Os primeiros raios solares irradiaram, trazendo consigo um novo dia. Ao contrário dos dias na Terra, compostos por 24 horas, em Omega-003 os dias possuíam 36 horas de duração. A gravidade do planeta também era um pouco mais pesada que a gravidade terrestre, no entanto ela não chegava a fazer diferença para os Saiyajins, acostumados com uma gravidade ainda mais pesada.

Juntamente com a alvorada veio Spark. Estava cansado e sujo, pois havia treinado sozinho a noite inteira, com raiva das palavras de Asus. Queria fazê-lo engolir cada vírgula, mas como fazê-lo? Se os boatos fossem verdadeiros então Asus já estaria com praticamente 90.000 de poder de luta, enquanto que ele sabia que se passasse dos 30.000 seria um milagre. Ele caminhou lentamente pelos corredores, até chegar ao seus aposentos, disposto a descansar um pouco. No entanto, ele se deparou com Lenia sentada em sua cama, olhando em direção à porta como se já o esperasse.

- Andou treinando sozinho, não foi? – ela perguntou retoricamente.

- Sim senhora. Não vou aceitar que ninguém mais me chame de fraco, por isso eu treinarei 18 horas por dia se precisar.

- Hmpf... tudo isso porque foi insultado pelo moleque que o Tank toma conta na noite passada, correto?

- Como a senhora...?

Antes que Spark pudesse terminar a frase, no entanto, a sua tutora moveu-se em incrível velocidade, conseguindo enganar com facilidade os olhos do garoto, ressurgindo à suas costas e segurando sua cauda com força. O garoto titubeou, perdeu as forças e na mesma hora, caiu de joelhos.

- Você é um preguiçoso sem-vergonha mesmo... Como espera derrotar Asus se você não conseguiu derrotar seu ponto fraco até hoje? Escute uma coisa garoto, e eu quero que você guarde isso para você: todo Saiyajin sabe que a cauda é nosso ponto fraco natural. Portanto a primeira coisa que você deve fazer é superar essa adversidade. Tenho certeza que Asus já superou sua própria cauda. E você, vai acabar com seu ponto fraco quando?

A tutora relaxou a mão, soltando assim a cauda de Spark, que aos poucos foi recobrando as forças. Quando ele finalmente se pôs novamente de pé, ela disse, em tom autoritário.

- Agora vamos, temos um longo dia de treinamento pela frente. E nada de descanso até eu ver que está pelo menos um pouco mais resistente do que agora.

Spark não contestou sua mestra. Sabia que ela estava certa – sim, e como estava – e que já deveria estar treinando a própria cauda faz tempo. Ele olhou uma última vez para sua cama macia, respirou fundo e a acompanhou, alheio ao fato que, encostado numa esquina entre os corredores, um jovem baixo e gordo havia escutado todo o sermão de Lenia e agora sorria com maldade.

Em menos de quinze minutos os dois já estavam longe o bastante da fortaleza. Lenia estava posicionada em frente à Spark, porém não estava se preparando para atacar. Ela estudava o garoto por completo, com a mão direita sobre o queixo. Spark já havia visto aquela expressão em sua tutora diversas vezes durante os cinco anos de treinamento, e noventa por cento das vezes aquilo significou algum treinamento extremamente doloroso. Subitamente ela foi trazida de volta à realidade por alguma idéia, seu sorriso no rosto indicava que havia encontrado uma solução para alguma coisa.

- Spark... consegue ver aquela rocha? – perguntou a tutora, apontando para uma rocha de três metros de altura por quase dois de largura. Deveria pesar toneladas. – Empurre-a.

Spark obedeceu, mesmo sabendo que para ele empurrar uma rocha daquelas era uma brincadeira. Com apenas uma mão, ele a arrastou como se fosse feita de papel.

- Interessante... agora, acha que consegue trazer ela de volta à posição original?

- Mas claro! Mestra Lenia, aonde a senhora quer chegar?

- Ah, consegue mesmo? Então eis o que nós vamos fazer... Eu trouxe comigo um longo e resistente cabo de aço, o qual amarrarei em sua cauda e vai ser com ela que você colocará a rocha de volta no lugar.

- Eu vou arrastar a rocha... usando minha cauda? – Spark repetiu, incrédulo.

