com seu dedo, desconsiderando por completo seus gritos de pânico.

- Kuririn! Não! – gritou Goku, olhando seu amigo se elevar aos céus pelo comando de Freeza, que gargalhava maldosamente – Pare já com isso, Freeza!

Mas não houve jeito. O maligno Freeza apenas fechou a sua própria mão, explodindo o baixinho em mil pedaços. As gargalhadas impiedosas continuaram e o pequenino entrou em pânico.

- E o próximo será este garotinho! – ele disse, com um sorriso de pura maldade nos lábios.

- Como... se... atreve... – balbuciava Goku, em choque pelo que estava vendo – Não vou... perdoar você!!

A fúria de Goku era evidente para Spark e mesmo sem poder sentir o ki de nenhum daqueles presentes, ele teve certeza que o poder do Saiyajin estava se elevando a níveis espantosos. Logo nuvens negras cercaram o local e uma tempestade de raios começou a cair. Goku continuava a xingar Freeza, mas logo as palavras se tornaram um nada, quando as pequenas pedras ao redor do Saiyajin e até mesmo os seus próprios cabelos se elevaram no ar, respondendo a toda a fúria que ele estava sentindo no momento. E em seguida, após dar um urro que misturava dor, tristeza e ódio, os cabelos de Goku tornaram se dourados, seus olhos mudaram para verdes e uma aura também dourada rodeou o corpo do guerreiro. Spark não teve dúvidas.

Aquele... aquele é o Super Saiyajin! Incrível!!

Mas então, Spark teve uma estranha sensação, como se estivesse caindo, sendo sugado de volta para algum lugar. O cenário da intensa batalha foi se distanciando cada vez mais e o jovem Saiyajin logo pôde ouvir gritos de várias pessoas, como uma grande platéia. Então se deu conta de que estava recobrando a consciência.

 

 * * *

 

Seus olhos estavam muito pesados, mas precisavam ser abertos. Todo seu corpo doía, principalmente o tronco e a cabeça. Mas sabia que não poderia ficar lá, no chão. Ainda tinha uma batalha para poder vencer. Asus não estava vencido, ele sabia disso. Então, com muito esforço, ele se sentou, olhando o que restava da arena ao seu redor. O chão estava bastante destruído; Lenia, embora amparada por Tank, parecia muito feliz em vê-lo acordado, assim como o público da arena; Asus estava fazendo um enorme esforço para se levantar também, estava de quatro e olhava para Spark com um olhar fixo, seu rosto estava empapado de sangue. A troca de olhares entre os dois parecia dar uma força extra a ambos, que se levantaram o mais rápido possível.

- Seu... seu verme maldito... eu pensei que você fosse matar... a nós dois! – falou Asus, limpando o sangue que lhe escorria pela boca com uma das mãos.

- É melhor terminarmos esta luta agora Asus. Logo não teremos mais forças, nem eu nem você... estamos no nosso limite.

- Cale a boca, como se atreve a dizer que eu estou no meu limite!? Não me compare a você, seu lixo, traste miserável de baixa classe! Eu vou fazer você se arrepender... se arrepender amargamente de ter me desafiado! Você vai morrer, verme! Vai morrer aqui!

- Mesmo ferido desse jeito... você ainda consegue ser tão orgulhoso, tão arrogante! Você me dá nojo, Asus! – bradou Spark, se posicionando para dar continuidade ao combate.

- Então venha... vamos terminar logo esta luta! Estou farto de você e de sua insolência... Venha! Estou esperando!