- Sim. Foi exatamente esse treinamento que eu tive que passar quando era mais jovem para poder eliminar o ponto fraco da minha cauda. Você tem que fazer ela ganhar resistência e deixar de ser tão sensível ao toque. Está me entendendo?

- Sim senhora.

- Ótimo. Então, vamos começar...

 Após o cabo de aço estar devidamente amarrado, Spark iniciou seu esforço, tentando arrastar a enorme rocha. Inclinou completamente o corpo para frente, fincou ambas  as mãos no chão, suou e gritou, mas a rocha nem ao menos moveu-se um milímetro. Ele respirou fundo, e tentou novamente, suando e fazendo aquele que com certeza era o maior esforço físico de sua vida, mas quanto mais ele puxava a pedra, mais fraco se sentia, graças à pressão que o cabo de aço realizava em sua cauda. Em menos de dois minutos, o garoto tombou no chão de joelhos, ofegante.

- Mas já? – perguntou Lenia, com desdém – Levante-se. O treinamento ainda nem começou e eu não estou aqui para perder meu tempo com um molóide. Agora continue a treinar, se não quiser que eu te dê uma surra agora mesmo!

- C-certo...

O jovem Saiyajin levantou-se, jogando seu corpo para frente com todas as forças. Caiu novamente, mas logo se reergueu, determinado a mover aquela imensa rocha nem que aquilo fosse a última coisa de toda sua vida. Ele tentou, gritou, esperneou... logo seus esforços tornaram-se horas, a manhã tornou-se tarde e a tarde tornou-se noite. Spark estava caído, cansado e sujo. Não havia comido ou bebido nada o dia inteiro, nem descansado. Havia gasto toda suas energias e ainda faltava um longo caminho até que a rocha voltasse à sua posição inicial.

Lenia o observou durante todo o dia. Viu que apenas pouco antes do anoitecer que Spark havia finalmente começado a mover a rocha, mas aquilo estava longe de ser um bom sinal. Ela olhou para o  garoto no chão, sem saber o que pensar. Ora, será que realmente ele era um inútil completo, ou o defeito estava em si mesma como tutora? Não, aquilo não poderia ser verdade, ela já havia treinado grandes guerreiros antes, porque aquele garoto era tão diferente? Mesmo ele já tinha evoluído muito em comparação à si mesmo, mas após cinco anos de treino, Lenia considerava aquela evolução bastante lenta.

A mulher apontou o cabo de aço com seu dedo indicador, disparando uma energia luminosa púrpura que o partiu em dois. Em seguida, ajudou seu pupilo a se levantar.

- Você precisa descansar, ou então vai acabar morrendo nesse treinamento.

- Me desculpe mestra... mas não tenho tempo parar descansar. Olhe, a rocha, ainda falta...

- Ainda falta muito para que ela volte à posição original, eu sei. No entanto... Spark, escute com atenção, eu gostaria de lhe fazer um pedido.

- Um pedido? – Spark repetiu. Em cinco anos, Lenia nunca havia lhe dito algo desse tipo.

- Sim, um pedido. Eu gostaria de te pedir para que abandonasse essa idéia maluca de se transformar num Super Saiyajin. Esqueça isso. Se quiser poderá continuar a treinar comigo e se fortalecer, mas eu te digo com certeza que você não é exatamente o mais indicado para querer disputar com Asus e os outros que também almejam o nível Super Saiyajin. Após todos esses anos, olhe para você... está tão mais forte que nem eu mesma a reconheceria... mas não é o bastante, acho que você deveria reconhecer os limites de suas habilidades e se conformar com o fato de que nunca conseguirá ser um Super Saiyajin enquanto tiver tão pouco poder.

- Mestra... me desculpe, mas o que está pedindo para mim é impossível... – respondeu ele, com os punhos cerrados e os cabelos recaindo sobre os olhos – Vê, como a senhora acabou de dizer... estou muito mais forte que a anos atrás. Isso me dá esperança de continuar a progredir. A senhora sempre me disse que os poderes dos Saiyajins não tem limites e agora quer que eu reconheça os meus? Por acaso você não quer mais me treinar, é isso? Me tornei um peso para a senhora?