Os dois continuaram a se encarar prontos para atacar a qualquer minutos. O vento soprou e naquele instante, uma pequenina pedra caiu, o que acabou por ser o sinal que aqueles dois estavam precisando para poder deixar aquele impasse. Spark investiu, tentando acertar um soco no rosto de Asus, que bloqueou com o braço direito. Ele contra atacou com um chute, que fez com que Spark voltasse seu corpo para o lado, a fim de evitar de receber o ataque e saltou para trás para poder esquivar de outro chute. Asus correu em direção ao jovem Saiyajin, desferindo-lhe vários socos em alta velocidade. Spark já não tinha mais tanta energia de sobra para poder se esquivar com a mesma perfeição do começo da batalha, então esquivava-se dos que podia e defendia-se de outros. Num breve vacilo seu, Asus o atingiu com um soco na costela que estava desprotegida pela ausência de sua armadura, o que fez com que ele cuspisse um pouco de sangue. Em seguida foi atingido no rosto por um poderoso chute que o jogou para o outro lado da arena. Asus concentrou sua energia nas mãos e disparou um raio de energia dourado contra Spark que teve de se mover em altíssima velocidade, parecendo desaparecer no ar, ressurgindo vários metros acima. Asus disparou mais uma vez contra o garoto, que repetiu a manobra anterior. Ressurgiu alguns metros para o lado. Asus disparou ainda mais duas vezes, errando os dois também, até que Spark devolveu a gentileza, arremessando uma bola feita de ki aos pés do adversário.

Asus alçou vôo, indo até Spark e acertando-lhe com um soco no rosto, que o deixou tonto. Em seguida o castigou com várias joelhadas no estômago e o mandou de volta ao solo, com um cascudo com as duas mãos. Numa questão de poucos centímetros do chão, Spark conseguiu planar, mas mesmo assim acabou encontrando bruscamente o solo, no momento em que a sola do pé de Asus encontrou suas costas, abrindo mais um imenso buraco na já fragilizada arena. Quando Asus foi deixar a cratera, no entanto, teve seu tornozelo agarrado por Spark.

- Volte aqui... ainda não terminamos com isso... – ele disse e em seguida puxou Asus para o fundo do buraco.

Apenas sons de pancadas puderam ser ouvidos, enquanto o chão da arena tremia. E em seguida, o corpo de Asus perfurou o chão do outro extremo do campo de batalha, sendo arremessado para o alto, enquanto Spark acertava diversos socos em sua barriga em altíssima velocidade. Finalizou concentrando bastante ki em suas mãos e disparando uma onda de energia em seu adversário, que o atingiu em cheio no peito. A explosão arremessou Asus ainda mais para o alto, enquanto que serviu de impulso para que Spark voltasse a pisar no chão firme.

- Ah, então você gosta de brincar com energia né? – disse Asus, após se recompor do ataque – Então experimente isso, verme! MORRA!

As mãos do pupilo de Tank brilharam douradas e no instante seguinte houve uma chuva de disparos de energia. Eram centenas de projéteis atingindo toda a extensão da arena. Quando alguns dos disparos começaram a atingir o já debilitado Spark, ele teve certeza de que não suportaria aquilo por muito tempo, e então bolou o único plano que seria plausível no momento: correu em meio às explosões até encontrar novamente o buraco no chão que havia puxado Asus anteriormente. Era muito difícil ver em meio à toda a fumaça das explosões e freqüentemente Spark era atingido por uma ou outra, mas ainda assim correu, depositando todas as suas esperanças naquela manobra. Quando encontrou o buraco deu graças a todos os deuses que Lily deveria adorar e ficou lá, entocado enquanto o incessante bombardeio continuava. Pareceu passar uma eternidade, mas então o ataque de Asus finalmente cessou.

Ninguém conseguia ver nada, graças aquela imensa cortina que misturava fumaça e poeira, então esperaram por alguns instantes. Lenia estava visivelmente preocupada, e embora mal agüentasse ficar em pé, queria ficar bem perto da arena. Tank também estava preocupado, procurando qualquer sinal de Spark em meio à fumaça com seu rastreador. Mas não conseguiu captar nada. Então, a grossa nuvem se desfez e todos puderam ver o que havia sobrado da arena: metade dela havia simplesmente desaparecido, dando lugar a um amontoado de terra vermelha. A outra metade estava extremamente destruída, cheia de rachaduras e pedaços de concreto soltos. Mas não havia sinal de Spark.

- Não... – disse Lenia, temendo o pior.

- Spark... ele... ele... – Tank mal conseguia falar

- EU VENCI! – gritou Asus, com as últimas forças que lhe restavam – Eu venci! Matei aquele desgraçado, acabei com ele! Não sobrou nem mesmo um único pedaço de seu corpo imundo, eu transformei ele em pó!!

Asus não conseguia se conter de tanta felicidade. Parecia imerso a um frenesi descontrolado, gargalhando como um louco. Não conseguia se segurar, queria apenas gargalhar e gargalhar, afinal havia derrotado seu maior rival. Mas toda a sua alegria iria durar pouco, e se ainda estivesse portando seu rastreador poderia ver o aumento de energia que estava se manifestando logo abaixo da arena.

Foi então que o público inteiro foi à loucura, enquanto que Asus ficou rubro de cólera: Spark saltou de dentro da cratera onde havia se escondido, com uma grande quantidade de energia acumulada em suas mãos, que estavam próximas às suas costas. Ele as ergueu apontando todo aquele ki acumulado para seu adversário, enquanto gritava.

- Se este ataque não decidir esta luta... então nada pode te derrotar! Ataque Canhão Supernova!!

Asus arregalou os olhos, vendo toda aquela energia que emitia um brilho multicolorido vindo em sua direção. Precisava fazer algo para se defender, mas não conseguiria se deslocar de sua posição. Resolveu então enfrentar o ataque de frente. Reuniu suas últimas energias e as concentrou na palma da mão, mirando a técnica de seu adversário.

- Eu vou mandar você direto para o inferno! Big Bang... Attack!!

As duas energias se chocaram, enquanto o público arregalava os olhos. Ninguém mais torcia ou fazia algazarra, apenas assistiam a disputa de técnicas. O centro delas parecia não querer ceder para nenhum dos dois lados, mas logo a ausência de forças de Asus começou a se evidenciar. Sua técnica estava perdendo território, para desespero total do Saiyajin, que pela segunda vez naquela luta estava vendo a morte de frente em uma das técnicas de seu oponente.

- NÃO! MAS... QUE MISERÁVEL!! ELE NÃO PODE ME VENCER! EU SOU A ELITE... A ELITE!! AAHHHHH!

Sem poder mais resistir, Asus foi engolido pela grande onda de energia que se elevou aos céus. Spark caiu sentado, sem forças, assim como acontecera na luta contra Simon. Foram batalhas duras para ele, mas em ambas ele tinha sido salvo pelo mesmo golpe. E o mais importante de tudo: em ambas, havia saído vitorioso.

O público inteiro vibrou, clamando pelo nome de Spark. Ele olhou ao redor e sorriu, sentindo a verdadeira felicidade dentro de si. Havia conseguido o que sempre quis em toda a sua vida, mesmo sem ter se tornado o Super Saiyajin. Havia conseguido fazer as pessoas reconhecerem sua força, havia provado a todos os Saiyajins que não era um fracassado, como todos pensavam. A sensação não poderia ser melhor.

Mesmo estando muito ferida e com as pernas extremamente pesadas, Lenia finalmente se desvencilhou de Tank e correu até a arena, onde abraçou fortemente seu aluno. Tank também foi, não só para continuar a cuidar de sua companheira, mas também para saudar o jovem Saiyajin. Até mesmo Gyules veio voando de uma das arquibancadas para saudar o garoto, abraçando-o e pedindo perdão pelo que havia feito há um mês atrás.

- Ah, que é isso... tá tudo bem... – disse ele, dando tapinhas amigáveis nas costas do gorducho – Só não me apertem com muita força, meu corpo está completamente dolorido... eu só quero agora a máquina da enfermaria...