- Serei sincera com você... você é um dos alunos mais aplicados que eu já tive. Poucos treinaram duro como você e nenhum deles por tanto tempo. Você tem garra e determinação, porém é justamente isso que está começando a me desanimar. Você já deveria estar pelo menos no nível do garoto de Tank, mas a realidade é outra totalmente diferente. Você nem ao menos consegue me surpreender numa luta, nunca conseguiu me ferir e isso me faz pensar que talvez tudo isso, toda essa sua vontade de querer ser o Super Saiyajin seja uma grande perda de tempo.

- Não! Não é uma perda de tempo, não é!

- Então prove! Mostre-me desempenho! Quero evolução! Se você não começar a evoluir logo, não terei outra alternativa senão convocar uma reunião com o Governador Dio e dizer à ele que não quero mais para mim a responsabilidade de treiná-lo. É com você, Spark. É hora de você provar para mim e para todos os outros que, se ao menos não puder ser o Super Saiyajin, pode ser um poderoso guerreiro, tão forte quanto os guerreiros de primeira classe.

- Eu... entendi, senhora. – disse Spark afinal, olhando-a determinado nos olhos e percebendo que ela evitava encará-lo de volta.

- Agora, vamos para casa. Não vai mais adiantar você continuar o treino sem um devido descanso e uma boa refeição. Amanhã continuaremos nosso treino, estamos de acordo?

- Sim!

Ah, esses olhos... o garoto tem um olhar feroz. Ele quer ser forte, mas ainda não consegue isso... se determinação valesse tanto, ele já seria um excelente guerreiro. Eu espero não perder a fé em você, garoto. Espero, espero...

* * *

Asus era com certeza uma pessoa popular. Desde seu nascimento que ele era visto como um guerreiro prodígio, com poderes surpreendentes. Estava sempre rodeado de pessoas que queriam estimulá-lo, treinar com ele, ou mesmo alguns mais fracos que queria viver à sua sombra. Era orgulhoso, como a maioria dos Saiyajins, e ainda mais pelo fato de pertencer à primeira classe dos guerreiros, os lutadores mais fortes.

Asus se encontrava, tomando uma bebida alegremente num dos bares da grande fortaleza dos Saiyajins, quando um jovem Saiyajin baixo e gordo entrou correndo pelo estabelecimento.  Estava suado e parecia ter corrido bastante, mas em seu rosto carregava um sorriso cheio de malícia.

- Asus!! Asus, você precisa escutar isso! Asus!! – ele gritou, ofegante, mal conseguindo conter a própria excitação.

- Gyules? O que você quer? – perguntou o rapaz, sem nem ao menos olhar para o atarracado colega.

- Trouxe notícias sobre aquele moleque de baixa classe! Vai gostar muito de saber do que eu tenho a te contar!

Asus direcionou um olhar de canto de olho para Gyules. Não tinha nenhum apreço pelo gordo, nem ao menos o considerava como colega, no entanto ele possuía notícias sobre alguém que detestava muito – Spark – e isso conseguia captar um pouco de sua atenção.

- Senhor, o moleque de classe baixa, que tanto deseja superá-lo e ser um lendário Super Saiyajin... ele não tem a menor chance contra o senhor!

Asus desviou sua atenção do gorducho novamente, voltando os olhos ao seu  próprio copo e limitando-se a dizer:

- Sério? Você conseguiu chegar a essa conclusão sozinho, ou alguém teve de contar a você?

Alguns presentes riram alto do comentário, o que deixou Gyules bastante envergonhado, porém ele continuou.

- Ouça, senhor Asus! Eu tenho um plano, um plano para acabar com ele! Poderemos tirar ele do caminho amanhã mesmo! Vamos matá-lo, e assim ninguém irá se opor ao senhor, ao título de Super Saiyajin!

- Pare de enrolar e diga logo o que você tem em mente, antes que eu te bote para fora daqui debaixo de pontapés, seu inútil! Vamos, diga! O que está pensando em fazer?

- Sim, sim senhor... o garoto... sabe, a cauda dele? Ela ainda o enfraquece... O garoto ainda nem sequer fortaleceu seu ponto fraco! Podemos acabar com ele se formos todos juntos, apertamos a cauda dele e o senhor o fulmina com sua poderosa energia!! E então, o que acha?