Tank e Gyules levantaram o jovem Saiyajin e sua instrutora, mas quando começaram a caminhada para fora da arena, ouviu-se um baque surdo e pesado às suas costas. Todos se viraram, dando de cara com o corpo inerte de Asus. Estava com os olhos virados, completamente brancos. O peitoral de sua armadura fora reduzido a frangalhos e todo o seu corpo estava ferido e queimado pelo ataque que recebera. Não havia dúvidas: Asus estava morto.

- Ele... ele se foi...? – perguntou Tank, soltando Lenia por um instante, indo checar seu aluno. Spark foi com ele.

- Parece que sim... – o garoto respondeu – Eu... eu não estou feliz com isso... ele foi uma pessoa detestável... e eu o odiei muito, mas... eu nunca tive a intenção de matá-lo... Espero que um dia possa me perdoar por isso...

Ele olhou bastante para a expressão de dor de Asus e fechou os olhos, sentindo pesar pelo que havia feito. Mas logo seu aperto no peito foi substituído por outra dor. A dor de ser atingido por um disparo de energia.

- É bom mesmo... porque eu... NUNCA... VOU... TE PERDOAR! – disse Asus, que havia recobrado a consciência e disparado com suas últimas forças contra Spark.

Todos olharam para ele, assombrados. Seu estado era deplorável, caótico. Mas ainda assim se colocava de pé. E queria apenas uma coisa, nem que aquilo lhe custasse a vida: destruir Spark.

- Heh... é como você disse... se aquele golpe não acabasse comigo... nada poderia me derrotar... – Asus balbuciou, num esforço além do que se pode compreender – Saiam vocês todos... da minha arena... nós dois temos... uma luta... a terminar...

- Asus, pare com isso agora mesmo! – disse Tank, exasperado – Você está no limite de sua vida! Você foi vencido, esta luta perdeu o sentido! Precisamos cuidar de suas feridas, já!

- Cale a boca... até parece que você... não é um Saiyajin... Pro diabo com a minha vida... eu quero é vencer... esta luta!

- Ele... ele tem razão! – disse a fraca voz de Spark, do chão. Estava sentindo muita dor e mal tinha forças para continuar falando. O resto do peitoral de sua armadura havia se desfeito – Por favor... deixe que possamos terminar esta luta... Eu vou me sentir envergonhado se não puder... chegar ao fim desde combate... Por favor... deixem a arena...

Tank e Gyules fizeram menção de protestar, mas Lenia foi quem tomou a voz e deu a sentença final.

- Vocês estão certos... vamos Tank, Gyules... vamos deixar os garotos terminarem de brincar.

- Mas Lenia...

- Tank! Deixe eles. Spark, boa sorte...

O aluno ergueu o polegar para sua instrutora e o trio deixou a arena. Aquele com certeza seria o último round daquela batalha e Spark queria saboreá-lo até o fim. O público pareceu enlouquecer diante daquilo. Os gritos de euforia recomeçaram.

- Ouça, Asus... – disse Spark, sorrindo – Antes que esta luta termine... quero que saiba que esta foi a melhor luta da minha vida... e que realmente você é muito forte. Eu só tenho a lhe agradecer...

- Puxar meu saco não vai lhe salvar, verme! – ele rebateu, furioso – Eu não acredito... não acredito que eu... a elite... estou tendo tanto trabalho com um pobre diabo como você! Mas isto termina aqui! Desapareça!!

Aquelas eram com certeza as últimas forças de Asus, e ele havia concentrado tudo no seu último golpe, um último disparo de energia dourado, mirando o rosto de Spark. Sabia que no momento que ele fosse atingido a luta acabaria e ele seria o campeão. Sabia que estava tudo perto do fim e já saboreava a sua vitória antes do tempo. Mas o inesperado aconteceu, o que parecia impossível se fez diante de seus olhos: Spark afundou seu corpo para a lateral e esquivou do disparo. E em seguida, dando o último impulso que lhe restava em suas pernas avançou contra seu oponente.