- Cale essa sua boca, verme!! – gritou Asus enfurecido, acertando o rosto de Gyules com um tapa com as costas das mãos – Acha mesmo que eu, um guerreiro de elite iria me sujeitar a um subterfúgio desses? O que você está pensando, que eu tenho que recorrer à uma trapaça tão nojenta para poder vencer um lixo daquele? É isso?

- Não! M-mas claro que não, senhor!! Perdoe-me, perdoe-me!!

- Se bem que... – Asus levou a mão ao queixo, como se estivesse tendo uma excelente idéia. Em seu rosto alastrava-se um sorriso extremamente malicioso – Aquele miserável do Spark, querendo competir comigo carregando uma fraqueza tão primária! Acho que vou dar uma lição nele, para que ele possa aprender a me respeitar! Levantem-se rapazes! A hora do recreio acabou! Temos que ir fazer uma visitinha à um perdedor que quer ser meu rival!

Na mesma hora, outros três jovens Saiyajins presentes no local levantaram-se do balcão e seguiram Asus.

O primeiro tinha estatura média, cabelos curtos espetados de cor castanha escura, com uma cicatriz acima do olho direito. Usava uma armadura de batalha preta e sem ombreira, e um rastreador de lente azul em seu único olho que enxergava.

O segundo guerreiro era alto e musculoso, também de cabelos curtos e com uma barba no rosto. Faltava-lhe um pedaço de seu dente canino, mas isso não parecia impedi-lo de sorrir o tempo todo.

Já o terceiro guerreiro tinha os cabelos longos, presos à uma trança. Estes eram bastante pretos, em contraste com sua pele, que era bastante clara. Tinha uma aparência bela, quase feminina, mas seu olhar era frio como o de um assassino.

- Dirk, Dieter, Klaus... – disse Asus, para cada um dos guerreiros – Vamos dar uma voltinha e aproveitar para conversar com um certo vermezinho metido, o que acham?

- Por mim tudo bem, Asus, desde que apenas você não se divirta como da outra vez... – disse Dirk, o guerreiro de estatura média e cabelos curtos.

- Sim... da ultima vez que você nos chamou, ficamos apenas assistindo enquanto você tirava um de seus concorrentes do seu caminho... – acrescentou Dieter, o guerreiro de barba.

- Não se preocupem, desta vez todos vocês irão poder provar da carne daquele desgraçado! – Asus falou, fechando seu punho com raiva. – Eu garanto.

- Se for assim... Então conte conosco. Vou adorar fazer aquele fracote de classe baixa sangrar... – foi a vez do guerreiro com o cabelo preso na trança se manifestar, passando uma das mãos em seus cabelos escuros.

- Então está decidido... todas as noites ele sai para treinar sozinho. Quando o verme estiver só, iremos conversar com ele, todos nós!

O grupo inteiro gargalhou, indo pedir mais uma bebida no bar, sendo seguidos pelo pequeno Gyules, que parecia querer fazer qualquer coisa para ser aceito pela “gangue”.

* * *

Como era de costume, Spark tomou um banho e arrumou-se para treinar sozinho durante à noite. Estava sentindo-se descansado e bem alimentado, cheio de disposição para treinar e provar como sua mestra estava enganada. Ele poderia, sim, se tornar o Super Saiyajin se ele tentasse com afinco. Desistir de seu sonho? Nunca. Não poderia fazer isso.

O garoto prendeu ao rosto seu rastreador, deu uma última olhada para seu quarto e saiu, como de costume, sua cauda estava enrolada na cintura como um cinto. Ele foi até uma área aberta e, sem nem ao menos pensar duas vezes, alçou vôo rumo ao norte, aos campos rochosos.

Sentia-se extremamente bem naquela noite. O ar frio atingia seu rosto à medida que seu corpo cortava os céus, relaxando-o e fazendo com que ele esquecesse a raiva e a frustração que havia sentido ao receber o sermão de sua mestra. Ele deveria demonstrar resultados logo, então nada melhor do que ir treinar, treinar até a exaustão, até seu corpo cair sem forças.

No entanto, o apitar de seu rastreador o trouxe de volta de seus pensamentos. Haviam cinco poderes seguindo-o, assim informava o pequeno aparelho.

- Essa não... quem será que está vindo atrás de mim? É melhor eu descer, logo.

O garoto foi em direção ao solo rochoso que já se encontrava abaixo de seus pés e lá aterrissou, olhando em direção ao céu da noite esperando ver quem eram os cinco portadores daquelas energias que apareciam na tela de seu rastreador. Não demorou pouco mais de um minuto, e todos eles surgiram à vista. Spark travou os dentes ao ver Asus e os demais vindo em sua direção, pousando no momento seguinte, cada um dos cinco ficando numa posição ao seu redor impossibilitando-o de fugir.

- Muito boa noite, cavalheiros. O que pretendem fazer aqui? – perguntou Spark, querendo manter seu tom de voz o mais neutro possível, no entanto sabia do que aquilo se tratava.

- Ora, nós descobrimos que você tem o hábito de treinar durante à noite, sozinho, Spark – falou Asus, com um tom de cinismo altíssimo em sua voz, seus lábios desenhando um riso medonho em seu rosto – e resolvemos lhe fazer um pouco de companhia, certo rapazes?

Todos os presentes riram, mas Spark permaneceu sério. Estava numa grande desvantagem numérica, e não era acostumado a lutar contra vários adversários ao mesmo tempo.

Mas que droga... e agora, o que eu devo fazer? Não vou ter a menor chance enfrentando todos eles diretamente, mas também não posso fugir... e agora?

- Agradeço por terem vindo até aqui... mas eu aprecio estar só, acho que vocês me entendem – foi a resposta do jovem Saiyajin, ainda buscando neutralidade, mas agora já era quase impossível.

- Cretino! Como ousa ser tão insolente com o senhor Asus? Prepare-se parar morrer!! – bradou o pequeno Gyules, que após liberar toda sua energia, saltou em direção à Spark.

O gorducho cortou o ar em altíssima velocidade, com a perna direita elevada, mas conseguiu apenas acertar o chão rochoso onde Spark encontrava-se em pé outrora. O jovem havia desaparecido, tal qual era a velocidade de seu movimento evasivo.

- Miserável! Onde se escondeu, maldito?

Spark não tardou a ressurgir, atrás de Gyules, atingindo-o com uma poderosa canelada em sua cabeça, a tíbia do guerreiro agindo como uma marreta ao atingir a têmpora do gorducho atarracado, que voou longe e entrou de cabeça noutra formação rochosa.

- Eu sinto muito Gyules... mas tendo apenas 15.000 de poder de luta, você não poderá me derrotar!

- Desgraçado! Todos para cima dele!! – gritou Dirk, liberando todo seu poder, assim como os demais.

Dirk foi o primeiro a alcançar Spark, vindo com o punho fechado e atingindo também apenas o solo, assim como Gyules. O jovem Saiyajin havia direcionado toda sua energia para um salto, escapando assim de tomar um poderoso soco que fora capaz de reduzir as rochas abaixo a pó. No entanto, não contava com a presença de Klaus e Dieter, surgindo em altíssima velocidade à sua frente e costas, respectivamente. O homem de barba segurou o rapaz, imobilizando-o pelos ombros enquanto o habilidoso guerreiro de trança o atingia impiedosamente com diversos socos em sua barriga, o que ia lhe deixando cada vez mais sem ar.

Era preciso fazer alguma coisa, ou seria massacrado ali mesmo sem ao menos conseguir reagir. Ele usou toda a força que ainda tinha para um brusco movimento com a cabeça, atingindo com força o nariz de Dieter que o segurava pelas costas. Se não estivesse tão concentrado na luta, Spark teria sido capaz de escutar o som do nariz de seu agressor se partindo. Em seguida, o jovem elevou ambas as pernas, atingindo o queixo de Klaus precisamente, o que o fez ser arremessado longe pela força do impacto.