- Porém Asus, quero que você saiba que... eu não vou perder! Esta luta é minha!

Mais do que energia, ou poder de luta, Spark havia concentrado todo o seu espírito naquele golpe. E Asus já não tinha mais forças sequer para mover um dedo. O soco estalou em seu rosto, o lançando a um metro de distância e ele caiu deitado, inconsciente. Era o fim da luta, o fim da maior batalha da vida de Spark. Todos gritaram o nome de Spark novamente e o Governador Dio se adiantou em decretar a vitória do garoto, antes que acontecesse algum milagre e Asus se levantasse de novo. Lenia, Gyules e Tank subiram novamente na arena e carregaram o jovem e exausto Saiyajin para fora da área de combate. E, quando estava sendo levado por seus amigos, deixou-se envolver pela escuridão novamente e desmaiou, feliz.

 

 * * *

 

Finalmente Spark estava despertando. Em seus sonhos, havia visto Lily e ele, caminhando de mãos dadas nas proximidades do Templo do Mestre Khan. Não havia mais visto nenhum Saiyajin em seus sonhos. Nenhum sinal do Super Saiyajin Goku ou de ninguém mais. Apenas ele e Lily, e toda a paz que poderia sentir. Uma pena que tinha sido apenas um sonho. Ele abriu os olhos com um pouco de dificuldade e olhou para si mesmo. Seu corpo já não exibia nenhuma escoriação, todas as suas feridas haviam sido curadas. Estava encharcado e sem roupas, mas mesmo assim saiu de dentro da máquina de cura, onde Lenia já o esperava, sorridente.

- Seja bem vindo ao mundo dos vivos novamente, campeão. Você nos deixou preocupados. Acho que seu nome agora tem que ser “Soneca”, ou “Dorminhoco”.

- Mestra Lenia? Eu... quanto tempo eu dormi?

- Três dias seguidos, direto e sem sair da máquina. Você ficou num estado crítico. Tem sorte de ainda estar vivo.

- Ah, claro! A luta! Mestra Lenia, onde está o Asus?!

- Ele está ali, deitado num daqueles leitos – ela disse, apontando para uma das cortinas atrás da  grande máquina – Mas não acho que ele vá querer receber uma visita sua. Além do mais... você ainda está nu, ou não percebeu?

Spark olhou para baixo e só então percebeu que realmente estava sem roupa e o mais desconcertante, estava nu diante de uma mulher. Envergonhado, ele escondeu suas partes íntimas com um lençol branco, se enrolando nele como se estivesse se enrolando numa toalha de banho.

- Ora seu tonto! Eu tenho idade para ser sua irmã mais velha, ou mais ainda, sua mãe! – ela falou, tentando manter a severidade enquanto se prendia para não rir – Sem falar que, caso você não lembre, quem te dava banho quando pequeno era eu! Não tem nada aí que eu já não tenha visto!

Algumas risadas foram ouvidas vindo dos outros leitos vizinhos ao de Asus, o que aumentou ainda mais a vergonha de Spark. Queria muito ter um capacete para poder esconder o próprio rosto naquele momento. Lenia então continuou a falar, mas tentando mudar o foco da conversa.

- Mas deixando isto de lado, eu trouxe para você novos trajes... já que você destruiu aquele que eu te dei...

- Ah... mestra Lenia, eu sinto muito... eu não queria...

- Já disse, não tem problema. Trouxe trajes iguais. Eu vi que você gostou muito desse modelo de armadura, então tratei de encomendar uma caixa. Tem mais umas dez dessas no seu guarda roupas. Agora se vista, temos que ir!

- Ir? Para onde?

- Primeiro vamos na sua premiação... o Governador Dio vai lhe dar uma medalha ou qualquer outra coisa por ter vencido a luta. Depois... vamos treinar! Eu fiquei muito contente com o que eu vi durante aquele combate na arena e acho que finalmente podemos treinar juntos no mesmo nível. A nossa evolução agora será conjunta! Agora vamos! Se troque e depois venha para o Salão Principal! Todos desta Fortaleza estão te esperando lá!

Spark sorriu como uma criança e acenou positivamente com a cabeça. E no momento que Lenia saiu da enfermaria, ele se vestiu o mais rápido possível, com sua nova armadura preta com detalhes verde esmeralda e foi até onde fora instruído, sentindo-se muito feliz consigo mesmo.

Porém, dentro de um de um dos leitos, uma pessoa não se sentia tão feliz assim. Suas feridas já haviam cicatrizado, no ponto de vista físico. Porém, seu orgulho ainda sangrava. Muito.

Asus segurava o seu lençol com força, trêmulo. Aquele último soco ainda doía, doía em sua alma. Ele travou os dentes, ainda inconformado.

- Como pode... eu, a elite... derrotado por um soldado de terceira classe! Eu fui vencido... vergonhosamente vencido por ele... Ah, Spark... pode esperar. Pode esperar! Do mesmo jeito que eu tripliquei meus poderes em um mês, eu juro que vou treinar muito... e vou te superar! Me aguarde!!

Asus então finalmente decidiu levantar-se de seu leito e voltar a viver. Viver apenas pelo seu único objetivo na vida: derrotar Spark e voltar a ser o candidato número um ao Super Saiyajin. No entanto, o que aquele jovem e talentoso guerreiro não sabia é que o futuro guardava coisas muito maiores, não apenas para ele ou para Spark, mas para todos os habitantes de Omega-003. O presságio sentido pelos Kelfos se aproximava cada vez mais e a única coisa que se sabia é que um período negro estava vindo. E a certeza de uma nova e sangrenta batalha era constante!

 


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Notas finais do capítulo

Olá. Finalmente. Consegui terminar a primeira parte. Foram 97 páginas no Word, escritas em três semanas de puro trabalho duro. Foi uma superação.

Foi meu primeiro trabalho que eu coloquei em público. Foi a primeira vez que eu consegui escrever uma fanfic em tão pouco tempo e, me dedicando a pelo menos uma única leitora, e só tenho agradecer a ela - Vanessa BR =D - por ter acompanhado. Sei que, depois dela virão outras pessoas. Espero que muita gente goste de meu trabalho e quero que todos saibam que eu me dediquei muito a ele. Agora, vou fazer algumas considerações à luta final.

De ontem (terça feira, 17-11-09) para hoje, eu assisti todos os episódios da luta dos guerreiros Z contra Nappa e Vegeta novamente. Assisti também os especiais de Bardock e Trunks, além dos filmes de Coola. Tudo isso para poder ter inspiração para uma boa luta. Espero que tenham gostado do resultado final. Eu peguei um pouco da atmosfera da luta de Goku e Piccolo no Torneio de Artes Marciais, pelo fato de ser uma luta na arena e também naquele final, onde Asus aparentemente derrotado ataca Spark (da mesma forma que Piccolo). Originalmente eu pensei no ataque de Asus transpassar Spark, tal qual o golpe de Piccolo em Goku, mas isso aí já seria copiar demais. Mas um pouco da resistência de Asus eu me inspirei em Vegeta o "Duro de Matar" da saga dos Saiyajins. Era um cara que não tinha choro nem vela, parecia simplesmente indestrutível. E eu peguei um pouco disso para o Asus.

Mas o fim da luta para mim foi bem Torneio de Artes Marciais mesmo. Só faltou o Spark se casar com a Lenia e eles irem para as Montanhas Paoz na nuvem voadora (Rsrsrs). E, peço para que aguardem, pois vem aí "O Renascer dos Saiyajins parte 2 - A Grande Guerra".

Muito obrigado a todos! E um abraço!!