Agora estava livre no ar, livre para atacar e o fez sem pensar duas vezes: concentrou sua energia acima de sua cabeça até formar uma grande bola de energia, arremessando-a contra Klaus em pleno ar. Ele fora atingido em cheio, a explosão e a fumaça enchendo os céus da noite. A batalha, no entanto, estava longe de terminar e Spark sabia disso, pois ao olhar para baixo viu que Dirk subia como uma bala, em altíssima velocidade, envolto pela aura de sua energia. Precisava freia-lo a todo custo e, num movimento que havia fluído de si, ele concentrou energia nas mãos, lançando uma verdadeira chuva de projéteis luminosos contra seu adversário, o que o forçou a se fechar na própria defesa. Nos dois últimos disparos, Spark havia concentrado ainda mais  energia, lançando projéteis maiores que resultaram em explosões mais poderosas. Dirk parecia momentaneamente fora de combate, mas aquilo não era necessariamente uma boa notícia para Spark, que fora atingido em cheio por uma cabeçada na testa de Asus, que havia literalmente se projetado em direção à ele, também envolto por sua própria energia. O impacto arremessou Spark para o alto, onde fora atingido novamente pela sola do pé Asus no meio da coluna, que havia conseguido chegar às costas do garoto graças a sua incrível velocidade. O corpo de Spark estava indo diretamente ao solo quando uma vez mais seu atacante fora mais rápido, surgindo à sua frente e enterrando o punho no seu estômago.

Spark abriu a boca, sem ar, tentando respirar enquanto Asus o olhava com desprezo.

- É esse lixo que deseja ser mais forte do que eu e se tornar o Super Saiyajin? Verme desprezível!!

Asus segurou Spark pelos cabelos, castigando seu rosto com duas potentes joelhadas e o jogou novamente para o alto, onde foi atingido novamente por Dieter por um pesado cascudo com ambas as mãos.

O corpo do jovem Saiyajin perfurou o chão como se pesasse toneladas, permanecendo de barriga para cima. Dos céus Klaus preparou uma esfera de energia com uma das mãos, disparando-a em seguida contra o adversário que já se encontrava indefeso. O rastreador de Spark apitou como louco, indicando que uma energia de 50.000 se aproximava cada vez mais. O jovem espancado abriu os olhos, bem a tempo de ver a esfera de energia que o atingiu, brilhante, reduzir tudo ao seu redor à pó. Uma grande cortina de fumaça elevou-se da explosão.

Lá embaixo, Spark continuava vivo, embora gravemente ferido: sua testa e sua boca sangravam bastante, sua armadura estava quebrada e as roupas que usava por debaixo da mesma estavam completamente rasgadas e sujas de poeira e sangue. Haviam hematomas por todo seu corpo, cortes e escoriações.

Tudo que o jovem Saiyajin desejava era sair de lá, ir para o mais longe possível. No entanto, só tinha forças para rastejar-se pelo chão. E assim o fez, até sentir um pé pisar sua cauda com toda força, causando-lhe ainda mais dor e agonia.

- Isso mesmo, rasteje como o verme que é! – disse Asus, deliciando-se em pisar a cauda de Spark e vendo como ele perdia suas forças.

Em seguida, o segurou por seus cabelos e acertou seu rosto no chão diversas vezes, aumentando as feridas da testa do rapaz. Os demais Saiyajins uniram-se à barbárie, enchendo o adversário indefeso e sem capacidade de lutar de chutes nas costas e costelas, fazendo-o cuspir cada vez mais sangue.

- He, he, he... acho que ele já apanhou o bastante... – disse Dirk, após cuspir sobre o corpo imóvel de Spark – podemos voltar para casa agora.

- Não. Ele ainda merece sofrer um pouco mais da minha ira! – retrucou Asus, carregando Spark novamente pelos cabelos.

- Que graça tem bater num moribundo? – perguntou Klaus, de braços cruzados – Prefiro enfrentar alguém que tenha poder suficiente. Vam’bora Asus, deixa ele ai, acho que ele já aprendeu a sua lição.

- Não... esse moleque desgraçado ainda tem que sentir na pele o poder de um verdadeiro Saiyajin da raça guerreira... Voe maldito! Voe!!!

Asus arremessou o corpo já quase sem vida de Spark para os céus, enquanto concentrava toda sua energia para um único ponto: sua mão direita. Nela, formou-se uma esfera brilhante de pura energia.

- Sinta o terror do poder de um verdadeiro Saiyajin guerreiro! Essa técnica é passada apenas para os guerreiros de primeiro nível, como eu! Morra! Big Bang Attack!!!

O projétil cortou os céus, acertando Spark em cheio e arrastando-o consigo em altíssima velocidade. E, após alguns segundos ele explodiu, como um macabro fogo de artifício.